ALCORÃO
[AL-FÁTIHA]"AL-FÁTIHA"
(A ABERTURA)
1ª SURATA - Revelada em Makka; 7 versículos.
1. Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
2. Louvado seja Deus, Senhor do
Universo,
3. Clemente, o Misericordioso,
4. Soberano do Dia do Juízo.
5. Só a Ti adoramos e só de Ti
imploramos ajuda!
6. Guia-nos à senda reta,
7. À senda dos que agraciaste,
não à dos abominados, nem à dos extraviados.
[AL BÁCARA]"AL BÁCARA"
(A VACA)
Revelada em Madina, 286
versículos.
2ª SURATA
- Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Alef, Lam, Mim.
2. Eis o livro que é
indubitavelmente a orientação dos tementes a Deus;
3. Que crêem no incognoscível,
observam a oração e gastam daquilo com que os agraciamos;
4. Que crêem no que te foi
revelado (ó Mohammad), no que foi revelado antes de ti e estão persuadidos da
outra vida.
5. Estes possuem a orientação do
seu Senhor e estes serão os bem-aventurados.
6. Quanto aos incrédulos, tento
se lhes dá que os admoestes ou não os admoestes; não crerão.
7. Deus selou os seus corações e
os seus ouvidos; seus olhos estão velados e sofrerão um severo castigo.
8. Entre os humanos há os que
dizem: Cremos em Deus e no Dia do Juízo Final. Contudo, não são fiéis.
9. Pretendem enganar Deus e os
fiéis, quando só enganam a si mesmos, sem se aperceberem disso.
10. Em seus corações há morbidez,
e Deus os aumentou em morbidez, e sofrerão um castigo doloroso por suas
mentiras.
11. Se lhes é dito: Não causeis
corrupção na terra, afirmaram: Ao contrário, somos conciliadores.
12. Acaso, não são eles os
corruptores? Mas não o sentem.
13. Se lhes é dito: Crede, como
crêem os demais humanos, dizem: Temos de crer como crêem os néscios? Em
verdade, eles sãos os néscios, porém não o sabem.
14. Em quando se deparam com os
fiéis, asseveram: Cremos. Porém, quando a sós com os seus sedutores, dizem: Nós
estamos convosco; apenas zombamos deles.
15. Mas Deus escarnecerá deles e
os abandonará, vacilantes, em suas transgressões.
16. São os que trocaram a
orientação pelo extravio; mas tal troca não lhes trouxe proveito, nem foram
iluminados.
17. Parecem-se com aqueles que
fez arder um fogo; mas, quando este iluminou tudo que o rodeava, Deus
extinguiu-lhes a luz, deixando-os sem ver, nas trevas.
18. São surdos, mudos, cegos e
não se retraem (do erro).
19. Ou como (aquele que,
surpreendidos por) nuvens do céu, carregadas de chuva, causando trevas, trovões
e relâmpagos, tapam os seus ouvidos com os dedos, devido aos estrondos, por
temor à morte; mas Deus está inteirado dos incrédulos.
20. Pouco falta para que o
relâmpago lhes ofusque a vista. Todas as vezes que brilha, andam à mercê do seu
fulgor e, quando some, nas trevas se detêm e, se Deus quisesse, privá-los-ia da
audição e da visão, porque é Onipotente.
21. Ó humanos, adorai o vosso
Senhor, Que vos criou, bem como aos vossos antepassados, quiçá assim
tornar-vos-íeis virtuosos.
22. Ele fez-vos da terra um
leito, e do céu um teto, e envia do céu a água, com a qual faz brotar os frutos
para o vosso sustento. Não atribuais rivais a Deus, conscientemente.
23. E se tendes dúvidas a
respeito do que revelamos ao Nosso servo (Mohammad), componde uma surata
semelhante à dele (o Alcorão), e apresentai as vossas testemunhas,
independentemente de Deus, se estiverdes certos.
24. Porém, se não o dizerdes - e
certamente não podereis fazê-lo - temei, então, o fogo infernal cujo
combustível serão os idólatras e os ídolos; fogo que está preparado para os
incrédulos.
25. Anuncia (ó Mohammad) os fiéis
que praticam o bem que obterão jardins, abaixo dos quais correm os rios. Toda
vez que forem agraciados com os seus frutos, dirão: Eis aqui o que nos fora
concedido antes! Porém, só o será na aparência. Ali terão companheiros
imaculados e ali morarão eternamente.
26. Deus não Se furta em
exemplificar com um insignificante mosquito ou com algo maior ou menor do que
ele. E os fiéis sabem que esta é a verdade emanada de seu Senhor. Quanto aos
incrédulos, asseveram: Que quererá significar Deus com tal exemplo? Com isso
desvia muitos e encaminha muitos outros. Mas, com isso, só desvia os depravados.
27. Que violam o pacto com Deus,
depois de o terem concluído; separam o que Deus tem ordenado manter unido e
fazem corrupção na terra. Estes serão desventurados.
28. Como ousais negar a Deus, uma
vez que éreis inertes e Ele vos deu a vida, depois vos fará morrer, depois vos
ressuscitará e então retornais a Ele?
29. Ele foi Quem vos criou tudo
quando existe na terra; então, dirigiu Sua vontade até o firmamento do qual
fez, ordenadamente, sete céus, porque é Onisciente.
30. (Recorda-te ó Profeta) de
quando teu Senhor disse aos anjos: Vou instituir um legatário na terra!
Perguntaram-Lhe: Estabelecerás nela quem alí fará corrupção, derramando sangue,
enquanto nós celebramos Teus louvores, glorificando-Te? Disse (o Senhor): Eu
sei o que vós ignorais.
31. Ele ensinou a Adão todos os
nomes e depois apresentou-os aos anjos e lhes falou: Nomeai-os para Mim e
estiverdes certos.
32. Disseram: Glorificado sejas!
Não possuímos mais conhecimentos além do que Tu nos proporcionaste, porque
somente Tu és Prudente, Sapientíssimo.
33. Ele ordenou: Ó Adão,
revela-lhes os seus nomes. E quando ele lhes revelou os seus nomes, asseverou
(Deus): Não vos disse que conheço o mistério dos céus e da terra, assim como o
que manifestais e o que ocultais?
34. E quando dissemos aos anjos:
Prostrai-vos ante Adão! Todos se prostraram, exceto Lúcifer que, ensoberbecido,
se negou, e incluiu-se entre os incrédulos.
35. Determinamos: Ó Adão, habita
o Paraíso com a tua esposa e desfrutai dele com a prodigalidade que vos
aprouver; porém, não vos aproximeis desta árvore, porque vos contareis entre os
iníquos.
36. Todavia, Satã os seduziu,
fazendo com que saíssem do estado (de felicidade) em que se encontravam. Então
dissemos: Descei! Sereis inimigos uns dos outros, e, na terra, tereis
residência e gozo transitórios.
37. Adão obteve do seu Senhor
algumas palavras de inspiração, e Ele o perdoou, porque é o Remissório, o
Misericordioso.
38. E ordenamos: Descei todos
aqui! Quando vos chegar de Mim a orientação, aqueles que seguirem a Minha
orientação não serão presas do temor, nem se atribularão.
39. Aqueles que descrerem e
desmentirem os Nossos versículos serão os condenados ao inferno, onde
permanecerão eternamente.
40. Ó israelitas, recordai-vos
das Minhas mercês, com as quais vos agraciei. Cumpri o vosso compromisso, que
cumprirei o Meu compromisso, e temei somente a Mim.
41. E crede no que revelei, e que
corrobora a revelação que vós tendes; não sejais os primeiros a negá-lo, nem
negocieis as Minhas leis a vil preço, e temei a Mim, somente,
42. E não disfarceis a verdade
com a falsidade, nem a oculteis, sabendo-a.
43. Praticai a oração pagai o
zakat e genuflecti, juntamente com os que genuflectem.
44. Ordenais, acaso, às pessoas a
prática do bem e esqueceis, vós mesmos, de fazê-lo, apesar de lerdes o Livro?
Não raciocinais?
45. Amparai-vos na perseverança e
na oração. Sabei que ela (a oração) é carga pesada, salvo para os humildes,
46. Que sabem que encontrarão o
seu Senhor e a Ele retornarão.
47. Ó Israelitas, recordai-vos
das Minhas mercês, com as quais vos agraciei, e de que vos preferi aos vossos
contemporâneos.
48. E temei o dia em que nenhuma
alma poderá advogar por outra, nem lhe será admitida intercessão alguma, nem
lhe será aceita compensação, nem ninguém será socorrido!
49. Recordai-vos de quando vos
livramos do povo do Faraó, que vos infligia o mais cruel castigo, degolando os
vossos filhos e deixando com vida as vossas mulheres. Naquilo tivestes uma
grande prova do vosso Senhor.
50. E de quando dividimos o mar e
vos salvamos, e afogamos o povo do Faraó, enquanto olháveis.
51. E de quando instituímos o
pacto das quarenta noites de Moisés e que vós, em sua ausência, adorastes do
bezerro, condenando-vos.
52. Então, indultamo-vos, depois
disso, para que ficásseis agradecidos.
53. E de quando concedemos a
Moisés o Livro e o Discernimento, para que vos orientásseis!
54. E de quando Moisés disse ao
seu povo: Ó povo meu, por certo que vos condenastes, ao adorardes o bezerro.
Voltai, portanto, contritos, penitenciando-vos para o vosso Criador, e
imolai-vos mutuamente. Isso será preferível, aos olhos do vosso Criador. Ele
vos absolverá, porque é o Remissório, o Misericordioso.
55. E de quando dissestes: Ó
Moisés, não creremos em ti até que vejamos Deus claramente! E a centelha vos
fulminou, enquanto olháveis.
56. Então, vos ressuscitamos,
após a vossa morte, para que assim, talvez, Nos agradecêsseis.
57. E vos agraciamos, com as
sombras das nuvens e vos enviamos o maná e as codornizes, dizendo-vos: Comei de
todas as coisas boas com que vos agraciamos! (Porém, o desagradeceram) e, com
isso, não Nos prejudicaram, mas prejudicaram a si mesmos.
58. E quando vos dissemos: Entrai
nessa cidade e comei com prodigalidade do que vos aprouver, mas entrai pela
porta, prostrando-vos, e dizei: Remissão! Então, perdoaremos as vossas faltas e
aumentaremos a recompensa dos benfeitores.
59. Os iníquos permutaram as
palavras por outras que não lhe haviam sido ditas, pelo que enviamos sobre eles
um castigo do céu, por sua depravação.
60. E de quando Moisés Nos
implorou água para o seu povo, e lhe dissemos: Golpeia a rocha com o teu
cajado! E de pronto brotaram dela doze mananciais, e cada grupo reconheceu o
seu. Assim, comei e bebei da graça de Deus, e não cismeis na terra, causando
corrupção.
61. E de quando dissestes: Ó
Moisés, jamais nos conformaremos com um só tipo de alimento! Roga ao teu Senhor
que nos proporcione tudo quanto a terra produz: suas hortaliças, seus pepinos,
seus alhos, suas lentilhas e suas cebolas! Perguntou-lhes: Quereis trocar o
melhor pelo pior? Pois bem: Voltai para o Egito, onde terei que implorais! E
foram condenados à humilhação e à indigência, e incorreram na abominação de
Deus; isso, porque negaram os versículos os versículos de Deus e assassinaram
injustamente os profetas. E também porque se rebelaram e foram agressores.
62. Os fiéis, os judeus, os
cristãos, e os sabeus, enfim todos os que crêem em Deus, no Dia do Juízo Final,
e praticam o bem, receberão a sua recompensa do seu Senhor e não serão presas
do temor, nem se atribuirão.
63. E de quando exigimos o vosso
compromisso e levantamos acima de vós o Monte, dizendo-vos: Apegai-vos com
firmeza ao que vos concedemos e observai-lhe o conteúdo, quiçá (Me) temais.
64. Apesar disso, recusaste-lo
depois e, se não fosse pela graça de Deus e pela Sua misericórdia para
convosco, contar-vos-íeis entre os desventurados.
65. Já sabeis o que ocorreu
àqueles, dentre vós, que profanaram o sábado; a esses dissemos: "Sede
símios desprezíveis!"
66. E disso fizemos um exemplo
para os seus contemporâneos e para os seus descendentes, e uma exortação para
os tementes a Deus.
67. E de quando Moisés disse ao
seu povo: Deus vos ordena sacrificar uma vaca. Disseram: Zombas, acaso, de nós?
Respondeu: Guarda-me Deus de contar-me entre os insipientes!
68. Disseram: Roga ao teu Senhor
para que nos indique como ela deve ser. Explicou-lhes: Ele afirma que há de ser
uma vaca que não seja nem velha, nem nova, de meia-idade. Fazei, pois, o que
vos é ordenado.
69. Disseram: Roga ao teu Senhor,
para que nos indique a cor dela. Tornou a explicar: Ele diz que tem de ser uma
vaca de cor jalne que agrade os observadores.
70. Disseram: Roga ao teu Senhor
para que nos indique como deve ser, uma vez que todo bovino nos parece igual e,
se a Deus aprouver, seremos guiados.
71. Disse-lhes: Ele diz que tem
de ser uma vaca mansa, não treinada para labor da terra ou para rega dos
campos; sem defeitos, sem manchas. Disseram: Agora falaste a verdade. E a
sacrificaram, ainda que pouco faltasse para que não o fizessem.
72. E de quando assassinastes um
ser e disputastes a respeito disso; mas Deus revelou tudo quanto ocultáveis.
73. Então ordenamos: Golpeai-o (o
morto), com um pedaço dela (rês sacrificada). Assim Deus ressuscita os mortos
vos manifesta os seu sinais, para que raciocineis.
74. Apesar disso os vossos
corações se endurecem; são como as rochas, ou ainda mais duros. De algumas
rochas brotam rios e outras se fendem e delas mana a água, e há ainda outras
que desmoronam, por temor a Deus. Mas Deus não está desatento a tudo quanto
fazeis.
75. Aspirais, acaso, a que os
judeus creiam em vós, sendo que alguns deles escutavam as palavras de Deus e,
depois de as terem compreendido, alteravam-nas conscientemente?
76. Quando se encontram com os
fiéis, declaram: Cremos! Porém, quando se reúnem entre si, dizem: Relatar-lhes-eis
o que Deus vos revelou para que, com isso, vos refutem perante o vosso Senhor?
Não raciocinais?
77. Ignoram, acaso, que Deus sabe
tanto o que ocultam, como o que manifestam?
78. Entre eles há iletrados que
não compreendem o Livro, a não ser segundo os seus desejos, e não fazem mais do
que conjecturar.
79. Ai daqueles que copiam o
Livro, (alterando-o) com as suas mãos, e então dizem: Isto emana de Deus, para
negociá-lo a vil preço. Ai deles, pelo que as suas mãos escreveram! E ai deles,
pelo que lucraram!
80. E asseveram: O fogo não vos
atormentará, senão por dias contados. Pergunta-lhes: Recebestes, acaso, de Deus
um compromisso? Pois sabei que Deus jamais quebra o Seu compromisso. Ou dizeis
de Deus o que ignorais?
81. Qual! Aqueles que lucram por
meio de um mal e estão envolvidos por suas faltas serão os condenados ao
inferno, no qual permanecerão eternamente.
82. Os fiéis, que praticam o bem,
serão os diletos do Paraíso, onde morarão eternamente.
83. E de quando exigimos o
compromisso dos israelitas, ordenando-lhes: Não adoreis senão a Deus; tratai
com benevolência vossos pais e parentes, os órfãos e os necessitados; falai ao
próximo com doçura; observai a oração e pagai o zakat. Porém, vós renegastes
desdenhosamente, salvo um pequeno número entre vós.
84. E de quando exigimos nosso
compromisso, ordenando-vos: Não derrameis o vosso sangue, nem vos expulseis
reciprocamente de vossas casas; logo o confirmastes e testemunhastes.
85. No entanto, vede o que
fazeis: estais vos matando; expulsais das vossas casas alguns de vós, contra
quem demonstrais injustiça e transgressão; e quando os fazeis prisioneiros,
pedis resgate por eles, apesar de saberdes que vos era proibido bani-los.
Credes, acaso, em uma parte do Livro e negais a outra? Aqueles que, dentre vós,
tal cometem, não receberão, em troca, senão aviltamento, na vida terrena e, no
Dia da Ressurreição, serão submetidos ao mais severo dos castigo. E Deus não
está desatento em relação a tudo quanto fazeis.
86. São aqueles que negociaram a
vida futura pela vida terrena; a esses não lhes será atenuado o castigo, nem
serão socorridos.
87. Concedemos o Livro a Moisés,
e depois dele enviamos muitos mensageiros, e concedemos a Jesus, filho de
Maria, as evidências, e o fortalecemos com o Espírito da Santidade. Cada vez
que vos era apresentado um mensageiro, contrário aos vossos interesses, vós vos
ensoberbecíeis! Desmentíeis uns e assassináveis outros.
88. Disseram: Nossos corações são
insensíveis! Qual! Deus os amaldiçoou por sua incredulidade. Quão pouco acreditam!
89. Quando, da parte de Deus,
lhes chegou um Livro (Alcorão), corroborante do seu - apesar de antes terem
implorado a vitória sobre os incrédulos - quando lhes chegou o que sabiam,
negaram-no. Que a maldição de Deus caia sobre os ímpios!
90. A que vil preço se venderam,
ao renegarem o que Deus tinha revelado! Fizeram-no injustamente, inconformados
de que Deus revelasse a Sua graça a quem Lhe aprouvesse, dentre os Seus servos.
Assim, atraíram sobre si abominação após abominação. Os incrédulos sofrerão um
castigo afrontoso.
91. Quando lhes é dito: Crede no
que Deus revelou! Dizem: Cremos no que nos foi revelado. E rejeitam o que está
além disso (Alcorão), embora seja a verdade corroborante da que já tinham.
Dize-lhes: Por que, então, assassinastes os profetas de Deus, se éreis fiéis?
92. Já Moisés vos havia
apresentado as evidências e, em sua ausência, adorastes o bezerro,
condenando-vos.
93. E quando aceitamos o vosso
compromisso e elevamos o Monte acima de vós, dizendo-vos: Recebei com firmeza
tudo quanto vos concedermos e escutai!, disseram: Já escutamos, porém nos
rebelamos! E, por sua incredulidade, imbuíram os seus corações com a adoração
do bezerro. Dize-lhes: Quão detestáveis é o que vossa crença vos inspira, se é
que sois fiéis!
94. Dize-lhes: "Se a última
morada, ao lado de Deus, é exclusivamente vossa em detrimento dos demais,
desejai então a morte, se estiverdes certos."
95. Porém, jamais a desejariam,
por causa do que cometeram as suas mãos; e Deu bem conhece os iníquos.
96. Tu os acharás mais ávidos de
viver do que ninguém, muito mais do que os idólatras, pois cada um deles
desejaria viver mil anos; porém, ainda que vivessem tanto, isso não os livraria
do castigo, porque Deus bem vê tudo quanto fazem.
97. Dize-lhes Quem for inimigo de
Gabriel, saiba que ele, com o beneplácito de Deus, impregnou-te (o Alcorão) no
coração, para corroborar o que foi revelado antes; é orientação e alvíssaras de
boas novas para os fiéis.
98. Quem for inimigo de Deus, de
Seus anjos, dos Seus mensageiros, de Gabriel e de Miguel, saiba que Deus é
adversário dos incrédulos.
99. Revelamos-te lúcidos
versículos e ninguém ousará negá-los, senão os depravados.
100. Será possível que, cada vez
que contraem um compromisso, haja entre eles um grupo que o quebre? Em verdade,
a maioria não crê.
101. E quando lhes foi
apresentado um Mensageiro (Mohammad) de Deus, que corroborou o que já possuíam,
alguns dos adeptos do Livro (os judeus) atiraram às costas o Livro de Deus,
como se não o conhecessem.
102. E seguiram o que os demônios
apregoavam, acerca do Reinado de Salomão. Porém, Salomão nunca foi incrédulo,
outrossim foram os demônios que incorreram na incredulidade. Ensinaram aos
homens a magia e o que foi revelado aos dois anjos, Harut e Marut, na
Babilônia. Ambos, a ninguém instruíram, se quem dissessem: Somos tão somente
uma prova; não vos torneis incrédulos! Porém, os homens aprendiam de ambos como
desunir o marido da sua esposa. Mas, com isso não podiam prejudicar ninguém, a
não ser com a anuência de Deus. Os homens aprendiam o que lhes era prejudicial
e não o que lhes era benéfico, sabendo que aquele que assim agisse, jamais
participaria da ventura da outra vida. A que vil preço se venderam! Se
soubessem...
103. Todavia, se tivessem
acreditado, e temido, teriam obtido a melhor recompensa de Deus. Se o
soubessem!...
104. Ó fiéis, não digais (ao
Profeta Mohammad): "Raina", outrossim dizei: "Arzurna" e
escutai. Sabei que os incrédulos sofrerão um doloroso castigo.
105. Aos incrédulos, dentre os
adeptos do Livro, e aos idólatras, agradaria que não vos fosse enviada nenhuma
mercê do vosso Senhor; mas Deus outorga a Sua Clemência exclusivamente a quem
Lhe apraz, porque é Agraciante por excelência.
106. Não ab-rogamos nenhum
versículo, nem fazemos com que seja esquecido (por ti), sem substituí-lo por
outro melhor ou semelhante. Ignoras, por acaso, que Deus é Onipotente?
107. Porventura, não sabes que a
Deus pertence o reino dos céus e da terra e que, além de Deus, (vós) não tereis
outro protetor, nem defensor?
108. Pretendeis interrogar o
vosso Mensageiro, como anteriormente foi interrogado Moisés? (Sabei que) aquele
que permuta a fé pela incredulidade desvia-se da verdadeira senda.
109. Muitos dos adeptos do Livro,
por inveja, desejariam fazer-vos voltar à incredulidade, depois de terdes
acreditado, apesar de lhes ter sido evidenciada a verdade. Tolerai e perdoai,
até que Deus faça cumprir os Seus desígnios, porque Deus é Onipotente.
110. Observai a oração, pagai o
zakat e sabei que todo o bem que apresentardes para vós mesmo, encontrareis em
Deus, porque Ele bem vê tudo quando fazeis.
111. Disseram: Ninguém entrará no
Paraíso, a não ser que seja judeu ou cristão. Tais são as suas idéias
fictícias. Dize-lhes: Mostrai vossa prova se estiverdes certos.
112. Qual! Aqueles que se
submeteram a Deus e são caritativos obterão recompensa, em seu Senhor, e não
serão presas do temor, nem se atribularão.
113. Os judeus dizem: Os cristãos
não têm em que se apoiar! E os cristãos dizem: O judeus não têm em que se
apoiar!, apesar de ambos lerem o Livro. Assim também os néscios dizem coisas
semelhantes. Porém, Deus julgará entre eles, quanto às suas divergências, no
Dia da Ressurreição.
114. Haverá alguém mais iníquo do
que aquele que impede que o nome de Deus seja celebrado em santuários e se
esforça por destruí-los? Estes não deveriam adentrá-los senão, temerosos; sobre
eles recairá, pois, o aviltamento deste mundo e, no outro, sofrerão um severo
castigo.
115. Tanto o levante como o
poente pertencem a Deus e, aonde quer que vos dirijais, notareis o Seus Rosto,
porque Deus é Munificente, Sapientíssimo.
116. Dizem (os cristãos): Deus
adotou um filho! Glorificado seja! Pois a Deus pertence tudo quanto existe nos
céus e na terra, e tudo está consagrado a Ele.
117. Ele é o Originador dos céus
e da terra e, quando decreta algo, basta-Lhe dizer: "Seja!" e ele é.
118. Os néscios dizem: "Por
que Deus não fala conosco, ou nos apresenta um sinal?" Assim falaram, com
as mesmas palavras, os seus antepassados, porque os seus corações se assemelham
aos deles. Temos elucidado os versículos para a gente persuadida.
119. Por certo (ó Mensageiro) que
te enviamos com a verdade, como alvissareiro e admoestador, e que não serás
responsabilizado pelos réprobos.
120. Nem os judeus, nem os
cristãos, jamais estão satisfeitos contigo, a menos que abraces os seus credos.
Dize-lhes: "Por certo que a orientação de Deus é a Orientação!" Se te
renderes aos seus desejos, depois de te Ter chegado o conhecimento, fica
sabendo que não terás, em Deus, Protetor, nem Defensor.
121. Aqueles a quem concedemos o
Livro recitam-no como ele deve ser recitado. São os que acreditam nele; porém,
aqueles que o negarem serão desventurados.
122. Ó israelitas, recordai-vos
das Minhas mercês com as quais vos agraciei, e de que vos preferi aos vossos
contemporâneos.
123. E temei o dia em que nenhuma
alma poderá advogar por outra alma, nem lhe será aceita compensação, nem lhe
será admitida intercessão alguma, nem ninguém será socorrido.
124. E quando o seu Senhor pôs à
prova Abraão, com certos mandamentos, que ele observou, disse-lhe:
"Designar-te-ei Imam dos homens." (Abraão) perguntou: E também o
serão os meus descendentes? Respondeu-lhe: Minha promessa não alcançará os
iníquos.
125. Lembrai-vos que
estabelecemos a Casa, para o congresso e local de segurança para a humanidade:
Adotai a Estância de Abraão por oratório. E estipulamos a Abraão e a Ismael,
dizendo-lhes: "Purificai Minha Casa, para os circundantes (da Caaba), os
retraídos, os que genuflectem e se prostram.
126. E quando Abraão implorou: Ó
senhor meu, faze com que esta cidade seja de paz, e agracia com frutos os seus
habitantes que crêem em Deus e no Dia do Juízo Final! Deus respondeu: Quanto
aos incrédulos dar-lhe-ei um desfrutar transitório e depois os condenarei ao
tormento infernal. Que funesto destino!
127. E quando Abraão e Ismael
levantaram os alicerces da Casa, exclamaram: Ó Senhor nosso, aceita-a de nós
pois Tu és Oniouvinte, Sapientíssimo.
128. Ó Senhor nosso, permite que
nos submetamos a Ti e que surja, da nossa descendência, uma nação submissa à
Tua vontade. Ensina-nos os nossos ritos e absolve-nos, pois Tu é o Remissório,
o Misericordiosíssimo.
129. Ó Senhor nosso, faze surgir,
dentre eles, um Mensageiro, que lhes transmita as Tuas leis e lhes ensine o
Livro, e a sabedoria, e os purifique, pois Tu és o Poderoso, o Prudentíssimo.
130. E quem rejeitaria o credo de
Abraão, a não ser o insensato? Já o escolhemos (Abraão), neste mundo e, no
outro, contrar-se-á entre os virtuosos.
131. E quando o seu Senhor lhe
disse: Submete-te a Mim!, respondeu: Eis que me submeto ao Senhor do Universo!
132. Abraão legou esta crença aos
seus filhos, e Jacó aos seus, dizendo-lhes: Ó filhos meus, Deus vos legou esta
religião; apegai-nos a ela, e não morrais sem serdes submissos (a Deus).
133. Estáveis, acaso, presentes,
quando a morte se apresentou a Jacó, que perguntou aos seus filhos: Que
adorareis após a minha morte? Responderam-lhe: Adoraremos a teu Deus e o de
teus pais: Abraão, Ismael e Isaac; o Deus Único, a Quem nos submetemos.
134. Aquela é uma nação que já
passou; colherá o que mereceu e vós colhereis o que merecerdes, e não sereis
responsabilizados pelo que fizeram.
135. Disseram: Sede judeus ou
cristãos, que estareis bem iluminados. Responde-lhes: Qual! Seguimos o credo de
Abraão, o monoteísta, que jamais se contou entre os idólatras.
136. Dizei: Cremos em Deus, no
que nos tem sido revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a
Jacó e às tribos; no que foi concedido a Moisés e a Jesus e no que foi dado aos
profetas por seu Senhor; não fazemos distinção alguma entre eles, e nos
submetemos a Ele.
137. Se crerem no que vós credes,
iluminar-se-ão; se se recusarem, estarão em cisma. Deus ser-vos-á suficiente
contra eles, e Ele é o Oniouvinte, o Sapientíssimo.
138. Eis aqui a religião de Deus!
Quem melhor que Deus para designar uma religião? Somente a Ele adoramos!
139. Pergunta-lhes: Discutireis
conosco sobre Deus. Apesar de ser o nosso e o vosso Senhor? Somos responsáveis
por nossas ações assim como vós por vossas, e somos sinceros para com Ele.
140. Podeis acaso, afirmar que
Abraão, Ismael, Isaac, Jacó e as tribos eram judeus ou cristãos? Dize: Acaso,
sois mais sábios do que Deus o é? Haverá alguém mais iníquo do que aquele que
oculta um testemunho recebido de Deus? Sabei que Deus não está desatento a quanto
fazeis.
141. Aquela é uma nação que já
passou; colherá o que mereceu vós colhereis o que merecerdes, e não sereis
responsabilizados pelo que fizeram.
142. Os néscios dentre os humanos
perguntarão: Que foi que os desviou de sua tradicional quibla? Dize-lhes: Só a
Deus pertencem o levante e o poente. Ele encaminhará à senda reta a quem Lhe
apraz.
143. E, deste modo, (ó
muçulmanos), contribuímo-vos em uma nação de centro, para que sejais,
testemunhas da humanidade, assim como o Mensageiro e será para vós. Nós não
estabelecemos a quibla que tu (ó Mohammad) seguis, senão para distinguir
aqueles que seguem o Mensageiro, daqueles que desertam, ainda que tal mudança
seja penosa, salvo para os que Deus orienta. E Deus jamais anularia vossa obra,
porque é Compassivo e Misericordiosíssimo para a humanidade.
144. Vimos-te (ó Mensageiro)
orientar o rosto para o céu; portanto, orientar-te-emos até a quibla que te
satisfaça. Orienta teu rosto (ao cumprir a oração) para a Sagrada Mesquita (de
Makka)! E vós (crentes), onde quer que vos encontreis, orientai vossos rosto
até ela. Aqueles que receberam o Livro, bem sabem que isto é a verdade de seu
Senhor; e Deus não está desatento a quanto fazem.
145. Ainda que apresentes
qualquer espécie de sinal ante aqueles que receberam o Livro, jamais adotarão
tua quibla nem tu adotarás a deles; nem tampouco eles seguirão a quibla de cada
um mutuamente. Se te rendesses aos seus desejos, apesar do conhecimento que
tens recebido, contar-te-ias entre os iníquos.
146. Aqueles a quem concedemos o
Livro, conhecem-no como conhecem a seus próprios filhos, se bem que alguns
deles ocultam a verdade, sabendo-a.
147. (Esta é a) Verdade emanada
de teu Senhor. Não sejas dos que dela duvidam!
148. Cada qual tem um objetivo
traçado por Ele. Empenhai-vos na prática das boas Ações, porquanto, onde quer
que vos acheis, Deus vos fará comparecer, a todos, perante Ele, porque Deus é
Onipotente.
149. Aonde quer que te dirijas (ó
Mohammad), orienta teu rosto para a Sagrada Mesquita, porque isto é a verdade
do teu Senhor e Deus não está desatento a quanto fazeis.
150. Aonde quer que te dirijas,
orienta teu rosto para a Sagrada Mesquita. Onde quer que estejais (ó
muçulmanos), voltai vossos rostos na direção dela, para que ninguém, salvo os
iníquos, tenha argumento com que refutar-vos. Não temais! Temei a Mim, a fim de
que Eu vos agracie com Minhas mercês, para que vos ilumineis.
151. Assim também escolhemos,
dentre vós, um Mensageiro de vossa raça para vos recitar Nossos versículos,
purificar-vos, ensinar-vos o Livro e a sabedoria, bem como tudo quanto
ignorais.
152. Recordai-vos de Mim, que Eu
Me recordarei de vós. Agradecei-Me e não Me sejais ingratos!
153. Ó fiéis, amparai-vos na
perseverança e na oração, porque Deus está com os perseverantes.
154. E não digais que estão
mortos aqueles que sucumbiram pela causa de Deus. Ao contrário, estão vivos,
porém vós não percebeis isso.
155. Certamente que vos poremos à
prova mediante o temor, a fome, a perda dos bens, das vidas e dos frutos. Mas
tu (ó Mensageiro), anuncia (a bem-aventurança) aos perseverantes -
156. Aqueles que, quando os
aflige uma desgraça, dizem: Somos de Deus e a Ele retornaremos -
157. Estes serão cobertos pelas
bênçãos e pela misericórdia de seu Senhor, e estes são os bem encaminhados.
158. As colinas de Assafa e
Almarwa fazem parte dos rituais de Deus e, quem peregrinar à Casa, ou cumprir a
`umra, não cometerá pecado algum em percorrer a distância entre elas. Quem
fizer espontaneamente além do que for obrigatório, saiba que Deus é
Retribuidor, Sapientíssimo.
159. Aqueles que ocultam as
evidências e a Orientação que revelamos, depois de as havermos elucidado aos
humanos, no Livro, serão malditos por Deus e pelos imprecadores,
160. Salvo os que se
arrependeram, emendaram-se e declararam (a verdade); a estes absolveremos
porque somos o Remissório, o Misericordiosíssimo.
161. Sobre os incrédulos, que
morrem na incredulidade, cairá a maldição de Deus, dos anjos e de toda
humanidade.
162. Que pesará sobre eles
eternamente. O castigo não lhes será atenuado, nem lhes será dado prazo algum.
163. Vosso Deus e Um só. Não há
mais divindade além d'Ele, o Clemente, o Misericordiosíssimo.
164. Na criação dos céus e da
terra; na alteração do dia e da noite; nos navios que singram o mar para o
benefício do homem; na água que Deus envia do céu, com a qual vivifica a terra,
depois de haver sido árida e onde disseminou toda a espécie animal; na mudança
dos ventos; nas nuvens submetidas entre o céus e a terra, (nisso tudo) há
sinais para os sensatos.
165. Entre os humanos há aqueles
que adotam, em vez de Deus, rivais (a Ele) aos quais professam igual amor que a
Ele; mas os fiéis só amam fervorosamente a Deus. Ah, se os iníquos pudessem ver
(a situação em que estarão) quando virem o castigo (que os espera!), concluirão
que o poder pertence a Deus e Ele é Severíssimo no castigo.
166. Então, os chefes negarão os
seus prosélitos, virão o tormento e romper-se-ão os vínculos que os uniam.
167. E os prosélitos dirão: Ah,
se pudéssemos voltar (à terra), repudiá-los-íamos como eles nos repudiaram!
Assim Deus lhes demostrará que suas ações são a causa de seus lamentos, e
jamais se salvarão do fogo infernal.
168. Ó humanos, desfrutai de todo
o lícito e do que a terra contém de salutar e não sigais os passos de Satanás,
porque é vosso inimigo declarado.
169. Ele só vos induz ao mal e à
obscenidade e a que digais de Deus o que ignorais.
170. Quando lhes é dito: Segui o
que Deus revelou! Dizem: Qual! Só seguimos as pegadas dos nossos pais!
Segui-las-iam ainda que seus pais fossem destituídos de compreensão e
orientação?
171. O exemplo de quem exorta os
incrédulos é semelhante ao daquele que chama as bestas, as quais não ouvem
senão gritos e vozerios. São surdos, mudos, cegos, porque são insensatos.
172. Ó fiéis, desfrutai de todo o
bem com que vos agraciamos e agradecei a Deus, se só a Ele adorais.
173. Ele só vos vedou a carniça,
o sangue, a carne de suíno e tudo o que for sacrificado sob invocação de outro
nome que não seja de Deus. Porém, quem, sem intenção nem abuso, for impelido a
isso, não será recriminado, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.
174. Aqueles que ocultam o que
Deus revelou no Livro, e o negociam a vil preço, não saciarão suas entranhas
senão com fogo infernal. Deus não lhes falará no Dia da Ressurreição nem dos
purificará, e sofrerão um doloroso castigo.
175. São aqueles que trocam a
Orientação pelo extravio, e o perdão pelo castigo. Que resistência haverão de
ter suportar o fogo infernal!
176. Isso, porque Deus revelou o
Livro com a verdade e aqueles que disputaram sobre ele incorreram em profundo
cisma.
177. A virtude não consiste só em
que orientais vossos rostos até ao levante ou ao poente. A verdadeira virtude é
a de quem crê em Deus, no Dia do Juízo Final, nos anjos, no Livro e nos
profetas; de quem distribuiu seus bens em caridade por amor a Deus, entre
parentes, órfãos, necessitados, viajantes, mendigos e em resgate de cativos
(escravos). Aqueles que observam a oração, pagam o zakat, cumprem os
compromissos contraídos, são pacientes na miséria e na adversidade, ou durante
os combates, esses são os verazes, e esses são os tementes (a Deus).
178. Ó fiéis, está-vos
preceituado o talião para o homicídio: livre por livre, escravo por escravo,
mulher por mulher. Mas, se o irmão do morto perdoar o assassino, devereis indenizá-lo
espontânea e voluntariamente. Isso é uma mitigação e misericórdia de vosso
Senhor. Mas quem vingar-se, depois disso, sofrerá um doloroso castigo.
179. Tendes, no talião, a
segurança da vida, ó sensatos, para que vos refreeis.
180. Está-vos prescrito que
quando a morte se apresentar a algum de vós, se deixar bens, que faça
testamento eqüitativo em favor de seus pais e parentes; este é um dever dos que
temem a Deus.
181. E aqueles que o alterarem,
depois de o haverem ouvido, estarão cometendo (grave) delito. Sabeis que Deus é
Onipotente, Sapientíssimo.
182. Mas quem, suspeitando
parcialmente ou injustiça da parte do testador, emendar o testamento para
reconciliar as partes, não será recriminado porque Deus é Indulgente,
Misericordiosíssimo.
183. Ó fiéis, está-vos prescrito
o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados, para que temais a Deus.
184. Jejuareis determinados dias;
porém, quem de vós não cumprir jejum, por achar-se enfermo ou em viagem,
jejuará, depois, o mesmo número de dias. Mas quem, só à custa de muito
sacrifício, consegue cumpri-lo, vier a quebrá-lo, redimir-se-á, alimentando um
necessitado; porém, quem se empenhar em fazer além do que for obrigatório, será
melhor. Mas, se jejuardes, será preferível para vós, se quereis sabê-lo.
185. O mês de Ramadan foi o mês
em que foi revelado o Alcorão, orientação para a humanidade e vidência de
orientação e Discernimento. Por conseguinte, quem de vós presenciar o novilúnio
deste mês deverá jejuar; porém, quem se achar enfermo ou em viagem jejuará,
depois, o mesmo número de dias. Deus vos deseja a comodidade e não a
dificuldade, mas cumpri o número (de dias), e glorificai a Deus por ter-vos
orientado, a fim de que (Lhe) agradeçais.
186. Quando Meus servos te
perguntarem de Mim, dize-lhes que estou próximo e ouvirei o rogo do suplicante
quando a Mim se dirigir. Que atendam o Meu apelo e que creiam em Mim, a fim de
que se encaminhem.
187. Está-vos permitido, nas
noites de jejum, acercar-vos de vossas mulheres, porque elas são vossas
vestimentas e vós o sois delas. Deus sabe o que vós fazíeis secretamente;
porém, absorveu-vos e vos indultou. Acercai-vos agora delas e desfrutai do que
Deus vos prescreveu. Comei e bebei até à alvorada, quando podereis distinguir o
fio branco do fio negro. Retornai, então ao, jejum, até ao anoitecer, e não vos
acerqueis delas enquanto estiverdes retraídos nas mesquitas. Tais são as normas
de Deus; não as transgridais de modo algum. Assim Deus ilucida os Seus
versículos aos humanos, a fim de que O temam.
188. Não consumais as vossas
propriedades em vaidades, nem as useis para subornar os juizes, a fim de vos
apropriardes ilegalmente, com conhecimento, de algo dos bens alheios.
189. Interrogar-te-ão sobre os
novilúnios. Dize-lhes: Servem para auxiliar o homem no cômputo do tempo e no
conhecimento da época da peregrinação. A virtude não consiste em que entreis
nas casas pela porta traseira; a verdadeira virtude é a de quem teme a Deus,
para que prospereis.
190. Combatei, pela causa de
Deus, aqueles que vos combatem; porém, não pratiqueis agressão, porque Deus não
estima os agressores.
191. Matai-os onde quer se os
encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram, porque a perseguição é mais
grave do que o homicídio. Não os combatais nas cercanias da Mesquita Sagrada, a
menos que vos ataquem. Mas, se ali vos combaterem, matai-os. Tal será o castigo
dos incrédulos.
192. Porém, se desistirem, sabei
que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.
193. E combatei-os até terminar a
perseguição e prevalecer a religião de Deus. Porém, se desistirem, não haverá
mais hostilidades, senão contra os iníquos.
194. Se vos atacarem um mês
sagrado, combatei-os no mesmo mês, e todas as profanações serão castigadas com
a pena de talião. A quem vos agredir, rechaçai-o, da mesma forma; porém, temei a
Deus e sabei que Ele está com os que O temem.
195. Fazei dispêndios pela causa
de Deus, sem permitir que as vossas mão contribuam para vossa destruição, e
praticai o bem, porque Deus aprecia os benfeitores.
196. E cumpri a peregrinação e a
Umra, a serviço de Deus. Porém, se fordes impedidos disso, dedicai uma oferenda
do que vos seja possível e não corteis os vossos cabelos até que a oferenda
tenha alcançado o lugar destinado ao seu sacrifício. Quem de vós se encontrar
enfermo, ou sofrer de alguma infecção na cabeça, e a raspar, redimir-se-á
mediante o jejum, a caridade ou a oferenda. Entretanto, em condição de paz,
aquele que realizar a Umra antes da peregrinação, deverá, terminada esta, fazer
uma oferenda daquilo que possa. E quem não estiver em condições de fazê-lo,
deverá jejuar três dias, durante a peregrinação, e sete, depois do seu
regresso, totalizando dez dias. Esta penitência é para aquele que não reside
próximo ao recinto da Mesquita Sagrada. Temei a Deus e sabei que é Severíssimo
no castigo.
197. A peregrinação realiza em
meses determinados. Quem a empreender, deverá abster-se das relações sexuais,
da perversidade e da polémica. Tudo o que fizerdes de bom Deus o saberá.
Equipai-vos de provisões, mas sabei que a melhor provisão é a devoção. Temei-Me,
pois, ó sensatos.
198. Não serei censurados se
procurardes a graça do vosso Senhor (durante a peregrinação). Quando descerdes
do monte Arafat, recordai-vos de Deus perante os Monumento Sagrado e
recordai-vos de como vos iluminou, ainda quando éreis, antes disso, dos
extraviados.
199. Descei, também, de onde
descem os demais, e implorai perdão de Deus, porque é Indulgente,
Misericordiosíssimo.
200. Quando celebrardes os vossos
ritos, recordai-vos de Deus como vos recordar dos vosso pais, ou com mais fervor.
Entre os humanos há aqueles que dizem: "Ó Senhor nosso, concede-nos o
nosso bem-estar terreno!" Porém,, não participarão da ventura da outra
vida.
201. Outros dizem: "Ó Senhor
nosso, concede-nos a graça deste mundo e do futuro, e preserva-nos do tormento
infernal!"
202. Estes, sim, lograrão a
porção que tiverem merecido, porque Deus é Destro em ajustar contas.
203. Recordai-vos de Deus em dias
contados. Mas, quem se apressar em (deixar o local) após dois dias, não será
recriminado; tampouco pecará aquele que se atrasar, se for temente a Deus.
Temei a Deus, pois, e sabei que sereis reunidos perante Ele.
204. Entre os homens há aquele
que, falando da vida terrena, te encanta, invocando Deus por Testemunha de tudo
quanto encerra o seu coração embora seja o mais encarniçado dos inimigos
(d'Ele).
205. E quando se retira, eis que
a sua intenção é percorrer a terra para causar a corrupção, devastar as
semeaduras e o gado, mesmo sabendo que a Deus desgosta a corrupção.
206. Quando lhe é dito que tema a
Deus, apossa-se dele a soberbia, induzindo-o ao pecado. Mas o inferno ser-lhe-á
suficiente castigo. Que funesta morada!
207. Entre os homens há também
aquele que se sacrifica para obter a complacência de Deus, porque Deus é
Compassivo para com os servos.
208. Ó fiéis, abraçai o Islam na
sua totalidade e não sigais os passos de Satanás, porque é vosso inimigo
declarado.
209. Porém se tropeçardes, depois
de vos terem chegado as evidências, sabei que Deus é Poderoso, Prudentíssimo.
210. Aguardam eles que lhes venha
o Próprio Deus, na sombra dos cirros, juntamente com os anjos e, assim, tudo
esteja terminado? Sabei que todo retornará a Deus.
211. Pergunta aos israelitas
quantos sinais evidentes lhes temos mostrado. Mas quem deturpa conscientemente
as mercês de Deus, depois de lhas terem chegado, saiba que Deus é Severíssimo
no castigo.
212. Foi abrilhantada a vida
terrena aos incrédulos e, por isso, zombam dos fiéis; porém, os tementes
prevalecerão sobre eles no Dia da Ressurreição, porque Deus agracia
imensuravelmente quem Lhe apraz.
213. No princípio os povos
constituíam uma só nação. Então, Deus enviou os profetas como alvissareiros e
admoestadores e enviou, por eles, o Livro, com a verdade, para dirimir as
divergências a seu respeito, depois de lhes terem chegado as evidências, por
egoística contumácia. Porém, Deus, com a Sua graça, orientou os fiéis para a
verdade quanto àquilo que é causa das suas divergências; Deus encaminha quem
Lhe apraz à senda reta.
214. Pretendeis, acaso, entrar no
Paraíso, sem antes terdes de passar pelo que passaram os vossos antecessores?
Açoitaram-nos a miséria e a adversidade, que os abalaram profundamente, até
que, mesmo o Mensageiro e os fiéis, que com ele estavam, disseram: Quando
chegará o socorro de Deus? Acaso o socorro de Deus não está próximo?
215. Perguntam-te que parte devem
gastar (em caridade). Dize-lhes: Toda a caridade que fizerdes, deve ser para os
pais, parentes, órfãos, necessitados e viajantes (desamparados). E sabei que
todo o bem que fizerdes, Deus dele tomará consciência.
216. Está-vos prescrita a luta
(pela causa de Deus), embora o repudieis. É possível que repudieis algo que
seja um bem para vós e, quiçá, gosteis de algo que vos seja prejudicial;
todavia, Deus sabe todo o bem que fizerdes, Deus dele tomará consciência.
217. Quando te perguntarem se é
lícito combater no mês sagrado, dize-lhes: A luta durante este mês é um grave
pecado; porém, desviar os fiéis da senda de Deus, negá-Lo, privar os demais da
Mesquita Sagrada e expulsar dela (Makka) os seus habitantes é mais grave ainda,
aos olhos de Deus, porque a perseguição é pior do que o homicídio. Os
incrédulos, enquanto puderem, não cessarão de vos combater, até vos fazerem
renunciar à vossa religião; porém, aqueles dentre vós que renegarem a sua fé e
morrerem incrédulos tornarão as suas obras sem efeito, neste mundo e no outro,
e serão condenados ao inferno, onde permanecerão eternamente.
218. Aqueles que creram, migraram
e combateram pela causa de Deus poderão esperar de Deus a misericórdia, porque
Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.
219. Interrogam-te a respeito da
bebida inebriante e do jogo de azar; dize-lhes: Em ambos há benefícios e
malefícios para o homem; porém, os seus malefícios são maiores do que os seus
benefícios. Perguntam-te o que devem gastar (em caridade). Dize-lhes: Gastai o
que sobrar das vossas necessidades. Assim Deus vos elucida os Seus versículos,
a fim de que mediteis,
220. Nesta vida e na outra.
Consultar-te-ão a respeito dos órfãos; dize-lhes: Fazer-lhes o bem é o melhor.
E se misturardes vossos assuntos com os deles, serão vossos irmãos; sabei que
Deus distingue o corrupto do benfeitor. Porém, se Deus quisesse, Ter-vos-ia
afligido, porque é Poderoso, Prudentíssimo.
221. Não desposareis as idólatras
até que elas se convertam, porque uma escrava fiel é preferível a uma idólatra,
ainda que esta vos apraza. Tampouco consintais no matrimônio das vossas filhas
com os idólatras, até que estes se tenham convertido, porque um escravo fiel é
preferível a um livre idólatra, ainda que este vos apraza. Eles arrastam-vos
para o fogo infernal; em troca, Deus, com Sua benevolência, convoca-vos ao
Paraíso e ao perdão e elucida os Seus versículos aos humanos, para que Dele
recordem.
222. Consultar-te-ão acerca da
menstruação; dize-lhes: É uma impureza. Abstende-vos, pois, das mulheres
durante a menstruação e não vos acerqueis delas até que se purifiquem; quando
estiverem purificadas, aproximai-vos então delas, como Deus vos tem disposto,
porque Ele estima os que arrependem e cuidam da purificação.
223. Vossas mulheres são vossas
semeaduras. Desfrutai, pois, da vossa semeadura, como vos apraz; porém,
praticai boas obras antecipadamente, temei a Deus e sabei que compareceis
perante Ele. E tu (ó Mensageiro), anuncia aos fiéis (a bem-aventurança).
224. Não tomeis (o nome de) Deus
como desculpa, em vosso juramento, para não serdes benevolentes, devotos e
reconciliardes os homens, porque Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo.
225. Deus não vos recriminará por
vossos juramentos involuntários; porém, responsabilizar-vos-á pelas intenções
dos vossos corações. Sabei que Deus é Tolerante, Indulgentíssimo.
226. Aqueles que juram abster-se
das suas mulheres deverão aguardar um prazo de quatro meses. Porém, se então
voltarem a elas, saibam que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.
227. Mas se revolverem
divorciar-se, saibam que Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo.
228. As divorciadas aguardarão
três menstruação e, se crêem em Deus e no Dia do Juízo Final, não deverão
ocultar o que Deus criou em suas entranhas. E seus esposos têm mais direito de
as readmitir, se desejarem a reconciliação, porque elas tem direitos
equivalentes aos seus deveres, embora os homens tenham um grau sobre elas,
porquanto Deus é Poderoso, Prudentíssimo.
229. O divórcio revogável só
poderá ser efetuado duas vezes. Depois, tereis de conservá-las convosco
dignamente ou separar-vos com benevolência. Está-vos vedado tirar-lhes algo de
tudo quanto lhes haveis dotado, a menos que ambos temam contrariar as leis de
Deus. Se temerdes (vós juizes) que ambos as contrariem, não serão recriminados,
se ela der algo pela vossa liberdade. Tais são os limites de Deus, não os
ultrapasseis, pois; aqueles que os ultrapassarem serão iníquos.
230. Porém, se ele se divorciar
irrevogavelmente dela, não lhe será permitido tomá-la de novo por esposa legal
até que se tenha casado com outro e também se tenha divorciado deste; não serão
censurados se se reconciliarem, desde que sintam que poderão observar as leis
de Deus. Tais são os limites de Deus, que Ele elucida para os sensatos.
231. Quando vos divorciardes das
mulheres, ao terem elas cumprido o seu período prefixado, tomai-as de volta
eqüitativamente, ou liberta-as eqüitativamente. Não as tomeis de volta com o
intuito de injuriá-las injustamente, porque quem tal fizer condenar-se-á. Não zombeis
dos versículos de Deus e recordai-vos das Suas mercês para convosco e de quanto
vos revelou no Livro, com sabedoria, mediante o qual vos exorta. Temei a Deus e
sabei que Deus é Onisciente.
232. Se vos divorciardes das
mulheres, ao terem elas cumprido o seu período prefixado, não as impeçais de
renovar a união com os seus antigos maridos, se ambos se reconciliarem
voluntariamente. Com isso se exorta a quem dentre vós crê em Deus e no Dia do
Juízo Final. Isso é mais puro e mais virtuoso para vós, porque Deus sabe e vós
ignorais.
233. As mães (divorciadas)
amamentarão os seus filhos durante dois anos inteiros, aos quais desejarem
completar a lactação, devendo o pai mantê-las e vesti-las eqüitativamente.
Ninguém é obrigado a fazer mais do que está ao seu alcance. Nenhuma mãe será
prejudicada por causa do seu filho, nem tampouco o pai, pelo seu. O herdeiro do
pai tem as mesmas obrigações; porém, se ambos, de comum acordo e consulta
mútua, desejarem a desmama antes do prazo estabelecido, são serão recriminados.
Se preferirdes tomar uma ama para os vossos filhos, não sereis recriminados,
sempre que pagueis, estritamente, o que tiverdes prometido. Temei a Deus e sabe
que Ele vê tudo quanto fazeis.
234. Quanto àqueles, dentre vós,
que falecerem e deixarem viúvas, estas deverão aguardar quatro meses e dez
dias. Ao cumprirem o período prefixado, não sereis responsáveis por tudo quanto
fizerem honestamente das suas pessoas, porque Deus está bem inteirado de tudo
quanto fazeis.
235. Tampouco sereis censurados
se fizerdes alusão a uma proposta de casamento e estas mulheres, ou pensardes
em fazê-lo. Deus bem sabe que vos importais com elas; porém, não vos declareis
a elas indecorosamente; fazei-o em termos honestos e não decidais sobre o
contrato matrimonial até que haja transcorrido o período prescrito; sabei que
Deus conhece tudo quanto ensejais. Temei-O, pois, e sabeis que Ele é Tolerante,
Indulgentíssimo.
236. Não sereis recriminados se
vos divorciardes das vossas mulheres antes de as haverdes tocado ou fixado o
dote; porém, concedei-lhes um presente; rico, segundo as suas posses, e o
pobre, segundo as suas, porque conceder esse presente é obrigação dos
benfeitores.
237. E se vos divorciardes delas
antes de as haverdes tocado, tendo fixado o dote, corresponder-lhes-á a metade
do que lhes tiverdes fixado, a menos que, ou elas abram mão (disso), ou faça
quem tiver o contrato matrimonial em seu poder. Sabei que o perdão está mais
próximo da virtude e não esqueçais da liberalidade entre vós, porque Deus bem
vê tudo quanto fazeis.
238. Observai as orações,
especialmente as intermediárias, e consagrai-vos fervorosamente a Deus.
239. Se estiverdes em perigo,
orai andando ou cavalgando; porém, quando estiverdes seguros, invocai Deus, tal
como Ele vos ensinou o que não sabíeis.
240. Quanto àqueles, dentre vós,
que faleceram e deixarem viúvas, a elas deixarão um legado para o seu sustento
durante um ano, sem que sejam forçadas a abandonar suas casas. Porém, se elas
voluntariamente as abandonarem, não sereis responsáveis pelo que fizerem,
moderadamente, de si mesmas, porque Deus é Poderoso, Prudentíssimo.
241. Proporcionar o necessário às
divorciadas (para sua manutenção)é um dever dos tementes.
242. Assim Deus vos elucida os
Seus versículos para que raciocineis.
243. Não reparastes naqueles que,
aos milhares, fugiram das suas casas por temor à morte? Deus lhes disse:
Morrei! Depois os ressuscitou, porque é Agraciante para com os humanos; contudo
a maioria não Lhe agradece.
244. Combatei pela causa de Deus
e sabei que Ele é Oniouvinte, Sapientíssimo.
245. Quem estaria disposto a
emprestar a Deus, espontaneamente, para que Ele se multiplique infinitamente?
Deus restringe ou prodigaliza a Sua graça, e a Ele retornareis.
246. Não reparastes (ó Mohammad)
nos líderes dos israelitas que, depois da morte de Moisés, disseram ao seu
profeta: Designa-nos um rei, para combatermos pela causa de Deus. E ele
perguntou: Seria possível que não combatêsseis quando vos fosse imposta a luta?
Disseram: E que escusa teríamos para não combater pela causa de Deus, já que
fomos expulsos dos nossos lares e afastados dos nossos filhos? Porém, quando
lhes foi ordenado o combate, quase todos o recusaram, menos uns poucos deles.
Deus bem conhece os iníquos.
247. Então, seu profeta lhes
disse: Deus vos designou Talut por rei. Disseram: Como poderá ele impor a sua
autoridade sobre nós, uma vez que temos mais direto do que ele à autoridade, e
já que ele nem sequer foi agraciado com bastantes riquezas? Disse-lhes: É certo
que Deus o elegeu sobre vós, concedendo-lhe superioridade física e moral. Deus
concede a Sua autoridade a que Lhe apraz, e é Magnificente, Sapientíssimo.
248. E o seu profeta voltou a
dizer: O sinal da sua autoridade consistirá em que vos chegará a Arca da
Aliança, conduzida por anjos, contendo a paz do vosso Senhor e algumas
relíquias, legadas pela família de Moisés e de Aarão. Nisso terei um sinal, se
sois fiéis.
249. Quando Saul partiu com o seu
exército, disse: É certo que Deus vos provará, por meio de um rio. Sabei que
quem nele se saciar não será dos meus; sê-lo-á quem não tomar de suas águas
mais do que couber na concavidade da sua mão. Quase todos se saciaram, menos
uns tantos. Quando ele e os fiéis atravessaram o rio, (alguns) disseram: Hoje
não podemos com Golias e com seu exército. Porém, aqueles que creram que
deveriam encontrar Deus disseram: Quantas vezes um pequeno grupo venceu outro
mais numeroso, pela vontade de Deus, porquanto Deus está com os perseverantes!
250. E quanto se defrontaram com
Golias e com o seu exército, disseram: Ó Senhor nosso, infunde-nos constância,
firma os nossos passos e concede-nos a vitória sobre o povo incrédulo!
251. E com a vontade de Deus os
derrotaram; Davi matou Golias e Deus lhe outorgou o poder e a sabedoria e lhe
ensinou tudo quanto Lhe aprouve. Se Deus não contivesse aos seres humanos, uns,
em relação aos outros, a terra se corromperia; porém, Ele é Agraciante para com
a (Está incompleto no Alcorão)
252. Tais são os versículos de
Deus que realmente te ditamos, porque és um dos mensageiros.
253. De tais mensageiros
preferimos uns aos outros. Entre eles, se encontram aqueles a quem Deus falou,
e aqueles que elevou em dignidade. E concedemos a Jesus, filho de Maria, as
evidências, e o fortalecemos com o Espírito da Santidade. Se Deus quisesse,
aqueles que os sucederam não teriam combatido entre si, depois de lhes terem
chegado as evidências. Mas discordaram entre si; uns acreditaram e outros
negaram. Se Deus quisesse, não teriam digladiado; porém, Deus dispõe como quer.
254. Ó fiéis, fazei caridade com
aquilo com que vos agraciamos, antes que chegue o dia em que não haverá
barganha, amizade, nem intercessão. Sabei que os incrédulos são iníquos.
255. Deus! Não há mais divindade
além d'Ele, Vivente, Subsistente, a Quem jamais alcança a inatividade ou o
sono; d'Ele é tudo quanto existe nos céus e na terra. Quem poderá interceder
junto a Ele, sem a Sua anuência? Ele conhece tanto o passado como o futuro, e
eles (humanos) nada conhecem a Sua ciência, senão o que Ele permite. O Seu
Trono abrange os céus e a terra, cuja preservação não O abate, porque é o
Ingente, o Altíssimo.
256. Não há imposição quanto à
religião, porque já se destacou a verdade do erro. Quem renegar o sedutor e
crer em Deus, Ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo, porque
Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo.
257. Deus é o Protetor dos fiéis;
é Quem os retira das trevas e os transportam para a luz; ao contrário, os
incrédulos, cujos protetores são os sedutores, para que os arrastam da luz,
levando-os para as trevas, serão condenados ao inferno onde permanecerão
eternamente.
258. Não reparaste naquele que
disputava com Abraão acerca de seu Senhor, por lhe haver Deus concedido o
poder? Quando Abraão lhe disse: Meu Senhor é Quem dá a vida e a morte!
retrucou: Eu também dou a vida e a morte. Abraão disse: Deus faz sair o sol do
Oriente, faze-o tu sair do Ocidente. Então o incrédulo ficou confundido, porque
Deus não ilumina os iníquos.
259. Tampouco reparastes naquele
que passou por uma cidade em ruínas e conjecturou: Como poderá Deus ressuscitá-la
depois de sua morte? Deus o manteve morto durante cem anos; depois o
ressuscitou e lhe perguntou: Quanto tempo permaneceste assim? Respondeu:
Permaneci um dia ou parte dele. Disse-lhe: Qual! Permaneceste cem anos. Observa
a tua comida e a tua bebida; constata que ainda não se deterioraram. Agora
observa teu asno (não resta dele mais do que a ossada); isto é para fazer de ti
um exemplo para os humanos. Observa como dispomos os seus ossos e em seguida os
revestimos de carne. Diante da evidência, exclamou: Reconheço que Deus é
Onipotente!
260. E de quando Abraão implorou:
Ó Senhor meu, mostra-me como ressuscitas os mortos; disse-lhe Deus: Acaso,
ainda não crês? Afirmou: Sim, porém, faze-o, para a tranqüilidade do meu
coração. Disse-lhe: Toma quatro pássaros, treina-os para que voltem a ti, e
coloca uma parte deles sobre cada montanha; chama-os, em seguida, que virão,
velozmente, até ti; e sabe que Deus é Poderoso, Prudentíssimo.
261. O exemplo daqueles que
gastam os seus bens pela causa de Deus é como o de um grão que produz sete
espigas, contendo cada espiga cem grãos. Deus multiplica mais ainda a quem Lhe
apraz, porque é Munificente, Sapientíssimo.
262. Aqueles que gastam os bens
pela causa de Deus, sem acompanhar a sua caridade com exprobação ou agravos, terão
a sua recompensa ao lado do Senhor e não serão presas do temor, nem se
atribularão.
263. Uma palavra cordial e uma
indulgência são preferíveis à caridade seguida de agravos, porque Deus é, por
Si, Tolerante, Opulentíssimo.
264. Ó fiéis, não desmereçais as
vossas caridades com exprobação ou agravos como aquele que gasta os seus bens,
por ostentação, diante das pessoas que não crê em Deus, nem no Dia do Juízo
Final. O seu exemplo é semelhante ao de uma rocha coberta por terra que, ao ser
atingida por um aguaceiro, fica a descoberto. Em nada se beneficiará, de tudo
quanto fizer, porque Deus não ilumina os incrédulos.
265. Por outra, o exemplo de quem
gasta os seus bens espontaneamente, aspirando à complacência de Deus para
fortalecer a sua alma, é como um pomar em uma colina que, ao cair a chuva, tem
os seus frutos duplicados; quando a chuva não o atinge, basta-lhe o orvalho. E
Deus bem vê tudo quanto fazeis.
266. Desejaria algum de vós,
possuindo um pomar cheio de tamareiras e videiras, abaixo das quais corressem
os rios, em que houvesse toda espécie de frutos, e surpreendesse a velhice com
filhos de tenra idade, que o açoitasse e consumisse um furacão ignífero? Assim
Deus elucida os versículos, a fim de que mediteis.
267. Ó fiéis, contribuí com o que
de melhor tiverdes adquirido, assim como com o que vos temos feito brotar da
terra, e não escolhais o pior para fazerdes caridade, sendo que vós não
aceitaríeis para vós mesmos, a não ser com os olhos fechados. Sabei que Deus é,
por Si, Opulento, Laudabilíssimo.
268. Satanás vos atemoriza com a
miséria e vos induz à obscenidade; por outro lado, Deus vos promete a Sua
indulgência e a Sua graça, porque é Munificente, Sapientíssimo.
269. Ele concede sabedoria a quem
Lhe apraz, e todo aquele que for agraciado com ela, sem dúvida terá logrado um
imenso bem; porém, salvo os sensatos, ninguém o compreende.
270. De cada caridade que
dispensais e de cada promessa que fazeis, Deus o sabe; sabei que os iníquos
jamais terão protetores.
271. Se fizerdes caridade
abertamente, quão louvável será! Porém, se a fizerdes, dando aos pobres
dissimuladamente, será preferível para vós, e isso vos absolverá de alguns dos
vossos pecados, porque Deus está inteirado de tudo quanto fazeis.
272. A ti (ó Mensageiro) não cabe
guiá-los; porém, Deus guia a quem Lhe apraz. Toda a caridade que fizerdes será
em vosso próprio benefício, e não pratiqueis boas ações senão com a aspiração
de agradardes a Deus. Sabei que toda caridade que fizerdes vos será
recompensada com vantagem, e não sereis injustiçados.
273. (Concedei-a) aos que
empobrecerem empenhados na causa de Deus, que não podem se dar a negócios na
terra, e que o ignorante não os crê necessitados, porque são reservados. Tu os
reconhecerás por seus aspectos, porque não mendigam impertinentemente. De toda
a caridade que fizerdes Deus saberá.
274. Aqueles que gastam dos seus
bens, tanto de dia como à noite, quer secreta, quer abertamente, obterão a sua
recompensa no Senhor e não serão presas do temor, nem se atribularão.
275. Os que praticam a usura só
serão ressuscitados como aquele que foi perturbado por Satanás; isso, porque
disseram que a usura é o mesmo que o comércio; no entanto, Deus consente o
comércio e veda a usura. Mas, quem tiver recebido uma exortação do seu Senhor e
se abstiver, será absolvido pelo passado, e seu julgamento só caberá a Deus.
Por outro lado, aqueles que reincidirem, serão condenados ao inferno, onde
permanecerão eternamente.
276. Deus abomina a usura e
multiplica a recompensa aos caritativos; Ele não aprecia nenhum incrédulo,
pecador.
277. Os fiéis que praticarem o
bem, observarem a oração e pagarem o zakat, terão a sua recompensa no Senhor e
não serão presas do temor, nem se atribularão.
278. Ó fiéis, temei a Deus e
abandonai o que ainda vos resta da usura, se sois crentes!
279. Mas, se tal acatardes,
esperai a hostilidade de Deus e do Seu Mensageiro; porém, se vos arrependerdes,
reavereis apenas o vosso capital. Não defraudeis e não sereis defraudados.
280. Se vosso devedor se achar em
situação precária, concedei-lhe uma moratória; mas, se o perdoardes, será
preferível para vós, se quereis saber.
281. E temei o dia em que
retornareis a Deus, e em que cada alma receberá o seu merecido, sem ser
defraudada.
282. Ó fiéis, quando contrairdes
uma dívida por tempo fixo, documentai-a; e que um escriba, na vossa presença,
ponha-a fielmente por escrito; que nenhum escriba se negue a escrever, como
Deus lhe ensinou. Que o devedor dite, e que tema a Deus, seu Senhor, e nada
omita dele (o contrato). Porém, se o devedor for insensato, ou inapto, ou
estiver incapacitado a ditar, que seu procurador dite fielmente, por ele.
Chamai duas testemunhas masculinas de vossa preferência, a fim de que, se uma
delas se esquecer, a outra recordará. Que as testemunhas não se neguem, quando
forem requisitadas. Não desdenheis documentar a dívida, seja pequena ou grande,
até ao seu vencimento. Este proceder é o mais eqüitativo aos olhos de Deus, o
mais válido para o testemunho e o mais adequado para evitar dúvidas.
Tratando-se de comércio determinado, feito de mão em mão, não incorrereis em
falta se não o documentardes. Apelai para testemunhas quando mercadejardes, e
que o escriba e as testemunhas não seja coagidos; se os coagirdes, cometereis
delito. Temei a Deus e Ele vos instruirá, porque é Onisciente.
283. Se estiverdes em viagem e
não encontrardes um escriba, deixareis um penhor resgatável; quando vos
confiardes reciprocamente, saiba, quem tiver recebido o depósito, que deverá
restituí-lo, temendo a Deus, seu Senhor. Não vos negueis a prestar testemunho;
saiba, pois, quem o negar, que seu coração é nocivo. Deus sabe o que fazeis.
284. A Deus pertence tudo quanto
há nos céus e na terra. Tanto o que manifestais, como o que ocultais, Deus
vo-lo julgará. Ele perdoará a quem desejar e castigará a quem Lhe aprouver,
porque é Onipotente.
285. O Mensageiro crê no que foi
revelado por seu Senhor e todos os fiéis crêem em Deus, em Seus anjos, em Seus
Livros e em Seus mensageiros. Nós não fazemos distinção entre os Seus
mensageiros. Disseram: Escutamos e obedecemos. Só anelamos a Tua indulgência, ó
Senhor nosso! A Ti será o retorno!
286. Deus não impõe a nenhuma
alma uma carga superior às suas forças. Beneficiar-se-á com o bem quem o tiver
feito e sofrerá mal quem o tiver cometido. Ó Senhor nosso, não nos condenes, se
nos esquecermos ou nos equivocarmos! Ó Senhor nosso, não nos imponhas carga,
como a que impuseste a nossos antepassados! Ó Senhor nosso, não nos
sobrecarregues com o que não podemos suportar! Tolera-nos! Perdoa-nos! Tem
misericórdia de nós! Tu és nosso Protetor! Concede-nos a vitória sobre os
incrédulos!
[AAL 'IMRAN]"AAL
`IMRAN" (A FAMÍLIA DE IMRAN)
Revelada em Madina; 200
versículos.
3ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Alef, Lam, Mim.
2. Deus! Não há mais divindade
além d'Ele, o Vivente, o Subsistente.
3. Ele te revelou (ó Mohammad) o
Livro (paulatinamente) com a verdade corroborante dos anteriores, assim como
havia revelado a Tora e Evangelho,
4. Anteriormente, para servir de
orientação aos humanos, e relevou ainda o Discernimento. Aqueles que negarem os
versículos de Deus, sofrerão um severo castigo, e Deus é Punidor,
Poderosíssimo.
5. De Deus nada se oculta, tanto
na terra como nos céus.
6. Ele é Quem vos configura nas
entranhas, como Lhe apraz. Não há mais divindades além d'Ele, o Poderoso, o
Prudentíssimo.
7. Ele foi Quem te revelou o
Livro; nele há versículos fundamentais, que são a base do Livro, havendo outros
alegóricos. Aqueles cujos abrigam a dúvida, seguem os alegóricos, a fim de
causarem dissensões, interpretando-os capciosamnte. Porém, ninguém, senão Deus,
conhece a sua verdadeira interpretação. Os sábios dizem: Cremos nele (o
Alcorão); tudo emana do nosso Senhor. Mas ninguém o admite, salvo os sensatos.
8. (Que dizem:) Ó Senhor nosso,
não desvies os nossos corações, depois de nos teres iluminados, e agracia-nos
com a Tua Misericórdia, porque Tu és o Munificiente por excelência.
9. Ó Senhor nosso, Tu consagrarás
os humanos para um dia indubitável. E Deus não faltará com a promessa.
10. Quanto aos incrédulos, nem as
suas riquezas, nem os seus filhos, de nada lhes servirão ante Deus, e serão
combustível do inferno.
11. Terão a mesma sorte do povo
do Faraó e dos seus antecessores, que desmentiram os Nossos versículos; porém,
Deus os castigou por seus pecados, porque Deus é Severíssimo na punição.
12. Dize (ó Profeta) aos
incrédulos: Sereis vencidos e congregados para o inferno. Que funesto leito!
13. Tivestes um exemplo nos dois
grupos que se enfrentaram: um combatia pela causa de Deus e outro, incrédulo,
via com os seus próprios olhos o (grupo) fiel, duas vezes mais numeroso do que
na realidade o era; Deus reforça, com Seu socorro, quem Lhe apraz. Nisso há uma
lição para os que têm olhos para ver.
14. Aos homens foi abrilhantado o
amor à concupiscência relacionada às mulheres, aos filhos, ao entesouramento do
ouro e da prata, aos cavalos de raça, ao gado e às sementeiras. Tal é o gozo da
vida terrena; porém, a bem-aventurança está ao lado de Deus.
15. Dize (ó Profeta): Poderia
anunciar-vos algo melhor do que isto? Para os que temem a Deus haverá, ao lado
do seu Senhor, jardins, abaixo dos quais correm rios, onde morarão eternamente,
junto a companheiros puros, e obterão a complacência de Deus, porque Deus é
observador dos Seus servos,
16. Que dizem: ó Senhor nosso,
cremos! Perdoa os nossos pecados e preserva-nos do tormento infernal.
17. São perseverantes, verazes,
consagrados (a Deus), caritativos, e nas horas de vigília imploram o perdão a
Deus.
18. Deus dá testemunho de que não
há mais divindade além d'Ele; os anjos e os sábios O confirmam Justiceiro; não
há mais divindades além d'Ele, o Poderoso, o Prudentíssimo.
19. Para Deus a religião é o
Islam. E os adeptos do Livro só discordaram por inveja, depois que a verdade
lhes foi revelada. Porém, quem nega os versículos de Deus, saiba que Deus é
Destro em ajustar contas.
20. E se eles discutirem contigo
(ó Mohammad), dize-lhes: Submeto-me a Deus, assim como aqueles que me seguem!
Pergunta aos adeptos do Livro e aos iletrados: Tornai-vos-ei muçulmanos? Se se
tornarem encaminhar-se-ão; se negarem, sabe que a ti só compete a proclamação
da Mensagem. E Deus é observador dos Seus servos.
21. Alerta aqueles que negam os
versículos de Deus, assassinam iniquamente os profetas e matam os justiceiros,
dentre os homens, de que terão um doloroso castigo.
22. São aqueles cujas obras
tornar-se-ão sem efeito, neste mundo e no outro, e não terão socorredores.
23. Não reparaste nos que foram
agraciados com uma parte do Livro, e mesmo quando foram convocados para o Livro
de Deus, para servir-lhes de juiz, alguns deles o negaram desdenhosamente?
24. E ainda disseram: O fogo
infernal não nos atingirá, senão por alguns dias. Suas próprias invenções os
enganaram, em sua religião.
25. Que será deles, quando os
congregarmos, no Dia Indubitável, em que cada alma será recompensada segundo o
seu mérito, e não será defraudada?
26. Dize: Ó Deus, Soberano do
poder! Tu concedes a soberania a quem Te apraz e a retiras de quem desejas;
exaltas quem queres e humilhas a Teu belprazer. Em Tuas mãos está todo o Bem, porque
só Tu és Onipotente.
27. Tu inseres a noite no dia e
inseres o dia na noite; extrais o vivo do morto e o morto do vivo, e agracias
imensuravelmente a quem Te apraz.
28. Que os fiéis não tomem por
confidentes os incrédulos, em detrimento de outros fiéis. Aqueles que assim
procedem, de maneira alguma terão o auxílio de Deus, salvo se for para vos
precaverdes e vos resguardardes. Deus vos exorta a d'Ele vos lembrardes, porque
para Ele será o retorno.
29. Dize: Quer oculteis o que
encerram os vossos corações, quer o manifesteis, Deus bem o sabe, como também
conhece tudo quanto existe nos céus e na terra, porque é Onipotente.
30. No dia em que cada alma se
confrontar com todo o bem que tiver feito e com todo o mal que tiver cometido,
ansiará para que haja uma grande distância entre ela e ele (o mal). Deus vos
exorta a d'Ele vos lembrardes, porque Deus é Compassivo para com os Seus
servos.
31. Dize: Se verdadeiramente
amais a Deus, segui-me; Deus vos amará e perdoará as vossas faltas, porque Deus
é Indulgente, Misericordiosíssimo.
32. Dize: Obedecei a Deus e ao
Mensageiro! Mas, se se recusarem, saibam que Deus não aprecia os incrédulos.
33. Sem dúvida que Deus preferiu
Adão, Noé, a família de Abraão e a de Imran, aos seus contemporâneos,
34. Famílias descendentes umas
das outras, porque Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo.
35. Recorda-te de quando a mulher
de Imran disse: Ó Senhor meu, é certo que consagrei a ti, integralmente, o
fruto do meu ventre; aceita-o, porque és o Oniouvinte, o Sapientíssimo.
36. E quando concebeu, disse: Ó
Senhor meu, concebi uma menina. Mas Deus bem sabia o que eu tinha concebido, e
um macho não é o mesmo que uma fêmea. Eis que a chamo Maria; ponho-a, bem como
à sua descendência, sob a Tua proteção, contra o maldito Satanás.
37. Seu Senhor a aceitou
benevolentemente e a educou esmeradamente, confiando-a a Zacarias. Cada vem que
Zacarias a visitava, no oratório, encontrava-a provida de alimentos, e lhe
perguntava: Ó Maria, de onde te vem isso? Ela respondia: De Deus!, porque Deus
agracia imensuravelmente quem Lhe apraz.
38. Então, Zacarias rogou ao seu
Senhor, dizendo: Ó Senhor meu, concede-me uma ditosa descendência, porque és
Exorável, por excelência.
39. Os anjos o chamaram, enquanto
rezava no oratório, dizendo-lhe: Deus te anuncia o nascimento de João, que
corroborará o Verbo de Deus, será nobre, casto e um dos profetas virtuosos.
40. Disse: Ó Senhor meu, como
poderei ter um filho, se a velhice me alcançou a minha mulher é estéril?
Disse-lhe (o anjo): Assim será. Deus faz o que Lhe apraz.
41. Disse: Ó Senhor meu, dá-me um
sinal. Asseverou-lhe (o anjo): Teu sinal consistirá em que não fales com
ninguém durante três dias, a não ser por sinais.
Recorda-te muito do teu Senhor e
glorifica-O à noite e durante as horas da manhã.
42. Recorda-te de quando os anjos
disseram: Ó Maria, é certo que Deus te elegeu e te purificou, e te preferiu a
todas as mulheres da humanidade!
43. Ó Maria, consagra-te ao
Senhor! Prostra-te e genuflecte, com os genuflexos!
44. Estes são alguns relatos do
incognoscível, que te revelamos (ó Mensageiro). Tu não estavas presente com
eles (os judeus) quando, com setas, tiravam a sorte para decidir quem se
encarregaria de Maria; tampouco estavam presentes quando rivalizavam entre si.
45. E quando os anjos disseram: Ó
Maria, por certo que Deus te anuncia o Seu Verbo, cujo nome será o Messias,
Jesus, filho de Maria, nobre neste mundo e no outro, e que se contará entre os
diletos de Deus.
46. Falará aos homens, ainda no
berço, bem como na maturidade, e se contará entre os virtuosos.
47. Perguntou: Ó Senhor meu, como
poderei ter um filho, se mortal algum jamais me tocou? Disse-lhe o anjo: Assim
será. Deus cria o que deseja, posto que quando decreta algo, diz: Seja! e é.
48. Ele lhe ensinará o Livro, a
sabedoria, a Tora e o Evangelho.
49. E ele será um Mensageiro para
os israelitas, (e lhes dirá): Apresento-vos um sinal d vosso Senhor: plasmarei
de barro a figura de um pássaro, à qual darei vida, e a figura será um pássaro,
com beneplácito de Deus, curarei o cego de nascença e o leproso; ressuscitarei
os mortos, com a anuência de Deus, e vos revelarei o que consumis o que
entesourais em vossas casas. Nisso há um sinal para vós, se sois fiéis.
50. (Eu vim) para confirmar-vos a
Tora, que vos chegou antes de mim, e para liberar-vos algo que vos está vedado.
Eu vim com um sinal do vosso Senhor. Temei a Deus, pois, e obedecei-me.
51. Sabei que Deus é meu Senhor e
vosso. Adorai-O, pois. Essa é a senda reta.
52. E quando Jesus lhes sentiu a
incredulidade, disse: Quem serão os meus colaboradores na causa de Deus? Os
discípulos disseram: Nós seremos os colaboradores, porque cremos em Deus; e
testemunhamos que somos muçulmanos.
53. Ó Senhor nosso, cremos no que
tens revelado e seguimos o Mensageiro; inscreve-nos, pois, entre os
testemunhadores.
54. Porém, (os judeus)
conspiraram (contra Jesus); e Deus, por Sua parte, planejou, porque é o melhor
dos planejadores.
55. E quando Deus disse: Ó Jesus,
por certo que porei termo à tua estada na terra; ascender-te-ei até Mim e
salvar-te-ei dos incrédulos, fazendo prevalecer sobre eles os teus prosélitos,
até ao Dia da Ressurreição. Então, a Mim será o vosso retorno e julgarei as
questões pelas quais divergis.
56. Quanto aos incrédulos,
castigá-los-ei severamente, neste mundo e no outro, e jamais terão protetores.
57. Em troca, aos fiéis, que
praticam o bem, Deus os recompensará; sabei que Deus não aprecia os iníquos.
58. Estes são os versículos que
te ditamos, acompanhados de prudente Mensagem.
59. O exemplo de Jesus, ante
Deus, é idêntico ao de Adão, que Ele criou do pó, então lhe disse: Seja! e foi.
60. Esta é a verdade emanada do
teu Senhor. Não sejas, pois, dos que (dela) duvidam.
61. Porém, àqueles que discutem
contigo a respeito dele, depois de te haver chegado o conhecimento, dize-lhes:
Vinde! Convoquemos os nossos filhos e os vossos, e as nossas mulheres e as
vossas, e nós mesmos; então, deprecaremos para que a maldição de Deus caia
sobre os mentirosos.
62. Esta é a puríssima verdade:
não há mais divindade além de Deus e Deus é o Poderoso, o Prudentíssimo.
63. Porém, se desdenharem, saibam
que Deus bem conhece os corruptores.
64. Dize-lhes: Ó adeptos do
Livro, vinde, para chegarmos a um termo comum, entre nós e vós:
Comprometamo-nos, formalmente, a não adorar senão a Deus, a não Lhe atribuir
parceiros e a não nos tomarmos uns aos outros por senhores, em vez de Deus.
Porém, caso se recusem, dize-lhes: Testemunhais que somos muçulmanos.
65. Ó adeptos do Livro, por que
discutis acerca de Abraão, se a Tora e o Evangelho não foram revelados senão
depois dele? Não raciocinais?
66. Vá lá que discutais sobre o
que conheceis. Por que discutis, então, sobre coisas das quais não tendes
conhecimento algum? Deus sabe e vós ignorais.
67. Abraão jamais foi judeu ou
cristão; foi, outrossim, monoteísta, muçulmano, e nunca se contou entre os
idólatras.
68. Os mais chegados a Abraão
foram aqueles que o seguiram, assim como (o são) este Profeta e os que creram;
e Deus é Protetor dos fiéis.
69. Uma parte dos adeptos do
Livro tentou desviar-vos; porém, sem o perceber, não fez mais do que desviar a
si mesma.
70. Ó adeptos do Livro, por que
negais os versículos de Deus, conhecendo-os?
71. Ó adeptos do Livro, por que
disfarçais a verdade com a falsidade, e ocultais a verdade com pleno
conhecimento?
72. E há uma parte dos adeptos do
Livro que diz: Crede, ao amanhecer, no que foi relevado aos fiéis, e negai-o ao
anoitecer! Talvez assim renunciem à sua religião.
73. E não confieis senão naqueles
que professam a vossa religião. Dize-lhes (ó Profeta): A verdadeira orientação
é a de Deus. (Temeis, acaso), que alguém seja agraciado com o mesmo com que
fostes agraciados, ou com que vos refutem perante o vosso Senhor? Dize-lhes
(ainda): A graça está na Mão de Deus, que a concede a Seu critério, porque Deus
é Munificente, Sapientíssimo.
74. Ele agracia, com a Sua
misericórdia, exclusivamente a quem Lhe apraz, porque Deus é Agraciante por
excelência.
75. Entre os adeptos do Livro há
alguns a quem podes confiar um quintal de ouro, que te devolverão intacto;
também há os que, se lhes confiares um só dinar, não te restituirão, a menos
que a isso os obrigues. Isto, porque dizem: Nada devemos aos iletrados. E
forjam mentiras acerca de Deus, conscientemente.
76. Qual! No entanto, quem cumpre
o seu pacto e teme, saiba que Deus aprecia os tementes.
77. Aqueles que negociam o pacto
com Deus, e sua palavra empenhada, a vil preço, não participarão da
bem-aventurança da vida futura; Deus não lhes falará, nem olhará para eles, no
Dia da Ressurreição, nem tampouco os purificará, e sofrerão um doloroso
castigo.
78. E também há aqueles que, com
suas línguas, deturpam os versículos do Livro, para que peneis que ao Livro
pertencem, quando isso não é verdade. E dizem: Estes (versículos) emanam de
Deus, quando não emanam de Deus. Dizem mentiras a respeito de Deus, conscientemente.
79. É inadmissível que um homem a
quem Deus concedeu o Livro, a sabedoria e a profecia, diga aos humanos: Sede
meus servos, em vez de o serdes de Deus! Outrossim, o que diz, é: Sede servos
do Senhor, uma vez que sois aqueles que estudam e ensinam o Livro.
80. Tampouco é admissível que ele
vos ordene tomar os anjos e os profetas por senhores. Poderia ele induzir-vos à
incredulidade, depois de vos terdes tornado muçulmanos?
81. Quando Deus aceitou a
promessa dos profetas, disse-lhes: Eis o Livro e a sabedoria que ora vos
entrego. Depois vos chegou um Mensageiro que corroborou o que já tendes. Crede
nele e socorrei-o. Então, perguntou-lhes: Comprometer-vos-eis a fazê-lo?
Responderam: Comprometemo-nos. Disse-lhes, então: Testemunharei, que também serei,
convosco, Testemunha disso.
82. E aqueles que, depois disto,
renegarem, serão depravados.
83. Anseiem, acaso, por outra
religião, que noa a de Deus? Todas as coisas que há nos céus e na terra, quer
queiram, quer não, estão-Lhe submetidas, e a Ele retornarão.
84. Dize: Cremos em Deus, no que
nos foi revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e às
tribos, e no que, de seu Senhor, foi concedido a Moisés, a Jesus e aos
profetas; não fazemos distinção alguma entre eles, porque somos, para Ele,
muçulmanos.
85. E quem quer que almeje
(impingir) outra religião, que noa seja o Islam, (aquela) jamais será aceita e,
no outro mundo, essa pessoa contar-se-á entre os desventurados.
86. Como poderá Deus iluminar
aqueles que renunciaram à fé, depois de terem acreditado e testemunhado que o
Mensageiro é autêntico e terem recebido as evidência? Deus não encaminha os
iníquos.
87. A retribuição desses será a
maldição de Deus, dos anjos e de toda a humanidade.
88. A qual (maldição) pesará
sobre eles eternamente,; o suplício não lhes será mitigado, nem serão
tolerados.
89. Salvo aqueles que, depois
disso, arrependem-se e se emendarem, pois que Deus é Indulgente,
Misericordiosíssimo.
90. Quando àqueles que descrerem,
após terem acreditado, imbuindo-se de incredulidade, jamais será aceito o
arrependimento e serão os desviados.
91. Os incrédulos que morrerem na
incredulidade jamais serão redimidos, ainda que ofereçam, em resgate, todo o
ouro que possa caber na terra. Estes sofrerão um doloroso castigo e não terão
socorredores.
92. Jamais alcançareis a virtude,
até que façais caridade com aquilo que mais apreciardes. E sabei que, de toda
caridade que fazeis, Deus bem o sabe.
93. Aos israelitas, todo o
alimento era lícito, salvo aquilo que Israel se havia privado antes de a Tora
ter sido revelada. Dize-lhes: Trazei a Tora e lede-a, se estiverdes certos.
94. E aqueles que forjarem
mentiras acerca de Deus, depois disso, serão iníquos.
95. Dize: Deus diz a verdade.
Segui, pois, a religião de Abraão, o monoteísta, que jamais se contou entre os
idólatras.
96. A primeira Casa (Sagrada),
erigida para o Género humano, é a de Bakka, onde reside a bênção servindo de
orientação à humanidade.
97. Encerra sinais evidentes; lá
está a Estância de Abraão, e quem quer que nela se refugie estará em segurança.
A peregrinação à Casa é um dever para com Deus, por parte de todos os seres
humanos, que estão em condições de empreendê-la; entretanto, quem se negar a
isso saiba que Deus pode prescindir de toda a humanidade.
98. Dize: Ó adeptos do Livro, por
que negais os versículos de Deus, sabendo que Deus é Testemunha de tudo quanto
fazeis?
99. Dize (ainda): Ó adeptos do
Livro, por que desviais os crentes da senda de Deus, esforçando-vos por fazê-la
tortuosa, quando sois testemunhas (do pacto de Deus)? Sabei que Deus não está
desatento a tudo quando fazeis.
100. Ó fiéis, se escutásseis
alguns daqueles que receberam o Livro (o judeus), converter-vos-íeis em
incrédulos, depois de terdes acreditado!
101. E como podeis descrer, já
que vos são recitados os versículos de Deus, e entre vós está o Seu Mensageiro?
Quem se apegar a Deus encaminhar-se-á à senda reta.
102. Ó fiéis, temei a Deus, tal
como deve ser temido, e não morrais, senão como muçulmanos.
103. E apegai-vos, todos, ao
vínculo com Deus e noa vos dividais; recorda-vos das mercês de Deus para
convosco, porquanto éreis adversários mútuos e Ele conciliou os vossos corações
e, mercê de Sua graça, vos convertestes em verdadeiros irmãos; e quando
estivestes à beira do abismo infernal, (Deus) dele vos salvou. Assim, Deus vos
elucida os Seus versículos, para que vos ilumineis.
104. E que surja de vós uma nação
que recomende o bem, dite a retidão e proíba o ilícito. Esta será (uma nação)
bem-aventurada.
105. Não sejais como aqueles que
se dividiram e discordaram, depois de lhes terem chegado as evidências, porque
esses sofrerão um severo castigo.
106. Chegará o dia em que uns
rosto resplandecerão e outros se ensombrecerão. Quanto a estes, ser-lhes-á
dito: Então, renegastes depois de terdes acreditado? Sofrei, pois, o castigo da
vossa perfídia!
107. Quanto àqueles, cujos rostos
resplandecerão, terão a misericórdia de Deus, da qual gozarão eternamente.
108. Estes são os versículos de
Deus, que em verdade te recitamos. Deus jamais deseja a injustiça para a
humanidade.
109. A Deus pertence tudo quanto
há nos céus e na terra, e todos os assuntos retornarão a Deus.
110. Sois a melhor nação que
surgiu na humanidade, porque recomendais o bem, proibis o ilícito e credes em
Deus. Se os adeptos do Livro cressem, melhor seria para eles. Entre eles há
fiéis; porém, a sua maioria é depravada.
111. Porém, não poderão vos
causar nenhum mal; e caso viessem a vos combater, bateriam em retirada e jamais
seriam socorridos.
112. Estarão na ignomínia onde se
encontrarem, a menos que se apeguem ao vínculo com Deus e ao vínculo com o
homem. E incorreram na abominação de Deus e foram vilipendiados, por terem
negado os Seus versículos, morto iniquamente os profetas, bem como por terem
desobedecido e transgredido os limites.
113. Os adeptos do Livros não são
todos iguais: entre eles há uma comunidade justiceira, cujos membros recitam os
versículos de Deus, durante a noite, e se prostram ante o seu Senhor.
114. Crêem em Deus e no Dia do
Juízo Final, aconselham o bem e proíbem o ilícito, e se emulam nas boas ações.
Estes contar-se-ão entre os virtuosos.
115. Todo o bem que façam jamais
lhes será desmerecido, porque Deus bem conhecem os que o Temem.
116. Aos incrédulos de nada
valerão a fortuna e os filhos, ante Deus, porque serão condenados ao inferno,
onde permanecerão eternamente.
117. O exemplo deles, ao
despenderem neste mundo, é como o exemplo de um povo condenado, cujas
semeaduras são açoitadas e arrasadas por um vento glacial. Mas não é Deus que
os condena, mas sim eles próprios.
118. Ó fiéis, não tomeis por
confidentes a outros que não sejam vossos, porque eles tratarão de vos arruinar
e de vos corromper, posto que só ambicionam a vossa perdição. O ódio já se tem
manifestado por suas bocas; porém, o que ocultam em seus corações é ainda pior.
Já vos elucidamos os sinais, e sois sensatos.
119. E eis que vós os amais;
porém, eles não vos amam, apesar de crerdes em todo o Livro; porém, eles,
quando vos encontram, dizem: Cremos! Mas quando estão a sós mordem os dedos de
raiva. Dize-lhes: Morrei, com a vossa raiva! Sabei que Deus bem conhece o
íntimo dos corações.
120. Quando sois agraciados com
um bem, eles ficam aflitos; porém, se vos açoita uma desgraça, regozijam-se.
Mas se perseverardes e temerdes a Deus, em nada vos prejudicarão as suas
conspirações. Deus está inteirado de tudo quanto fazem.
121. Recordar-te (ó Mensageiro)
de quando saíste do teu lar, ao amanhecer, para assinalar aos fiéis a sua
posição no campo de batalha. Sabe que Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo.
122. E de quando dois grupos dos
teus pensaram em acovardar-se, apesar de ser Deus o seu Protetor. Que a Deus se
encomendem os fiéis.
123. Sem dúvida que Deus vos
socorreu, em Badr, quando estáveis em inferioridade de condições. Temei, pois,
a Deus e agradecei-Lhe.
124. E de quando disseste aos
fiéis: Não vos basta que vosso Senhor vos socorra com o envio celestial de três
mil anjos?
125. Sim! Se fordes
perseverantes, temerdes a Deus, e se vos atacarem imediatamente, vosso Senhor
vos socorrerá, com cinco mil anjos bem treinados.
126. Deus não o fez como anúncio
para vós, a fim de sossegar os vossos corações. Sabei que o socorro só emana de
Deus, o Poderoso, o Prudentíssimo.
127. Assim o fez para aniquilar
um falange de incrédulos e afrontá-los, fazendo com que fugissem frustrados.
128. Não é da tua alçada, mas de
Deus, absolvê-los ou castigá-los, porque são iníquos.
129. A Deus pertence tudo quando
há nos céus e na terra. Perdoa a quem Lhe apraz e castiga a quem deseja, porque
Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.
130. Ó fiéis, não exerçais a
usura, multiplicando (o emprestado) e temei a Deus para que prospereis,
131. E precavei-vos do fogo
infernal, que está preparado para os incrédulos.
132. Obedecei a Deus e ao
Mensageiro, a fim de que sejais compadecidos.
133. Emulai-vos em obter a
indulgência do vosso Senhor e um Paraíso, cuja amplitude é igual à dos céus e
da terra, preparado para os tementes,
134. Que fazem caridade, tanto na
prosperidade, como na adversidade; que reprimem a cólera; que indultam o
próximo. Sabei que Deus aprecia os benfeitores.
135. Que, quando cometem uma
obscenidade ou se condenam, mencionam a Deus e imploram o perdão por seus
pecados - mas quem, senão Deus perdoa os pecados? - e não reincidem, com
conhecimento, no que cometeram.
136. Para estes a recompensa será
uma indulgência do seu Senhor, terão jardins, abaixo dos quais correm os rios,
onde morarão eternamente. Quão excelente é a recompensa dos diligentes!
137. Já houve exemplos, antes de
vós; percorrei, pois, a terra e observai qual foi a sorte dos desmentidores.
138. Este (Alcorão) é uma
declaração aos humanos, orientação e exortação para os tementes.
139. Não desanimeis, nem vos
aflijais, porque sempre saireis vitoriosos, se fordes fiéis.
140. Quando receberdes algum
ferimento, sabei que os outros já sofreram ferimento semelhante. E tais dias (
de infortúnio) são alternados, entre os humanos, para que Deus Se assegure dos
fiéis e escolha, dentre vós, os mártires; sabei que Deus não aprecia os
iníquos.
141. E (assim faz) Deus para
purificar os fiéis e aniquilar os incrédulos.
142. Pretendeis, acaso, entrar no
Paraíso, sem que Deus Se assegure daqueles, dentre vós, que combatem e são
perseverantes?
143. Aneláveis a morte antes de
vos terdes deparado com ela. Viste-la, então, como os vossos próprios olhos!
144. Mohammad não é senão um
Mensageiro, a quem outros mensageiros precederam. Porventura, se morresse ou
fosse morto, voltaríeis à incredulidade? Mas quem voltar a ela em nada
prejudicará Deus; e Deus recompensará os agradecidos.
145. Não é dado a nenhum ser
morrer, sem a vontade de Deus; é um destino prefixado. E a quem desejar a
recompensa terrena, conceder-lha-emos; e a quem desejar a recompensa da outra
vida, conceder-lha-emos, igualmente; também recompensaremos os agradecidos.
146. Quantos profetas e, com
eles, quantos grupos lutaram pela causa de Deus, sem desanimarem com o que lhes
aconteceu; não se acovardaram, nem se renderam! Deus aprecia os perseverantes.
147. Eles nada disseram, além de:
Ó Senhor nosso, perdoa-nos por nosso pecados e por nossos excessos; firma os
nossos passos e concede-nos a vitória sobre os incrédulos!
148. Deus lhes concedeu a
recompensa terrena e a bem-aventurança na outra vida, porque Deus aprecia os
benfeitores.
149. Ó fiéis, se obedecerdes aos
incrédulos, eles vos farão voltar ao que éreis antes, e sereis desventurados.
150. Mas Deus é vosso Protetor, e
é o melhor dos socorredores.
151. Infundiremos terror nos
corações dos incrédulos, por terem atribuído parceiros a Deus, sem que Ele lhes
tivesse conferido autoridade alguma para isso. Sua morada será o fogo infernal.
Quão funesta é a morada dos iníquos!
152. Deus cumpriu a Sua promessa
quanto, com a Sua anuência, aniquilastes os incrédulos, até que começastes a
vacilar e disputar acerca da ordem e a desobedecestes, apesar de Deus vos Ter
mostrado tudo o que aneláveis. Uma parte de vós ambicionava a vida terrena,
enquanto a outra aspirava à futura. Então, Deus vos desviou dos vossos
inimigos, para provar-vos; porém, Ele vos indultou, porque é Agraciante para
com os fiéis.
153. Recordai-vos de quando
subistes a colina às cegas, enquanto o Mensageiro ia pela retaguarda,
incitando-vos ao combate. Foi então que Deus vos infligiu angústia após
angústia, para ensinar-vos a não lamentardes pelo que haveis perdido, nem pelo
que vos havia acontecido, porque está bem inteirado de tudo quanto fazeis.
154. Logo depois da angústia,
infundiu-vos uma calma sonorífera, que envolveu alguns de vós, enquanto
outros,, preocupados consigo próprios, puseram-se a conjecturar ignomínias acerca
de Deus, como na era da idolatria, dizendo: Tivemos, acaso, alguma escolha?
Responde-lhes: A escolha pertence inteiramente a Deus! E eis que eles guardam
para si o que noa te manifestam, dizendo (mais): Se houvéssemos tido escolha,
não teríamos sido chacinados. Dize-lhes: Sabei que, mesmo que tivésseis
permanecido nas vossas casas, certamente, àqueles dentre vós, aos quais estava
decretada a morte, esta apareceria, no local de sua morte. Isso, para que Deus
comprovasse o que ensejáveis e purificasse o que havia em vossos corações;
sabei que Deus conhece dos peitos as intimidades.
155. Aqueles que desertaram, no
dia do encontro dos dois grupos, foram seduzidos por Satanás pelo que haviam
perpetrado; porém Deus os indultou porque é Tolerante, Indulgentíssimo.
156. Ó fiéis, não sejais como os
incrédulos, que dizem de seus irmãos, quando estes viajam pela terra ou quando
estão em combate: Se tivessem ficado conosco, não teriam morrido, nem sido
assassinados! Com isso, Deus infunde-lhes a angústia nos corações, pois Deus
concede a vida e a morte, e Deus bem vê tudo quando fazeis.
157. Mas, se morrerdes ou fordes
assassinados pela causa de Deus, sabei que a Sua indulgência e a Sua clemência
são preferíveis a tudo quando possam acumular.
158. E sabei que, tanto se
morrerdes, como ser fordes assassinados, sereis congregados ante Deus.
159. Pela misericórdia de Deus,
foste gentil para com eles; porém, tivesses tu sido insociável ou de coração
insensível, eles se teriam afastado de ti. Portanto, indulta-os implora o perdão
para eles e consulta-os nos assuntos (do momento). E quando te decidires,
encomenda-te a Deus, porque Deus aprecia aqueles que (a Ele) se encomendam.
160. Se Deus vos secundar,
ninguém poderá vencer-vos; por outra, se Ele vos esquecer, quem, em vez d'Ele,
vos ajudará? Que os fiéis se encomendem a Deus!
161. É inadmissível que o profeta
fraude; mas, o que assim fizer, comparecerá com o que tiver fraudado, no Dia da
Ressurreição, quando cada alma será recompensada segundo o que tiver feito, e
não será injustiçada.
162. Equiparar-se-á quem tiver
seguido o que apraz Deus com quem tiver suscitado a Sua indignação, cuja morada
será o inferno? Que funesto destino!
163. Há distintos graus (de graça
e de condenação), aos olhos de Deus, porque Deus, bem vê tudo quanto fazem.
164. Deus agraciou os fiéis, ao
fazer surgir um Mensageiro da sua estirpe, que lhes ditou os Seus versículos,
redimiu-os, e lhes ensinou o Livro e a Prudência, embora antes estivessem em
evidente erro.
165. Qual! Ando sofreis um revés
do adversário, embora inflijais outro duas vezes maior, dizeis: Donde nos
provém isto? Responde-lhes: De vós mesmos. Sabei que Deus é Onipotente.
166. O que vos aconteceu, no dia
do encontro das duas hostes, aconteceu com o beneplácito de Deus, para que se
distinguissem os verdadeiros fiéis;
167. E também se distinguissem os
hipócritas, aos quais foi dito: Vinde lutar pela causa de Deus, ou
defender-vos. Disseram: Se soubéssemos combater, seguir-vos-íamos! Naquele dia,
estavam mais perto da incredulidade do que da fé, porque diziam, com as suas
bocas, o que não sentiam os seus corações. Porém, Deus bem sabe tudo quanto
ocultam.
168. São os que, ficando para
trás, dizem de sues irmãos: Se nos tivessem obedecido, não teriam sido mortos!
Dize-lhes: Defendei-vos da morte, se estiverdes certos.
169. E não creiais que aqueles
que sucumbiram pela causa de Deus estejam mortos; ao contrário, vivem,
agraciados, ao lado do seu Senhor.
170. Estão jubilosos por tudo
quanto Deus lhes concedeu da Sua graça, e se regozijam por aqueles que ainda
não sucumbiram, porque estes não serão presas do temor, nem se atribularão.
171. Regozijam-se com a mercê e
com a graça de Deus, e Deus jamais frustra a recompensa dos fiéis,
172. Que, mesmo feridos, atendem
a Deus e ao Mensageiro. Para os benfeitores e tementes, dentre eles, haverá uma
magnífica recompensa.
173. São aqueles aos quais foi
dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé
e disseram: Deus nos é suficiente. Que excelente Guardião!
174. Pela mercê e pela graça de
Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Deus é
Agraciante por excelência.
175. Eis que Satanás induz os
seus sequazes. Não os temais; temei a Mim, se sois fiéis.
176. Que não te atribulem aqueles
que se precipitam na incredulidade, porquanto em nada prejudicam Deus. Deus não
os fará compartilhar da bem-aventurança da vida futura, e assim, sofrerão um
severo castigo.
177. Aqueles que trocam a fé pela
incredulidade, em nada prejudicam a Deus, e sofrerão um doloroso castigo.
178. Que os incrédulos não pensem
que os toleramos, para o seu bem; ao contrário, toleramo-los para que suas
faltas sejam aumentadas. Eles terão um castigo afrontoso.
179. Não é do propósito de Deus
abandonar os fiéis no estado em que vos encontrais, até que Ele separe o
corrupto do benigno, nem tampouco de seu propósito é inteirar-vos do
incognoscível; Deus escolhe, para isso, dentre os Seus mensageiros, quem Lhe
apraz. Crede em Deus e em Seus mensageiros; se crerdes em temerdes, obtereis
magnífica recompensa.
180. Que os avarentos, que negam
fazer caridade daquilo que com que Deus os agraciou, não pensem que isso é um
bem para eles; ao contrário, é prejudicial, porque no Dia da Ressurreição,
irão, acorrentados, com aquilo com que mesquinharam. A Deus pertence a herança
dos céus e da terra, porque Deus está bem inteirado de tudo quanto fazeis.
181. Deus, sem dúvida, ouviu as
palavras daqueles que disseram: Deus é pobre e nós somos ricos. Registramos o
que disseram, assim como a iníquo matança dos profetas, e lhes diremos: Sofrei
o tormento da fogueira.
182. Isso vos ocorrerá, por obra
das vossas próprias mãos. Deus não é injusto para com Seus servos.
183. São aqueles que disseram:
Deus nos comprometeu a não crermos em nenhum mensageiro, até este nos apresente
uma oferenda, que o fogo celestial consumirá. Dize-lhes: Antes de mim, os
mensageiros vos apresentaram as evidências e também o que descreveis. Por que
os matastes, então? Respondei, se estiverdes certos.
184. E se te desmentem,
recorda-te de que também foram desmentidos os mensageiros que, antes de ti,
apresentaram as evidências, os Salmos e o Livro Luminoso.
185. Toda a alma provará o sabor
da morte e, no Dia da Ressurreição, sereis recompensado integralmente pelos
vossos atos; quem for afastado do fogo infernal e introduzido no Paraíso,
triunfará. Que é a vida terrena, senão um prazer ilusório?
186. Sem dúvida que sereis
testados quanto aos vossos bens e pessoas, e também ouvireis muitas blasfêmias
daqueles que recebem o Livro antes de vós, e dos idólatras; porém, se
perseverardes pacientemente e temerdes a Deus, sabei que isso é um fator
determinante, em todos os assuntos.
187. Recorda-te de quando Deus
obteve a promessa dos adeptos do Livro, (comprometendo-se a) evidenciá-lo (o
Livro) aos homens, e a não ocultá-lo. Mas eles jogaram às costas, negociando-o
a vil preço. Que detestável transação a deles!
188. Não creias que aqueles que
se regozijam pelo que causaram, e aspiram ser louvados pelo que não fizeram,
não os creias a salvo do castigo, pois sofrerão doloroso castigo.
189. A Deus pertence o reino dos
céus e da terra, e Deus é Onipotente.
190. Na criação dos céus e da
terra e na alternância do dia e da noite há sinais para os sensatos,
191. Que mencionam Deus, estando
em pé, sentados ou deitados, e meditam na criação dos céus e da terra, dizendo:
Ó Senhor nosso, não criaste isto em vão. Glorificado sejas! Preserva-nos do
tormento infernal!
192. Ó Senhor nosso, quanto
àqueles a quem introduzirás no fogo, Tu o aviltarás! Os iníquos não terão
socorredores!
193. Ó Senhor nosso, ouvimos um
pregoeiro que nos convoca à fé dizendo: Crede em vosso Senhor! E cremos. Ó
Senhor nosso, perdoa as nossas faltas, redime-nos das nossas más ações e
acolhe-nos entre os virtuosos.
194. Ó Senhor nosso, concede-nos
o que prometeste, por intermédio dos Teus mensageiros, e não aviltes no Dia da
Ressurreição. Tu jamais quebras a promessa.
195. Seu Senhor nos atendeu,
dizendo: Jamais desmerecerei a obra de qualquer um de vós, seja homem ou
mulher, porque procedeis uns dos outros. Quanto àqueles que foram expulsos dos
seus lares e migraram, e sofreram pela Minha causa, combateram e foram mortos,
absorvê-los-ei dos seus pecados e os introduzirei em jardins, abaixo dos quais
corres os rios, como recompensa de Deus . Sabei que Deus possui a melhor das
recompensas.
196. Que não te enganem, pois (ó
Mohammad), as andanças (mercantilistas) dos incrédulos, na terra.
197. Porque é um gozo transitório
e sua morada será o inferno. Que funesta morada!
198. Entretanto, aqueles que
temem a seu Senhor terão jardins, abaixo dos quais correr os rios, onde morarão
eternamente, como dádiva de Deus. Sabei que o que está ao lado de Deus é o
melhor para os virtuosos.
199. Entre os adeptos do Livro há
aqueles que crêem em Deus, no que vos foi revelado, assim como no que lhes foi
revelado, humilhando-se perante Deus; não negociam os versículos de Deus a vil
preço. Terão sua recompensa ante o seu Senhor, porque Deus é Destro em ajustar
contas.
200. Ó fiéis, perseverai, sede
pacientes, estai sempre vigilantes e temei a Deus, para que prospereis.
[AN NISSÁ]"AN NISSÁ"
(AS MULHERES)
Revelada em Madina; 176
versículos.
4ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Ó humanos, temei a vosso
Senhor, que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira e, de
ambos, fez descender inumeráveis homens e mulheres. Temei a Deus, em nome do
Qual exigis os vossos direitos mútuos e reverenciai os laços de parentesco,
porque Deus é vosso Observador.
2. Concedei aos órfãos os seus
patrimônios; não lhes substituais o bom pelo mau, nem absorvais os seus bens
com os vossos, porque isso é um grave delito.
3. Se temerdes ser injustos no
trato com os órfãos, podereis desposar duas, três ou quatro das que vos
aprouver, entre as mulheres. Mas, se temerdes não poder ser eqüitativos para
com elas, casai, então, com uma só, ou conformai-vos com o que tender à mão.
Isso é o mais adequado, para evitar que cometais injustiças.
4. Concedei os dotes que
pertencem às mulheres e, se for da vontade delas conceder-vos algo, desfrutai-o
com bom proveito.
5. Não entregueis aos néscios o
vosso patrimônio, cujo manejo Deus vos confiou, mas mantende-os, vesti-os e
tratai-os humanamente, dirigindo-vos a eles com benevolência.
6. Custodiai os órfãos, até que
cheguem a idades núbeis. Se porventura observardes amadurecimento neles,
entregai-lhes, então, os patrimônios; porém, abstende-vos de consumi-los
desperdiçada e apressadamente, (temendo) que alcancem a maioridade. Quem for
rico, que se abstenha de usá-los; mas, quem for pobre, que disponha deles com
moderação.
7. Aos filhos varões corresponde
uma parte do que tenham deixado os seus pais e parentes. Às mulheres também
corresponde uma parte do que tenham deixado os pais e parentes, quer seja
exígua ou vasta - uma quantia obrigatória.
8. Quando os parentes (que não
herdeiros diretos), os órfãos e os necessitados estiverem presente, na partilha
da herança, concedei-lhes algo dela e tratai-os humanamente, dirigindo-vos a
eles com bondade.
9. Que (os que estão fazendo a
partilha) tenham o mesmo temor em suas mentes, como se fossem deixar uma
família desamparada atrás de si. Que temam a Deus e digam palavras apropriadas.
10. Porque aqueles que
malversarem o patrimônio dos órfãos, introduzirão fogo em suas entranhas e
entrarão no Tártaro.
11. Deus vos prescreve acerca da
herança de vossos filhos: Daí ao varão a parte de duas filhas; se apenas houver
filhas, e estas forem mais de duas, corresponder-lhes-á dois terços do legado
e, se houver apenas uma, esta receberá a metade. Quanto aos pais do falecido, a
cada um caberá a sexta parte do legado, se ele deixar um filho; porém, se não
deixar, prole e a seus pais corresponder a herança, à mãe caberá um terço; mas
se o falecido tiver irmãos, corresponderá à mãe um sexto, depois de pagas as
doações e dívidas. É certo que vós ignorais quais sejam os que estão mais
próximos de vós, quanto ao benefício, quer sejam vossos pais ou vossos filhos.
Isto é uma prescrição de Deus, porque Ele é Sapiente, Prudentíssimo.
12. De tudo quanto deixarem as
vossas esposas, corresponder-vos-á a metade, desde que elas não tenham tido
prole; porém, se a tiverem, só vos corresponderá a quarta parte de tudo quanto
deixardes, se não tiverdes prole; porém, se a tiverdes, só lhes corresponderá a
oitava parte de tudo quanto deixardes, depois de pagas as doações e dívidas. Se
um falecido, homem ou mulher, em estado de Kalala, deixar herança e tiver um
irmão ou uma irmã, receberá cada um deles, a sexta parte; porém, se forem mais,
co-herdarão a terça parte, depois de pagas as doações e dívidas, sem prejudicar
ninguém. Isto é uma prescrição de Deus, porque Ele é Tolerante, Sapientíssimo.
13. Tais são os preceitos de
Deus. Àqueles que obedecerem a Deus e ao Seu Mensageiro, Ele os introduzirá em
jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente. Tal será o
magnífico benefício.
14. Ao contrário, quem
desobedecer a Deus e ao Seu Mensageiro, profanando os Seus preceitos, Ele o
introduzirá no fogo infernal, onde permanecerá eternamente, e sofrerá um
castigo ignominioso.
15. Quanto àquelas, dentre vossas
mulheres, que tenham incorrido em adultério, apelai para quatro testemunhas,
dentre os vossos e, se estas o confirmarem, confinai-as em suas casas, até que
lhes chegue a morte ou que Deus lhes trace um novo destino.
16. E àqueles, dentre vós, que o
cometerem (homens e mulheres), puni-os; porém, caso se arrependam e se
corrijam, deixai-os tranqüilos, porque Deus é Remissório, Misericordiosíssimo.
17. A absolvição de Deus recai
tão-somente sobre aqueles que cometem um mal, por ignorância, e logo se
arrependem. A esses, Deus absolve, porque é Sapiente, Prudentíssimo.
18. A absolvição não alcançará
aqueles que cometerem obscenidades até à hora da morte, mesmo que nessa hora
alguém, dentre eles, diga: Agora me arrependo. E tampouco alcançará os que
morrerem na incredulidade, pois para eles destinamos um doloroso castigo.
19. Ó fiéis, não vos é permitido
herdar as mulheres, contra a vontade delas, nem as atormentar, com os fim de
vos apoderardes de uma parte daquilo que as tenhais dotado, a menos que elas
tenham cometido comprovada obscenidade. E harmonizai-vos entre elas, pois se as
menosprezardes, podereis estar depreciando seres que Deus dotou de muitas
virtudes.
20. Se desejardes trocar da
esposa, tendo-a dotado com um quintal, não lho diminuais em nada. Tomá-lo-íeis
de volta, com uma falsa imputação e um delito flagrante?
21. E como podeis tomá-lo de
volta depois de haverdes convivido com elas íntima e mutuamente, se elas
tiveram, de vós, um compromisso solene?
22. Não vos caseis com as
mulheres que desposaram os vosso pais - salvo fato consumado (anteriormente) -
porque é uma obscenidade, uma abominação e um péssimo exemplo.
23. Está-vos vedado casar com:
vossas mães, vossas filhas, vossas irmãs, vossas tias paternas e maternas, vossas
sobrinhas, vossas nutrizes, vossas irmãs de leite, vossas sogras, vossas
enteadas, as que estão sob vossa tutela - filhas das mulheres com quem tenhais
coabitado; porém, se não houverdes tido relações com elas, não sereis
recriminados por desposá-las. Também vos está vedado casar com as vossas noras,
esposas dos vossos filhos carnais, bem como unir-vos, em matrimônio, com duas
irmãs - salvo fato consumado (anteriormente) -; sabei que Deus é Indulgente,
Misericordiosíssimo.
24. Também vos está vedado desposar
as mulheres casadas, salvo as que tendes à mão. Tal é a lei que Deus vos impõe.
Porém, fora do mencionado, está-vos permitido procurar, munidos de vossos bens,
esposas castas e não licenciosas. Dotai convenientemente aquelas com quem
casardes, porque é um dever; contudo, não sereis recriminados, se fizerdes ou
receberdes concessões, fora do que prescreve a lei, porque Deus é Sapiente,
Prudentíssimo.
25. E quem, dentre vós, não
possuir recursos suficientes para casar-se com as fiéis livres, poderá fazê-lo
com uma crédula, dentre vossas cativas fiéis, porque Deus é Quem melhor conhece
a vossa fé - procedeis uns dos outros; casai com elas, com a permissão dos seus
amos, e dotai-as convenientemente, desde que sejam castas, não licenciosas e
não tenham amantes. Contudo, uma vez casadas, e incorrerem em adultério,
sofrerão só a metade do castigo que corresponder às livres; isso, para quem de
vós temer cair em pecado. Mas se esperardes, será melhor; sabei que Deus é
Indulgente, Misericordiosíssimo.
26. Deus tenciona elucidar-vos os
Seus preceitos, iluminar-vos, segundo as tradições do vossos antepassados, e
absolver-vos, porque é Sapiente, Prudentíssimo.
27. Deus deseja absolver-vos;
porém, os que seguem os desejos vãos anseiam vos desviar profundamente.
28. E Deus deseja aliviar-vos o
fardo, porque o homem foi criado débil.
29. Ó fiéis,, não consumais
reciprocamente os vossos bens, por vaidades, realizai comércio de mútuo
consentimento e não cometais suicídio, porque Deus é Misericordioso para
convosco.
30. Àquele que tal fizer,
perversa e iniquamente, introduzi-lo-emos no fogo infernal, porque isso é fácil
a Deus.
31. Se evitardes os grandes
pecados, que vos estão proibidos, absorver-vos-emos das vossas faltas e vos
proporcionaremos digna entrada (no Paraíso).
32. Não ambicioneis aquilo com
que Deus agraciou uns, mais do que aquilo com que (agraciou) outros, porque aos
homens lhes corresponderá aquilo que ganharem; assim, também as mulheres terão
aquilo que ganharem. Rogai a Deus que vos conceda a Sua graça, porque Deus é
Onisciente.
33. A cada qual instituímos a
herança de uma parte do que tenham deixado seus pais e parentes. Concedei, a
quem vossas mãos se comprometeram, o seu quinhão, porque Deus é testemunha de
tudo.
34. Os homens são os protetores
das mulheres, porque Deus dotou uns com mais (força) do que as outras, e pelo o
seu sustento do seu pecúlio. As boas esposas são as devotas, que guardam, na
ausência (do marido), o segredo que Deus ordenou que fosse guardado. Quanto
àquelas, de quem suspeitais deslealdade, admoestai-as (na primeira vez),
abandonai os seus leitos (na segunda vez) e castigai-as (na terceira vez);
porém, se vos obedecerem, não procureis meios contra elas. Sabei que Deus é
Excelso, Magnânimo.
35. E se temerdes desacordo entre
ambos (esposo e esposa), apelai para um árbitro da família dele e outro da
dela. Se ambos desejarem reconciliar-se, Deus reconciliará, porque é Sapiente,
Inteiradíssimo.
36. Adorai a Deus e não Lhe
atribuais parceiros. Tratai com benevolência vossos pais e parentes, os órfãos,
os necessitados, o vizinho próximo, o vizinho estranho, o companheiro, o
viajante e os vossos servos, porque Deus não estima arrogante e jactancioso
algum.
37. Quanto àqueles que são
avarentos e recomendam aos demais a avareza, e ocultam o que Deus lhes concedeu
da Sua graça, saibam que destinamos um castigo ignominioso para os incrédulos.
38. (Tampouco Deus aprecia) os
que distribuem ostensivamente os seus bens e não crêem em Deus, nem no Dia do
Juízo Final, além de terem Satanás por companheiro. Que péssimo companheiro!
39. Que teriam eles a temer, se
cressem em Deus e no Dia do Juízo Final, e fizessem caridade, com aquilo com
que Deus os agraciou, uma vez que Deus bem os conhece?
40. Deus não frustará ninguém,
nem mesmo no equivalente ao peso de um átomo; por outra, multiplicará toda a
boa ação e concederá, de Sua parte, uma magnífica recompensa.
41. Que será deles, quando
apresentarmos uma testemunha de cada nação e te designarmos (ó Mohammad)
testemunha contra eles?
42. Nesse dia, os incrédulos, que
desobedeceram ao Mensageiro, ansiarão para que sejam nivelados com a terra, mas
saibam que nada podem ocultar de Deus.
43. Ó fiéis, não vos deis à
oração, quando vos achardes ébrios, até que saibais o que dizeis, nem quando
estiverdes polutos pelo dever conjugal - salvo se vos achardes em viagem -, até
que vos tenhais higienizado. Se estiverdes enfermos ou em viagem, ou se algum
de vós acabar de fazer a sua necessidade, ou se tiverdes contato com mulheres,
sem terdes encontrado água, recorrei à terra limpa e passai (as mão com a
terra) em vossos rostos e mãos; sabei que Deus é Remissório, Indulgentíssimo.
44. Não tens reparado naqueles
que foram agraciados com uma parte do Livro e trocam a retidão pelo erro,
procurando desviar-vos da senda reta?
45. Entretanto, Deus conhece,
melhor do que ninguém, os vossos inimigos. Basta Deus por Protetor, e basta
Deus por Socorredor.
46. Entre os judeus, há aqueles
que deturpam as palavras, quanto ao seu significado. Dizem: Ouvimos e nos
rebelamos. Dizem ainda: "Issmah ghaira mussmaen, wa ráina,
distorcendo-lhes, assim, os sentidos, difamando a religião. Porém, se tivessem
dito: Ouvimos e obedecemos. Escuta-nos e digna-nos com a Tua atenção
("anzurna" em vez de "Ráina"), teria sido melhor e mais
propício para eles. Porém, Deus os amaldiçoa por sua perfídia, porque não
crêem, senão pouquíssimos deles.
47. Ó adeptos do Livro, crede no
que vos revelamos, coisa que bem corrobora o que tendes, antes que desfiguremos
os rosto de alguns, ou que os amaldiçoemos, tal como amaldiçoamos os
profanadores do sábado, para que a sentença de Deus seja executada!
48. Deus jamais perdoará a quem
Lhe atribuir parceiros; porém, fora disso, perdoa a quem Lhe apraz. Quem
atribuir parceiros a Deus cometerá um pecado ignominioso.
49. Não reparaste naqueles que se
jactam de puros? Qual! Deus purifica quem Lhe apraz e não os frustra, no mínimo
que seja.
50. Olha como forjam mentiras
acerca de Deus! Isso, só por si só, é um verdadeiro delito.
51. Não reparaste naqueles que
foram agraciados com uma parte do Livro? Crêem em feitiçaria e no sedutor, e
dizem dos incrédulos: Estes estão mais bem encaminhados do que os fiéis.
52. São aqueles a quem Deus
amaldiçoou e, a quem Deus amaldiçoar, jamais encontrará socorredor.
53. Possuem, acaso, uma parte do
domínio? Se a possuíssem, dela não dariam a seus semelhantes, nem a mais ínfima
partícula.
54. Ou invejam seus semelhantes
por causa do que Deus lhes concedeu de Sua graça? Já tínhamos concedido à
família de Abraão o Livro, a sabedoria, além de lhe proporcionarmos um poderoso
reino.
55. Entre eles, há os que nele
acreditaram, bem como os que repudiaram. E o inferno é suficiente como Tártaro.
56. Quanto àqueles que negam os
Nossos versículos, introduzi-los-emos no fogo infernal. Cada vez que a sua pele
se tiver queimado, trocá-la-emos por outra, para que experimentem mais e mais o
suplício. Sabei que Deus é Poderoso, Prudentíssimo.
57. Quanto aos fiéis, que
praticam o bem, introduzi-lo-emos em jardins, abaixo dos quais correm rios,
onde morarão eternamente, onde terão esposas imaculadas, e os faremos desfrutar
de uma densa sombra.
58. Deus manda restituir a seu
dono o que vos está confiado; quando julgardes vossos semelhantes, fazei-o
eqüidade. Quão excelente é isso a que Deus vos exorta! Ele é Oniouvinte, Onividente.
59. Ó fiéis, obedecei a Deus, ao
Mensageiro e às autoridades, dentre vós! Se disputardes sobre qualquer questão,
recorrei a Deus e ao Mensageiro, se crerdes em Deus e no Dia do Juízo Final,
porque isso vos será preferível e de melhor alvitre.
60. Não reparaste naqueles que
declaram que crêem no que te foi revelado e no que foi revelado antes de ti,
recorrendo, em seus julgamentos, ao sedutor, sendo que lhes foi ordenado
rejeitá-lo? Porém, Satanás quer desviá-los profundamente.
61. E quando lhes for dito:
Aproximai-vos do que Deus revelou, e do Mensageiro! Verás os hipócritas
afastarem-se de ti desdenhosamente.
62. Que será deles, quando os
açoitar um infortúnio, por causa do que cometeram as suas mãos? Então,
recorrerão a ti, julgando por Deus e clamando: Só temos ansiado o bem e a
concórdia.
63. São aqueles, cujos segredos
dos corações Deus bem conhece. Evita-os, porém exorta-os e fala-lhes com
palavras que invadam os seus ânimos.
64. Jamais enviaríamos um
mensageiro que não devesse ser obedecido, com a anuência de Deus. Se, quando se
condenaram, tivessem recorrido a ti e houvessem implorado o perdão de Deus, e o
Mensageiro tivesse pedido perdão por eles, encontrariam Deus, Remissório,
Misericordiosíssimo.
65. Qual! Por teu Senhor, não
crerão até que te tomem por juiz de suas dissensões e não objetem ao que tu
tenhas sentenciado. Então, submeter-se-ão a ti espontaneamente.
66. Porém, se lhes tivéssemos
prescrito: Sacrificai-vos e abandonai os vossos lares!, não o teriam feito,
senão poucos deles. Porém, se tivessem feito o que lhes foi prescrito, quão
melhor teria sido para eles e para o fortalecimento (da sua fé).
67. E, então, ter-lhes-íamos
concedido a Nossa magnífica recompensa.
68. E tê-los-íamos encaminhado
pela senda reta.
69. Aqueles que obedecem a Deus e
ao Mensageiro, contar-se-ão entre os agraciados por Deus: profetas, verazes,
mártires e virtuosos. Que excelentes companheiros serão!
70. Tal é a benignidade de Deus.
E basta Deus, Que é Sapientíssimo.
71. Ó fiéis, ficai prevenidos
contra o adversário, e avançai por destacamentos, ou avançai em massa.
72. Entre vós, há alguns
retardatários que, ao tomarem conhecimento de que sofrestes um revés, dizem:
Deus nos agraciou, por não estarmos presentes, com eles.
73. Porém, se vos chegasse uma
graça de Deus, diriam, como se não existisse vínculo algum entre vós e eles:
Oxalá tivéssemos estado com eles, assim teríamos logrado um magnífico
benefício!
74. Que combatam pela causa de
Deus aqueles dispostos a sacrificar a vida terrena pela futura, porque a quem
combater pela causa de Deus, quer sucumba, quer vença, concederemos magnífica
recompensa.
75. E o que vos impede de
combater pela causa de Deus e dos indefesos, homens, mulheres e crianças? que
dizem: Ó Senhor nosso, tira-nos desta cidade (Makka), cujos habitantes são
opressores. Designa-nos, de Tua parte, um protetor e um socorredor!
76. Os fiéis combatem pela causa
de Deus; os incrédulos, ao contrário, combatem pela do sedutor. Combatei, pois,
os aliados de Satanás, porque a angústia de Satanás é débil.
77. Não reparaste naqueles, aos
quais foi dito: Contende as vossas mãos, observai a oração e pagai o zakat? Mas
quando lhes foi prescrita a luta, eis que grande parte deles temeu as pessoas,
tanto ou mais que a Deus, dizendo: Ó Senhor nosso, por que nos prescreves a
luta? Por que não nos concedes um pouco mais de trégua? Dize-lhes: O gozo
terreno é transitório; em verdade, o da outra vida é preferível para o temente;
sabei que não sereis frustrados, no mínimo que seja.
78. Onde quer que vos encontrardes,
a morte vos alcançará, ainda que vos guardeis em fortalezas inexpugnáveis.
(Quanto aos hipócritas), se os alcança uma ventura, dizem: Isto provém de ti.
Dize-lhes: Tudo emana de Deus! Que sucede a esta gente, que não compreende o
que lhe é dito?
79. Toda a ventura que te ocorra
(ó homem) emana de Deus; mas toda a desventura que te açoita provém de ti.
Enviamos-te (ó Mohammad) como Mensageiro da humanidade, e Deus é suficiente
testemunha disto.
80. Quem obedecer ao Mensageiro
obedecerá a Deus; mas quem se rebelar, saiba que não te enviamos para lhes
seres guardião.
81. Eles juram-te obediência!
Porém, quando se retiram da tua presença, uma parte deles planeja, durante a
noite, fazer o contrário do que disseste. Mas (a verdade é que) Deus registra
tudo quanto, durante a noite, confabulam. Opõe-te, pois, a ele e encomenda-te a
Deus, porque Ele é para ti suficiente Guardião.
82. Não meditam, acaso, no
Alcorão? Se fosse de outra origem, que não de Deus, haveria nele muitas
discrepâncias.
83. Ao tomarem (os hipócritas)
conhecimento de qualquer rumor, quer seja de tranqüilidade ou de temor,
divulgam-no espalhafatosamente. Porém, se o transmitissem ao Mensageiro ou às
suas autoridades, os discernidores, entre eles, saberiam analisá-lo. Não fosse
pela graça de Deus e pela Sua misericórdia para convosco, salvo poucos, teríeis
todos seguido Satanás.
84. Luta, pois, pela causa de
Deus, porque tu és somente responsável por ti mesmo; e esforça-te em estimular
os fiéis; quisesse Deus, conteria a fúria dos incrédulos, porque Deus é mais
poderoso, ainda, e mais punidor.
85. Quem interceder em favor de
uma causa nobre participará dela; por outra, quem interceder em favor de um
ignóbil princípio, igualmente participará dele; e Deus tem poder sobre tudo.
86. Quando fordes saudados
cortesmente, respondei com cortesia maior ou, pelo menos, igual, porque Deus
leva em conta todas as circunstâncias.
87. Deus! Não há mais divindade
além d'Ele! Ele vos congregará para o indubitável Dia da Ressurreição. Quem é
mais leal do que Deus, quanto ao que diz?
88. Por que vos dividistes em
dois grupos a respeito dos hipócritas, uma vez que Deus os reprovou pelo que
perpetraram? Pretendeis orientar quem Deus Desvia? Jamais encontrarás senda
alguma para aquele a quem Deus desvia.
89. Anseiam (os hipócritas) que
renegueis, como renegaram eles, para que sejais todos iguais. Não tomeis a
nenhum deles por confidente, até que tenham migrado pela causa de Deus. Porém,
se se rebelarem, capturai-os então, matai-os, onde quer que os acheis, e não
tomeis a nenhum deles por confidente nem por socorredor.
90. Exceto àqueles que se
refugiarem em um povo, entre o qual e vós exista uma aliança, ou os que,
apresentando-se a vós, estejam em dúvida quanto ao combater-vos ou combater a
sua própria gente. Se Deus tivesse querido, tê-los-ia feito prevalecer sobre
vós e, seguramente, ter-vos-iam combatido; porém, se eles se retirarem, não vos
combaterem e vos propuserem a paz, sabei que Deus não vos faculta combatê-los.
91. Encontrareis outros que
intentarão ganhar a vossa confiança, bem como a de seu povo. Toda a vez que
forem chamados à intriga, nela sucumbirão. Se não ficarem neutros, em relação a
vós, nem vos propuserem a paz, nem tampouco contiverem as suas mãos,
capturai-os e matai-os, onde quer que os acheis, porque sobre isto vos
concedemos autoridade absoluta.
92. Não é dado, a um fiel, matar
outro fiel, salvo involuntariamente; e quem, por engano, matar um fiel, deverá
libertar um escravo fiel e pagar compensação à família do morto, a não ser que
esta se disponha a perdoá-lo. Se (a vítima) for fiel, de um povo adversário do
vosso, impõe-se a libertação de um escravo fiel; porém, se pertence a um povo
aliado, impõe-se o pagamento de uma indenização à família e a manumissão de um
escravo fiel. Contudo, quem não estiver em condições de fazê-lo, deverá jejuar
dois meses consecutivos, como penitência imposta por Deus, porque Ele é
Sapiente, Prudentíssimo.
93. Quem matar, intencionalmente,
um fiel, seu castigo será o inferno, onde permanecerá eternamente. Deus o
abominará, amaldiçoá-lo-á e lhe preparará um severo castigo.
94. Ó fiéis, quando viajardes
pela causa de Deus, sede ponderados; não digais, a quem vos propõe a paz: Tu
não é fiel - com o intento de auferirdes (matando-o e despojando-o) a
transitória fortuna da vida terrena. Sabei que Deus vos tem reservado numerosas
fortunas. Vós éreis como eles, em outros tempos; porém Deus voa agraciou (com o
Islam). Meditai, pois, porque Deus está bem inteirado de tudo quanto fazeis.
95. Os fiéis, que, sem razão
fundada, permanecem em suas casas, jamais se equiparam àqueles que sacrificam
os seus bens e suas vidas pela causa de Deus; Ele concede maior dignidade
àqueles que sacrificam os seus bens e suas vidas do que aos que permanecem (em
suas casas). Embora Deus prometa a todos (os fiéis) o bem, sempre confere aos
combatentes uma recompensa superior à dos que permanecem (em suas casas).
96. Graduação, indulgência e
misericórdia são concedidas por Ele, porque Deus é Indulgente,
Misericordiosíssimo.
97. Aqueles a quem os anjos arrancarem
a vida, em estado de iniqüidade, dizendo: Em que condições estáveis? Dirão:
Estávamos subjulgados, na terra (de Makka). Dir-lhes-ão os anjos: Acaso, a
terra de Deus não era bastante ampla para que migrásseis? Tais pessoas terão o
inferno por morada. Que péssimo destino!
98. Excetuam-se os inválidos,
quer sejam homens, mulheres ou crianças. Que carecem de recursos ou não podem
encaminhar-se por senda alguma.
99. A estes, quiçá Deus os
indulte, porque é Remissório, Indulgentíssimo.
100. Mas quem migrar pela causa
de Deus, achará, na terra, amplos e espaçosos refúgios. E quem abandonar seu
lar, migrando pela causa de Deus e de Seu Mensageiro, e for surpreendido pela
morte, sua recompensa caberá à Deus, porque é Indulgente, Misericordiosíssimo.
101. Quanto viajantes pela terra
não sereis recriminados por abreviardes as orações, temendo que vos ataquem os
incrédulos; em verdade, eles são vossos inimigos declarados.
102. Quando estiveres entre eles
e os convocares a observarem a oração (ó Mensageiro), que uma parte deles tome
de suas armas e a pratique contigo; e, quando se prostrarem, que a outra se
poste na retaguarda; ao concluírem, que se retire e se ponha de guarda e
suceda-lhe a parte que não tiver orado, ainda, e que reze contigo. Que não
precavenham e levem suas armas, porque os incrédulos ansiarão para que
negligencieis as vossas armas e provisões, a fim de vos atacarem de surpresa.
Tampouco sereis recriminados se depuserdes as armas quando a chuva a isso vos
obriga, ou estiverdes enfermos; mas tomai vossas precauções. Sem dúvida, Deus
destina aos incrédulos um castigo ignominioso.
103. E quando tiverdes concluído
a oração, mencionai Deus, quer estejais de pé, sentados, ou deitados. Porém,
quando estiverdes fora de perigo, observai a devida oração, porque ela é uma
obrigação, prescrita aos fiéis para ser cumprida em seu devido tempo.
104. E não desfaleçais na
perseguição ao inimigo; porque, se sofrerdes, eles sofrerão tanto quanto vós;
porém, vós podeis esperar de Deus o que eles não esperam; sabei que Deus é
Sapiente, Prudentíssimo.
105. Realmente, revelamos-te o
Livro, a fim de que julgues entre os humanos, segundo o que Deus te ensinou.
Não sejas defensor dos pérfidos.
106. Implora o perdão de Deus,
porque Ele é Indulgente, Misericordiosíssimo.
107. Não advogues por aqueles que
enganaram a si mesmos, porque Deus não aprecia o pérfido, pecador.
108. Eles se ocultam das pessoas,
não podendo, contudo, ocultar-se de Deus, porque Deus está pressente, com eles,
quando, à noite, discorrem sobre o que Ele desagrada. Deus está inteirado de
tudo quanto fazem.
109. Eis que vós, na vida
terrena, advogastes por eles. Quem advogará por eles, ante Deus, no Dia da
Ressurreição ou quem será seu defensor?
110. E quem cometer uma má ação
ou se condenar e, em seguida (arrependido), implorar o perdão de Deus, sem
dúvida achá-Lo-á Indulgente, Misericordiosíssimo.
111. Quem cometer um pecado,
fá-lo-á em prejuízo próprio, porque Deus é Sapiente, Prudentíssimo.
112. Quem cometer uma fala ou um
pecado, e os imputar a um inocente, sobrecarregar-se-á com uma falsa imputação
e um delito fragrante.
113. Não fosse pela graça de Deus
e por Sua misericórdia para contigo, uma parte deles teria conseguido
desviar-te, quando com isso não fariam mais do que desviarem-se a si mesmos,
sendo que em nada poderiam prejudicar-te. Deus revelou-te o Livro e a prudência
e ensinou-te o que ignoravas, porque a Sua graça para contigo é infinita.
114. Não há utilidade alguma na
maioria dos seus colóquios, salvo nos que recomendam a caridade, a benevolência
e a concórdia entre os homens. A quem assim proceder, com a intenção de
comprazer a Deus, agraciá-lo-emos com uma magnífica recompensa.
115. A quem combater o
Mensageiro, depois de haver sido evidenciada a Orientação, seguindo outro
caminho que não o dos fiéis, abandoná-lo-emos em seu erro e introduziremos no
inferno. Que péssimo destino!
116. Deus jamais perdoará quem
Lhe atribuir parceiros, conquanto perdoe os outros pecados, a quem Lhe apraz.
Quem atribuir parceiros a Deus desviar-se-á profundamente.
117. Não invocam, em vez d'Ele, a
não ser deidades femininas, e, com isso invocam o rebelde Satanás,
118. Que Deus amaldiçoou. Ele
(Satanás) disse: Juro que me apoderarei de uma parte determinada dos Teus
servos,
119. A qual desviarei,
fazendo-lhes falsas promessas. Ordenar-lhes-ei cercear as orelhas do gado e os
incitarei a desfigurar a criação de Deus! Porém, quem tomar Satanás por
protetor, em vez de Deus, Ter-se-á perdido manifestamente,
120. Porquanto (ele) lhes promete
e os ilude; entretanto, as promessas de Satanás só causam decepções.
121. A morada deles será o
inferno, do qual não acharão escapatória.
122. Quanto aos fiéis, que
praticam o bem, introduzi-los-emos em jardins, abaixo dos quais correm rios,
onde morarão eternamente. A promessa de Deus é inexorável. E quem é mais leal
do que Deus no que assevera?
123. (Isso) não é segundo os
vossos desejos, nem segundo os desejos dos adeptos do Livro. Quem cometer algum
mal receberá o que tiver merecido e, afora Deus, não achará protetor, nem
defensor.
124. Aqueles que praticarem o
bem, sejam homens ou mulheres, e forem fiéis, entrarão no Paraíso e não serão
defraudados, no mínimo que seja.
125. E quem melhor professa a
religião do que quem se submete a Deus, é praticante do bem e segue a crença de
Abraão, o monoteísta? (O Próprio) Deus elegeu Abraão por fiel amigo.
126. A Deus pertence tudo quanto
há nos céus e na terra; e Deus abrange todas as coisas.
127. Consultar-te-ão acerca das
mulheres; dize-lhes: Deus vos instruiu a respeito delas, assim como acerca do
que vos é ditado no Livro, referente às mulheres órfãos, às quais não entregais
o que lhes é destinado, embora tencioneis desposá-las; o mesmo (diga-se), com
relação às crianças que são oprimidas. Sede justos para com os órfãos. Sabei
que de tudo o bem que fizerdes, Deus estará inteirado.
128. Se uma mulher notar
indiferença ou menosprezo por parte de seu marido, não há mal em se
reconciliarem amigavelmente, porque a concórdia é o melhor, apesar de o ser
humano, por natureza, ser propenso à avareza. Se praticardes o bem e temerdes a
Deus, sabei que Deus está bem inteirado de tudo quanto fazeis.
129. Não podereis, jamais, ser
eqüitativos com vossas esposas, ainda que nisso vos empenheis. Por essa razão,
não declineis demasiadamente uma delas, deixando-a como se estivesse
abandonada; porém, se vos reconciliardes e temerdes, sabei que Deus é
Indulgente, Misericordiosíssimo.
130. Todavia, se eles se
separarem, Deus enriquecerá cada qual da Sua abundância, porque é Munificente,
Prudentíssimo.
131. A Deus pertence tudo quanto
há nos céus e na terra. Tínhamos recomendado àqueles a quem foi concedido o
Livro, antes de vós, assim como também a vós, que temêsseis a Deus; porém, se o
renegardes, sabei que a Deus pertence tudo quanto há nos céus e na terra. Deus
é sempre Absoluto, Laudabilíssimo.
132. A Deus pertence tudo quanto
há nos céus e na terra; e Ele é suficiente Guardião.
133. Ó humanos, se Ele quisesse,
far-vos-ia desaparecer e vos substituiria por outros seres, porque Deus tem
bastante poder para isso.
134. Quem ansiar pela recompensa
deste mundo saiba que Deus possui tanto a recompensa deste mundo, como do
outro, pois é Oniouvinte, Onividente.
135. Ó fiéis, sede firmes em
observardes a justiça, atuando de testemunhas, por amor a Deus, ainda que o
testemunho seja contra vós mesmos, contra os vossos pais ou contra os vossos
parentes, seja contra vós mesmos, contra os vossos pais ou contra os vossos
parentes, seja o acusado rico ou pobre, porque a Deus incumbe protegê-los.
Portanto, não sigais os vossos caprichos, para não serdes injustos; e se
falseardes o vosso testemunho ou vos recusardes a prestá-lo, sabei que Deus
está bem inteirado de tudo quanto fazeis.
136. Ó fiéis, crede em Deus, em
Seu Mensageiro, no Livro que Ele lhe revelou e no Livro que havia sido revelado
anteriormente. Em verdade, quem renegar Deus, Seus anjos, Seus Livros, Seus
mensageiros e o Dia do Juízo Final, desviar-se-á profundamente.
137. Quanto àqueles que crêem e,
em seguida, negam, voltam a crer e depois renegam, aumentando assim a sua descrença,
é inadmissível que Deus os perdoe ou os guie por senda alguma.
138. Adverte os hipócritas de que
sofrerão um doloroso castigo.
139. Aqueles que tomam por
confidentes os incrédulos em vez dos fiéis, pretendem, porventura, obter deles
a glória? Sabei que a glória pertence integralmente a Deus.
140. Por certo que Ele vos
instruiu, no Livro, e de quando notardes que blasfemam, que escarnecem os
versículos de Deus, não vos senteis com eles, até que mudem de conversa;
porque, se assim não fizerdes, sereis seus cúmplices. Deus reunirá, no inferno,
todos os hipócritas e incrédulos,
141. Que vos espreitam e dizem,
quando Deus vos concede uma vitória: Acaso não estávamos convosco? Por outra,
se a vitória tivesse cabido aos incrédulos, dir-lhes-iam: Acaso não estávamos
em vantagem sobre vós, protegendo-vos dos fiéis? Deus os julgará, no Dia da
Ressurreição, e jamais concederá supremacia aos incrédulos em relação aos
fiéis.
142. Os hipócritas pretendem
enganar Deus, porém, Ele os enganará, por isso. Quando se dispões a orar,
fazem-no com indolência, sem serem vistos pelas pessoas, e pouco mencionam
Deus.
143. (Eles estão) vacilantes,
entre os dois grupos; nem estão com este, nem com aquele. Porém, jamais
encontrarás senda alguma, para aquele que Deus desviar (por tal merecerem).
144. Ó fiéis, não tomeis aos
incrédulos por confidentes, em vez dos que crêem. Desejais proporcionar a Deus
provas evidentes contra vós?
145. Os hipócritas ocuparão o
ínfimo piso do inferno e jamais lhes encontrarás socorredor algum.
146. Salvo aqueles que se
arrependerem, se emendarem, se apegarem a Deus e consagrarem a sua religião a
Ele; estes contar-se-ão, assim, entre os fiéis, e Deus lhes concederá uma
magnífica recompensa.
147. Que interesse terá Deus em
castigar-vos, se sois agradecidos e fiéis? Ele é Retribuidor, Sapientíssimo.
148. Deus não aprecia que sejam
proferidas palavras maldosas publicamente, salvo por alguém que tenha sido
injustiçado; sabei que Deus é Oniouvinte, Onisciente.
149. Quer pratiqueis o bem,
oculta ou manifestamente, quer perdoeis o mal, sabei que Deus é Onipotente,
Indulgentíssimo.
150. Aqueles que não crêem em
deus e em Seus mensageiros, pretendendo cortar os vínculos entre Deus e Seus
mensageiros, e dizem: Cremos em alguns e negamos outros, intentando com isso
achar uma saída,
151. São os verdadeiros
incrédulos; porém, preparamos para eles um castigo ignominioso.
152. Quanto àqueles que crêem em
Deus e em Seus mensageiros, e não fazem distinção entre nenhum deles, Deus lhes
concederás as suas devidas recompensas, porque Deus é Indulgente,
Misericordiosíssimo.
153. Os adeptos do Livro pedem-te
que lhes faças descer um Livro do céu. Já haviam pedido a Moisés algo superior
a isso, quando lhe disseram: Mostra-nos claramente Deus. Por isso, a centelha
os fulminou, por sua iniqüidade. E (mesmo) depois de receberem as evidências,
adoraram o bezerro; e Nós os perdoamos, e concedemos a Moisés uma autoridade
evidente.
154. E elevamos o Monte por cima
deles, pelo ato de seu pacto, e lhes dissemos: Entrai pelo pórtico da cidade,
prostrando-vos; e também lhes dissemos: Não profaneis o Sábado! E obtivemos
deles um compromisso solene.
155. (Porém, fizemo-los sofrer as
conseqüências) por terem quebrado o pacto, por negaremos versículos de Deus,
por matarem iniquamente os profetas, e por dizerem: Nossos corações estão
insensíveis! Todavia, Deus lhes obliterou os corações, por causa perfídias. Em
quão pouco acreditam!
156. E por blasfemarem e dizerem
graves calúnias acerca de Maria.
157. E por dizerem: Matamos o
Messias, Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de Deus, embora não sendo, na
realidade, certo que o mataram, nem o crucificaram, senão que isso lhes foi
simulado. E aqueles que discordam, quanto a isso, estão na dúvida, porque não
possuem conhecimento algum, abstraindo-se tão-somente em conjecturas; porém, o
fato é que não o mataram.
158. Outrossim, Deus fê-lo
ascender até Ele, porque é Poderoso, Prudentíssimo.
159. Nenhum dos adeptos do Livro
deixará de acreditar nele (Jesus), antes da sua morte, que, no Dia da
Ressurreição, testemunhará contra eles.
160. E pela iniqüidade dos
judeus, ao tentarem desviar os demais da senda de Deus, vedamos-lhes algumas
coisas, boas, que lhes eram lícitas.
161. E por praticarem a usura,
sendo que isso lhes estava proibido, e por usurparem os bens alheios com falsas
pretensões. E preparamos para os incrédulos, dentre eles, um doloroso castigo.
162. Quanto aos sábios, dentre
eles, bem como aos fiéis, que crêem tanto no que te foi revelado como no que
foi revelado antes de ti, que são observantes da oração, pagadores do zakat,
crentes em Deus e no Dia do Juízo Final, premiá-los-emos com magnífica
recompensa.
163. Inspiramos-te, assim como
inspiramos Noé e os profetas que o sucederam; assim, também, inspiramos Abraão,
Ismael, Isaac, Jacó e as tribos, Jesus, Jó, Jonas, Aarão, Salomão, e concedemos
os Salmos a Davi.
164. E enviamos alguns
mensageiros, que te mencionamos, e outros, que não te mencionamos; e Deus falou
a Moisés diretamente.
165. Foram mensageiros
alvissareiros e admoestadores, para que os humanos não tivessem argumento algum
ante Deus, depois do envio deles, pois Deus é Poderoso, Prudentíssimo.
166. Deus atesta que o que te
revelou, revelou-to de Sua sapiência, assim como os anjos também o atestam. E
basta Deus por testemunha (disso).
167. Aqueles que rejeitaram a fé
e desviaram os demais da senda de Deus, desviaram-se profundamente.
168. (Quanto) àqueles que
rejeitaram a fé e cometeram injustiças, Deus nunca os perdoará, nem os
orientará qualquer caminho,
169. A não ser o do inferno, onde
morarão eternamente, porque isso é fácil para Deus.
170. Ó humanos, por certo que vos
chegou o Mensageiro com a Verdade de vosso Senhor. Crede, pois, nele, que será
melhor para vós. Porém, se descrerdes, sabei que a Deus pertence tudo quanto
existe nos céus e na terra e que Ele é Sapiente, Prudentíssimo.
171. Ó adeptos do Livro, não
exagereis em vossa religião e não digais de Deus senão a verdade. O Messias,
Jesus, filho de Maria, foi tão-somente um mensageiro de Deus e Seu Verbo, com o
qual Ele agraciou Maria por intermédio do Seu Espírito. Crede, pois, em Deus e
em Seus mensageiros e digais: Trindade! Abstende-vos disso, que será melhor
para vós; sabei que Deus é Uno. Glorificado seja! Longe está a hipótese de ter
tido um filho. A Ele pertence tudo quanto há nos céus e na terra, e Deus é mais
do que suficiente Guardião.
172. O Messias não desdenha ser
um servo de Deus, assim como tampouco o fizeram os anjos próximos (de Deus).
Mas (quanto) àqueles que desdenharam a Sua adoração e se ensoberbeceram, Ele os
congregará a todos ante Si.
173. Quanto aos fiéis que
praticarem o bem, Deus lhes retribuirá com recompensas e os acrescentará de Sua
graça; quanto àqueles que desdenharem a Sua adoração e se ensoberbecerem, Ele
os castigará dolorosamente e não acharão, além de Deus, protetor, nem defensor
algum.
174. Ó humanos, já vos chegou uma
prova convincente, do vosso Senhor, e vos enviamos uma translúcida Luz.
175. Àqueles que crêem em Deus, e
a Ele se apegam, introduzi-los-á em Sua misericórdia e Sua graça, e os encaminhará
até Ele, por meio da senda reta.
176. Consultar-te-ão a respeito
da herança de um falecido, em estado de "kalala"; dir-lhes-ás: Deus
já vos instruiu a este respeito: se uma pessoa morrer, sem Ter deixado prole e
tiver uma irmã, corresponderá a metade de tudo quanto deixe; e se ela morrer,
ele herdará dela, uma vez que esta não deixe filhos. Porém, se ele tiver duas
irmãs, estas herdarão dois terços do que ele deixar; e se houver irmãos e
irmãs, corresponderá ao varão a parte de duas mulheres. Deus vo-lo esclarece,
para que não vos desvieis, porque é Onisciente.
[AL MÁIDA]"AL
MÁIDA" (A MESA SERVIDA)
Revelada em Madina; 120
versículos, com exceção do versículo 3, que foi revelado em Arafat, durante a
Peregrinação de Despedida.
5ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Ó fiéis, cumpri com as vossas
obrigações . Foi-vos permitido alimentar-vos de reses, exceto o que vos é
anunciado agora; está-vos vedada a caça, sempre que estiverdes consagrados à
peregrinação. Sabei que Deus ordena o que Lhe apraz.
2. Ó fiéis, não profaneis os
relicários de Deus, o mês sagrado, as oferendas, os animais marcados, nem
provoqueis aqueles que se encaminham à Casa Sagrada , à procura da graça e da
complacência do seu Senhor. E quando estiverdes deixado os recintos sagrados ,
caçai, então, se quiserdes. Que o ressentimento contra aqueles que trataram de
impedir-vos de irdes à Mesquita Sagrada não vos impulsione a provocá-los,
outrossim, auxiliai-vos na virtude e na piedade. Não vos auxilieis mutuamente no
pecado e na hostilidade, mas temei a Deus, porque Deus é severíssimo no
castigo.
3. Estão-vos vedados: a carniça,
o sangue, a carne de suíno e tudo o que tenha sido sacrificado com a invocação
de outro nome que não seja o de Deus; os animais estrangulados, os vitimados a
golpes, os mortos por causa de uma queda, ou chifrados, os abatidos por feras,
salvo se conseguirdes sacrificá-los ritualmente; o (animal) que tenha sido
sacrificado nos altares(333). Também vos está vedado fazer adivinhações com
setas, porque isso é uma profanação. Hoje, os incrédulos desesperam por
fazer-vos renunciar à vossa religião. Não os temais, pois, e temei a Mim! Hoje,
completei a religião para vós; tenho-vos agraciado generosamente sem intenção
de pecar, se vir compelido a (alimentar-se do vedado), saiba que Deus é
Indulgente, Misericordiosíssimo.
4. Consultar-te-ão sobre o que
lhes foi permitido; dize-lhes: Foram-vos permitidas todas as coisas sadias, bem
como tudo o que as aves de rapina, os cães por vós adestrados, conforme Deus
ensinou, caçarem para vós. Comei do que eles tivessem apanhado para vós e sobre
isso invocai Deus, e temei-O, porque Deus é destro em ajustar contas.
5. Hoje, estão-vos permitidas
todas as coisas sadias, assim como vos é lícito o alimento dos que receberam o
Livro, da mesma forma que o vosso é lícito para eles. Está-vos permitido
casardes com as castas, dentre as fiéis, e com as castas, dentre aquelas que
receberam o Livro antes de vós, contanto que as doteis e passeis a viver com
elas licitamente, não desatinadamente, nem as envolvendo em intrigas secretas.
Quanto àqueles que renegar a fé, sua obra tornar-se-á sem efeito e ele se
contará, no outro mundo, entre os desventurados.
6. Ó fiéis, sempre que vos
dispuserdes a observar a oração, lavai o rosto, as mãos e os antebraços até aos
cotovelos; esfregai a cabeça, com as mãos molhadas e lavai os pés, até os
tornozelos. E, quando estiverdes polutos, higienizai-vos; porém, se estiverdes
enfermos ou em viagem, ou se vierdes de lugar escuso ou tiverdes tocado as
mulheres, sem encontrardes água, servi-los do tayamum com terra limpa, e
esfregai com ela os vossos rostos e mãos. Deus não deseja impor-vos carga
alguma; porém, se quer purificar-vos e agraciar-vos, é para que Lhe agradeçais.
7. E recordai-vos das mercês de
Deus para convosco e da promessa que recebeu de vós, quando dissestes:
Escutamos e obedecemos! Temei, pois, a Deus, porque Ele bem conhece as
intimidades dos corações.
8. Ó fiéis, sede perseverantes na
causa de Deus e prestai testemunho, a bem da justiça; que o ódio aos demais não
vos impulsione a serdes injustos para com eles. Sede justos, porque isso está
mais próximo da piedade, e temei a Deus, porque Ele está bem inteirado de tudo
quanto fazeis.
9. Deus prometeu aos fiéis que
praticam o bem uma indulgência e uma magnífica recompensa.
10. Porém, os incrédulos, que
desmentem os nossos versículos, serão os companheiros do fogo.
11. Ó fiéis, recordai-vos das
mercês de Deus para convosco, pois quando um povo intentou agredir-vos, Ele o
conteve. Temei a Deus, porquanto a Deus se encomendam os fiéis.
12. Deus cumpriu uma antiga
promessa feita aos israelitas, e designou-lhes doze chefes, dentre eles,
dizendo: Estarei convosco se observardes a oração, pagardes o zakat, credes nos
Meus mensageiros, socorrerde-los e emprestardes espontaneamente a Deus;
absolverei as vossas faltas e vos introduzirei em jardins, abaixo dos quais
correm os rios. Mas quem de vós pecar, depois disto, desviar-se-á da verdadeira
senda.
13. Porém, pela violação de sua
promessa, amaldiçoamo-los e endurecemos os seus corações. Eles deturparam as
palavras (do Livro) e se esqueceram de grande parte que lhes foi revelado; não
cessas de descobrir a perfídia de todos eles, salvo de uma pequena parte;
porém, indulta-os e perdoa-lhes os erros, porque Deus aprecia os benfeitores.
14. E também aceitamos a promessa
daqueles que disseram: Somos cristãos! Porém, esqueceram-se de grande parte do
que lhes foi recomendado, pelo que disseminamos a inimizade e o ódio entre
eles, até ao Dia da Ressurreição. Deus os inteirará, então, do que cometeram.
15. Ó adeptos do Livro, foi-vos
apresentado o Nosso Mensageiro para mostrar-vos muito do que ocultáveis do
Livro e perdoar-vos em muito. Já vos chegou de Deus uma Luz e um Livro lúcido,
16. Pelo qual Deus conduzirá aos
caminhos da salvação aqueles que procurarem a Sua complacência e, por Sua
vontade, tirá-los-á das trevas e os levará para a luz, encaminhando-os para a
senda reta.
17. São blasfemos aqueles que
dizem: Deus é o Messias, filho de Maria. Dize-lhes: Quem possuiria o mínimo
poder para impedir que Deus, assim querendo, aniquilasse o Messias, filho de
Maria, sua mãe e todos os que estão na terra? Só a Deus pertence o reino dos
céus e da terra, e tudo quanto há entre ambos. Ele cria o que Lhe apraz, porque
é Onipotente.
18. Os judeus e os cristãos
dizem: Somos os filhos de Deus e os Seus prediletos. Dize-lhes: Por que, então,
Ele vos castiga por vossos pecados? Qual! Sois tão-somente seres humanos como
os outros! Ele perdoa a quem Lhe apraz e castiga quem quer. Só a Deus pertence
o reino dos céus e da terra e tudo quanto há entre ambos, e para Ele será o
retorno.
19. Ó adeptos do Livro, foi-vos
apresentado o Nosso Mensageiro, para preencher a lacuna (na série) dos
mensageiros, a fim de que não digais. Não nos chegou alvissareiro nem
admoestador algum! Sim, já vos chegou um alvissareiro e admoestador, porque
Deus é Onipotente.
20. Recorda-lhes de quando Moisés
disse ao seu povo: Ó povo meu, lembrai-vos das mercês e Deus para convosco,
quando fez surgir, dentre vós, profetas, e vos fez reis e vos concedeu o que
não havia concedido a nenhum dos vosso contemporâneos.
21. Ó povo meu, entrai na terra
Sagrada que Deus vos assinalou, e não retrocedais, porque se retrocederdes,
sereis desventurados.
22. Disseram-lhe: Ó Moisés,
dominam-na homens poderosos e nela não poderemos entrar, a menos que a
abandonem. Se a abandonarem, então entraremos.
23. E dois tementes, aos quais
Deus havia agraciado, disseram: Entrai, de assalto, pelo pórtico; porque quando
logrardes transpô-lo, sereis, sem dúvida, vencedores; encomendai-vos a Deus, se
sois fiéis.
24. Disseram-lhe: Ó Moisés,
jamais nela (cidade) entraremos, enquanto lá permanecerem. Vai tu, com o teu
Senhor, e combatei-os, enquanto nós permaneceremos aqui sentados.
25. (Moisés) disse: Ó Senhor meu,
somente posso ter controle sobre mim e sobre o meu irmão. Separa-nos, pois, dos
depravados.
26. Então (Deus) lhe disse:
Está-lhes-á proibida a entrada (na terra Sagrada). Durante quarenta anos
andarão errantes, pela terra. Não te mortifiques pela gente depravada.
27. E conta-lhes (ó Mensageiro) a
história dos dois filhos de Adão, quando apresentaram duas oferendas; foi
aceita a de um e recusada a do outro. Disse aqueles cuja oferenda foi recusada:
Juro que te matarei. Disse-lhe (o outro): Deus só aceita (a oferenda) dos
justos.
28. Ainda que levantasses a mão
para assassinar-me, jamais levantaria a minha para matar-te, porque temo a
Deus, Senhor do Universo.
29. Quero que arques com a minha
e com a tua culpa, para que sejas um dos condenados ao inferno, que é o castigo
dos iníquos.
30. E o egoísmo (do outro)
induziu-o a assassinar o irmão; assassinou-o e contou-se entre os
desventurados.
31. E Deus enviou um corvo, que
se pôs a escavar a terra para ensinar-lhe a ocultar o cadáver do irmão. Disse:
Ai de mim! Não é verdade que não fui capaz de ocultar o cadáver do meu irmão,
se até este corvo é capaz de fazê-lo? Contou-se, depois, entre os arrependidos.
32. Por isso, prescrevemos aos
israelitas que quem matar uma pessoa, sem que esta tenha cometido homicídio ou
semeado a corrupção na terra, será considerado como se tivesse assassinado toda
a humanidade. Apesar dos Nossos mensageiros lhes apresentarem as evidências, a
maioria deles comete transgressões na terra.
33. O castigo, para aqueles que
lutam contra Deus e contra o Seu Mensageiro e semeiam a corrupção na terra, é
que sejam mortos, ou crucificados, ou lhes seja decepada a mão e o pé opostos,
ou banidos. Tal será, para eles, um aviltamento nesse mundo e, no outro,
sofrerão um severo castigo.
34. Exceto aqueles que se
arrependem, antes de caírem em vosso poder; sabei que Deus é Indulgente,
Misericordiosíssimo.
35. Ó fiéis, temei a Deus, tratai
de acercar-vos d'Ele e lutai pela Sua causa, quiçá assim prosperareis.
36. Ainda que os incrédulos possuíssem
tudo quanto existisse na terra e outro tanto de igual valor, e o oferecessem
para redimir-se do suplício do Dia da Ressurreição, não lhos seria aceito;
sofrerão, isso sim, um severo castigo.
37. Quererão sair do fogo; porém,
nunca dele sairão, pois sofrerão um suplício eterno.
38. Quanto ao ladrão e à ladra,
decepai-lhes a mão, como castigo de tudo quanto tenham cometido; é um exemplo,
que emana de Deus, porque Deus é Poderoso, Prudentíssimo.
39. Aquele que, depois da sua
iniqüidade, se arrepender e se emendar, saiba que Deus o absolverá, porque é
Indulgente, Misericordiosíssimo.
40. Ignoras, acaso, que a Deus
pertence a soberania dos céus e da terra? Ele castiga a quem deseja e perdoa a
quem Lhe apraz, porque é Onipotente.
41. Ó mensageiro, que não te
atribulem aqueles que se degladiam na prática da incredulidade, aqueles que
dizem com suas bocas: Cremos!, conquanto seus corações ainda não tenham
abraçado a fé. Entre os judeus, há os que escutarão a mentira e escutarão
mesmos outros, que não tenham vindo a ti. Deturpam as palavras, de acordo com a
conveniência, e dizem (a seus seguidores): Se vos julgarem, segundo isto (as
palavras deturpadas), aceitai-o; se não vos julgarem quanto a isso,
precavei-vos! Porém, a quem Deus quiser pôr à prova, nada poderás fazer para
livrá-lo de Deus. São aqueles cujos corações Deus não purificará, os quais
terão um aviltamento neste mundo, e no outro sofrerão um severo castigo.
42. São os que escutam a mentira,
ávidos em devorar o que é ilícito. Se se apresentarem a ti, julga-os ou
aparta-te deles, porque se te separares deles em nada poderão prejudicar-te;
porém, se os julgares, faze-o eqüitativamente, porque Deus aprecia os
justiceiros.
43. Por que recorrem a ti por
juiz, quando têm a Tora que encerra o Juízo de Deus? E mesmo depois disso, eles
logo viram as costas. Estes em nada são fiéis.
44. Revelamos a Tora, que encerra
Orientação e Luz, com a qual os profetas, submetidos a Deus, julgam os judeus,
bem como os rabinos e os doutos, aos quais estavam recomendadas a observância e
a custódia do Livro de Deus. Não temais, pois, os homens, e temei a Mim, e não
negocieis as Minhas leis a vil preço. Aqueles que ao julgarem, conforme o que
Deus tem revelado, serão incrédulos.
45. Nem (a Tora) temo-lhes
prescrito: vida por vida, olho por olho, nariz por nariz, orelha por orelha,
dente por dente e as retaliações tais e quais; mas quem indultar um culpado,
isto lhe servirá de expiação. Aqueles que não julgarem conforme o que Deus tem
revelado serão iníquos.
46. E depois deles (profetas),
enviamos Jesus, filho de Maria, corroborando a Tora que o precedeu; e lhe
concedemos o Evangelho, que encerra orientação e luz, corroborante do que foi
revelado na Tora e exortação para os tementes.
47. Que os adeptos do Evangelho
julguem segundo o que Deus nele revelou, porque aqueles que não julgarem
conforme o que Deus revelou serão depravados.
48. Em verdade, revelamos-te o
Livro corroborante e preservador dos anteriores. Julga-os, pois, conforme o que
Deus revelou e não sigas os seus caprichos, desviando-te da verdade que te
chegou. A cada um de vós temos ditado uma lei e uma norma; e se Deus quisesse,
teria feito de vós uma só nação; porém, fez-vos como sois, para testar-vos
quanto àquilo que vos concedeu. Emulai-vos, pois, na benevolência, porque todos
vós retornareis a Deus, o Qual vos inteirará das vossas divergências.
49. Incitamos-te a que julgues
entre eles, conforme o que Deus revelou; e não sigas os seus caprichos e
guarda-te de quem te desviem de algo concernente ao que Deus te revelou. Se tu
refutarem fica sabendo que Deus os castigará por seus pecados, porque muitos
homens são depravados.
50. Anseiam, acaso, o juízo do
tempo da insipiência? Quem melhor juiz do que Deus, para os persuadidos?
51. Ó fiéis, não tomeis por
confidentes os judeus nem os cristãos; que sejam confidentes entre si. Porém,
quem dentre vós os tomar por confidentes, certamente será um deles; e Deus não
encaminha os iníquos.
52. Verás aqueles que abrigam a
morbidez em seus corações apressarem-se em Ter intimidades com eles, dizendo:
Tememos que nos açoite uma vicissitude! Oxalá Deus te apresente a vitória ou
algum outro desígnio Seu e, então, arrepender-se-ão de tudo quanto haviam
maquinado.
53. Os fiéis, então, dirão: São,
acaso, aqueles que juravam solenemente por Deus, que estavam conosco? Suas
obras tornar-se-ão sem efeito e será desventurados.
54. Ó fiéis, aqueles dentre vós
que renegarem a sua religião, saibam que Deus os suplantará por outras pessoas,
às quais amará, as quais O amarão, serão compassivas para com os fiéis e
severas para com os incrédulos; combaterão pela causa de Deus e não temerão
censura de ninguém. Tal é a graça de Deus, que a concede a quem Lhe apraz,
porque Deus é Munificente, Sapientíssimo.
55. Vossos reais confidentes são:
Deus, Seu Mensageiro e os fiéis que observam a oração e pagam o zakat,
genuflectindo-se ante Deus.
56. Quanto àqueles que se voltam
(em companheirismo) para Deus, Seu Mensageiro e os fiéis, saibam que os
partidos de Deus serão os vencedores.
57. Ó fiéis, não tomeis por confidentes
aqueles que receberam o Livro antes de vós, nem os incrédulos, que fizeram de
vossa religião objeto de escárnio e passatempo. Temei, pois, a Deus, se sois
verdadeiramente fiéis.
58. E quando fazeis a convocação
para a oração, tomam-na como objeto de escárnio e passatempo. Isso, por serem
insensatos.
59. Dize-lhes: Ó adeptos do
Livro, pretendeis vingar-vos de nós, somente porque cremos em Deus, em tudo
quanto nos é revelado e em tudo quanto foi revelado antes? A maioria de vós é
depravada.
60. Dize ainda: Poderia
anunciar-vos um caso pior do que este, ante os olhos de Deus? São aqueles a
quem Deus amaldiçoou, abominou e converteu em símios, suínos e adoradores do
sedutor; estes, encontram-se em pior situação, e mais desencaminhados da
verdadeira senda.
61. Quando se apresentam a vós,
dizem: Cremos!, embora cheguem disfarçados com a incredulidade, e com ela
saiam. Mas Deus sabe melhor do que ninguém o que ocultam.
62. Verás que muitos deles se
precipitam no pecado, na hostilidade e na saciação do que é ilícito. Quão
detestável é o que fazem!
63. Por que os rabinos e os
doutos não lhes proibiram blasfemarem e se fartarem do que é ilícito? Quão
detestáveis são as suas obras!
64. O judeus disseram: A mão de
Deus está cerrada! Que suas mãos sejam cerradas e sejam amaldiçoados por tudo
quanto disseram! Qual! Suas mão estão abertas! Ele prodigaliza as Suas graças
como Lhe apraz. E, sem dúvida, o que te foi revelado por teu Senhor exacerbará
a transgressão e a incredulidade de muitos deles. Porém, infundimo-lhes a
inimizade e o rancor, até ao Dia da Ressurreição. Toda vez que acenderem o fogo
da guerra, Deus os extinguirá. Percorrem a terra, corrompendo-a; porém, Deus
não aprecia os corruptores.
65. Mas se os adeptos do Livro
tivessem acreditado (em Nós) e temido, tê-los-íamos absolvido dos pecados,
tê-los-íamos introduzido nos jardins do prazer.
66. E se tivessem sido
observantes da Tora, do Evangelho e de tudo quanto lhes foi revelado por seu
Senhor, alimentar-se-iam com o que está acima deles e do que se encontra sob
seus pés. Entre eles, há alguns moderados; porém, quão péssimo é o que faz a
maioria deles!
67. Ó Mensageiro, proclama o que
te foi revelado por teu Senhor, porque se não o fizeres, não terás cumprido a
Sua Missão. Deus te protegerá dos homens, porque Deus não ilumina os
incrédulos.
68. Dize: Ó adeptos do Livro, em
nada vos fundamentareis, enquanto não observardes os ensinamentos da Tora, do
Evangelho e do que foi revelado por vosso Senhor! Porém, o que te foi revelado
por teu Senhor, exacerbará a transgressão e a incredulidade de muitos deles.
Que não te penalizem os incrédulos.
69. Os fiéis, os judeus, os
sabeus e os cristãos, que crêem em Deus, no Dia do Juízo Final e praticam o
bem, não serão presas do temor, nem se atribularão.
70. Havíamos aceito o compromisso
dos israelitas, e lhes enviamos os mensageiros. Mas, cada vez que um mensageiro
lhes anunciava algo que não satisfazia os seus interesses, desmentiam uns e
assassinavam outros.
71. Pressupunham que nenhuma
sedição recairia sobre eles; e, então, tornaram-se deliberadamente cegos e
surdos. Não obstante Deus tê-los absolvido, muitos deles voltaram à cegueira e
à surdez; mas Deus bem vê tudo quanto fazem.
72. São blasfemos aqueles que
dizem: Deus é o Messias, filho de Maria, ainda quando o mesmo Messias disse: Ó
israelitas, adorai a Deus, Que é meu Senhor e vosso. A quem atribuir parceiros
a Deus, ser-lhe-á vedada a entrada no Paraíso e sua morada será o fogo
infernal! Os iníquos jamais terão socorredores.
73. São blasfemos aqueles que
dizem: Deus é um da Trindade!, portanto não existe divindade alguma além do
Deus Único. Se não desistirem de tudo quanto afirmam, um doloroso castigo
açoitará os incrédulos entre eles.
74. Por que não se voltam para
Deus e imploram o Seu perdão, uma vez que Ele é Indulgente,
Misericordiosíssimo?
75. O Messias, filho de Maria,
não é mais do que um mensageiro, do nível dos mensageiro que o precederam; e
sua mãe era sinceríssima. Ambos se sustentavam de alimentos terrenos, como
todos. Observa como lhes elucidamos os versículos e observa como se desviam.
76. Pergunta-lhes: Adorareis, em
vez de Deus, ao que não pode prejudicar-vos nem beneficiar-vos, sabendo (vós)
que Deus é o Oniouvinte, o Sapientíssimo?
77. Dize-lhes: Ó adeptos do
Livro, não exagereis em vossa religião, profanado a verdade, nem sigais o
capricho daqueles que se extraviaram anteriormente, desviaram muitos outros e
se desviaram da verdadeira senda!
78. Os incrédulos, dentre os
israelitas, foram amaldiçoados pela boca de Davi e por Jesus, filho de Maria,
por causa de sua rebeldia e profanação.
79. Não se reprovavam mutuamente
pelo ilícito que cometiam. E que detestável é o que cometiam!
80. Vês muitos deles (judeus) em
intimidade com idólatras. Que detestável é isso a que os induzem as suas almas!
Por isso, suscitaram a indignação de Deus, e sofrerão um castigo eterno.
81. Se tivessem acreditado em
Deus, no Profeta e no que lhe foi revelado, não os teriam tomado por
confidentes. Porém, muitos deles são depravados.
82. Constatarás que os piores
inimigos dos fiéis, entre os humanos, são os judeus e os idólatras. Constatarás
que aqueles que estão mais próximos do afeto dos fiéis são os que dizem: Somos
cristãos!, porque possuem sacerdotes e não ensoberbecem de coisa alguma.
83. E, ao escutarem o que foi
revelado ao Mensageiro, tu vês lágrimas a lhes brotarem nos olhos; reconhecem
naquilo a verdade, dizendo: Ó Senhor nosso, cremos! Inscreve-nos entre os
testemunhadores!
84. E por que não haveríamos de
crer em Deus e em tudo quanto nos chegou, da verdade, e como não haveríamos de
aspirar a que nosso Senhor nos contasse entre os virtuosos?
85. Pelo que disseram, Deus os
recompensará com jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão
eternamente. Isso será a recompensa dos benfeitores.
86. Aqueles que negarem e
desmentirem os Nossos versículos serão os réprobos.
87. Ó fiéis, não malverseis o bem
que Deus permitiu e não transgridais, porque Ele não estima os perdulários.
88. Comei de todas as coisas
lícitas com que Deus vos agraciou e temei-O, se fordes fiéis.
89. Deus não vos reprova por
vossos inintencionais juramentos fúteis; porém, recrimina-vos por vossos
deliberados juramentos, cuja expiação consistirá em alimentardes dez
necessitados da maneira como alimentais a vossa família, ou em os vestir, ou em
libertardes um escravo; contudo, quem carecer de recursos jejuará três dias.
Tal será a expiação do vosso perjúrio. Mantende, pois, os vossos juramentos.
Assim Deus vos elucida os Seus versículos, a fim de que Lhe agradeçais.
90. Ó fiéis, as bebidas
inebriantes, os jogos de azar, a dedicação às pedras e as adivinhações com
setas, são manobras abomináveis de Satanás. Evitai-os, pois, para que
prospereis.
91. Satanás só ambiciona
infundir-vos a inimizade e o rancor, mediante as bebidas inebriantes e os jogos
de azar, bem como afastar-vos da recordação de Deus e da oração. Não
desistireis, diante disso?
92. Obedecei a Deus, obedecei ao
Mensageiro e precavei-vos; mas se vos desviardes, sabei que ao Nosso Mensageiro
só cabe a proclamação da mensagem lúcida.
93. Os fiéis que praticam o bem
não serão reprovados pelo que comeram (anteriormente, mas coisas ilícitas), uma
vez que delas passem a se abster, continuando a crer e a praticar o bem, a ser
tementes a Deus e, crer novamente e praticar a caridade. Deus aprecia os benfeitores.
94. Ó fiéis, Deus vos testará com
a proibição de certa espécie de caça que está ao alcance das vossas mão e das
vossas lanças, para assegurar-Se de quem O teme intimamente. Quem, depois
disso, transgredir a norma sofrerá um doloroso castigo.
95. Ó fiéis, não mateis animais
de caça quando estiverdes com as vestes da peregrinação. Quem, dentre vós, os
matar intencionalmente, terá de pagar a transgressão, o equivalente àquilo que
tenha morto, em animais domésticos, com a determinação de duas pessoas idôneas,
dentre vós. Que tais animais sejam levados como oferenda à Caaba. Ou, ainda,
fará uma expiação, alimentando alguns necessitados ou o equivalente a isto em
jejum, para que sofra a conseqüência da sua falta. Deus perdoa o passado;
porém, a quem reincidir Deus castigará, porque é Punidor, Poderosíssimo.
96. Está-vos permitida a caça
aquática; e seu produto pode servir de visão, tanto para vós como para os
viajantes. Porém, está-vos proibida a caça terrestre, enquanto estiverdes
consagrado à peregrinação. Temei a Deus, ante O Qual serei consagrados.
97. Deus designou a Caaba como
Casa Sagrada, como local seguro para os humanos. Também estabeleceu o mês
sagrado, a oferenda e os animais marcados, para que saibais que Deus conhece
tudo quanto há nos céus e na terra, e que é Onisciente.
98. Sabei que Deus é severíssimo
no castigo, assim como também é Indulgente, Misericordiosíssimo.
99. Ao Mensageiro só cabe a
proclamação (da mensagem). Deus conhece o que manifestais e o que ocultais.
100. Dize: O mal e o bem jamais
poderão equiparar-se, ainda que vos encante a abundância do mal. Ó sensatos,
temei a Deus, quiçá assim prosperais.
101. Ó fiéis, não interrogueis
acerca de coisas que, se vos fossem reveladas, atribular-vos-iam. Mas se
perguntardes por elas, quando o Alcorão tiver sido revelado, ser-vos-ão
explicadas. Deus perdoa a vossa sofreguidão, porque é Tolerante,
Indulgentíssimo.
102. Povos anteriores a vós
fizeram as mesmas perguntas. Por isso, tornaram-se incrédulos.
103. Deus nada prescreveu, com
referência às superstições, tais como a "bahira", ou a
"sa'iba", ou a "wacila", ou a "hami"; porém, os
blasfemos forjam mentiras acerca de Deus, porque a sua totalidade é insensata.
104. E quando lhes foi dito:
Vinde para o que Deus revelou, e para o Mensageiro!, disseram: Basta-nos o que
seguiam os nossos pais! Como? Mesmo que seus pais nada compreendessem nem se
guiassem?
105. Ó fiéis, resguardai as
vossas almas, porque se vos conduzirdes bem, jamais poderão prejudicar-vos
aqueles que se desviam; todos vós retornareis a Deus, o Qual vos inteirará de
tudo quanto houverdes feito.
106. Ó fiéis, quando a morte se
aproximar de algum de vós e este se dispuser a fazer um testamento, que apele
para o testemunho de dois homens justos, dentre vós, ou de dois estranhos, se
se achar viajando pela terra quando isto acontecer. Deverá detê-los, depois da
oração, e fazê-los prestar juramento por Deus, deste modo: A nenhum preço
venderemos o nosso testemunho, ainda que o interessado seja um dos nossos
parentes, nem ocultaremos o testemunho de Deus, porque, se assim fizermos,
contar-nos-emos entre os pecadores.
107. Se descobrirdes que aso
perjuros, que sejam substituídos por outros dois parentes mais próximos das
pessoas em questão, e ambos jurarão por Deus deste modo: Nosso testemunho é
mais verdadeiro do que o dos outros e não perjuramos, porque se assim fizermos,
contar-nos-emos entre os iníquos.
108. Este proceder é o mais
adequado, para que as testemunhas declarem a verdade. Devem temer que se
apresentem outras testemunhas depois delas. Temei, pois, a Deus e escutai,
porque Ele não ilumina os depravados.
109. Um dia, Deus convocará os
mensageiros e lhes dirá: Que vos tem sido respondido (com respeito à
exortação)? Dirão: Nada sabemos, porque só Tu és Conhecedor do incognoscível.
110. Então, Deus dirá: Ó Jesus,
filho de Maria, recordar-te de Minhas Mercês para contigo e para com tua mãe;
de quando te fortaleci com o Espírito da Santidade; de quando falavas aos
homens, tanto na infância, como na maturidade; de quando te ensinei o Livro, a
sabedoria, a Tora e o Evangelho; de quando, com o Meu beneplácito, plasmaste de
barro algo semelhante a um pássaro e, alentando-o, eis que se transformou, com
o Meu beneplácito, em um pássaro vivente; de quando, com o Meu beneplácito,
curaste o cego de nascença e o leproso; de quando, com o Meu beneplácito,
ressuscitaste os mortos; de quando contive os israelitas, pois quando lhes
apresentaste as evidências, os incrédulos, dentre eles, disseram: Isto não é
mais do que pura magia!
111. E de que, quando inspirei os
discípulos, (dizendo-lhes): Crede em Mim e no Meu Mensageiro! Disseram: Cremos!
Testemunha que somos muçulmanos.
112. E de quando os discípulos
disseram: Ó Jesus, filho de Maria, poderá o teu Senhor fazer-nos descer do céu
uma mesa servida? Disseste: Temei a Deus, se sois fiéis!
113. Tornaram a dizer: Desejamos
desfrutar dela, para que os nossos corações sosseguem e para que saibamos que
nos tens dito a verdade, e para que sejamos testemunhas disso.
114. Jesus, filho de Maria,
disse: Ó Deus, Senhor nosso, envia-nos do céu uma mesa servida! Que seja um
banquete para o primeiro e último de nós, constituindo-se num sinal Teu;
agracia-nos, porque Tu és o melhor dos agraciadores.
115. E disse Deus: Fá-la-ei
descer; porém, quem de vós, depois disso, continuar descrendo, saiba que o
castigarei tão severamente como jamais castiguei ninguém da humanidade.
116. E recordar-te de quando Deus
disse: Ó Jesus, filho de Maria! Foste tu quem disseste aos homens: Tomai a mim
e a minha mãe por duas divindades, em vez de Deus? Respondeu: Glorificado
sejas! É inconcebível que eu tenha dito o que por direito não me corresponde.
Se tivesse dito, tê-lo-ias sabido, porque Tu conheces a natureza da minha
mente, ao passo que ignoro o que encerra a Tua. Somente Tu és Conhecedor do
incognoscível.
117. Não lhes disse, senão o que
me ordenaste: Adorai a Deus, meu Senhor e vosso! E enquanto permaneci entre
eles, fui testemunha contra eles; e quando quiseste encerrar os meus dias na
terra, foste Tu o seu Único observador, porque és Testemunha de tudo.
118. Se Tu os castigas é porque
são Teus servos; e se os perdoas, é porque Tu és o Poderoso, o Prudentíssimo.
119. Deus dirá: Este é o dia em
que a lealdade dos verazes ser-lhes-á profícua. Terão jardins, abaixo dos quais
correm rios, onde morarão eternamente. Deus se comprazerá com eles e eles se
comprazerão n'Ele. Tal será o magnífico benefício!
120. A Deus pertence o reino dos
céus e da terra, bem como tudo quando encerra, porque é Onipotente.
[AL AN'AM]"AL AN'AM" (O
GADO)
Revelada em Makka; 165
versículos, com exceção dos versículos 20, 23, 91, 93, 114, 141, 151, 152 e
153, que foram revelados em Madina.
6ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Louvado seja Deus que criou os
céus e a terra, e originou as travas e a luz. Não obstante isso, os incrédulos
têm atribuído semelhantes ao seu Senhor.
2. Ele foi Quem vos plasmou do
barro e vos decretou um limite, um termo fixo junto a Ele. E, apesar disso,
duvidais!
3. Ele é Deus, tanto na terra,
como nos céus. Ele bem conhece tanto o que ocultais, como o que manifestais, e
sabe o que ganhais.
4. Nunca lhes chegou nenhum dos
versículos de seu Senhor sem que eles o desdenhassem.
5. E quando lhes chegou a
verdade, desmentiram-na; porém, logo terão notícias do que escarneceram.
6. Não reparam em quantas
gerações anteriores a eles aniquilamos? Radicamo-las na terra, melhor do que a
vós, enviamos do céu copiosas chuvas para as suas plantas e fizemos correr rios
por sob seus pés; porém, exterminamo-los por seus pecados e, depois deles,
fizemos ressurgir outras gerações.
7. Ainda que te tivéssemos
revelado um Livro, escrito em pergaminhos, e que o apalpassem com as mãos, os
incrédulos diriam: Isto não é mais do que pura magia!
8. Disseram: Por que não lhe foi
enviado um anjo? Se tivéssemos enviado um anjo (e assim mesmo não tivessem
crido), estaria, então, tudo terminado; não teriam sido tolerados.
9. E se lhes tivéssemos enviado
um anjo, tê-lo-íamos enviado em figura de homem, confundindo ainda mais o que
já era, para eles, confuso.
10. Mensageiros anteriores a ti
foram escarnecidos; porém, os escarnecedores foram envolvidos por aquilo de que
escarneciam.
11. Dize-lhes: percorrei a terra
e observai qual foi a sorte dos desmentidores.
12. Dize: A quem pertence tudo
quando existe nos céus e na terra? Responde. A Deus! Ele impôs a Si mesmo a
clemência. Ele vos congregará no indubitável Dia da Ressurreição! Porém, os
desventurados não crêem nisto.
13. Também é Seu tudo quanto se
encontra na noite e no dia, porque Ele é o Oniouvinte, o Sapientíssimo.
14. Dize: Tomareis por protetor
outro que não seja Deus, Criador dos céus e da terra, sendo que é Ele Quem vos
sustenta, sem ter necessidade de ser sustentado? Dize ainda: Foi-me ordenado
ser o primeiro a abraçar o Islam; portanto, não sejais dos idólatras.
15. Dize mais: Temo o castigo do
dia aziago se desobedeço a meu Senhor.
16. Quem for eximido, nesse dia,
será porque Deus se apiedará dele. Tal será um benefício evidente.
17. Se Deus te infligir um mal,
ninguém, além d'Ele, poderá removê-lo; por outra, se te agraciar com um bem,
será porque é Onipotente.
18. Ele é o Soberano absoluto dos
Seus servos e Ele é Onisciente, o Prudentíssimo.
19. Pergunta: Qual é o testemunho
mais fidedigno? Assevera-lhes, então: Deus é a Testemunha entre vós e mim. Este
Alcorão foi-me revelado, para com ele admoestar a vós e àqueles que ele
alcançar. Ousareis admitir que existem outras divindades conjuntamente com
Deus? Dize: Eu não as reconheço. Dize ainda: Ele é um só Deus e eu estou
inocente quanto aos parceiros que Lhe atribuís.
20. Quanto àqueles a quem
concedemos o Livro, conhecem isso, tal como conheceram seus filhos; só os
desventurados não crêem.
21. Haverá alguém mais iníquo do
que quem forja mentiras acerca de Deus ou desmente os Seus versículos? Os
iníquos jamais prosperarão.
22. Recordar-lhes o dia em que
congregaremos todos, e diremos, então, aos idólatras: Onde estão os parceiros
que pretendestes Nos atribuir?
23. Então, não terão mais
escusas, além de dizerem, Por Deus, nosso Senhor, nunca fomos idólatras.
24. Olha como desmentem a sim
mesmos! Tudo quanto tiverem forjado desvanecer-se-á.
25. Alguns deles te escutam;
porém, anuviamos-lhes as mentes e ensurdecemos-lhes os ouvidos; por isso, não
compreendem. E, mesmo quando virem qualquer sinal, não crerão nele; e até
quando vêm a ti, vêm para refutar-te; e os incrédulos dizem: Isto não é mais do
que fábulas dos primitivos!
26. E impedem os demais,
apartando-os dele (o Alcorão); mas, com isso, não fazem mais do que se
prejudicar, sem o sentirem.
27. Ah, se os vires quando se
confrontarem com o fogo infernal! Dirão: Oxalá fôssemos devolvidos (à terra)!
Então, não desmentiríamos os versículos de nosso Senhor e nos contaríamos entre
os fiéis!
28. Porém, aparecer-lhes-á tudo
quanto anteriormente tinham ocultado; no entanto, ainda que fossem devolvidos
(à vida terrena), certamente reincidiriam em lançar mão de tudo quanto lhes foi
vedado, porque são mentirosos.
29. Dizem: Não existe outra vida
além da terrena e jamais seremos ressuscitados.
30. Se os vires quando
comparecerem ante seu Senho! Ele lhes dirá: Não é esta a verdade? Dirão: Sim,
por nosso Senhor! Então, Ele lhes dirá: Provai, pois, o castigo, por vossa
incredulidade!
31. Serão desventurados aqueles
que desmentirem o comparecimento ante Deus, apenas se apercebendo da realidade
quando a morte os surpreender repentinamente. Gritarão: Ai de nós, por termos
negligenciado! Porém, carregarão seus fardos às costas. Que péssimo será o que
carregarão!
32. Que é a vida terrena senão
jogo e diversão frívola? A morada na outra vida é preferível para os tementes.
Noa o compreendeis?
33. Sabemos que te atribula o que
dizem; porém, não é a ti que desmentem; outrossim, é os versículos de Deus que
os iníquos renegam.
34. Já outros mensageiros,
anteriores a ti, foram desmentidos; porém, suportaram abnegadamente os vexames
e os ultrajes, até que Nosso socorro lhes chegou. Nossas decisões são
inexoráveis; e conheces a história dos Nossos mensageiros anteriores.
35. Uma vez que o desdém dos
incrédulos te penaliza, vê: mesmo que pudesses penetrar por um túnel na terra
ou ascender até ao céu para apresentar-lhes um sinal, (ainda assim não farias
com que cressem). Todavia, se Deus quisesse, teria orientado todos até a
verdadeira senda. Não sejas, pois, dos insipientes.
36. Só te atenderão os sensatos;
quanto aos mortos, Deus os ressuscitará; depois, a Ele retornarão.
37. Dizem: Por que não lhe foi
revelado um sinal de seu Senhor? Responde-lhes: Deus é capaz de revelar um
sinal. Porém, sua maioria o ignora.
38. Não existem seres alguns que
andem sobre a terra, nem aves que voem, que não constituam nações semelhantes a
vós. Nada omitimos no Livro; então, serão congregados ante seu Senhor.
39. Aqueles que desmente os
Nossos versículos são surdos e mudos e vagam nas trevas. Deus desvia quem quer,
e encaminha pela senda reta quem Lhe apraz.
40. Dize: Se o castigo de Deus
vos açoitasse, ou vos surpreendesse a Hora, invocaríeis outra divindade que não
fosse Deus? Dizei-o, se estiverdes certos!
41. Qual! Tão-somente O
invocaríeis; se Ele quisesse, concederia o que Lhe imploráveis e então vos
esqueceríeis dos parceiros que Lhe havíeis atribuído!
42. Antes de ti, havíamos enviado
(mensageiros) a outras raças, as quais atormentamos com a miséria e a
adversidade, para que se humilhassem.
43. Se ao menos, quando Nosso
castigo os açoitou, se humilhassem... Não obstante, seus corações se
endureceram e Satanás lhes abrilhantou o que faziam.
44. Mas quando esqueceram as
admoestações que lhe tinham sido feitas, abrimos-lhes as portas da prosperidade,
até que se sentissem regozijados pelo fato de haverem sido agraciados; então,
exterminamo-los subitamente e, ei-los agora desesperados!
45. E foi exterminado até ao
último dos iníquos. Louvado seja Deus, Senhor do Universo!
46. Dize-lhes: Que vos pareceria
se Deus, repentinamente, vos privasse da audição, extiguisse-vos a visão e vos
selasse os corações? Que outra divindade, além de Deus, poderia restaurá-los?
Repara em como lhes expomos as evidências e, não obstante, as desdenham!
47. Dize: Que vos pareceria, se o
castigo de Deus vos açoitasse furtiva ou manifestamente? Quais seriam os
aniquilados, senão os iníquos?
48. Não enviamos os mensageiros,
senão como alvissareiros e admoestadores; e aqueles que crêem e se emendam não
serão presas do temor, nem se atribularão.
49. Aqueles que desmentes os
Nossos versículos serão açoitados pelo castigo, por sua depravação.
50. Dize: Eu não vos digo que
possuo os tesouros de Deus ou que estou ciente do incognoscível, nem tampouco
vos digo que sou um anjo; não faço mais do que seguir o que me é revelado. Dize
mais: Poderão, acaso, equiparar-se o cego e o vidente? Não meditais?
51. Admoesta com ele (o Alcorão),
aqueles que temem ser congregados ante seu Senhor. Não terão, fora d'Ele,
protetor nem intercessor; quiçá, assim O temam.
52. Não rechaces aqueles que de
manhã e à tarde invocam seu Senhor, desejosos de contemplar o Seu Rosto. Não te
cabe julgá-los, assim como não lhes compete julgar-te se os rechaçares,
contar-te-ás entre os iníquos.
53. Assim, Nós os fizemos testarem-se
mutuamente, para que dissessem: São estes os que Deus favoreceu, dentre nós?
Acaso, não conhece Deus melhor do que ninguém os agraciados?
54. Quando te forem apresentados
aqueles que crêem nos Nossos versículos, dize-lhes: Que a paz esteja convosco!
Vosso Senhor impôs a Si mesmo a clemência, a fim de que aqueles dentre vós que,
por ignorância, cometerem uma falta e logo se arrependerem e se encaminharem,
venham a saber que Ele é Indulgente, Misericordiosíssimo.
55. Assim esclarecemos os
versículos, para assinalar o caminho aos pecadores.
56. Dize: Tem-me sido vedado
adorar os que invocais em vez de Deus. Dize (mais): Não seguirei a vossa
luxúria; porque e o fizer, desviar-me-ei e não me contarei entre os
encaminhados.
57. Dize (ainda): Atenho-me à
Evidência emanada do meu Senhor, não obstante vós a terdes desmentido. Porém, o
que pretendeis que seja apressado não está em meu poder; sabei que o juízo só
cabe a Deus, Que dita a verdade, porque é o melhor dos juízes.
58. Dize (outra vez): Se
estivesse em meu poder o que pretendeis que seja apressado, a questão entre vós
e mim já estaria decidida, pois Deus bem conhece os iníquos.
59. Ele possui as chaves do
incognoscível, coisa que ninguém, além d'Ele, possui; Ele sabe o eu há na terra
e no mar; e não cai uma folha (da árvore) sem que Ele disso tenha ciência; não
há um só grão, no seio da terra, ou nada verde, ou seco, que não esteja
registrado no Livro lúcido.
60. Ele é Quem vos recolhe,
durante o sono, e vos reanima durante o dia, bem sabendo o que fazeis, a fim de
que se cumpra o período prefixado; logo, a Ele será o vosso retorno e, então,
Ele vos inteirará de tudo quanto houverdes feito.
61. Ele é o Soberano absoluto dos
Seus servos, e vos envia anjos da guarda para que, se a morte chegar a algum de
vós, os Nossos mensageiros o recolham, sem negligenciarem o seu dever.
62. Logo, retornarão a Deus, seu
verdadeiro Senhor. Não é, acaso, Seu o juízo? Ele é o mais destro dos juízes.
63. Dize: Quem vos liberta das
trevas da terra e do mar, embora deprequeis ostensiva ou humildemente? Dizendo:
Se nos livrardes disto, contar-nos-emos entre os agradecidos!
64. Dize (ainda): Deus vos
liberta disso e de toda angústia e, sem dúvida, Lhe atribuís parceiros!
65. Dize (mais): Ele é capaz de
infligir-vos um castigo celestial ou terreno, ou confundir-vos em seitas,
fazendo-vos experimentar tiranias mútuas. Repara em como dispomos as
evidências, a fim de que as compreendam.
66. Teu próprio povo o desmentiu
(o Alcorão), não obstante ser (seu conteúdo) a pura verdade. Dize: Eu não sou
vosso guardião.
67. Cada Mensagem terá um limite
e logo sabereis.
68. Quando deparares com aqueles
que difamam os Nossos versículos, aparta-te deles, até que mudem de conversa.
Pode ocorrer que Satã te fizesse esquecer disso; porém, após a lembrança, não
te sentes com os iníquos.
69. Os tementes não será
responsáveis por eles; porém, (seu dever) é lembrá-los, talvez temam a Deus.
70. Distancia-te daqueles que
tomam a religião por jogo e diversão, a quem ilude a vida terrena, e
relembra-lhes que todo o ser será penitenciado pelo que cometer e não terá,
além de Deus, protetor, nem intercessor algum; e ainda que ofereça qualquer
resgate, não lho será aceito. Os ignóbeis serão entregues ao tormento, pelo que
cometeram, e terão, por bebida, água fervente e um doloroso castigo, por sua
ignomínia.
71. Pergunta-lhes: Devemos,
acaso, invocar em vez de Deus, a quem não pode beneficiar-nos nem
prejudicar-nos? Devemos, depois de Deus nos haver iluminado, voltar-nos sobre
os nossos calcanhares, como (o fez) aquele a quem os demônios fascinaram e
deixaram aturdido na terra, apesar de Ter amigos que lhe indicavam a verdadeira
senda, dizendo-lhes: Vinde a nós! Dize: A orientação de Deus é a verdadeira
Orientação, e foi-nos ordenado submeter-nos ao Senhor do Universo.
72. Praticai a oração e temei-O,
pois sereis congregados ante Ele.
73. Foi Ele Quem, em verdade,
criou os céus e a terra; e o dia em que disser: Seja!, será. Sua palavra é a
única verídica; d'Ele será o Reino, no dia em que a trombeta soar. Ele é Conhecedor
do cognoscível e do incognoscível, e Ele é o Onisciente, o Prudentíssimo.
74. Quando Abraão disse a Ezra,
seu pai: Tomas os ídolos por deuses? Eis que te vejo a ti e a teu povo em
evidente erro.
75. E foi como mostramos a Abraão
o reino dos céus e da terra, para que se contasse entre os persuadidos.
76. Quando a noite o envolveu,
viu uma estrela e disse: Eis aqui meu Senhor! Porém, quando esta desapareceu,
disse: Não adoro os que desaparecem.
77. Quando viu desapontar a lua,
disse: Eis aqui meu Senhor! Porém, quando esta desapareceu, disse: Se meu
Senhor não me iluminar, contar-me-ei entre os extraviados.
78. E quando viu despontar o sol,
exclamou: Eis aqui meu Senhor! Este é maior! Porém, quando este se pôs, disse:
Ó povo meu, não faço parte da vossa idolatria!
79. Eu me consagro a Quem criou
os céus e a terra; sou monoteísta e não me conto entre os idólatras.
80. Seu povo o refutou, e ele
disse (às pessoas): Pretendeis refutar-me acerca de Deus, se é Ele que me tem
iluminado? Sabei que não temerei os parceiros que Lhe atribuís, salvo se meu
Senhor quiser que algo me suceda, porque a onisciência do meu Senhor abrange
tudo. Não meditais?
81. E como hei de temer o que
idolatrais, uma vez que vós não temeis atribuir parceiros a Deus, sem que Ele
vos tenha concedido autoridade para isso? Qual dos dois partidos é mais digno
de confiança? Dizei-o, se o sabeis.
82. Os fiéis que não obscurecerem
a sua fé com injustiças obterão a segurança e serão iluminados.
83. Tal foi o Nosso argumento,
que proporcionamos a Abraão (para usarmos) contra seu povo, porque Nós elevamos
a dignidade de quem Nos apraz. Teu Senhor (ó Mohammad) é Prudente,
Sapientíssimo.
84. Agraciamo-los com Isaac e
Jacó, que iluminamos, como havíamos iluminado anteriormente Noé e sua
descendência, Davi e Salomão, Jó e José, Moisés e Aarão. Assim, recompensamos
os benfeitores.
85. E Zacarias, Yáhia (João),
Jesus e Elias, pois todos se contavam entre os virtuosos.
86. E Ismael, Eliseu, Jonas e
Lot, cada um dos quais preferimos sobre os seu contemporâneos.
87. E a alguns de seus pais,
progenitores e irmãos, elegemo-los e os encaminhamos pela senda reta.
88. Tal é a orientação de Deus,
pela qual orienta quem Lhe apraz, dentre os Seus servos. Porém, se tivessem
atribuído parceiros a Ele, tornar-se-ia sem efeito tudo o que tivessem feito.
89. São aqueles a quem concedemos
o Livro, a sabedoria e a profecia. Mas se estes (seus descendentes) os
rejeitassem, mesmo assim, confiá-los-íamos a outro povo que não fosse
incrédulo.
90. São aqueles que Deus
iluminou. Toma, pois, seu exemplo. Dize-lhes: Não vos exijo recompensa alguma,
por isto. Ele (o Alcorão) não é mais do que uma mensagem para a humanidade.
91. Não aquilatam o Poder de Deus
como devem, quando dizem: Deus nada revelou a homem algum! Dize: Quem, então, revelou
o Livro, apresentado por Moisés - luz e orientação para os humanos - que
copiais em pergaminhos, do qual mostrai algo e ocultais muito, e mediante o
qual fostes instruídos de tudo quanto ignoráveis, vós e vossos antepassados?
Dize-lhes, em seguida: Deus! E deixa-os, então, entregues às suas cismas.
92. Eis aqui o Livro bendito que
temos revelado, confirmante dos anteriores, para que admoestes, com ele, a Mãe
das Cidades e todas as cidades circunvizinhas. Aqueles que crêem na outra vida
crêem nele e observam as suas orações.
93. Haverá alguém mais iníquo do
que quem forja mentiras acerca de Deus, ou do que quem diz: Sou inspirado!,
quando nada lhe foi inspirado? E que diz: Eu posso revelar algo igual ao que
Deus revelou!? Ah, se pudesses ver os iníquos na agonia da morte quando os
anjos, com mãos estendidas, lhes disserem: Entregai-nos vossas almas! Hoje,
ser-vos-á infligido do castigo afrontoso, por haverdes dito inverdades acerca
de Deus e por vos haverdes ensoberbecido perante os Seus versículos.
94. E comparecereis ante Nós,
isolados, tal como vos criamos da primeira vez, deixando atrás de vós tudo
quanto vos concedemos, e não veremos convosco vossos intercessores, os quais
pretendíeis fossem vossos parceiros; rompeu-se o vínculo entre vós e eles, e se
vos desvaneceu tudo quanto inventastes.
95. Deus é o Germinador das
plantas graníferas e das nucleadas! Ele faz surgir o vivo do morto e extrai o
morto do vivo. Isto é Deus! Como, pois, vos desviais?
96. É Ele Quem faz despontar a
aurora e Quem vos estabelece a noite para o repouso; e o sol e a luz, para
cômputo (do tempo). Tal é a disposição do Poderoso, Sapientíssimo.
97. Foi Ele Quem deu origem, para
vós, às estrelas, para que, com a sua ajuda, vos encaminhásseis, nas trevas da
terra e do mar. Temos esclarecido os versículos para os sábios.
98. Foi Ele Quem vos produziu de
um só ser e vos proporcionou uma estância para descanso. Temos elucidado os
versículos para os sensatos.
99. É Ele Quem envia a água do
céu. Com ela, fizemos germinar todas as classes de plantas, das quais
produzimos verdes caules e, destes, grãos espigados, bem como as tamareiras, de
cujos talos pendem cachos ao alcance da mão; as videiras, as oliveiras e as
romãzeiras, semelhantes (em espécie) e diferentes (em variedade). Reparai em
seu fruto, quando frutificam, e em sua madureza. Nisto há sinais para os fiéis.
100. Mesmo assim atribuem como
parceiros a Deus os gênios, embora fosse Ele Quem os criasse; e, nesciamente,
inventaram-Lhe filhos e filhas. Glorificado e exaltado seja, por tudo quanto
Lhe atribuem.
101. Originador dos céus e da
terra! Como poderia Ter prole, quando nunca teve esposa, e foi Ele Que criou
tudo o que existe, e é Onisciente?
102. Tal é Deus, vosso Senhor!
Não há mais divindade além d'Ele, Criador de tudo! Adorai-O, pois porque é o
Guardião de todas as coisas.
103. Os olhares não podem
percebê-Lo, não obstante Ele Se aperceber de todos os olhares, porque Ele é o
Onisciente, o Sutilíssimo.
104. Já vos chegaram as
evidências do vosso Senhor! Quem as observar será em benefício próprio; quem se
obstinar (em negá-las) será igualmente em seu prejuízo, e eu não sou vosso
guardião.
105. Assim dispomos os sinais
para refutar os iníquos. Então, não poderão contestar-te, a não ser dizendo que
tens tudo estudado, e para explicá-los aos homens que têm conhecimento.
106. Segue, pois, o que te foi
inspirado por teu Senhor; não há divindade além d'Ele; e distancia-se dos
idólatras.
107. Porém, se Deus quisesse,
nunca se teriam dado á idolatria. Não te designamos (ó Mohammad) como seu
defensor, nem como seu guardião.
108. Não injurieis o que invocam,
em vez de Deus, a menos que eles, em sua ignorância, injuriem iniquamente Deus.
Assim, abrilhantamos as ações de cada povo; logo, seu retorno será a seu
Senhor, que os inteirará de tudo quando tiverem feito.
109. Juraram solenemente por Deus
que, se lhes chegasse um sinal, creriam nele. Dize-lhes: Os sinais só estão em
poder de Deus. Porém, quem poderá fazer-vos compreender que, ainda que isto se
verificasse, não creriam?
110. Assim confundimos seus
corações e seus olhos, tal como fizemos quando disso duvidaram pela primeira
vez, e os abandonamos, vacilantes, em sua transgressão.
111. Ainda que lhes enviássemos
os anjos, os mortos lhes falassem e congregássemos ante seus olhos toda a criação,
nunca creriam, a menos que a Deus aprouvesse; porém, na maioria, são
insipientes.
112. Pela mesmo razão, temos
apontado a cada profeta adversários sedutores, tanto entre os humanos como
entre os gênios, que influenciam uns aos outros com a eloqüência de suas
palavras; porém, se teu Senhor tivesse querido, não o teriam feito. Deixa-os,
pois, com tudo quanto forjam!
113. Que lhes prestem atenção os
corações daqueles que não crêem na vida futura; que se contentem com eles, e
que lucrem o que quiserem lucrar.
114. Dize: Poderia eu anelar
outros árbitro que não fosse Deus, quando foi Ele Quem vos revelou o Livro
detalhado? Aqueles a quem revelamos o Livro sabem que ele é uma revelação
verdadeira, que emana do teu Senhor. Não sejas, pois, dos que duvidam.
115. As promessas do teu Senhor
já se têm cumprido fiel e justiceiramente, pois Suas promessas são imutáveis,
porque ele é o Oniouvinte, o Sapientíssimo.
116. Se obedeceres á maioria dos
seres da terra, eles desviar-te-ão da senda de Deus, porque não professam mais
do que a conjectura e não fazem mais do que inventar mentiras.
117. Teu Senhor é o mais
conhecedor de quem se desvia de Sua senda, assim como é o mais conhecedor dos
encaminhados.
118. Comei, pois, de tudo aquilo
sobre o qual tenha sido invocado o nome de Deus, se credes em Seus versículos.
119. E que vos impede de
desfrutardes de tudo aquilo sobre o qual foi invocado o nome de Deus, uma vez
que Ele já especificou tudo quanto proibiu para vós, salvo se vos fordes
obrigados a tal? Muitos se desviam, devido á luxúria, por ignorância; porém,
teu Senhor conhece os transgressores.
120. Fugi do pecado, tanto
confesso como íntimo, porque aqueles que lucram como o pecado serão castigados
pelo que houverem lucrado.
121. Não comais aquilo
(concernente a carnes) sobre o qual não tenha sido invocado o nome de Deus,
porque isso é uma profanação e porque os demônios inspiram os seus asseclas a
disputarem convosco; porém, se os obedecerdes, sereis idólatras.
122. Pode, acaso, equiparar-se
aquele que estava morto e o reanimamos á vida, guiando-o para a luz, para
conduzir-se entre as pessoas, àquele que vagueia nas trevas, das quais não
poderá sair? Assim foram abrilhantadas as ações aos incrédulos.
123. De tal modo, estabelecemos
líderes, em todas as cidades, entre os piores pecadores, para que assim
conspirassem mutuamente; porém, só corromperão a si mesmos, sem o saberem.
124. Quando lhes é apresentado um
versículo, dizem: Jamais creremos, até que nos seja apresentado algo semelhante
ao que foi concedido aos mensageiros de Deus ! Deus sabe melhor do que ninguém
a quem deve encomendar a Sua missão. Logo alcançará os pecadores uma
humilhação, ante Deus, e um severo castigo, por suas conspirações.
125. A quem Deus quer iluminar,
dilata-lhe o peito para o Islam; a quem quer desviar (por tal merecer),
oprime-lhe o peito, como aquele que se eleva na atmosfera. Assim, Deus cobre de
abominação aqueles que se negam a crer.
126. E eis aqui a senda reta do
teu Senhor. Já elucidamos as leis para aqueles que meditam.
127. Obterão a morada de paz
junto ao seu Senhor, porque ele será o seu protetor por tudo quanto fizerem.
128. No dia em que Ele congregar
todos (e disser): Ó assembléia de gênios, já seduziste bastante o homem!, seus
asseclas humanos dirão: Ó Senhor nosso, utilizamo-nos mutuamente; porém, agora,
alcançamos o término que nos fixaste, Então, ser-lhes-á dito: O fogo será a
vossa morada, onde permanecereis eternamente , salvo para quem Deus quiser
livrar disso. Teu Senhor é Prudente, Sapientíssimo.
129. Assim, damos poder a alguns
iníquos sobre os outros, por causa do que lucraram.
130. Ó assembléia de gênios e
humanos, acaso não se vos apresentaram mensageiros, dentre vós, que vos ditaram
Meus versículos e vos admoestaram com o comparecimento neste vosso dia? Dirão:
Testemunhamos contra nós mesmos! A vida terrena os iludiu, e confessarão que
tinham sido incrédulos.
131. Isto porque teu Senhor
jamais destruirá injustamente as cidades, enquanto seus habitantes estiverem
desavisados.
132. Para todos haverá graus
concordantes com o que houverem feito. Teu Senhor não está desatento a tudo
quanto fazeis.
133. Teu Senhor é, na Sua
Opulência , Misericordiosíssimo; e, se Ele quisesse, far-vos-ia desaparecer e
vos suplantaria por outros, tal como vos criou das gerações de outros povos.
134. É inexorável o que está
prometido e não podereis impedir (Deus).
135. Dize: Ó povo meu, fazei tudo
quanto puderdes que eu farei o mesmo! Logo sabereis a quem corresponderá a
última morada. Por certo que os iníquos não prosperarão.
136. Do que Deus tem produzido em
abundância, quanto às semeaduras e ao gado, eles Lhe destinam um quinhão,
dizem, segundo as suas fantasias : Isto é para Deus e aquilo é para os nossos
parceiros! Porém, o que destinaram a seus parceiros jamais chegará a Deus; e o
destinado a Deus chegará aos seus (supostos) parceiros. Que péssimo é o que
julgam!
137. Todavia, aos olhos da maior
parte dos idólatras, seus "parceiros" tomaram fascinante o
assassinato de crianças, a fim de os conduzirem à sua própria destruição ;
porém, se Deus quisesse, não o teriam feito. Deixa-os, pois, com tudo quanto
forjam.
138. Eles dizem que tal e tal
gado e que tais semeaduras são proibidos, e ninguém deverá consumi-los, exceto
aqueles (assim dizem) que desejarmos; ademais, há animais aos quais estão proibidos
a canga e a carga, e sobre os quais (no abate) o nome de Deus não foi invocado;
forjam mentiras acerca d'Ele, o Qual os castigará por suas invenções.
139. Dizem ainda: O que há nas
entranhas destes animais é lícito exclusivamente para os nossos varões e está
vedado ás nossas mulheres; porém, se a cria nascer morta, todos desfrutarão
dela! Ele os castigará por seus desatinos, porque é Prudente, Sapientíssimo.
140. São desventurados aqueles
que, néscia e estupidamente, matam seus filhos, na sua cega ignorância , e se
descartam daquilo com que Deus os agraciou, forjando mentiras a respeito de
Deus. Já estão desviados e jamais serão encaminhados.
141. Ele foi Quem vos criou
pomares, com plantas trepadeiras ou não, assim como as tamareiras, as
sementeiras, com frutos vários sabores, as oliveiras e as romãzeiras,
semelhantes (em espécie) e diferentes (em variedade). Comei de seus frutos,
quando frutificarem, e pagai seu tributo, no dia da colheita, e não vos
excedais, porque Deus não ama os perdulários.
142. Ele criou para vós animais
de carga, o outros, para o abate. Comei, pois, de outro com que Deus vos
agraciou e não sigais os passos de Satanás, porque é vosso inimigo declarado.
143. (Proporcionou-vos também)
oito tipos (de reses), em pares: um casal de ovinos e outro de caprinos. Dize:
Vedou-vos Deus os dois machos ou as duas fêmeas, ou o que estas levam em suas
entranhas? Indicai-mo, com certeza, se sois sinceros.
144. Proporcionou-vos, ainda, um
casal camelídeo e outro bovino. Dize: Vedou-vos Deus os dois machos ou as duas
fêmeas, ou o que estas levam em suas entranhas? Acaso estáveis presentes quando
Deus vos prescreveu isto? Haverá alguém mais iníquo de que quem forja mentiras
acerca de Deus, para desviar nesciamente os humanos? Deus não encaminha os
iníquos.
145. Dize: De tudo o que me tem
sido revelado nada acho proibido para quem necessita alimentar-se, nada além da
carniça, do sangue fluente ou da carne de suíno, uma vez que tenham sido
sacrificados com a invocação nem abuso, se vir compelido a isso, saiba que teu
Senhor ó Indulgente, Misericordiosíssimo.
146. Quanto àqueles que seguiram
a lei judaica, vedamos-lhes os animais solípedes e, dos bovinos e ovinos,
vedamos-lhes as gorduras, exceto as que estão no lombo, nas entranhas ou as
aderentes aos ossos. Isso foi em castigo por sua iniqüidade, porque somos
Veracíssimos.
147. Se te desmentirem, dize:
Vosso Senhor é Clementíssimo; porém, Seu castigo, para os pecadores, jamais
será contido.
148. Os idólatras dirão: Se Deus
quisesse, nem nós, nem nossos pais, jamais teríamos idolatrado, nem nada nos
seria vedado! Assim, seus antepassados desmentiram os mensageiros, até que
sofreram o Nosso castigo. Dize: Tereis, acaso, algum argumento a nos expor?
Qual! Não seguis mais do que conjecturas e não fazeis mais do que inventar
mentiras!
149. Dize (mais): Só a Deus
pertence o argumento eloqüente. Se ele quisesse, Ter-vos-ia iluminado a todos.
150. Dize (ainda): Apresentai
vossas testemunhas, para provarem que Deus vedou o que dizeis Ter vedado! E se
o declararem, não aceites as suas declarações nem te entregues á caprichos
daqueles que desmentem os Nossos versículos, não crêem na outra vida e atribuem
semelhantes a seu Senhor.
151. Dize (ainda mais): Vinde,
para que eu vos prescreva o que vosso Senhor vos vedou: Não Lhe atribuais
parceiros; tratai com benevolência vossos pais; não sejais filicidas, por temor
á miséria- Nós vos sustentaremos, tão bem quanto aos vossos filhos -; não vos
aproximeis das obscenidades, tanto pública, como privadamente, e não mateis, senão
legitimamente, o que Deus proibiu matar. Eis o que Ele vos prescreve, para que
raciocineis.
152. Não disponhais do patrimônio
do órfão senão da melhor forma possível, até que chegue á puberdade; sede leais
na medida e no peso- jamais destinamos a ninguém carga maios á que pode
suportar. Quando sentenciardes, sede justos, ainda que se trate de um parente
carnal, e cumpri os vossos compromissos para com Deus. Eis aqui o que Ele vos
prescreve, para que mediteis.
153. E (o Senhor ordenou-vos, ao
dizer): Esta é a Minha senda reta. Segui-a e não sigais as demais, para que
estas não vos desviem da Sua. Eis o que Ele vos prescreve, para que O temais.
154. Havíamos concedido a Moisés
o Livro como uma bênção para quem o observasse, contendo a explanação de tudo,
e sendo orientação e misericórdia, a fim de que (os israelitas) cressem no
comparecimento ante seu Senhor.
155. E este é o Livro bendito que
revelamos (ao Mensageiro); observai-o, pois, e temei a Deus; quiçá Ele Se
compadeça de vós.
156. E para que não digais: O
Livro só foi revelado a dois povos antes de nós, o que fez com que
permanecêssemos ignorantes de tudo quanto eles estudavam.
157. Ou digais: Se o Livro nos
tivesse sido revelado, teríamos sido melhor iluminados que eles. Porém, já vos
chegou uma clara evidência, orientação e misericórdia de vosso Senhor. Haverá
alguém mais iníquo do que quem desmente e desdenha os versículos de Deus?
Infligiremos o pior castigo àqueles que desdenharem os Nossos versículos, bem
como àqueles que se tiverem afastado deles.
158. Acaso, aguardam que se lhes
apresentem os anjos ou teu Senhor, ou então que lhes cheguem sinais d'Ele? No
dia em que lhes chegarem alguns se Seus sinais será inútil a fé do ser que não
tiver acreditado antes, ou que, em sua crença, não tenho agido com retidão.
Dize: Aguardai, que nós aguardaremos.
159. Não és responsável por
aqueles que dividem a sua religião e formam seitas, porque sua questão depende
só de Deus, o Qual logo os inteirará de tudo quanto houverem feito.
160. Quem tiver praticado o bem
receberá o décuplo pelo mesmo; quem tiver cometido um pecado receberá um
castigo equivalente, e não serão defraudados (nem um, nem outro).
161. Dize: Meu Senhor conduziu-me
pela senda reta- uma religião inatacável; é o credo de Abraão, o monoteísta,
que jamais se contou entre os idólatras.
162. Dize: Minhas orações, minhas
devoções, minha vida e minha morte pertencem a Deus, Senhor do Universo,
163. Que não possui parceiro
algum, Tal me tem sido ordenado e eu sou o primeiro dos muçulmanos.
164. Dize ainda: Como poderia eu
adorar outro senhor que não fosse Deus, uma vez que Ele é o Senhor de todas as
coisas? Nenhuma alma receberá outra recompensa que não for a merecida, e
nenhuma pecador arcará cm culpas alheias, Então, retornareis ao vosso Senhor, o
Qual vos inteirará de vossas divergências.
165. Ele foi Quem vos designou
legatários na terra e vos elevou uns sobre outros, em hierarquia, para
testar-vos com tudo quanto vos agraciou. Teu Senhor é Destro no castigo,
conquanto seja Indulgente, Misericordiosíssimo.
[AL'ARAF]"AL'ARAF" (OS CIMOS)
Revelado em Makka, 206
versículos, com exceção dos versículos 163 e 170, que foram revelados em
Madina.
7ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Alef, Lam, Mim, Sad.
2. (Eis aqui) um Livro, que te
foi revelado para que não haja receio em teu peito, e para que, com ele,
admoestes os incrédulos, para que seja uma mensagem aos fiéis.
3. Segui o que vos foi revelado
por vosso Senhor e não sigais outros protetores em lugar d'Ele. Quão pouco
meditais!
4. Quantas cidades temos
destruído! Nosso castigo tomou-os (a seus habitantes) de surpresa, enquanto
dormiam, à noite, ou faziam a sesta.
5. Nada imploraram, quando os
surpreendeu o Nosso castigo; não fizeram mais do que confessar, clamando: Fomos
iníquos!
6. Inquiriremos aqueles aos quais
foi enviada a Nossa mensagem, assim como interrogaremos os mensageiros.
7. E lhes enumeraremos as ações
com pleno conhecimento, porque jamais estivemos ausentes.
8. E a ponderação, nesse dia,
será a eqüidade; aqueles cujas boas ações forem mais pesadas, serão os
bem-aventurados.
9. E aqueles, cujas boas ações
forem leve, serão desventurados, por haverem menosprezado os Nossos versículos.
10. Temo-vos enraizado na terra,
na qual vos proporcionamos subsistência. Quão pouco agradeceis!
11. Criamo-vos e vos demos
configuração, então dissemos aos anjos: Prostrais-vos ante Adão! E todos se
prostraram, menos Lúcifer, que se recusou a ser dos prostrados.
12. Perguntou-lhe (Deus): Que foi
que te impediu de prostrar-te, embora to tivéssemos ordenado? Respondeu: Sou
superior a ele; a mim criaste do fogo, e a ele do barro.
13. Disse-lhe: Desce daqui (do
Paraíso), porque aqui não é permitido te ensoberbeceres. Vai-te daqui, porque
és um dos abjetos!
14. Implorou: Tolera-me até ao
dia em que (os seres) forem ressuscitados!
15. Respondeu-lhe: Considera-te
entre os tolerados!
16. Disse: Juro que, por me teres
extraviado, desviá-los-ei da Tua senda reta.
17. E, então, atacá-los-ei pela
frente e por trás, pela direita e pela esquerda e não acharás, entre eles,
muitos agradecidos!
18. Deus lhe disse: Sai daqui!
Vituperado! Rejeitado! Juro que encherei o inferno contigo e com aqueles que te
seguirem.
19. E tu, ó Adão, habita com tua
esposa o Paraíso! Desfrutai do que vos aprouver; porém, não vos aproximeis
desta árvore, porque estareis entre os transgressores.
20. Então, Satã lhe cochichou,
para revelar-lhes o que, até então, lhes havia sido ocultado das suas
vergonhas, dizendo-lhes: Vosso Senhor vos proibiu esta árvore para que não vos
convertêsseis em dois anjos ou não estivésseis entre os imortais.
21. E ele lhes jurou: Sou para
vós um fiel conselheiro.
22. E, com enganos, seduziu-os.
Mas quando colheram o fruto da árvore, manifestaram-se-lhes as vergonhas e
começaram a cobrir-se com folhas, das plantas do Paraíso. Então, seu Senhor os
admoestou: Não vos havia vedado esta árvore e não vos havia dito que Satanás
era vosso inimigo declarado?
23. Disseram: Ó Senhor nosso, nós
mesmos nos condenamos e, se não nos perdoares a Te apiedares de nós, seremos desventurados!
24. E Ele lhes disse: Descei!
Sereis inimigos uns dos outros e tereis, na terra, residência e gozo
transitórios.
25. Disse-lhes (ainda): Nela
vivereis e morrereis, e nela sereis ressuscitados.
26. Ó filhos de Adão,
enviamos-vos vestimentas, tanto para dissimulardes vossas vergonhas, como para
o vosso aparato; porém, o pudor é preferível! Isso é um dos sinais de Deus,
para que meditem.
27. Ó filhos de Adão, que Satanás
não vos seduza, como seduziu vossos pais no Paraíso, fazendo-os sair dele, despojando-os
dos seus invólucros (de inocência), para mostrar-lhes as suas vergonhas! Ele e
seus asseclas vos espreitam, de onde não os vedes. Sem dúvida que temos
designado os demônios como amigos dos incrédulos.
28. Quando estes cometem uma
obscenidade, dizem: Cometemo-la porque encontramos nossos pais fazendo isto; e
foi Deus Quem no-la ordenou. Dize: Deus jamais ordena obscenidade. Ousais dizer
de Deus o que ignorais?
29. Dize ainda: Meu Senhor só
ordena a eqüidade, para que vos consagreis a Ele, em todas as mesquitas, e O
invoqueis sinceramente. Assim como vos criou, retornareis a Ele.
30. Ele encaminhou alguns, e
outros mereceram ser desviados, porque adotaram por protetores os demônios, em
vez de Deus, pensando que estavam bem encaminhados.
31. Ó filhos de Adão, revesti-vos
de vosso melhor atavio quando fordes às mesquitas; comei e bebei; porém, não
vos excedais, porque Ele não aprecia os perdulários.
32. Dize-lhes: Quem pode proibir
as galas de Deus e o desfrutar os bons alimentos que Ele preparou para Seus
servos? Dize-lhes ainda: Estas coisas pertencem aos que crêem, durante a vida
neste mundo; porém, serão exclusivas dos crentes, no Dia da Ressurreição. Assim
elucidamos os versículos aos sensatos.
33. Dize: Meu Senhor vedou as
obscenidades, manifestas ou íntimas; o delito; a agressão injusta; o atribuir
parceiros a Ele, porque jamais deu autoridade a que digais d'Ele o que
ignorais.
34. Cada nação tem o seu termo e,
quando se cumprir, não poderá atrasá-lo nem adiantá-lo uma só hora.
35. Ó filhos de Adão, quando se
apresentarem mensageiros, dentre vós, que vos ditarão Meus versículos, aqueles
que temerem a Deus e a Ele se encomendarem não serão presas do temor, nem se
atribularão.
36. Aqueles que desmentirem os
Nossos versículos e se ensoberbecerem serão condenados ao inferno, onde
permanecerão eternamente.
37. Haverá alguém mais iníquo do
que quem forja mentiras acerca de Deus ou desmente os Seus versículos? Eles
participarão do que está estipulado no Livro, até que se lhes apresentem os
Nossos mensageiros para separá-los de suas almas e lhes digam: Onde estão
aqueles que invocáveis, em vez de Deus? Dirão: Desvaneceram-se! Com isso,
confessarão que haviam sido incrédulos.
38. Deus lhes dirá: Entrai no
inferno, onde estão as gerações de gênios e humanos que vos precederam! Cada
vez que aí ingressar uma geração, abominará a geração congênere, até que todas
estejam ali recolhidas; então, a última dirá, acerca da primeira: Ó Senhor
nosso, eis aqui aqueles que nos desviaram; duplica-lhes o castigo infernal! Ele
lhes dirá: o dobro será para todos; porém, vós o ignorais.
39. Então, a primeira dirá à
última: Não vos devemos favor algum. Sofrei, pois, o castigo, pelo que
cometestes.
40. Àqueles que desmentirem os
Nossos versículos e se ensoberbecerem, jamais lhes serão abertas as portas do
céu, nem entrarão no Paraíso, até que um camelo passe pelo buraco de uma
agulha. Assim castigamos os pecadores.
41. Terão o inferno por leito,
cobertos com mantos de fogo. Assim castigamos os iníquos.
42. Quanto aos fiéis, que praticam
o bem - jamais impomos a alguém uma carga superior às suas forças -, saibam que
serão os diletos do Paraíso, onde morarão eternamente.
43. Extinguiremos todo o rancor
de seus corações. A seus pés correrão os rios, e dirão: Louvado seja Deus, que
nos encaminhou até aqui; jamais teríamos podido encaminhar-nos, se Ele não nos
tivesse encaminhado. Os mensageiros de nosso Senhor nos apresentaram a verdade.
Então, ser-lhes-á dito: Eis o Paraíso que herdastes em recompensa pelos que
fizestes.
44. E os diletos do Paraíso
gritarão aos condenados, no inferno: Verificamos que era verdade tudo quanto
nosso Senhor nos havia prometido. Porventura, comprovastes que era verdade o
que o vosso Senhor vos havia prometido? Dirão: Sim! Um arauto, então,
proclamará entre eles: Que a maldição de Deus caia sobre os iníquos,
45. Que afastam os demais da
senda de Deus, anunciam-na tortuosa e negam a vida futura!
46. E entre ambos haverá um véu
e, nos cimos, situar-se-ão homens que reconhecerão todos, por suas fisionomias,
e saudarão os diletos do Paraíso: Que a paz esteja convosco! Porém, ainda que
eles (os dos cimos) anelem o Paraíso, não entrarão ali.
47. Mas, quando seus olhares se
voltarem para os condenados ao inferno, dirão: Ó Senhor nosso, não nos juntes
com os iníquos.
48. Os habitantes dos cimos
gritarão a uns homens, os quais reconhecerão por suas fisionomias: De que vos
serviram os vossos tesouros e a vossa soberbia?
49. São estes, acaso, de quem
juraste que Deus não os agraciaria com Sua misericórdia? (Deus dirá a eles):
Entrai no Paraíso, onde não sereis presas do temor, nem vos atribulareis.
50. Os condenados ao inferno
clamarão os diletos do Paraíso: Derramai por sobre nós um pouco de água ou algo
com que Deus vos agraciou. Dir-lhes-ão: Deus vedou ambos aos incrédulos,
51. Que tomaram sua religião por
diversão e jogo, e os iludiu a vida terrena! Esquecemo-los hoje, como eles
esqueceram o comparecimento, neste dia, bem como por terem negado os Nossos
versículos,
52. Não obstante lhes temos
apresentado um Livro, o qual lhes elucidamos sabiamente, e é orientação e
misericórdia para os crentes.
53. Esperam eles, acaso, algo
além da comprovação? O dia em que esta chegar, aqueles que a houverem
desdenhado, dirão: Os mensageiros de nosso Senhor nos haviam apresentado a
verdade. Porventura obteremos intercessores, que advoguem em nosso favor? Ou
retornaremos, para nos comportarmos distintamente de como o fizemos? Porém, já
terão sido condenados, e tudo quanto tiverem forjado desvanecer-se-á.
54. Vosso Senhor é Deus, Que
criou os céus e a terra em seis dias, assumindo, em seguida, o Trono. Ele
ensombrece o dia com a noite, que o sucede incessantemente. O sol, a lua e as
estrelas estão submetidos ao Seu comando. Acaso, não Lhe pertencem a criação e
o poder? Bendito seja Deus, Senhor do Universo.
55. Invocai vosso Senhor humílima
e intimamente, porque Ele não aprecia os transgressores.
56. E não causeis corrupção na
terra, depois de haver sido pacificada. Outrossim, incovai-O com temor e
esperança, porque Sua misericórdia está próxima dos benfeitores.
57. Ele é Quem envia os ventos
alvissareiros, por Sua misericórdia, portadores de densas nuvens, que
impulsiona até uma comarca árida e delas faz descer a água, mediante a qual
produzimos toda a classe de frutos. Do mesmo modo ressuscitamos os mortos, para
que mediteis.
58. Da terra fértil brota a
vegetação, com o beneplácito do seu Senhor; da estéril, porém, nada brota,
senão escassamente. Assim elucidamos os versículos para os agradecidos.
59. Enviamos Noé ao seu povo, ao
qual disse: Ó povo meu, adorai a Deus, porque não tereis outra divindade além
d'Ele. Temo, por vós, o castigo do dia aziago.
60. Os chefes, dentre seus povos,
disseram: Vemos-te em um erro evidente.
61. Respondeu-lhes: Ó povo meu,
não há erro em mim, pois sou o mensageiro do Senhor do Universo.
62. Comunico-vos as mensagens do
meu Senhor, aconselho-vos, e sei de Deus o que ignorais.
63. Estranhais, acaso, que chegue
uma mensagem do vosso Senhor por intermédio de um homem da vossa raça? Isto é
para admoestar-vos e para que temais a Deus, a fim de que sejais compadecidos.
64. Porém, desmentiram-no, e o
salvamos, juntamente com os que com ele estava na arca, afogando aqueles que
desmentiram o Nossos versículos, porque constituíam um povo cego.
65. E ao povo de Ad enviamos seu
irmão Hud, o qual disse: Ó povo meu, adorai a Deus, porque não tereis outra
divindade além d'Ele. Não O temeis?
66. Porém, os chefes incrédulos,
dentre seu povo, disseram: Certamente, vemos-te em insensatez e achamos que és
mentiroso.
67. Respondeu-lhes: Ó povo meu,
não há insensatez em mim, e sou o mensageiro do Senhor do Universo.
68. Comunico-vos as mensagens do
meu Senhor e sou vosso fiel conselheiro.
69. Estranhais, acaso, que vos
chegue uma mensagem do vosso Senhor, por um homem da vossa raça, para
admoestar-vos? Reparai em como Ele vos designou sucessores do povo de Noé, e
vos proporcionou alta estatura. Recordai-vos das mercês de Deus (para
convosco), a fim de que prospereis.
70. Disseram-lhe: Vens, acaso,
para fazer com que adoremos só a Deus e abandonarmos os que adoravam nossos
pais? Faze, pois, com que se cumpram as tuas predições, se estiveres certos.
71. Respondeu-lhes: Já vos
açoitaram a abominação e a indignação do vosso Senhor! Ousareis, acaso,
discutir comigo, a respeito de nomes que inventais, vós e vossos pais, aos
quais Deus não concedeu autoridade alguma? Aguardai, pois, que eu aguardarei
convosco.
72. Salvamo-lo, e a quem com ele
estava, mercê, de Nossa misericórdia, e extirpamos aqueles que desmentiram
Nossos versículos, porque não eram fiéis.
73. Ao povo de Samud enviamos seu
irmão, Sáleh, que lhes disse: Ó povo meu, adorai a Deus, porque não tereis
outra divindade além d'Ele. Chegou-vos uma evidência do nosso Senhor. Ei-la
aqui: a camela de Deus é um sinal para vós; deixai-a pastar nas terras de Deus
e não a maltrateis, porque vos açoitará um doloroso castigo.
74. Lembrai-vos de que Ele vos
designou sucessores do povo de Ad, e vos enraizou na terra, em cujas planuras
ergueis palácios, e em cujas montanhas cavais moradias. Recordai-vos das mercês
de Deus para convosco e não causeis flagelo, nem corrupção na terra.
75. Porém, os chefes dos que se
ensoberbeceram, dentre seu povo, perguntaram aos fiéis, submetidos: Estais
seguros de que Sáleh é um mensageiro do seu Senhor? Responderam: nós cremos em
sua missão.
76. Mas os que se ensoberbeceram
lhes disseram: Nós negamos o que credes.
77. E esquartejaram a camela,
desacatando a ordem do seu Senhor, e disseram: Ó Sáleh, faze, pois, com que se
cumpram as tuas predições, se és um dos mensageiros.
78. Então, fulminou-vos um
terremoto, e a manhã encontrou-os jacentes em seus lares.
79. E Sáleh distanciou-se deles,
dizendo: Ó povo meu, eu vos comuniquei a mensagem do meu Senhor e vos
aconselhei; porém, vós não apreciais os conselheiros.
80. E (enviamos) Lot, que disse
ao seu povo: Cometeis abominação como ninguém no mundo jamais cometeu antes de
vós,
81. Acercando-vos licenciosamente
dos homens, em vez das mulheres. Realmente, sois um povo transgressor.
82. E a resposta do seu povo só
constituiu em dizer (uns aos outros): Expulsai-vos da vossa cidade porque são
pessoas que desejam ser puras.
83. Porém, salvamo-los,
juntamente com a sua família, exceto a sua mulher, que se contou entre os que
foram deixados para trás.
84. E desencadeamos sobre eles uma
tempestade. Repara, pois, qual foi o destino dos pecadores!
85. E aos medianitas enviamos seu
irmão Xuaib, que lhes disse: Ó povo meu, adorai a Deus, porque não tereis outra
divindade além d'Ele! Já vos chegou uma evidência do vosso Senhor! Sede leais, na
medida e no peso! Não defraudeis o próximo e não causeis corrupção na terra,
depois de ela haver sido pacificada! Isso será melhor para vós, se sois fiéis.
86. Não vos posteis em caminho
algum, obstruindo a senda de Deus e ameaçando quem n'Ele crê, esforçando-vos em
fazê-la tortuosa. Recordai-vos de quando éreis uns poucos e Ele vos
multiplicou, e reparai qual foi o destino dos depravados.
87. E se entre vós há um grupo
que crê na missão que me foi confiada e outro que a nega, aguarda, até que Deus
julgue entre nós, porque Ele é o mais equânime dos juízes.
88. Os chefes que se
ensoberbeceram, dentre o seu povo, disseram-lhe: Juramos que te expulsaremos da
nossa cidade, ó Xuaib, juntamente com aqueles que contigo crêem, a menos que
retorneis ao nosso credo. (Xuaib) retrucou: Ainda que o deploremos?
89. Forjaríamos mentiras a
respeito de Deus, se retornássemos ao vosso credo, sendo que Deus já vos livrou
dele. É impossível que o abracemos, sem que Deus, nosso Senhor, o queira,
porque nosso Senhor tudo abrange sapientemente, e a Ele nos encomendamos. Ó
Senhor nosso, decide com eqüidade entre nós e o nosso povo, porque Tu és o mais
equânime dos juízes.
90. Mas os chefes incrédulos,
dentre o seu povo, disseram: Se seguirdes Xuaib, sereis desventurados!
91. Então, fulminou-os um
terremoto, e a manhã encontrou-os jacentes em seus lares.
92. Aqueles que desmentiram Xuaib
foram despojados das suas habitações, como se nunca nelas houvessem habitado.
Aqueles que desmentiram Xuaib tornaram-se desventurados.
93. Xuaib afastou-se deles,
dizendo: Ó povo meu, já vos comuniquei as mensagens do meu Senhor, e vos
aconselhei. Como poderei atribular-me por um povo incrédulo?
94. Jamais enviamos um profeta a
cidade alguma, sem antes afligirmos os seus habitantes com a miséria e adversidade,
a fim de que se humilhem.
95. Depois lhes trocamos o mal
pelo bem, até que se constituíssem em uma sociedade e, não obstante, disseram:
A adversidade e a prosperidade experimentaram-nas nossos pais. Então, de
repente, surpreendemo-los com castigo, quando menos esperavam.
96. Mas, se os moradores das
cidades tivessem acreditado (em Deus) e O tivessem temido, tê-los-íamos
agraciado com as bênçãos dos céus e da terra. Porém, como rejeitaram (a
verdade), arrebatamo-los pelo que lucravam.
97. Estavam, acaso, os moradores
das cidades seguros de que Nosso castigo não os surpreenderia durante a noite,
enquanto dormiam?
98. Ou estavam, acaso, seguros de
que Nosso castigo não os surpreenderia em pleno dia, enquanto se divertiam?
99. Acaso, pensam estar seguros
dos desígnios de Deus? Só pensam estar seguros dos desígnios de Deus os
desventurados.
100. Não é, porventura,
elucidativo para aqueles que herdaram a terra dos seus antepassados que, se
quiséssemos, exterminá-los-íamos por seus pecados e selaríamos os seus corações
para que não compreendessem?
101. Tais eram as cidades, de
cujas histórias te narramos algo: sem dúvida que seus mensageiros lhes haviam
apresentado as evidências; porém, era impossível que cressem no que haviam
desmentido anteriormente. Assim, Deus sigila os corações os incrédulos.
102. Porque nunca encontramos, na
maioria deles, promessa alguma, mas sim achamos que a maioria deles era
depravada.
103. Depois destes mensageiros
enviamos Moisés, com Nossos sinais, ao Faraó e aos chefes; mas estes se
condenaram, ao rechaçá-los. Repara, pois, qual foi o destino dos corruptores.
104. Moisés disse: Ó Faraó, sou o
mensageiro do Senhor do Universo.
105. Justo é que eu não diga, a
respeito de Deus, mais do eu a verdade. Sem dúvida que vos trago uma evidência
do vosso Senhor. Permiti, portanto, que os israelitas partam comigo.
106. Respondeu-lhe: Se de fato
trazes um sinal, mostra-no-lo, se estiveres certo.
107. Então Moisés jogou o seu
cajado, e eis que este se converteu numa autêntica serpente.
108. E mostrou a mão, e eis que
era de um fulgor branco para os espectadores.
109. Os chefes do povo do Faraó
disseram: Sem dúvida que és um mago habilíssimo.
110. (O Faraó disse): Ele
pretende expulsar-vos da vossa terra. Que aconselhais?
111. Responderam-lhe: Retém-no,
juntamente com o seu irmão, e manda recrutadores às cidades.
112. Que tragam todo mago hábil
(que encontrarem).
113. Quando os magos se
apresentaram ante o Faraó, disseram: É de se supor que teremos uma recompensa
se sairmos vencedores.
114. E lhes respondeu: Sim, e vos
contareis entre os mais chegados (a mim).
115. Perguntaram: Ó Moisés,
lançarás tu, ou então seremos nós os primeiros a lançar?
116. Respondeu-lhes: Lançai vós!
E quando lançaram (seus cajados), fascinaram os olhos das pessoas, espantando-as,
e deram provas de uma magia extraordinária.
117. Então, inspiramos Moisés:
Lança o teu cajado! Eis que este devorou tudo quanto haviam simulado.
118. E a verdade prevaleceu, e se
esvaneceu tudo o que haviam fingido.
119. (O Faraó e os chefes) foram
vencidos, e foram humilhados.
120. E os magos caíram
prostrados.
121. Disseram: Cremos no Senhor
do Universo,
122. O Senhor de Moisés e de
Aarão!
123. O Faraó lhes disse: Credes
nele sem que eu vos autorize? Em verdade isto é uma conspiração que planejastes
na cidade, para expulsardes dela a população. Logo o sabereis.
124. Juro que vos deceparei as
mãos e os pés dos lados opostos e então vos crucificarei a todos.
125. Disseram-lhe: É certo que
retornaremos ao nosso Senhor.
126. Vingas-te de nós só porque
cremos nos sinais de nosso Senhor quando nos chegam? Ó Senhor nosso,
concede-nos paciência e faze com que morramos muçulmanos!
127. Então, os chefes do povo do
Faraó disseram: Permitirás que Moisés e seu povo façam corrupção na terra e te
abandonem, a ti e aos teus deuses? Respondeu-lhes: Sacrificaremos os seus
filhos; contudo, deixaremos viver as suas mulheres e assim seremos os seus
dominadores.
128. Moisés disse ao seu povo:
Implorai o socorro de Deus e perseverai, porque a terra só é de Deus e Ele a dá
em herança a quem Lhe apraz dentre os Seus servos. A recompensa será para os
tementes.
129. Disseram-lhe: Fomos
maltratados, antes e depois que tu nos chegaste. Respondeu-lhes: É possível que
o vosso Senhor extermine os vossos inimigos e vos faça herdeiros na terra, para
ver como vos comportais.
130. Já havíamos castigado o povo
do Faraó com os anos (de seca) e a diminuição dos frutos, para que meditassem.
131. Porém, quando lhes chegava a
prosperidade, diziam: Isto é por nós! Por outra, quando lhes ocorria uma
desgraça, atribuíram-na ao mau augúrio de Moisés e daqueles que com ele
estavam. Qual! Em verdade, o seu mau augúrio está com Deus. Porém, a sua
maioria o ignora.
132. Disseram-lhe: Seja qual for
o sinal que nos apresentares para fascinar-nos, jamais em ti creremos.
133. Então lhes enviamos as
inundações, os gafanhotos, as lêndeas, os sapos e o sangue, como sinais
evidentes; porém, ensoberbeceram-se, porque eram pecadores.
134. Mas quando vos açoitou o
castigo, disseram: Ó Moisés, implora por nós, de teu Senhor, o que te prometeu;
pois, se nos livrares do castigo, creremos em ti e deixaremos partir contigo os
israelitas.
135. Porém, quando os livramos do
castigo, adiando-o para o término prefixado, eis que perjuram!
136. Então, punimo-los, e os
afogamos no mar por haverem desmentido e negligenciado os Nossos versículos.
137. Fizemos com que o povo que
havia sido escravizado herdasse as regiões orientais e ocidentais da terra, as
quais abençoamos. Então, a sublime promessa de teu Senhor se cumpriu, em relação
aos israelitas, porque foram perseverantes, e destruímos tudo quanto o Faraó e
o seu povo haviam erigido.
138. Fizemos os israelitas
atravessar o mar, e eis que encontrando (depois) um povo devotado a alguns de
seus ídolos, disseram: Ó Moisés, faze-nos um deus como os seus deuses!
Respondeu-lhes: Sois um povo de insipientes!
139. Porque em verdade, tudo
quanto eles adorarem aniquilá-los-á, e em vão será tudo quanto fizerem.
140. Disse: Como poderia
apresentar-nos outra divindade além de Deus, uma vez que vos preferiu aos
vossos contemporâneos?
141. Recordai-vos de quando vos
livramos do povo do Faraó que vos infligia os piores castigos, sacrificando os
vossos filhos e deixando com vida as vossas mulheres; naquilo tivestes uma
grande prova do vosso Senhor!
142. Ordenamos a Moisés trinta
noites (de solidão), as quais aumentamos de outras dez, de maneira que o tempo
fixado por seu Senhor foi, no total, de quarenta noites. E Moisés disse ao seu
irmão Aarão: Substitui-me, ante meu povo; age de modo correto e não sigas a
senda dos depravados.
143. E quando Moisés chegou ao
lugar que lhe foi designado, o seu Senhor lhe falou, orou assim: ó Senhor meu,
permite-me que Te contemple! Respondeu-lhe: Nunca poderás ver-Me! Porém, olha o
monte e, se ele permanecer em seu lugar, então Me verás! Porém, quando a
majestade do seu Senhor resplandeceu sobre o Monte, este se reduziu a pé e
Moisés caiu esvanecido. E quando voltou a si, disse: Glorificado sejas! Volto a
Ti contrito, e sou o primeiro dos fiéis!
144. Disse-lhe: Ó Moisés,
tenho-te preferido aos (outros) homens, revelando-te as Minhas mensagens e as
Minhas palavras! Recebe, pois, o que te tenho concedido, e sê um dos
agradecidos!
145. Nas tábuas prescrevemos-lhe
toda a classe de exortação, e a elucidação de todas as coisas, (e lhe
dissemos): Recebe-as com fervor e recomenda ao teu povo que observe o melhor
delas. Logo, vos mostrarei a morada dos depravados.
146. Afastarei do Meus versículos
aqueles que se envaidecem sem razão, na terra e, mesmo quando virem todo o sinal,
nele não crerão; e, mesmo quando virem a senda da retidão, não a adotarão por
guia. Em troca, se virem a senda do erro, tomá-la-ão por guia. Isso porque
rejeitaram os Nossos sinais e os negligenciaram.
147. Quanto àqueles que
desmentiram os Nossos versículos e o comparecimento na outra vida, suas obras
tornar-se-ão sem efeito. Acaso, esperam alguma retribuição, exceto pelo que
houverem feito?
148. O povo de Moisés, em sua
ausência, fez, com suas próprias jóias, a imagem de um bezerro, que emitia
mugidos. Não repararam em que não podia falar-lhes, nem encaminhá-los por senda
alguma? Apesar disso o adoraram e se tornaram iníquos.
149. Mas, quando se aperceberam
de que estavam desviados, disseram: Se nosso Senhor não se apiedar de nós e não
nos perdoar, contar-nos-emos entre os desventurados.
150. Quando Moisés voltou ao seu
povo, colérico e indignado, disse-lhes: Que abominável é isso que fizestes na
minha ausência! Quisestes apressar a decisão do vosso Senhor? Arrojou as tábuas
e, puxando pelo cabelo seu irmão, arrastou-o até si, e Aarão disse: Ó filho de
minha mãe, o povo me julgou débil e por pouco não me matou. Não faças com que
os inimigos de regozigem da minha desdita, e não me contes entre os iníquos!
151. Então (Moisés) disse: Ó
Senhor meu, perdoa-nos, a mim e ao meu irmão, e ampara-nos em Tua misericórdia,
porque Tu és o mais clemente dos misericordiosos!
152. Quanto àqueles que adoraram
o bezerro, a abominação de seu Senhor os alcançará, assim como o desdém, na
vida deste mundo. Assim castigaremos os forjadores.
153. Quanto àqueles que cometem
torpezas e logo se arrependem e crêem, fica sabendo que Teu Senhor é, depois
disso, Indulgente, Misericordiosíssimo.
154. Quando a cólera de Moisés se
apaziguou, ele recolheu as tábuas em cujas escrituras estavam a orientação e a
misericórdia para os que temem ao seu Senhor.
155. Então Moisés selecionou
setenta homens, dentre seu povo, para que comparecessem ao lugar por Nós
designado; e quando o tremor se apossou deles, disse: Ó Senhor meu, quisesses
Tu, tê-los-ias exterminado antes, juntamente comigo! Porventura nos
exterminarias pelo que cometeram os néscios dentre nós? Isto não é mais do que
uma prova Tua, com a qual desvias quem faz isso, e encaminhas quem Te apraz; Tu
és nosso Protetor. Perdoa-nos e apieda-Te de nós, porque Tu és o mais equânime
dos indulgentes!
156. Concede-nos uma graça, tanto
neste mundo como no outro, porque a Ti nos voltamos contritos. Disse: Com Meu
castigo açoito quem quero e Minha clemência abrange tudo, e a concederei aos
tementes (a Deus) que pagam o zakat, e crêem nos Nossos versículos.
157. São aqueles que seguem o
Mensageiro, o Profeta iletrado, o qual encontram mencionado em sua Tora e no
Evangelho, o qual lhes recomenda o bem e que proíbe o ilícito, prescreve-lhes
todo o bem e vedalhes o imundo, alivia-os dos seus fardos e livra-os dos
grilhões que o deprimem. Aqueles que nele creram, honraram-no, defenderam-no e
seguiram a Luz que com ele foi enviada, são os bem-aventurados.
158. Dize: Ó humanos, sou o
Mensageiro de Deus, para todos vós; Seu é o reino dos céus e da terra. Não há
mais divindades além d'Ele. Ele é Quem dá a vida e a morte! Crede, pois, em
Deus e em Seu Mensageiro, o Profeta iletrado, que crê em Deus e nas Suas
palavras; segui-o, para que vos encaminheis.
159. Entre o povo de Moisés
existe uma comunidade que se rege pela verdade, com a qual julga.
160. Havíamo-los dividido em doze
tribos, formando nações; e, quando o povo sedento pediu a Moisés e que beber,
inspiramo-los: Golpeia a rocha com o teu cajado! E, de pronto, britaram dela
doze mananciais, e cada tribo reconheceu o seu. Logo, os sombreamos com cúmulos
e lhes enviamos o maná e as codornizes, dizendo-lhes: comei de todo o bem com
que vos temos agraciado. Porém, (desagradeceram e com isso) não Nos prejudicaram;
outrossim, condenaram-se a si mesmos.
161. Recorda-te de quando lhes
foi dito: Habitai esta cidade e comei do que for de vosso agrado, e dizei:
Remissão! E entrai pela porta, prostrando-vos; então, perdoaremos os vossos
pecados e aumentaremos (a porção) dos benfeitores.
162. Porém, os iníquos dentre
eles permutaram a Palavra por outra que não lhes havia sido dita. Por isso,
desencadeamos sobre eles um castigo do céu, por sua iniqüidade.
163. Interroga-os a respeito da
cidade próxima ao mar, de como os seus habitantes profanavam o sábado,
pescando; de como, quando profanavam o sábado, os peixes apareciam à flor
d'água; em troca, não lhes apareciam nos dias que não eram sábado. Assim os
pusemos à prova, por sua transgressão.
164. Recorda-te de quando um grupo
deles disse: Por que exortais um povo que Deus exterminará ou atormentará
severamente? Outro grupo disse: Fazemo-lo para que tenhamos uma desculpa ante o
vosso Senhor; quem sabe O temerão (depois disso!)
165. Mas quando se esqueceram de
toda a exortação, salvamos aqueles que pregavam contra o mal, e infligimos os
iníquos um severo castigo, por sua transgressão.
166. E quando, ensoberbecidos,
profanaram o que lhes havia sido vedado, dissemos-lhes: Sede símios
desprezíveis!
167. E de quando teu Senhor declarou
que enviaria contra eles (os judeus) alguém que lhes infligiria o pior castigo,
até ao Dia da Ressurreição; em verdade, o teu Senhor é destro no castigo assim
como é Indulgente, Misericordiosíssimo.
168. Separamo-los em grupos pela
terra; entre eles há aqueles que são justos e há aqueles que não o são;
pusemo-los à prova, com prosperidade e adversidade, com o fim de que se
convertessem.
169. Sucedeu-lhes uma geração que
herdou o Livro, a qual escolheu as futilidades deste mundo, dizendo: Isto nos
será perdoado! E se lhes fosse oferecido outro igual, tê-lo-iam recebido (e
transgredido novamente). Acaso, não lhes havia sido imposta a obrigação,
estipulada no Livro, de não dizer de Deus mais que a verdade? Não obstante,
haviam estudado nele! Sabei que a morada da outra vida é preferível, para os
tementes. Não raciocinais?
170. Quanto àqueles que se apegam
ao Livro e observam a oração, saibam que não frustraremos a recompensa dos
conciliadores.
171. E (recorda-te) de quando
arrancamos o monte (Sinai), elevando-o sobre eles como se fosse um teto! Creram
que lhes fosse desmoronar em cima, e então lhes dissemos: Observai
fervorosamente o que vos temos concedido e recordai o seu conteúdo, para que Me
temais.
172. E de quando o teu Senhor
extraiu das entranhas do filhos de Adão os seus descendentes e os fez
testemunhar contra si próprios, dizendo: Não é verdade que sou o vosso Senhor?
Disseram: Sim! Testemunhamo-lo! Fizemos isto com o fim de que no Dia da
Ressurreição não dissésseis: Não estávamos cientes.
173. Ou não dissésseis:
Anteriormente nossos pais idolatravam, e nós, sua descendência, seguimo-los.
Exterminar-nos-ias, acaso pelo que cometeram frívolos?
174. Assim elucidamos os
versículos, a fim de que desistam.
175. Repete-lhes (ó Mensageiro) a
história daquele ao qual agraciamos com os Nossos versículos e que os
desdenhou; assim, Satanás o seguiu e ele se contou entre os seduzidos.
176. Mas, se quiséssemos,
tê-lo-íamos dignificado; porém, ele se inclinou para o mundo e se entregou à
sua luxúria. O seu exemplo é semelhante ao do cão que, se o acossas, arqueja;
se o deixas, assim mesmo arqueja. Tal é o exemplo daqueles que desmentem os
Nossos versículos. Refere-lhes estes relatos, a fim de que meditem.
177. Que péssimo é o exemplo
daqueles que desmentem os Nossos versículos! Em verdade, com isso se condenam.
178. Quem Deus encaminhar estará
bem encaminhado; aqueles que desencaminhar serão desventurados.
179. Temos criado para o inferno
numerosos gênios e humanos com corações com os quais não compreendem, olhos com
os quais não vêem, e ouvidos com os quais não ouvem. São como as bestas, quiçá
pior, porque são displicentes.
180. Os mais sublimes atributos
pertencem a Deus; invocai-O, pois, e evitai aqueles que profanam os Seus
atributos, porque serão castigados pelo que tiverem cometido.
181. Entre os povos que temos
criado, há um que se rege pela verdade, e com ela julga.
182. Quanto àqueles que desmentem
os Nossos versículos, apresentar-lhes-emos gradativamente, o castigo, de modo
que não o percebam.
183. E lhes concederemos
folgança, porque o Meu plano é firme.
184. Não refletem no fato de que
seu companheiro não padece de demência alguma? Que não é mais do que um
elucidativo admoestador?
185. Não reparam no reino dos
céus e da terra e em tudo quando Deus criou e em que, quiçá, seu fim se
aproxima? E que mensagem, depois desta (Alcorão), crerão?
186. Aqueles a quem Deus desviar
(por tal merecerem) ninguém poderá encaminhar, porque Ele os abandonará,
vacilantes, em sua transgressão.
187. Perguntar-te-ão acerca da Hora
(do Desfecho): Quando acontecerá? Responde-lhes: Seu conhecimento está só em
poder do meu Senhor e ninguém, a não ser Ele, pode revelá-lo; (isso) a seu
devido tempo. Pesada será, nos céus e na terra, e virá inesperadamente.
Perguntar-te-ão, como se tu tivesses pesquisado sobre ela (a Hora do Desfecho).
Responde-lhes: Seu conhecimento só está em poder de Deus; porém, a maioria das
pessoas o ignora.
188. Dize: Eu mesmo não posso
lograr, para mim, mais benefício nem mais prejuízo do que o que for da vontade
de Deus. E se estivesse de posse do incognoscível, aproveitar-me-ia de muitos
bens, e o infortúnio jamais me açoitaria. Porém, não sou mais do que um
admoestador e alvissareiro para os crentes.
189. Ele foi Quem vos criou de um
só ser e, do mesmo, plasmou a sua companheira, para que ele convivesse com ela
e, quando se uniu a ela (Eva), injetou-lhe uma leve carga que nela permaneceu;
mas quando se sentiu pesada, ambos invocaram Deus, seu Senhor: Se nos
agraciares com uma digna prole, contar-nos-emos entre os agradecidos.
190. Mas quando Ele os agraciou
com uma prole digna, atribuíram-Lhe parceiros, no que lhes havia concedido.
Exaltado seja Deus de tudo quanto Lhe atribuíram!
191. Atribuíram-Lhe parceiros que
nada podem criar, uma vez que eles mesmo são criados.
192. Nem tampouco poderão
socorrê-los, nem poderão socorrer a si mesmos.
193. Se os convocardes para a
Orientação, não vos ouvirão, pois tanto se lhes dará se os convocardes ou
permanecerdes mudos.
194. Aqueles que invocais em vez
de Deus são servos, como vós. Suplicai-lhes, pois, que vos atendam, se
estiverdes certos!
195. Têm, acaso pés para andar,
mão para castigar, olhos para ver, ou ouvidos para ouvir? Dize: Invocai vossos
parceiros, conspirai contra mim e não me concedais folgança!
196. Meu protetor é Deus, que
(me) revelou o Livro, e é Ele Quem ampara os virtuosos.
197. Aqueles que invocais além
d'Ele não podem socorrer-vos, nem socorrer a si mesmos.
198. Se os convocardes para a
Orientação, não vos ouvirão; e tu (ó Mensageiro) verás que olham para ti,
embora não te vejam.
199. Conserva-te indulgente,
encomenda o bem e foge dos insipientes.
200. E quando alguma tentação de
Satanás te assediar, ampara-te em Deus, porque Ele é Oniouvinte, Sapientíssimo.
201. Quanto aos tementes, quando
alguma tentação satânica os acossa, recordam-se de Deus; ei-los iluminados.
202. Quanto aos irmãos (malignos)
arremessam-nos mais e mais no erro, e dele não se retraem.
203. E se não lhes apresentas um
sinal, dizem-te: Porque não o inventas? Dize: Eu não faço mais do que seguir o
que me revela o meu Senhor. Este (Alcorão) encerra discernimentos do vosso
Senhor e é, por isso, orientação e misericórdia para os que crêem.
204. E quando for lido o Alcorão,
escutai-o e calai, para que sejais compadecidos.
205. E recorda-te do teu Senhor
intimamente, com humildade e temor, sem manifestação de palavras, ao amanhecer
e ao entardecer, e não sejas um dos tantos negligentes.
206. Porque aqueles que estão
próximos do teu Senhor não se ensoberbecem em adorá-Lo, e O glorificam, prostrando-se
ante Ele.
[AL ANFAL]"AL
ANFAL" (OS ESPÓLIOS)
Revelada em Madina; 75
versículos, com exceção dos versículos 30 e 36, que foram revelados em Makka.
8ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Perguntar-te-ão sobre os
espólios. Dize: Os espólios pertencem a Deus e ao Mensageiro. Temei, pois, a
Deus, e resolvei fraternalmente as vossa querelas; obedecei a Deus e ao Seu
Mensageiro, se sois fiéis.
2. Só são fiéis aqueles cujos
corações, quando lhes é mencionado o nome de Deus estremecem e, quando lhes são
recitados os Seus versículos, é-lhes acrescentada a fé, e se encomendam ao seu
Senhor.
3. Aqueles que observam a oração
e fazem caridade com aquilo com que os agraciamos;
4. Estes são os verdadeiros
fiéis, que terão graus de honra junto ao seu Senhor, indulgências e um
magnífico sustento.
5. Tal como, em verdade, quando o
teu Senhor te ordenou abandonar o teu lar, embora isso desgostasse alguns dos
fiéis.
6. Discutem contigo acerca da
verdade, apesar de a mesma já lhes haver sido evidenciada, como se estivessem
sendo arrastados para a morte, e a estivessem vendo.
7. Recordai-vos de que, quando
Deus vos prometeu que teríeis de combater um dos dois grupos, desejastes
enfrentar o desarmado. E Deus quis fazer prevalecer a verdade, com as Suas
palavras, e exterminar os incrédulos,
8. Para que a verdade
prevalecesse e desaparecesse a falsidade, ainda que isso desgostasse os
pecadores.
9. E de quando implorastes o
socorro do vosso Senhor e Ele vos atendeu, dizendo: Reforçar-vos-ei com mil
anjos, que vos chegarão paulatinamente.
10. Deus não vo-lo vez senão como
alvíssaras e segurança para os vossos corações. Sabei que o socorro só emana de
Deus, porque é Poderoso, Prudentíssimo.
11. E de quanto Ele, para vosso
sossego, vos envolveu num sono, enviou-vos água do céu para, com ela, vos
purificardes, livrardes da imundice de Satanás, e para confortardes os vossos
corações e afirmardes os vossos passos.
12. E de quando o teu Senhor
revelou aos anjos: Estou convosco; firmeza, pois, aos fiéis! Logo infundirei o
terror nos corações dos incrédulos; decapitai-os e decepai-lhes os dedos!
13. Isso, porque contrariaram
Deus e o Seu Mensageiro; saiba, quem contrariar Deus e o Seu Mensageiro, que
Deus é Severíssimo no castigo.
14. Tal é (o castigo pelo
desafio); provai-o, pois! E sabei que os incrédulos sofrerão o tormento
infernal.
15. Ó fiéis, quando enfrentardes
(em batalha) os incrédulos, não lhes volteis as costas.
16. Aquele que, nesse dia, lhes
voltar as costas - a menos que seja por estratégia ou para reunir-se com outro
grupo - incorrerá na abominação de Deus, e sua morada será o inferno. Que
funesto destino!
17. Vós que não os aniquilastes,
(ó muçulmanos)! Foi Deus quem os aniquilou; e apesar de seres tu (ó Mensageiro)
quem lançou (areia), o efeito foi causado por Deus. Ele fez para Se provar
indulgente aos fiéis, porque é Oniouvinte, Sapientíssimo.
18. Fê-lo para que saibais que
Deus desbarata as conspirações dos incrédulos.
19. (Ó incrédulos) se imploráveis
a vitória, eis a vitória que vos foi dada; se desistirdes, será melhor para
vós; porém, se reincidirdes, voltaremos a vos combater e de nada servirá o
vosso exército, por numeroso que seja, porque Deus está com os fiéis.
20. Ó fiéis, obedecei a Deus e ao
Seu Mensageiro, e não vos afasteis dele enquanto o escutais (em prédica).
21. E não sejais como aqueles que
dizem: Escutamos!, quando na realidade não escutam.
22. Aos olhos de Deus, os piores
animais são os "surdos" e "mudos", que não raciocinam.
23. Se Deus tivesse reconhecido
neles alguma virtude, tê-los-ia feito ouvir; se Ele os tivesse feito ouvir,
teriam renegado desdenhosamente, mesmo assim.
24. Ó fiéis, atendei a Deus e ao
Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Deus intercede
entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.
25. E preveni-vos contra a
intriga, a qual não atingirá apenas os iníquos dentre vós; sabei que Deus é
Severíssimo no castigo.
26. E recordai-vos de quando (na
vossa metrópole, Makka), éreis um punhado de subjugados; e temíeis que os homens
(incrédulos) vos saqueassem; e Ele vos agraciou com todo bem, para que Lhe
agradecêsseis.
27. Ó fiéis, não atraiçoeis Deus
e Mensageiro; não atraiçoeis, conscientemente, o que vos foi confiado!
28. E sabei que tanto vossos bens
como vossos filhos são para vos pôr à prova, e que Deus vos tem reservada uma
magnífica recompensa.
29. Ó fiéis, se temerdes a Deus,
Ele vos concederá discernimento, apagará os vossos pecados e vos perdoará,
porque é Agraciante por excelência.
30. Recorda-te (ó Mensageiro) de
quando os incrédulos confabularam contra ti, para aprisionar-te, ou matar-te,
ou expulsar-te. Confabularam entre si, mas Deus desbaratou-lhes os planos,
porque é o mais duro dos desbaratadores.
31. Quando lhes são recitados os
Nossos versículos, dizem: Já os ouvimos e, se quiséssemos, poderíamos repetir
outros iguais, porque não são senão fábulas dos primitivos!
32. E de quando disseram: Ó Deus,
se esta é realmente a verdade que emana de Ti, faze com que caiam pedras do céu
sobre nós, ou inflige-nos um doloroso castigo.
33. Porém, é inconcebível que
Deus os castigue, estando tu entre eles; nem tampouco Deus os castigará
enquanto puderem implorar por perdão.
34. E por que Deus não há de
castigá-los, sendo que impedem a entrada (dos fiéis) na Sagrada Mesquita, apesar
de não serem os seus guardiões? Ninguém o é, a não ser os tementes; porém, a
maioria deles o ignora.
35. A sua oração, na Casa, se
reduz aos silvos e ao estalar de mãos. Sofrei, pois, o castigo, por vossa
perfídia.
36. Eis que os incrédulos
malversam as suas riquezas, para desviarem (os fiéis) da senda de Deus. Porém,
malversá-las-ão completamente, e isso será a causa da sua atribulação; então,
será vencidos. Os incrédulos serão congregados no inferno.
37. Isso, para que Deus possa
separar os maus dos bons, e amontoar os maus uns sobre os outros; juntá-los-á a
todos e os arrojará no inferno. Estes são os desventurados.
38. Dize aos incrédulos que, no
caso de se arrependerem, ser-lhes-á perdoado o passado. Por outra, caso
persistam, que tenham em mente o escarmento dos antigos.
39. Combatei-os até terminar a
intriga, e prevalecer totalmente a religião de Deus. Porém, se se retratarem,
saibam que Deus bem vê tudo o quanto fazem.
40. Mas, no caso de se recusarem,
sabei que Deus é vosso Protetor. Que excelente Protetor e que excelente
Socorredor!
41. E sabei que, de tudo quanto
adquirirdes de despojos, a quinta parte pertencerá a Deus, ao Mensageiro e aos
seus parentes, aos órfãos, aos indigentes e ao viajante; se fordes crentes em
Deus e no que foi revelado ao Nosso servo no Dia do Discernimento, em que se
enfrentaram os dois grupos, sabei que Deus é Onipotente.
42. Recordai-vos de quanto
estáveis acampados na rampa, do vale, mais próxima (a Madina), e eles na mais
afastada, e sua caravana se encontrava mais abaixo - Se tivésseis marcado um
encontro com o inimigo, ter-vos-íeis desencontrado - e os enfrentastes para que
Deus cumprisse Sua decisão prescrita, a fim de que perecessem aqueles que, com
razão, deveriam sucumbir, e sobrevivessem aqueles que, com razão, deveriam
sobreviver; sabei que Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo.
43. Recorda-te (ó Mensageiro) de
quando, em sonhos, Deus te fez crer (o exército inimigo) em número reduzido,
porque, se te tivesse feito vê-lo numeroso, terias desanimado e terias vacilado
a respeito do assunto; porém, Deus (te) salvou deles, porque bem conhece as
intimidades dos corações.
44. E de quando os enfrentastes,
e Ele os fez parecer, aos vossos olhos, pouco numerosos; Ele vos dissimulou aos
olhos deles, para que se cumprisse a decisão prescrita, porque a Deus
retornarão todas as questões.
45. Ó fiéis, quando vos
enfrentardes com o inimigo, sede firmes e mencionai muito Deus, para que
prospereis.
46. E obedecei a Deus e ao Seu
Mensageiro e não disputeis entre vós, porque fracassaríeis e perderíeis o vosso
valor. E perseverai, porque Deus está com os perseverantes.
47. E não sejais como aqueles que
saíram de suas casas por petulância e ostentação, para desviar os outros da
senda de Deus; sabei que Deus está inteirado de tudo quanto fazem.
48. E de quando Satanás lhes
abrilhantou as ações e lhes disse: hoje ninguém poderá vencer-nos, porque estou
do vosso lado; porém, quanto os dois grupos se enfrentaram, girou sobre seus
calcanhares e disse: Estou isento de tudo quanto vos suceda, porque eu vejo o
que vós não vedes. Temo a Deus, porque é Severíssimo no castigo.
49. Os hipócritas e aqueles que
abrigam a morbidez em seus corações dizem dos fiéis: A estes, sua religião os
tem alucinado. Mas quem se encomenda a Deus, saiba que Ele é Poderoso,
Prudentíssimo.
50. Ah, se pudésseis ver a
ocasião em que os anjos receberão os incrédulos, esbofeteando-os, açoitando-os
e dizendo-lhes: Provai o suplício do fogo infernal!
51. Isso, por tudo quanto
cometeram vossas mãos, porque Deus nunca é injusto para com os Seus servos.
52. Tal foi o comportamento do
povo do Faraó e de seus antecessores, que descreram nos versículos de Deus;
porém, Deus os castigou por seus pecados, porque é Forte e Severíssimo no
castigo.
53. Isso, porque Deus jamais muda
as mercês com que tem agraciado um povo, a menos que este mude o que há em seu
íntimo; sabei que Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo.
54. Tal foi o comportamento do
povo do Faraó e de seus antecessores, que desmentiram os versículos do seu
Senhor. Aniquilamo-los, por seus pecados, e afogamos a dinastia do Faraó,
porque todos eram iníquos.
55. Os pecadores são os piores
seres aos olhos de Deus, porque não crêem.
56. São aqueles com quem fazes um
pacto e que, sistematicamente, quebram seus compromissos, e não temem a Deus.
57. Se os dominardes na guerra,
dispersai-os, juntamente com aqueles que os seguem, para que meditem.
58. E se suspeitas da traição de
um povo, rompe o teu pacto do mesmo modo, porque Deus não estima os traidores.
59. E não pensem os incrédulos
que poderão obter coisas melhores (do que os fiéis). Jamais o conseguirão.
60. Mobilizai tudo quando
dispuserdes, em armas e cavalaria, para intimidar, com isso, o inimigo de Deus
e vosso, e se intimidarem ainda outros que não conheceis, mas que Deus bem
conhece. Tudo quanto investirdes na causa de Deus, ser-vos á retribuído e não
sereis defraudados.
61. Se eles se inclinam à paz,
inclina-te tu também a ela, e encomenda-te a Deus, porque Ele é o Oniouvinte, o
Sapientíssimo.
62. Mas, se intentarem
enganar-te, fica sabendo que Deus te é suficiente. Ele foi Quem te secundou com
o Seu socorro e com o dos fiéis
63. E foi Quem conciliou os seus
corações. E ainda que tivesses despendido tudo quanto há na terra, não terias
conseguido conciliar os seus corações; porém, Deus o conseguiu, porque é
Poderoso, Prudentíssimo.
64. Ó Profeta, são-te suficientes
Deus e os fiéis que te seguem.
65. Ó Profeta, estimula os fiéis
ao combate. Se entre vós houvesse vinte perseverantes, venceriam duzentos, e se
houvessem cem, venceriam mil do incrédulos, porque estes são insensatos.
66. Deus tem-vos aliviado o peso
do fardo, porque sabe que há um ponto débil em vós; e se entre vós houvesse cem
perseverantes, venceriam duzentos; e se houvesse mil, venceriam dois mil, com o
beneplácito de Deus, porque Ele está com os perseverantes.
67. Não é dado a profeta algum
fazer cativos, antes de lhes haver subjugado inteiramente a região. Vós
(fiéis), ambicionais o fútil da vida terrena; em troca, Deus quer para vós a
bem-aventurança do outro mundo, porque Deus é Poderoso, Prudentíssimo.
68. Se não fosse por um decreto
prévio de Deus, Ter-vos-ia açoitado um severo castigo, pelo que havíeis
arrebatado (de resgate).
69. Desfrutai, pois, de tudo
quanto conseguis um lícito e temei a Deus, porque Deus é Indulgente,
Misericordiosíssimo.
70. Ó Profeta, dize aos cativos
que estão e vosso poder: Se Deus descobrir sinceridade em vossos corações,
conceder-vos-á algo melhor do que aquilo que vos foi arrebatado e vos perdoará,
porque é Indulgente, Misericordiosíssimo.
71. Mas se intentarem
atraiçoar-te, como atraiçoaram antes Deus, Ele os deixará nas tuas mãos, porque
é Sapiente, Prudentíssimo.
72. Os fiéis que migraram e
sacrificaram seus bens e pessoas pela causa de Deus, assim como aqueles que os
ampararam e os secundaram, são protetores uns aos outros. Quanto aos fiéis que
não migraram, não vos tocará protegê-los, até que o façam. Mas se vos pedirem
socorro, em nome da religião, estareis obrigados a prestá-lo, salvo se for
contra povos com quem tenhais um tratado; sabei que Deus bem vê tudo quanto
fazeis.
73. Quanto aos incrédulos, são
igualmente protetores uns aos outros; e se vós não o fizerdes (protegerdes uns
aos outros), haverá intriga e grande corrupção sobre a terra.
74. Quanto aos fiéis que migraram
e combateram pela causa de Deus, assim como aqueles que os apararam e os
secundaram - estes são os verdadeiros fiéis - obterão indulgência e magnífico
sustento.
75. E aqueles que creram depois,
migraram e combateram junto a vós, serão dos vossos; porém, os parentes carnais
têm prioridade sobre os outros, segundo o Livro de Deus; sabei que Deus é
Onisciente.
[AT TAUBAH]"AT
TAUBAH" (O ARREPENDIMENTO)
Revelada em Madina; 129
versículos, com exceção dos versículos: 128 e 129, que foram revelados em
Makka.
9ª SURATA
1. Sabei que há imunidade, por
parte de Deus e do Seu Mensageiro, em relação àqueles que pactuastes, dentre os
idólatras.
2. Percorrei (ó idólatras) a
terra, durante quatro meses, e sabereis que não podereis frustrar Deus, porque
Ele aviltará os incrédulos.
3. E eis aqui a advertência de
Deus e de Seu Mensageiro aos humanos para o dia da grande peregrinação: Deus e
seu Mensageiro não são responsáveis (pelo rompimento do pacto) dos idólatras.
Mas se vos arrependerdes, será melhor para vós; porém, se vos recusardes, sabei
que não podereis frustrar Deus! Notifica, pois, aos incrédulos, que sofrerão um
doloroso castigo.
4. Cumpri o ajuste com os
idólatras, com quem tenhais um tratado, e que não vos tenham atraiçoado e nem
tenham secundado ninguém contra vós; cumpri o tratado até à sua expiração.
Sabei que Deus estima os tementes.
5. Mas quanto os meses sagrados
houverem transcorrido, matai os idólatras, onde quer que os acheis;
capturai-os, acossai-os e espreitai-os; porém, caso se arrependam, observem a
oração e paguem o zakat, abri-lhes o caminho. Sabei que Deus é Indulgente,
Misericordiosíssimo.
6. Se alguns dos idólatras
procurar a tua proteção, ampara-o, para que escute a palavra de Deus e, então,
escolta-o até que chegue ao seu lar, porque (os idólatras) são insipientes.
7. Como podem os idólatras fazer
um tratado com Deus e Seu Mensageiro - Exceto aqueles com os quais tenhas feito
um tratado, junto à Sagrada Mesquita? Sê verdadeiro com eles, tanto quanto
forem verdadeiros para contigo, pois Deus estima os tementes.
8. Como pode haver (qualquer
tratado) quanto, se tivessem a supremacia sobre vós, não respeitariam
parentesco nem compromisso? Satisfazem-vos com palavras, ainda que seus
corações as neguem, a sua maioria é depravada.
9. Negociam a ínfimo preço os versículos
de Deus e desencaminham (os humanos) da Sua senda. Que péssimo é o que fazem!
10. Não respeitam parentesco, nem
compromisso com fiel algum, porque são transgressores.
11. Mas, se se arrependerem,
observarem a oração e pagarem o zakat, então serão vossos irmãos na religião,
combatei os chefes incrédulos, pois são perjuros; talvez se refreiem.
12. Porém, se depois de haverem
feito o tratado convosco, perjurarem e difamarem a vossa religião, combatei os
chefes incrédulos, pois são perjuros; talvez se refreiem.
13. Acaso, não combateríeis as
pessoas que violassem os seus juramentos, e se propusessem a expulsar o
Mensageiro, e fossem os primeiros a vos provocar? Porventura os temeis? Sabei
que Deus é mais digno de ser temido, se sois fiéis.
14. Combatei-os! Deus os
castigará, por intermédio das vossas mãos, aviltá-los-á e vos fará prevalecer
sobre eles, e curará os corações de alguns fiéis,
15. E removerá a ira dos seus
corações. Deus absolverá quem Lhe aprouver, porque é Sapiente, Prudentíssimo.
16. Pensais, acaso, que podereis
ser deixados livres, sendo sabido que Deus ainda não pôs à prova aqueles,
dentre vós, que lutarão e não tomarão por confidentes ninguém além de Deus, Seu
Mensageiro e os fiéis? Deus está bem inteirado de tudo quando fazeis!
17. É inadmissível que os
idólatras freqüentem as mesquitas de Deus, sendo que reconhecem que são
incrédulos. São aqueles, cujas obras se tornaram sem efeito, e que morarão
eternamente no fogo infernal.
18. Só freqüentam as mesquitas de
Deus aqueles que crêem em Deus e no Dia do Juízo Final, observam a oração,
pagam o zakat, e não temem ninguém além de Deus. Quiçá, estes se contem entre
os encaminhados.
19. Considerais, acaso, os que
fornecem água aos peregrinos e os guardiões da Sagrada Mesquita iguais aos que
crêem em Deus e no Dia do Juízo Final, e lutam pela causa de Deus? Aqueles
jamais se equipararão a estes, ante Deus. Sabei que Deus não ilumina os
iníquos.
20. Os fiéis que migrarem e
sacrificarem seus bens e suas pessoas pela causa de Deus, obterão maior dignidade
ante Deus e serão os ganhadores.
21. O seu Senhor lhes anuncia a
Sua misericórdia, a Sua complacência, e lhes proporcionará jardins, onde
gozarão de eterno prazer,
22. Onde morarão eternamente,
porque com Deus está a magnífica recompensa.
23. Ó fiéis, não tomeis por
confidentes vossos pais e irmãos, se preferirem a incredulidade à fé; aqueles,
dentre vós, que os tomarem por confidentes, serão iníquos.
24. Dize-lhes: Se vossos pais,
vossos filhos, vossos irmãos, vossas esposas, vossa tribo, os bens que tenhais
adquirido, o comércio, cuja estagnação temeis, e as casas nas quais residis,
são-vos mais queridos do que Deus e Seu Mensageiro, bem como a luta por Sua
causa, aguardai, até que Deus venha cumprir os Seus desígnios. Sabei que Ele
não ilumina os depravados.
25. Deus vos socorreu em muitos
campos de batalha - como aconteceu no dia de Hunain, quando vos ufanáveis da
vossa maioria que de nada vos serviu; e a terra, com toda a sua amplitude,
pareceu-vos pequena para empreenderdes a fuga.
26. Então, Deus infundiu a paz ao
Seu Mensageiro e aos fiéis, e enviou tropas - que não avistastes - e castigou
os incrédulos; tal é a recompensa dos que não crêem.
27. Deus absolverá, depois disso,
quem Lhe aprouver, porque é Indulgente, Misericordiosíssimo.
28. Ó fiéis, em verdade os
idólatras são impuros. Que depois deste seu ano não se aproximem da Sagrada
Mesquita! E se temeis a pobreza, sabei que se a Deus aprouver, enriquecer-vos-á
com Sua bondade, porque é Sapiente, Prudentíssimo.
29. Combatei aqueles que não crêem
em Deus e no Dia do Juízo Final, nem abstêm do que Deus e Seu Mensageiro
proibiram, e nem professam a verdadeira religião daqueles que receberam o
Livro, até que, submissos, paguem o Jizya.
30. Os judeus dizem: Ezra é filho
de Deus; os cristãos dizem: O Messias é filho de Deus. Tais são as palavras de
suas bocas; repetem, com isso, as de seus antepassados incrédulos. Que Deus os
combata! Como se desviam!
31. Tomaram por senhores seus
rabinos e seus monges em vez de Deus, assim como fizeram com o Messias, filho
de Maria, quando não lhes foi ordenado adorar senão a um só Deus. Não há mais
divindade além d'Ele! Glorificado seja pelos parceiros que Lhe atribuem!
32. Desejam em vão extinguir a
Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua
Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos.
33. Ele foi Quem enviou Seu
Mensageiro com a Orientação e a verdadeira religião, para fazê-la prevalecer
sobre todas as outras, embora isso desgostasse os idólatras.
34. Ó fiéis, em verdade, muitos rabinos
e monges fraudam os bens dos demais e os desencaminham da senda de Deus. Quanto
àqueles que entesouram o ouro e a prata, e não os empregam na causa de Deus,
anuncia-lhes (ó Mohammad) um doloroso castigo.
35. No dia em que tudo for
fundido no fogo infernal e com isso forem estigmatizadas as suas frontes, os
seus flancos e as suas espáduas, ser-lhes-á dito: eis o que entesourastes!
Experimentai-o, pois!
36. Para Deus o número dos meses
é de doze, como reza o Livro Divino, desde o dia em que Ele criou os céus e a
terra. Quatro deles são sagrados; tal é o cômputo exato. Durante estes meses
não vos condeneis, e combatei unanimemente os idólatras, tal como vos combatem;
e sabei que Deus está com os tementes.
37. A antecipação do mês sagrado
é um excesso de incredulidade, com que são desviados, ainda mais, os
incrédulos; permitem-no num ano e o proíbem noutro, para fazerem concordar o
número de meses feitos sagrados por Deus, de maneira a tornarem lícito o que
Deus vedou. Suas más ações os iludiram. Sabei que Deus não guia os incrédulos.
38. Ó fiéis, que sucedeu quando
vos foi dito para partirdes para o combate pela causa de Deus, e vós ficastes
apegados à terra? Acaso, preferíeis a vida terrena à outra? Que ínfimos são os
gozos deste mundo, comparados com os do outro!
39. Se não marchardes (para o
combate), Ele vos castigará dolorosamente, suplantar-vos-á por outro povo, e em
nada podereis prejudicá-Lo, porque Deus é Onipotente.
40. Se não o socorrerdes (o
Profeta), Deus o socorrerá, como fez quando os incrédulos o desterraram. Quando
estava na caverna com um companheiro, disse-lhe: Não te aflijas, porque Deus
está conosco! Deus infundiu nele o Seu sossego, confortou-o com tropas
celestiais que não poderíeis ver, rebaixando ao mínimo a palavra dos incrédulos,
enaltecendo ao máximo a palavra de Deus, porque Deus é Poderoso, Prudentíssimo.
41. Quer estejais leve ou
fortemente (armados), marchai (para o combate) e sacrificai vossos bens e
pessoas pela causa de Deus! Isso será preferível para vós, se quereis saber.
42. Se o ganho fosse imediato e a
viagem fácil, Ter-te-iam seguido: porém, a viagem pareceu-lhes penosa. E ainda
jurariam por Deus: Se tivéssemos podido, teríamos partido convosco! Com isso se
condenaram, porque Deus bem sabia que eram mentirosos.
43. Deus te indultou! Por que os
dispensaste da luta, antes que se pudesse distinguir entre os sinceros e os
mentirosos?
44. Aqueles que crêem em Deus e
no Dia do Juízo Final não te pedirão isenção de sacrificaram os seus bens e as
suas pessoas; e Deus bem conhece os tementes.
45. Pedir-te-ão isenção só
aqueles que não crêem em Deus, nem no Dia do Juízo Final, cujos corações estão
em dúvida e, em sua dúvida, vacilam.
46. Se tivessem decidido ir,
ter-se-iam preparado para isso; porém, Deus era contrário a que partissem, e os
desanimou; foi-lhes dito: Ficai com os omissos.
47. E se tivessem marchado
convosco, não teriam feito mais do que confundir-vos e suscitar dissensões em
vossas fileiras, incitando-vos à rebelião. Entre vós há quem os escuta. Porém,
Deus bem conhece os iníquos.
48. Já, antes, haviam tratado de
suscitar dissensões e intentado desbaratar os teus planos, até que chegou a
verdade, e prevaleceram os desígnios de Deus, ainda que isso os desgostasse.
49. E entre eles há quem te diga:
Isenta-me, e não me tentes! Acaso, não caíram em tentação? Em verdade, o
inferno cercará os incrédulos (por todos os lados).
50. Quanto logras um triunfo,
isso os desgosta; por outra, quando te açoita uma desgraça, dizem: Já nos
tínhamos precavido! e retiram-se jubilosos.
51. Dize: jamais nos ocorrerá o
que Deus não nos tiver predestinado! Ele é nosso Protetor. Que os fiéis se
encomendem a Deus!
52. Dize (ainda): Esperais que
nos aconteça algo? Só nos ocorrerá uma das suas sublimes coisas (o martírio ou
a vitória). Nós, em troca, aguardamos que Deus vos inflija o Seu castigo, ou
então o faça por nossas mãos. Esperai, pois, que esperaremos convosco.
53. Dize (mais): Ainda que façais
caridade de bom ou mau grado, jamais vo-la será aceita, porque sois depravados.
54. Suas caridades não são
aceitas, por causa da sua incredulidade em Deus e em Seu Mensageiro, e por
observarem a oração com indolência e por praticarem a
caridade de má vontade.55. Que
não e maravilhem os seus bens, nem os seus filhos, porque Deus somente quer,
comisso, atormentá-los na vida terrena e fazer com que suas almas pereçam na
incredulidade.
56. Juram por Deus que são dos
vossos, quando na verdade não o são, pois são um bando de pusilânimes.
57. Se tivessem encontrado um
refúgio ou um subterrâneo, ou qualquer buraco, apressar-se-iam em nele se
ocultar.
58. Entre eles, há aqueles que te
difamam, com respeito à distribuição das esmolas; quando lhes é dado uma parte,
conformam-se; quando não, eis que se indignam.
59. Tivessem eles ficado
satisfeitos com o que Deus e Seu Mensageiro lhes concederam e tivessem dito:
Deus nos é suficiente; Ele nos concederá de Sua graça e o mesmo fará Seu
Mensageiro, e em Deus confiamos! (teria sido preferível).
60. As esmolas são tão-somente
para os pobres, para os necessitados, para os funcionário empregados em sua
administração, para aqueles cujos corações têm de ser conquistados, para a
redenção dos escravos, para os endividados, para a causa de Deus e para o
viajante; isso é um preceito emanado de Deus, porque é Sapiente, Prudentíssimo.
61. Entre eles há aqueles que
injuriam o Profeta e dizem: Ele é todo ouvidos. Dize-lhes: É todo ouvidos sim,
mas para o vosso bem; crê em Deus, acredita nos fiéis e é uma misericórdia para
aqueles que, de vós, crêem! Mas aqueles que injuriarem o Mensageiro de Deus
sofrerão um doloroso castigo.
62. Juram-vos por Deus para
comprazer-vos. Mas Deus e Seu Mensageiro têm mais direito de serem comprazidos,
se sois fiéis.
63. Ignoram, acaso, que quem
contrariar Deus e Seu Mensageiro terá o fogo do inferno, onde permanecerá
eternamente? Tal será o supremo aviltamento.
64. Os hipócritas temem que lhes
seja revelada uma surata que evidencie o que há em seus corações. Dize-lhes:
Escarnecei! Deus revelará o que temeis!
65. Porém, se os interrogares,
sem dúvida te dirão: Estávamos apenas falando e gracejando. Dize-lhes:
Escarnecei, acaso, de Deus, de Seus versículos e de Seu Mensageiro?
66. Não vos escuseis, porque
renegastes, depois de terdes acreditado! E se indultássemos uma parte de vós,
puniríamos a outra, porque é pecadora.
67. Os hipócritas e as hipócritas
são semelhantes: recomendam o ilícito e proíbem o bem, e são avaros e avaras.
Esquecem-se de Deus, por isso Deus deles Se esquece. Em verdade, os hipócritas
são depravados.
68. Deus promete aos hipócritas e
às hipócritas e aos incrédulos o fogo do inferno, onde permanecerão
eternamente. Isso lhes bastará. Deus os amaldiçoou, e sofrerão um tormento
ininterrupto.
69. Sois como aqueles que vos
precederam, os quais eram mais poderosos do que vós e mais ricos em bens e
filhos. Desfrutaram de sua parte dos bens e vós desfrutais da vossa, como
desfrutaram da sua os vossos antepassados; tagarelais, como eles tagarelaram.
Suas obras tornar-se-ão sem efeito, neste mundo e no outro, e serão
desventurados.
70. Não os aconselhou, acaso, a
história de seus antepassados, do povo de Noé, de Ad, de Tamud, de Abraão, dos
madianitas e dos habitantes das cidades nefastas, a quem seus mensageiros
haviam apresentado as evidências? Deus não os condenou; outrossim, foram eles
menos que se condenaram.
71. Os fiéis e as fiéis são
protetores uns dos outros; recomendam o bem, proíbem o ilícito, praticam a
oração, pagam o zakat, e obedecem a Deus e ao Seu Mensageiro. Deus Se
compadecerá deles, porque Deus é Poderoso, Prudentíssimo.
72. Deus prometeu aos fiéis e às
fiéis jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente, bem
como abrigos encantadores, nos jardins do Éden; e a complacência de Deus é
ainda maior do que isso. Tal é o magnífico benefício.
73. Ó Profeta, combate os
incrédulos e os hipócritas, e sê implacável para com eles! O inferno será sua
morada. Que funesto destino!
74. Juram por Deus nada terem
dito (de errado); porém, blasfemaram e descreram, depois de se terem
islamizado. Pretenderam o que foram incapazes de fazer, e não encontraram outro
argumento, senão o de que Deus e Seu Mensageiro os enriqueceram de Sua graça.
Mas, se se arrependerem, será melhor para eles; ao contrário, se se recusarem,
Deus os castigará dolorosamente neste mundo e no outro, e não terão, na terra,
amigos nem protetores.
75. Entre eles há alguns que
prometeram a Deus, dizendo: Se Ele nos conceder Sua graça, faremos caridade e
nos contaremos entre os virtuosos.
76. Mas quando Ele lhes concedeu
a Sua graça, mesquinharam-na e a renegaram desdenhosamente.
77. Então, Deus aumentou a
hipocrisia em seus corações, fazendo com que a mesma durasse até ao dia em que
comparecessem ante Ele, por causa da violação das suas promessas a Deus, e por
suas mentiras.
78. Ignoram, acaso, que Deus bem
conhece os seus segredos e as suas confidências e é Conhecedor do
Incognoscível?
79. Quanto àqueles que calunia os
fiéis, caritativos, por seus donativos, e escarnecem daqueles que não dão mais
do que o fruto do seu labor, Deus escarnecerá deles, e sofrerão um doloroso
castigo.
80. Quer implores, quer não (ó
Mensageiro) o perdão de Deus para eles, ainda que implores setenta vezes, Deus
jamais os perdoará, porque negaram Deus e Seu Mensageiro. E Deus não ilumina os
depravados.
81. Depois da partida do
Mensageiro de Deus, os que permaneceram regozijavam-se de terem ficado em seus
lares e recusado sacrificar os seus bens e pessoas pela causa de Deus;
disseram: Não partais durante o calor! Dize-lhes: O fogo do inferno é mais
ardente ainda! Se o compreendessem...!
82. Que se riam, pois, porém, por
pouco tempo; então, chorarão muito, pelo que lucravam.
83. Se Deus te repatriar (depois
da campanha) e um grupo deles te pedir permissão para acompanhar-te, dize-lhes:
Jamais partireis comigo, nem combatereis junto a mim contra inimigo algum,
porque da primeira vez preferistes ficar. Ficai, pois, com os omissos!
84. Se morrer algum deles, não
ores jamais em sua intenção, nem te detenhas ante sua tumba. Eles renegaram
Deus e o seu Mensageiro e morreram na depravação.
85. Que não te maravilhem os seus
bens, nem os seus filhos, porque Deus somente quer, com isso, atormentá-los,
neste mundo, e fazer com que suas almas pereçam na incredulidade.
86. E se for revelada uma surata
que lhes prescreva: Crede em Deus e lutai junto ao Seu Mensageiro! Os
opulentos, entre eles, pedir-te-ão para serem eximidos e dirão: Deixa-nos com
os isentos!
87. Preferiram ficar com os
incapazes e seus corações foram sigilados; por isso não compreendem.
88. Porém, o Mensageiro e os
fiéis que com ele sacrificaram seus bens e pessoas obterão as melhores dádivas
e serão bem-aventurados.
89. Deus lhes destinou jardins,
abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente. Tal é a magnífica
recompensa.
90. Alguns beduínos, com
desculpas, apresentaram-se, pedindo para serem eximidos (da luta). E os que
mentiram a Deus e ao Seu Mensageiro permaneceram em seus lares. Logo um castigo
doloroso açoitará os incrédulos, entre eles.
91. Estão isentos: os inválidos,
os enfermos, os baldos de recursos, sempre que sejam sinceros para com Deus e
Seu mensageiro. Não há motivo de queixa contra os que fazem o bem, e Deus é
Indulgente, Misericordiosíssimo.
92. Assim como forma considerados
(isentos) aqueles que se apresentaram a ti, pedindo que lhes arranjasses
montaria, e lhes disseste: Não tenho nenhuma para proporcionar-vos; voltaram
com os olhos transbordantes de lágrimas, por pena de não poderem contribuir.
93. Serão recriminados aqueles
que, sendo ricos, pediram-te para serem eximidos, porque preferiram ficar com
os incapazes. Mas Deus selou suas mentes, de sorte que não compreendem.
94. Quando regressardes,
apresentar-vos-ão escusas. Dize (ó Mohammad): Não vos escuseis; jamais em vós
creremos, porque Deus nos tem informado acerca dos vossos procedimentos. Deus e
Seu Mensageiro julgarão as vossas atitudes; logo sereis devolvidos ao
Conhecedor do cognoscível e do incognoscível, que vos inteirará de tudo quanto
fazeis.
95. Quando regressardes,
pedir-vos-ão por Deus, para que os desculpeis. Apartai-vos deles, porque são
abomináveis e sua morada será o inferno, pelo que lucravam.
96. Jurar-vos-ão (fidelidade),
para que vos congratuleis com eles; porém, se vos congratulardes com eles,
sabei que Deus não Se compraz com os depravados.
97. Os beduínos são mais
incrédulos e hipócritas, e mais propensos a ignorarem os preceitos que Deus
revelou ao seu Mensageiro. E Deus é Sapiente, Prudentíssimo.
98. Entre os beduínos, há aqueles
que consideram tudo quanto distribuem em caridade como uma perda; aguardam,
ainda, que vos açoitem as vicissitudes. Que as vicissitudes caiam sobre eles!
Sabei que Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo.
99. Também, entre os beduínos, há
aqueles que crêem em Deus e no Dia do Juízo Final; consideram tudo quanto
distribuem em caridade como um veículo que os aproximará de Deus e lhes
proporcionará as preces do Mensageiro. Sabei que isso os aproximará! Deus os
acolherá em Sua clemência, porque é Indulgente, Misericordiosíssimo.
100. Quanto aos primeiros
(muçulmanos), dentre os migrantes e os socorredores (Ansar do Mensageiro), que
imitaram o glorioso exemplo daqueles, Deus se comprazerá com eles e eles se
comprazerão n'Ele; e lhes destinou jardins, abaixo dos quais correm os rios,
onde morarão eternamente. Tal é o magnífico benefício.
101. Entre os beduínos vizinhos,
há hipócritas, assim como os há entre o povo de Madina, os quais estão
acostumados à hipocrisia. Tu não os conheces; não obstante, Nós o conhecemos.
Castigá-los-emos duplamente, e então serão submetidos a um severo castigo.
102. Outros reconheceram as suas
faltas, quanto a terem confundido ações nobres com outras vis. Quiçá Deus ao
absolva, porque é Indulgente, Misericordiosíssimo.
103. Recebe, de seus bens, uma
caridade que os purifique e os santifique, e roga por eles, porque tua prece
será seu consolo; em verdade, Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo.
104. Ignoram, porventura, que
Deus aceita o arrependimento dos seus servos, assim como recebe as caridades, e
que Deus é Remissório, o Misericordiosíssimo?
105. Dize-lhes: Agi, pois Deus
terá ciência da vossa ação; o mesmo farão o Seu Mensageiro e os fiéis. Logo
retornareis ao Conhecedor do cognoscível e do incognoscível, que vos inteirará
de tudo quanto fizestes.
106. Outros estão esperançosos
quanto aos desígnios de Deus, sem saber se Ele os castigará ou os absolverá;
saibam que Ele é Sapiente, Prudentíssimo.
107. Mas aqueles que erigiram uma
mesquita em prejuízo dos fiéis, para difundirem entre eles a maldade, a
incredulidade e a discórdia, e apoiarem aqueles que anteriormente combateram
Deus e Seu Mensageiro, juraram: Não pretendíamos com isso senão o bem. Porém,
Deus é Testemunha de que são mentirosos.
108. Jamais te detenhas ali,
porque uma mesquita que desde o primeiro dia tenha sido erigida por temor a
Deus é mais digna de que nela te detenhas; e ali há homens que anseiam por
purificar-se; e Deus aprecia os puros.
109. Quem é melhor: o que
alicerçou o seu edifício, fundamentado no temor a Deus, esperançoso e Seu
beneplácito, ou que o construiu à beira do abismo e em seguida se arrojou com
ele no fogo do inferno? Sabei que Deus não ilumina os iníquos.
110. A construção dela não
cessará de ser causa de dúvidas em seus corações, a menos que seus corações se
despedacem. Sabei que Deus é Sapiente, Prudentíssimo.
111. Deus cobrará dos fiéis o
sacrifício de seus bens e pessoas, em troca do Paraíso. Combaterão pela causa
de Deus, matarão e serão mortos. É uma promessa infalível, que está registrada
na Tora, no Evangelho e no Alcorão. E quem é mais fiel à sua promessa do que
Deus? Regozijai-vos, pois, a troca que haveis feito com Ele. Tal é o magnífico
benefício.
112. Os arrependidos, os
adoradores, os agradecidos, os viajantes (pela causa de Deus), os genuflexos e
os prostrados são aqueles que recomendam o bem, proíbem o ilícito e se
conservam dentro dos limites da lei de Deus. Anuncia aos fiéis as boas novas!
113. É inadmissível que o Profeta
e os fiéis implorem perdão para os idólatras, ainda que estes sejam seus
parentes carnais, ao descobrirem que são companheiros do fogo.
114. Abraão implorava perdão para
seu pai, somente devido a uma promessa que lhe havia feito; mas, quando se
certificou de que este era o inimigo de Deus, renegou-o. Sabei que Abraão era
sentimental, tolerante.
115. É inadmissível que Deus
desvie um povo, depois de havê-lo encaminhado, sem antes lhe Ter elucidado o
que deve temer. Sabei que Deus é Onisciente.
116. A Deus pertence o reino dos
céus e da terra. Ela dá a vida e a morte e, fora d'Ele não tereis protetor, nem
socorredor.
117. Sem dúvida que Deus absolveu
o Profeta, os migrantes e os socorredores, que o seguiram na hora angustiosa em
que os corações de alguns estavam prestes a fraquejar. Ele os absolveu, porque
é para com eles Compassivo, Misericordiosíssimo.
118. Também absolveu os três que
se omitiram (na expedição de Tabuk) quando a terra, com toda a sua amplitude,
lhes parecia estreita, e suas almas se constrangeram, e se compenetraram de que
não tinham mais amparo senão em Deus. E Ele os absolveu, a fim de que se
arrependessem, porque Deus é o Remissório, o Misericordiosíssimo.
119. Ó fiéis, temei a Deus e
permanecei com os verazes!
120. Não deveriam o povo de
Madina e seus vizinhos beduínos se negar a seguir o Mensageiro de Deus, nem
preferir as suas próprias vidas, em detrimento da dele, porque todo o seu
sofrimento, devido à sede, fome ou fadiga, pela causa de Deus, todo o dano
causado aos incrédulos e todo o dano recebido do inimigo ser-lhes-á registrado
como boa ação, porque Deus jamais frustra a recompensa aos benfeitores.
121. Deveriam saber, ainda, que
não fazem gasto algum, pequeno ou grande, nem atravessam vale algum, sem que
isso lhes seja registrado; em verdade, Deus os recompensará com coisa melhor do
que tiverem feito.
122. Não devem todos os fiéis, de
uma só vez, sair para o combate; deve permanecer uma parte de cada
coletividade, para instruir-se na fé, e assim admoestar s sua gente quando
regressar, a fim de que se acautelem.
123. Ó fiéis, combatei os vossos
vizinhos incrédulos para que sintam severidade em vós; e sabei que Deus está
com os tementes.
124. Quanto uma nova Surata é
revelada, alguns deles dizem (zombando): A quem de vós isso aumenta, em fé? No
entanto, ela aumenta a fé dos fiéis, e disso se regozijam.
125. Em troca, quanto àqueles que
abrigam a morbidez em seus corações, é-lhes acrescentada abominação sobre
abominação, e morrerão na incredulidade.
126. Não reparam, acaso, que são
tentados uma ou duas vezes por ano? Porém não se arrependem, nem meditam.
127. Quando uma Surata lhes é
revelada, olham-se, entre si, e dizem: Acaso alguém vos observa? E logo se
retiram. Deus desviou seus corações, porque são gente insipiente.
128. Chegou-vos um Mensageiro de
vossa raça, que se apiada do vosso infortúnio, anseia por proteger-vos, e é
compassivo e misericordioso para com os fiéis.
129. Mas, se te negam, dize-lhes:
Deus me basta! Não há mais divindade além d'Ele! A Ele me encomendo, porque é o
Soberano do Trono Supremo.
[YUNIS]"YUNIS" (JONAS)
Revelada em Makka; 109
versículos, com exceção dos versículos 40 e 94 a 96, que foram revelados em
Madina.
10ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Alef, Lam, Ra. Eis aqui os
versículos do Livro da sabedoria.
2. Estranham, acaso, as pessoas,
que tenhamos inspirado um homem de seu povo, dizendo-lhe: Admoesta os homens e
avisa os fiéis que terão uma sublime dignidade junto ao seu Senhor? Todavia, os
incrédulos dizem dele: ë um mago declarado.
3. Vosso Senhor é Deus, Que criou
os céus e a terra em seis dias, logo assumiu o Trono para reger todas as
coisas. Junto a Ele ninguém poderá interceder, sem Sua permissão. Tal é Deus,
vosso Senhor! Adorai-O, pois! Não meditais?
4. A Ele retornareis todos. A
promessa de Deus é infalível. Ele origina a criação, e logo a faz reproduzir,
para recompensar eqüitativamente os fiéis que praticam o bem. Os incrédulos,
porém, terão por bebida água fervente e um doloroso castigo, por sua
incredulidade.
5. Ele foi Quem originou o sol
iluminador e a lua refletidora, e determinou as estações do ano, para que
saibais o número dos anos e seus cômputos. Deus não criou isto senão com
prudência; ele elucida os versículos aos sensatos.
6. Na alteração da noite e do
dia, e no que Deus criou nos céus e na terra, há sinais para os tementes.
7. Aqueles que não esperam o
Nosso encontro, comprazem-se com a vida terrena, conformando-se com ela, e
negligenciam os Nossos versículos.
8. Sua morada será o fogo
infernal, por tudo quanto tiverem lucrado.
9. Quanto aos fiéis que praticam
o bem, seu Senhor os encaminhará, por sua fé, aos jardins do prazer, abaixo dos
quais correm os rios.
10. Onde sua prece será: Glorificado
sejas, ó Deus! Aí sua mútua saudação será: Paz! E o fim de sua prece será:
Louvado seja Deus, Senhor do Universo!
11. Se Deus apressasse o mal aos
humanos, como eles apressam o bem para si, alcançariam rapidamente o seu
destino. Porém, abandonaremos, vacilantes em sua transgressão, aqueles que não
esperam comparecer perante Nós.
12. E se o infortúnio açoita o
homem, ele Nos implora, quer esteja deitado, sentado ou em pé. Porém, quando o
libertamos de seu infortúnio, ei-lo que caminha, como se não Nos tivesse
implorado quando o infortúnio o açoitava. Assim foram abrilhantados os atos dos
transgressores (por Satanás).
13. Aniquilamos gerações
anteriores a vós por sua iniqüidade, porque, apesar de lhes haverem apresentado
aos seus mensageiros as evidências, jamais creram. Assim castigamos os
pecadores.
14. Depois disso, designamos-vos
sucessores deles na terra, para observarmos como vos iríeis comportar.
15. Mas, quando lhes são
recitados os Nossos lúcidos versículos, aqueles que não esperam o comparecimento
perante Nós, dizem: Apresenta-nos outro Alcorão que não seja este, ou, por
outra, modificado! Dize: Não me incumbe modificá-lo por minha própria vontade;
atenho-me somente ao que me tem sido revelado, porque temo o castigo do dia
aziago, se desobedeço ao meu Senhor.
16. Dize: Se Deus quisesse, não
vo-lo teria eu recitado, nem Ele vo-lo teria dado a conhecer, porque antes de
sua revelação passei a vida entre vós. Não raciocinais ainda?
17. Haverá alguém mais iníquo do
que quem forja mentiras acerca de Deus ou desmente os Seus versículos? Jamais
prosperarão pecadores.
18. E adoram, em vez de Deus, os
que não poder prejudicá-los nem beneficiá-los, dizendo: Estes são os nossos
intercessores junto a Deus. Pretendeis ensinar a Deus algo que Ele possa
ignorar dos céus e da terra? Glorificado e exaltado seja de tudo quanto Lhe
atribuem!
19. A princípio, os humanos
formavam uma só comunidade; então, dividiram-se. Porém, senão tivesse sido por
uma palavra proferida por teu Senhor, Ter-se-iam destruído, por causa de suas
divergências.
20. Dizem: Por que não lhe foi
revelado um sinal de seu Senhor? Dize: O incognoscível só a Deus pertence;
aguardai, pois, que eu serei um dos que convosco aguardam.
21. Se agraciarmos os homens com
a Nossa misericórdia, depois de os haver açoitado o infortúnio, ainda assim
desmentirão os Nossos versículos. Dize: Deus é Rápido em planejar. Sabei que os
Nosso mensageiros registram tudo quando tramais.
22. Ele é Quem vos encaminha na
terra e no mar. Quando se acham em naves e estas singram o oceano ao sabor de
um vento favorável, regozijam-se. Mas, quando os açoita uma tormenta e as ondas
os assaltam por todos lados, e crêem naufragar, então imploram sinceramente a
Deus: Se nos salvares deste perigo, contar-nos-emos entre agradecidos!
23. Mas, quando os salva, eis que
causa, injustamente, iniqüidade na terra. Ó humanos, sabei que a vossa
iniqüidade só recairá sobre vós; isso é somente um entretenimento na vida
terrena. Logo retornareis a Nós, e então vos inteiraremos de tudo quanto
tiverdes feito.
24. A similitude da vida terrena
equipara-se à água que enviamos do céu. a qual mistura-se com as plantas da
terra, de que se alimentam os homens e o gado; e quando a terra se enfeita e se
engalana, a ponto de seus habitantes crerem ser seus senhores, açoita-a o Nosso
desígnio, seja à noite ou de dia, deixando-a desolada, como se, na véspera, não
houvesse sido verdejante. Assim elucidamos os versículos àqueles que refletem.
25. Deus convoca à morada da paz
e encaminha à senda reta quem Lhe apraz.
26. Aqueles que praticam o bem
obterão o bem e ainda algo mais; nem a poeira, nem a ignomínia anuviarão os
seus rostos. Eles serão os diletos do Paraíso, em que morarão eternamente.
27. Aqueles que cometerem
maldades serão pagos na mesma moeda, e a ignomínia os cobrirá. Não terão
defensor junto a Deus; estarão como se condenados ao inferno, em que morarão
eternamente.
28. Um dia, em que os
congregaremos a todos, diremos aos idólatras: Ficai onde estais, vós e vossos
parceiros! Logo os separaremos; então, seus parceiros lhes dirão: Não era a nós
que adoráveis!
29. Basta Deus por testemunha
entre nós e vós, de que não nos importava a vossa adoração.
30. Aí toda alma conhecerá tudo
quanto tiver feito e serão devolvidos a Deus, seu verdadeiro Senhor; e tudo
quando tiverem forjado desvanecer-se-á.
31. Dize: Quem vos agracia com os
seus bens do céu e da terra? Quem possui poder sobre a audição e a visão? E
quem rege todos os assuntos? Dirão: Deus! Dize, então: Por que não O temeis?
32. Tal é Deus, vosso verdadeiro
Senhor; e que há, fora da verdade, senão o erro? Como, então, vos afastais?
33. Assim se cumpriu a sentença
de teu Senhor sobre os depravados, porque não creram.
34. Pergunta-lhes: Existe algum
ídolo, dentre os vossos, que possa originar a criação, e então reproduzi-la?
Dize-lhes, a seguir: Deus é Quem origina a criação e então a reproduz. Como,
pois, vos desviais?
35. Pergunta-lhes: Existe algum
ídolo, dentre os vossos, que possa guiar-vos à verdade? Dize: Só Deus guia à
verdade. Acaso, Quem guia à verdade, não é mais digno e ser seguido do que quem
não o faz, sendo ao contrário guiado? Que vos sucede pois? Como julgais assim?
36. Sua maioria não faz mais do
que conjecturar, e a conjectura jamais prevalecerá sobre a verdade; Deus bem
sabe tudo quanto fazem!
37. É impossível que esta Alcorão
tenha sido elaborado por alguém que não seja Deus. Outrossim, é a confirmação
das (revelações) anteriores a ele e a elucidação do Livro indubitável do Senhor
do Universo.
38. Dizem: Ele o forjou! Dize:
Componde, pois, uma surata semelhante às deles; e podeis recorrer, para isso, a
quem quiserdes, em vez de Deus, se estiverdes certos.
39. Porém, desmentiram o que não
lograram conhecer, mesmo quando a sua interpretação não lhes havia chegado. Do
mesmo modo seus antepassados desmentiram. Repara, pois, qual foi o destino dos
iníquos.
40. Entre eles, há os que crêem
nele (o Alcorão) e os que o negam; porém, teu Senhor é o mais conhecedor dos
corruptores.
41. Mas, se te desmentem,
dize-lhes: Os meus atos só a mim incumbem, e a vós os vossos. Estais isentos do
que eu faço, assim como estou isento de tudo quanto fazeis.
42. Entre eles há os que te
escutam. Poderias fazer ouvir os surdos, uma vez que não entendem?
43. E há os que te perscrutam;
acaso, poderias fazer ver os cegos, uma vez que não enxergam?
44. Deus em nada defrauda os
homens; porém, os homens se condenam a si mesmos.
45. Recorda-lhes o dia em que Ele
os congregará, como se não houvessem permanecido no mundo mais do que uma hora
do dia; reconhecer-se-ão entre si. Então, aqueles que tiverem negado o
comparecimento ante Deus, serão desventurados e jamais serão encaminhados.
46. Ainda que te mostremos algo
do que lhes prometemos, ou mesmo que te recolhamos até Nós (antes disso), seu
retorno será para Nós. Deus é Testemunha de tudo quanto fazem.
47. Cada povo teve seu
mensageiro; e quando seu mensageiro se apresentar, todos serão julgados
eqüitativamente e não serão injustiçados.
48. E dizem (os incrédulos):
Quando se cumprirá esta promessa? Dize-o, se estiverdes certo!
49. Dize-lhes: Não posso
acarretar mais prejuízos nem mais benefícios além dos que Deus quer. Cada povo
tem seu destino e, quando este se cumprir, não poderá atrasá-lo nem adiantá-lo
numa só hora.
50. Dize: Que vos pareceria, se
Seu castigo vos surpreendesse durante a noite ou de dia? Que porção dele os
pecadores pretenderiam apressar?
51. Quando tal acontecer,
crereis, então, nele? Qual! Crereis, então, quando até agora não tendes feito
mais do que o apresardes?
52. Será dito, então, aos
iníquos: Provai o castigo eterno. Sereis, acaso, castigados pelo que não
cometestes?
53. Pedir-te-ão que os inteires
dos fatos: É isso verdade? Dize: Sim, por meu Senhor que é verdade, e jamais
podereis impedi-lo.
54. Se todo o ser iníquo
possuísse tudo quanto existe na terra, tudo daria para a sua redenção. Sentirão
o arrependimento quando virem o castigo. Então serão julgados eqüitativamente e
não serão injustiçados.
55. Não pertence, acaso, a Deus
tudo quanto existe nos céus e na terra? Não é verdadeira a promessa de Deus?
Porém, a maioria o ignora.
56. Ele dá a vida e a morte, e a
Ele retornareis.
57. Ó humanos, já vos chegou uma
exortação do vosso Senhor, a qual é um bálsamo para a enfermidade que há em
vossos corações, e é orientação e misericórdia para os fiéis.
58. Dize: Contentai-vos com a
graça e a misericórdia de Deus! Isso é preferível a tudo quanto entesourarem!
59. Dize ainda: Reparastes nas
dádivas que Deus vos envia, as quais classificais em lícitas e ilícitas?
Dize-lhes mais: Acaso, Deus vo-lo autorizou, ou forjais mentiras acerca de
Deus?
60. Em que pensarão no Dia da
Ressurreição aqueles que forjam mentiras acerca de Deus? Deus é agraciador para
com os humanos: porém, sua maioria não agradece.
61. Em qualquer situação em que
vos encontrardes, qualquer parte do Alcorão que recitardes, seja qual for a
tarefa que empreenderdes, seremos Testemunha quando nisso estiverdes absortos,
porque nada escapa do teu Senhor, nem do peso de um átomo ou algo menor ou
maior do que este, na terra ou nos céus, pois tudo está registrado num Livro
lúcido.
62. Não é, acaso, certo que os
diletos de Deus jamais serão presas do temor, nem se atribularão?
63. Estes são os fiéis e são
tementes.
64. Obterão alvíssaras de
boas-novas na vida terrena e na outra; as promessas de Deus são imutáveis. Tal
é o magnífico benefício.
65. Que suas palavras não te
atribulem, uma vez que a Glória pertence integralmente a Deus, Que é o
Oniouvinte, o Sapientíssimo.
66. Não é certo que é de Deus
aquilo que está nos céus e na terra? Que pretendem, pois, aqueles que adoram os
ídolos em vez de Deus? Não seguem mais do que a dúvida e não fazem mais do que
inventar mentiras!
67. Ele é Quem estabeleceu a
noite para vosso descanso e o dia luzente, para tornar as coisas visíveis.
Nisto há sinais para os que escutam.
68. Dizem: Deus teve um filho!
Glorificado seja Deus; Ele é Opulento; Seu é tudo quanto há nos céus e na
terra! Que autoridade tendes, referente a isso? Direis acerca de Deus o que
ignorais?
69. Dize: Aqueles que forjam
mentiras acerca de Deus não prosperarão!
70. Terão seu gozo neste mundo,
então seu retorno será a Nós; depois lhes infligiremos o severo castigo, por
sua incredulidade.
71. Narra-lhes a história de Noé,
quando disse ao seu povo: Ó povo meu, se a minha permanência entre vós e minha
exortação, referentes aos versículos de Deus, vos ofendem, a Deus me encomendo.
Decidi-vos, vós e vossos ídolos, e não oculteis vossa decisão; então,
hostilizai-me e não me poupeis.
72. Caso contrário, sabei que não
vos exijo retribuição alguma por isso, porque minha recompensa só virá de Deus;
e foi-me ordenado que fosse um dos submissos.
73. Porém, desmentiram-no e,
então, salvamo-lo, juntamente com aqueles que estavam com ele na arca, e os
designamos sucessores na terra, e afogamos aqueles que desmentiram os Nossos
versículos. Repara, pois, qual foi o castigo dos que foram advertidos.
74. Logo, depois dele, enviamos
mensageiros aos seus povos, os quais lhes apresentaram as evidências; mesmo
assim não creram no que antes haviam desmentido. Assim, sigilamos os corações
dos transgressores.
75. Logo depois deles enviamos,
como nossos sinais, Moisés e Aarão ao Faraó e seus chefes; porém, estes
ensoberbeceram-se e tornaram-se um povo de pecadores.
76. Mas, quando lhes chegou a
Nossa verdade, disseram: Isto é pura magia!
77. Moisés lhes disse: Ousais
dizer que a verdade que vos chega é magia? Sabei que os magos jamais
prosperarão.
78. Disseram: Vieste, acaso, para
desviar-nos do que vimos praticarem os nossos pais e para que o predomínio, na
terra, seja para ti e teu irmão? Nunca creremos em vós.
79. Então, o Faraó disse:
Trazei-me todo o mago hábil (que encontrardes).
80. E quando chegaram os magos,
Moisés lhes disse: Arremessai o que tendes a arremessar!
81. Porém, quando arremessaram,
disse Moisés: O que haveis feito é magia, e certamente Deus o anulará, porque
Ele não apóia a obra dos corruptores.
82. Deus estabelece a verdade com
as Suas palavras, ainda que isto desgoste os pecadores.
83. Porém, salvo uma parte do seu
povo, ninguém acreditou em Moisés por temor de que o Faraó e seus chefes os
oprimissem, porque o Faraó era um déspota na terra; era um dos transgressores.
84. E Moisés disse: Ó povo meu,
se realmente credes em Deus, encomendai-vos a Ele se sois submissos.
85. Disseram: A Deus nos
encomendamos! Ó Senhor nosso, não permitas que fiquemos afeitos à fúria dos
iníquos;
86. E com a Tua misericórdia
salva-nos do povo incrédulo.
87. E revelamos a Moisés e ao seu
irmão: Erigi os abrigos para o vosso povo no Egito e fazei dos vossos lares um
templo; observai a oração, e anuncia (ó Moisés) boas novas aos fiéis!
88. E Moisés disse: ó Senhor
nosso, tens concedido ao Faraó e aos seus chefes esplendores e riquezas na vida
terrena e assim, ó Senhor nosso puderam desviar os demais da Tua senda. Ó
Senhor nosso, arrasa as suas riquezas e oprime os seus corações, porque não
crerão até verem o doloroso castigo.
89. Disse-lhes (Deus): Vossa
súplica foi atendida; apegai-vos, pois, à vossa missão e não sigais as sendas
dos insipientes.
90. E fizemos atravessar o mar os
israelitas; porém o Faraó e seu exército perseguiram-no iníqua e hostilmente
até que, estando a ponto de afogar-se, o Faraó disse: Creio agora que não há
mais divindade além de Deus em que crêem os israelitas, e sou um dos submissos!
91. (E foi-lhe dito): Agora crês,
ao passo que antes te havias rebelado e eras um dos corruptores!
92. Porém, hoje salvamos apenas o
teu corpo, para que sirvas de exemplo à tua posteridade. Em verdade, há muitos
humanos que estão negligenciando os Nossos versículos.
93. E concedemos aos israelitas
um agradável abrigo e os agraciamos com todo o bem. Mas disputaram entre si,
depois de receberem o conhecimento. Teu Senhor julgará entre eles pelas suas
divergências, no Dia da Ressurreição.
94. Porém, se estás em dúvida
sobre o que te temos revelado, consulta aqueles que leram o Livro antes de ti.
Sem dúvida que te chegou a verdade do teu Senhor; não sejas, pois, dos que
estão em dúvida.
95. Nem tampouco dos que
desmentem os versículos de Deus, porque serão desventurados.
96. Aqueles que merecem a
sentença de teu Senhor não crerão;
97. Ainda que lhes chegue
qualquer sinal, até verem o doloroso castigo.
98. Se o povo de uma única cidade
cresse, a sua crença ser-lhe-ia benéfica, pois quando o povo de Yunis (Jonas)
acreditou, liberamo-lo do castigo do aviltamento na vida terrena e o agraciamos
temporariamente.
99. Porém, se teu Senhor tivesse
querido, aqueles que estão na terra teriam acreditado unanimemente. Poderias (ó
Mohammad) compelir os humanos a que fossem fiéis?
100. Em verdade, não é dado a ser
nenhum crer sem a anuência de Deus. Ele destina a abominação àqueles que não
raciocinam.
101. Dize: Contemplai o que há
nos céus e na terra! Mas sabei que de nada servem os sinais e as advertências
àqueles que não crêem.
102. Aguardam, acaso, outra sorte
que não seja a de seus antecessores? Dize-lhes ainda: Aguardai, pois, que
aguardarei convosco.
103. Então, salvaremos os Nossos
mensageiros, juntamente com os fiéis, porque é Nosso dever salvá-los.
104. Dize-lhes mais: Ó humanos,
se estais em dúvida quanto à minha religião, sabei que eu não adorarei o que
vós adorais em vez de Deus; outrossim, adoro a Deus, Que recolherá as vossas
almas, e tem-me sido ordenado ser um dos fiéis.
105. E (ó Mohammad) orienta-te
para a religião monoteísta e não sejas um dos idólatras.
106. Não invoques, em vez de
Deus, o que não pode favorecer-te nem prejudicar-te, porque se o fizeres,
serás, então, um dos iníquos.
107. E se Deus te infligir algum
mal, ninguém, além d'Ele, poderá removê-lo; e se Ele te agraciar, ninguém
poderá repelir a Sua graça, a qual concede a quem Lhe apraz, dentre Seus
servos, porque Ele é o Indulgente, o Misericordiosíssimo.
108. Dize: Ó humanos, já vos
chegou a verdade do vosso Senhor, e quem se encaminha faz em benefício próprio;
e quem se desvia o faz em seu próprio prejuízo, porque não sou o vosso
guardião.
109. Observa, pois, o que te foi
revelado, e persevera, até que Deus decida, porque é o mais equânime dos
juízes.
[HUD]"HUD"
Revelada em Makka; 123
versículos, com exceção dos versículos 12, 17 e 114, que foram revelados em
Madina.
11ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Alef, Lam, Ra. Eis o Livro dos
versículos fundamentais, então elucidados por Alguém Onisciente, Prudentíssimo.
2. Não deveis adorar senão a
Deus. Sou o vosso admoestador e alvissareiro de Sua parte.
3. Implorai o perdão de vosso
Senhor e voltai-vos a Ele, arrependidos, que Ele vos agraciará generosamente
até um término prefixado, e agraciará com o merecido a cada um que tiver
mérito. Porém, se vos recusardes, temo por vós o castigo do Grande Dia.
4. Vosso retorno será a Deus,
porque Ele é Onipotente.
5. Não é, acaso, certo que eles
dissimulam quanto ao que há em seus corações para se ocultarem d'Ele? Que
saibam que mesmo quando se ocultam debaixo de suas roupas, Ele conhece o que
ocultam e o que manifestam, porque Ele é Conhecedor das intimidades dos
corações.
6. Não existe criatura sobre a
terra cujo sustento não dependa de Deus; Ele conhece a sua estância temporal e
permanente, porque tudo está registrado num Livro lúcido.
7. Ele foi Quem criou o céus e a
terra em seis dias - quando, antes, abaixo de seu Trono só havia água - para
provar quem de vós melhor se comporta. Mas, se tu lhes dizes: Sereis
ressuscitados depois da morte!, os incrédulos dizem: Isto não é senão pura
feitiçaria!
8. Mas, se suspendemos seu
castigo por um tempo determinado, então dizem: Que coisa o retém? Porém, o dia
do seu castigo é inexorável e dele não escaparão, e serão envolvidos por aquilo
de que escarneciam.
9. E se agraciamos o homem com a
Nossa misericórdia e logo o privamos dela, ei-lo, então, desesperado e
desagradecido.
10. Mas, se o fazemos gozar do
bem-estar, depois de haver padecido a adversidade, diz: As vicissitudes
desapareceram! E ei-lo, então, exultante, jactancioso.
11. Quanto aos perseverantes, que
praticam o bem, obterão indulgência e uma grande recompensa.
12. É possível que omitas algo do
que te foi revelado e que te oprima, por isso, o peito, temendo que digam: Por
que não lhe foi enviado um tesouro ou não o acompanha um anjo? Tu és
tão-somente um admoestador e Deus é o Guardião de tudo.
13. Ou dizem: Ele o forjou! Dize:
Pois bem, apresentais dez suratas forjadas, semelhantes às dele, e pedi
(auxílio), para tanto, a quem possais, em vez de Deus, se estiverdes certos.
14. Porém, se não fordes
atendidos, sabei, então, que este (Alcorão) foi revelado com a anuência de Deus
e que não há mais divindade além d'Ele. Sois, acaso, muçulmanos?
15. Quanto àqueles que preferem a
vida terrena e seus encantos, far-lhes-emos desfrutar de suas obras, durante
ela, e sem diminuição.
16. Serão aqueles que não obterão
não vida futura senão o fogo infernal; e tudo quanto tiverem feito aqui
tornar-se-á sem efeito e será vão tudo quanto fizerem.
17. Podem ser iguais àqueles que
têm uma evidência de seu Senhor, confirmada por uma testemunha enviada por Ele,
precedida pelo Livro de Moisés, sendo guia e misericórdia? Qual! Aqueles crêem
nele (o Alcorão); mas aquele dos partidos que o negar, sua morada será o fogo
infernal. Não duvides disso, porque é a verdade do teu Senhor; porém, a maioria
dos humanos não crê.
18. Haverá alguém mais iníquo do
que aqueles que forjam mentiras acerca de Deus? Eles serão apresentados ao seu
Senhor e as testemunhas dirão: Eis os que forjaram mentiras acerca do seu
Senhor. Que a maldição de Deus caia sobre os iníquos,
19. Que desviam os demais da
senda de Deus, tratando de fazê-la tortuosa, e negam a outra vida.
20. Estes jamais poderão frustrar
(Seus desígnios) na terra, nem terão protetores, em vez de Deus. Ele lhes duplicará
o castigo. Eles já tinham perdido as faculdades da audição e da visão.
21. Estes são os que desmereceram
a si mesmos e, tudo quanto tenham forjado, desvanecer-se-á.
22. É indubitável que na outra
vida serão os mais desventurados.
23. Os fiéis que praticam o bem e
se humilham ante seu Senhor serão os diletos do Paraíso, onde morarão
eternamente.
24. O exemplo de ambas as partes
equipara-se ao do cego e surdo, em contraposição ao do vidente e ouvinte. Podem
equiparar-se? Qual! Não meditais?
25. Enviamos Noé ao seu povo, ao
qual disse: Sou para vós um elucidativo admoestador.
26. Não deveis adorar mais do que
a deus, porque temo por vós o castigo de um dia doloroso.
27. Porém, os chefes incrédulos,
dentre seu povo, disseram: Não vemos em ti mais do que um homem como nós, e não
vemos a te seguir mais do que a nossa plebe irreflexiva; tampouco consideramos
que tendes (vós e vossos seguidores) algum mérito sobre nós; outrossim, cremos
que sois uns mentirosos.
28. Respondeu-lhes: Ó povo meu,
se possuo a evidência de meu Senhor que me agraciou com a Sua misericórdia - a
qual vos foi vedada (por tal merecerdes) - posso, acaso, obrigar-vos a
aceitá-la, uma vez que a aborreceis?
29. Ó povo meu, não vos exijo,
por isso, recompensa alguma, porque minha retribuição só procede de Deus e
jamais rechaçarei os fiéis, porquanto eles comparecerão ante seu Senhor. Porém,
vejo que sois um povo de insipientes.
30. Ó povo meu, quem me defenderá
de Deus, se os rechaçar (meus seguidores)? Não meditais?
31. Não vos digo que possuo os
tesouros de Deus, ou que estou de posse do incognoscível, nem vos digo que eu
sou um anjo, nem digo, àqueles que vossos olhos despreza, que Deus jamais lhes
concederá favor algum, pois Deus bem conhece o que encerram seus íntimos; se
tal fizesse, seria um dos iníquos.
32. Disseram-lhe: Ó Noé, tens
discutido convosco e prolongado a nossa disputa! Faze com que nos sobrevenha
isso com que nos ameaças, se estiveres certo.
33. Respondeu-lhes: Deus só o
infligirá se quiser, e jamais podereis impedi-Lo.
34. Se Deus quisesse,
extraviar-vos-ia, e de nada vos valeriam meus conselhos, ainda que quisesse
aconselhar-vos, porque Ele é o vosso Senhor, e a Ele retornareis.
35. Ou dizem: Ele forjou isso.
Dize: Se forjei isso, que caia sobre mim o castigo de meu pecado; porém, estou
isento dos vossos pecados!
36. E foi revelado a Noé:
Ninguém, dentre seu povo, acreditará, salvo quem já tenha acreditado. Não te
aflijas, pois, pelo que fazem.
37. E constrói a arca sob a Nossa
vigilância e segundo a Nossa inspiração, e não Me peças em favor dos iníquos,
porque serão afogados.
38. E começou a construir a arca.
E cada vez que os chefes, dentre seu povo, passavam por perto, escarneciam
dele. Disse-lhes: Se escarnecerdes de nós, escarneceremos de vós, tal como o
fazeis.
39. Porém, logo sabereis a quem
açoitará um castigo que o aviltará e quem merecerá um tormento eterno.
40. Até que, quando se cumpriu o
Nosso desígnio e jorraram as fontes (da terra), dissemos (a Noé): Embarca nela
(a arca) um casal de cada espécie, juntamente com a tua família, exceto aquele
sobre quem tenha sido pronunciada a sentença, e embarca os que creram. Mas não
creram com ele, senão poucos.
41. E (Noé) disse: Embarcai nela;
que seu rumo e sua ancoragem sejam em nome de Deus, porque meu Senhor é
Indulgente, Misericordiosíssimo.
42. E nela navegava com eles por
entre ondas que eram como montanhas; e Noé chamou seu filho, que permanecia
afastado, e disse-lhe: Ó filho meu, embarca conosco e não fiques com os
incrédulos!
43. Porém, ele disse:
Refugiar-me-ei em um monte, que me livrará da água. Retrucou-lhe Noé: Não há
salvação para ninguém, hoje, do desígnio de Deus, salvo para aquele de quem Ele
se apiade. E as ondas os separaram, e o filho foi dos afogados.
44. E foi dito: Ó terra, absorve
as tuas águas! Ó céu, detém-te! E as águas foram absorvidas e o desígnio foi
cumprido. E (a arca) se deteve sobre o monte Al-judi. E foi dito: distância com
o povo iníquo!
45. E Noé clamou ao seu Senhor,
dizendo: Ó Senhor meu, meu filho é da minha família; e Tua promessa é verdadeira,
pois Tu és o mais equânime dos juízes!
46. Respondeu-lhe: Ó Noé, em
verdade ele não é da tua família, porque sua conduta é injusta; não Me
perguntes, pois, acerca daquilo que ignoras; exorto-te a que não sejas um do
insipientes!
47. Disse: Ó Senhor meu,
refugio-me em Ti por perguntar acerca do que ignoro e, se não me perdoares e Te
compadeceres em mim, serei um dos desventurados.
48. Foi-lhe dito: Ó Noé,
desembarca, com a Nossa saudação e a Nossa bênção sobre ti e sobre os seres que
(advirão do que) estão contigo. Porém, haverá povos, os quais (por um tempo)
agraciaremos; logo, (depois) atingi-los-á o Nosso doloroso castigo.
49. Esses são alguns relatos do
incognoscível que te revelamos, que os não
conhecias tu, nem o teu povo,
antes disso. Persevera, pois, porque a recompensa será para os tementes.
50. E (enviamos) ao povo de Ad
seu irmão Hud, o qual lhes disse: ó povo meu, adorai a Deus, porque noa tereis
outra divindade além d'Ele. Sabei que não sois mais do que forjadores (quanto a
outros deuses).
51. Ó povo meu, não vos exijo,
por isso, recompensa alguma, porque minha recompensa só procede de Quem me
criou. Não raciocinais?
52. Ó povo meu, implorai o perdão
de vosso Senhor e voltai-vos arrependidos para Ele, Que vos enviará do céu
copiosa chuva e adicionará força à vossa força. Não vos afasteis, tornando-vos
pecadores!
53. Responderam-lhe: Ó Hud, não
tens apresentado nenhuma evidência, e jamais abandonaremos os nossos deuses
pela tua palavra, nem em ti creremos;
54. Somente dizemos que algum dos
nossos deuses te transtornou. Disse: Ponho Deus por testemunha, e testemunhai
vós mesmos que estou isento de tudo quanto adorais,
55. Em vez d'Ele. Conspirai,
pois, todos contra mim, e não me poupeis.
56. Porque me encomendo a Deus,
meu Senhor e vosso; sabei que não existe criatura que Ele não possa agarrar
pelo topete. Meu Senhor está na senda reta.
57. Porém, se vos recusais, sabei
que vos comuniquei a Mensagem com a qual fui enviado a vós; e o meu Senhor fará
com que vos suceda um outro povo, e em nada podereis prejudicá-Lo, porque meu
Senhor é Guardião de todas as coisas.
58. E quando se cumpriu o Nosso
desígnio, salvamos Hud e com ele os fiéis, por Nossa misericórdia, e os
livramos de um severo castigo.
59. E eis que o povo de Ad negou
os versículos do seu Senhor; rebelaram-se contra os Seus mensageiros e seguiram
as ordens de todo o déspota obstinado.
60. E, neste mundo, forma
perseguidos por uma maldição, e o mesmo acontecerá no Dia da Ressurreição. Não
é certo que o povo de Ad renegou seu Senhor? Distância de Ad, povo de Hud!
61. E ao povo de Samud enviamos
seu irmão Sáleh, que lhes disse: Ó povo meu, adorai a Deus porque não tereis
outra divindade além d'Ele; Ele foi Quem vos criou a terra e nela vos enraizou.
Implorai, pois, Seu perdão; voltai a Ele arrependidos, porque meu Senhor está
próximo e é Exorável.
62. Responderam-lhe: Ó Sáleh,
eras para nós a esperança antes disto. Pretendes impedir-nos de adorar o que
nossos pais adoravam? Estamos em uma inquietante dúvida acerca do que nos
predicas.
63. Disse: Ó povo meu, pensai: se
eu possuo uma evidência de meu Senhor que me agraciou com a Sua misericórdia,
quem me defenderá de Deus, se Lhe desobedecer? Não fareis mais do que agravar a
minha desventura!
64. Ó povo meu, eis aqui a camela
de Deus, a qual é um sinal para vós! Deixai-a pastar na terra de Deus e não a
maltrateis, porque um castigo, que está próximo, açoitar-vos-á.
65. Não obstante, abateram-na. E
ele lhes disse: Diverti-vos durante três dias em vossas casas; (logo sereis
exterminados). Esta é uma ameaça iniludível.
66. Mas quando se cumpriu o Nosso
desígnio, salvamos Sáleh e os fiéis que com ele estavam, por Nossa
misericórdia, do aviltamento daquele dia, porque teu Senhor é o Poderoso,
Fortíssimo.
67. E o estrondo fulminou os
iníquos, e a manhã encontrou-os jacentes em seus lares,
68. Como se jamais neles
houvessem vivido. Acaso, não é certo que o povo de Samud renegou seu Senhor?
Distância do povo de Samud!
69. E eis que os Nossos
mensageiros trouxeram a Abraão alvíssaras de boas novas, dizendo: Paz! E ele
respondeu: Paz! E não tardou em obsequiá-los com um vitelo assado.
70. Porém, quando observou que
suas mãos hesitavam em tocar o vitelo, desconfiou deles, sentindo-lhes temor.
Disseram: Não temas, porque somos enviados contra o povo de Lot!
71. E sua mulher, que estava
presente, pôs-se a rir, por alvissaramo-la com o nascimento de Isaac e, depois
deste, com o de Jacó.
72. Ela exclamou: Ai de mim!
Conceber, eu, que já sou uma anciã, deste meu marido, um ancião? Isto é algo
assombroso!
73. Disseram: Assombras-te,
acaso, dos desígnios de Deus? Pois sabei que a misericórdia de Deus e as Suas
bênçãos vos amparam, ó descendentes da casa (profética); Ele é Louvável,
Gloriosíssimo.
74. Mas, quando o temor de Abraão
se dissipou e lhe chegaram alvíssaras de boas novas, começou a interceder junto
a Nós pelo povo de Lot.
75. Sabei que Abraão era
tolerante, sentimental, contrito.
76. Ó Abraão, não insistais mais
nisso, porque a sentença de teu Senhor foi pronunciada, e em breve os fustigará
um castigo irrevogável.
77. Mas, quando Nossos
mensageiros se apresentaram a Lot, este ficou aflito por eles, sentindo-se
impotente para defendê-los, e disse: Este é um dia sinistro!
78. E seu povo, que desde antanho
havia cometido obscenidades, acudiu precipitadamente a ele; (Lot) disse: Ó povo
meu; eis aqui minhas filhas; elas vos são mais puras. Temei, pois, a Deus e não
me avilteis perante os meus hóspedes. Não haverá entre vós um homem sensato?
79. Responderam: Tu bem sabes que
não temos necessidade de tuas filhas também sabes o que queremos.
80. Disse: Quem me dera ter
forças para resistir a vós ou encontrar um forte auxílio (contra vós)!
81. Disseram-lhe (os anjos): Ó
Lot, somos os mensageiros do teu Senhor; eles jamais poderão atingir-te. Sai,
pois, com a tua família, no decorrer da noite, e que nenhum de vós olhe para
trás. À tua mulher, porém, acontecerá o mesmo que a eles. Tal sentença se
executará ao amanhecer. Acaso, não está próximo o amanhecer?
82. E quando se cumpriu o Nosso
desígnio, reviramos a cidade nefasta e desencadeamos sobre ela uma ininterrupta
chuva de pedras de argila endurecida,
83. Estigmatizadas por teu
Senhor; e isso não está distante dos iníquos.
84. E enviamos ao povo de Madian
seu irmão Xuaib (Jetro), o qual disse: Ó povo meu, adorai a Deus porque não
tereis outra divindade além d'Ele; e não altereis a medida nem o peso, porque
vejo a prosperidade em vós; porém temo por vós o castigo do dia abrangedor.
85. Ó povo meu, disponde da
medida e do peso com eqüidade; não defraudeis os humanos em seus bens e não
pratiqueis a devassidão na terra, como corruptores.
86. O que Deus vos deixou
ser-vos-á mais vantajoso, se sois fiéis. E não sou vosso guardião.
87. Disseram-lhe: Ó Xuaib,
recomendas, porventura, em tuas preces, que renunciemos ao que os nossos pais
adoravam, ou que não façamos de nossos bens o que quisermos, tu que és
tolerante, sensato?
88. Respondeu: Ó povo meu, não
vedes que possuo a evidência do meu Senhor e Ele me agraciou generosamente...?
Não pretendo contrariar-vos, a não ser no que Ele vos vedou; só desejo a vossa
melhoria, de acordo com a minha capacidade; e meu êxito só depende de Deus, a
Quem me encomendo e a Quem retornarei, contrito.
89. Ó povo meu, que a hostilidade
contra mim não vos induza ao pecado e vos não ocorra o que ocorreu ao povo de
Noé, ou ao de Hud, ou ao de Sáleh! Recordai-vos de que o povo de Lot não está
distante de vós (no tempo)!
90. E implorai o perdão de vosso
Senhor; voltai a Ele, arrependidos, porque meu Senhor é Misericordioso,
Afetuosíssimo.
91. Disseram: Ó Xuaib, não
compreendemos muito do que dizes e, para nós, é incapaz; se não fosse por tua
família, ter-te-íamos apedrejado, porque não ocupas grande posição entre nós.
92. Retrucou-lhes: Ó povo meu,
acaso minha família vos é mais estimada do que Deus, a Quem deixastes
completamente no esquecimento? Sabei que meu Senhor está inteirado de tudo
quanto fazeis.
93. Ó povo meu, agi segundo o
vosso critério, que eu agirei segundo o meu. Logo sabereis a quem açoitará um
castigo que o aviltará e quem de nós é impostor. Esperai, pois, que eu espero
convosco!
94. Mas, quando se cumpriu o
Nosso desígnio, salvamos, por Nossa misericórdia, Xuaib, e com ele os fiéis. E
o estrondo fulminou os iníquos e a manhã encontrou-os jacentes em seus lares,
95. Como se jamais neles
houvessem vivido. Da mesma maneira que foi extirpado o povo de Madian, também
foi extirpado o povo de Samud!
96. E enviamos Moisés com os
Nossos versículos, e com autoridade evidente,
97. Ao Faraó e seus chefes;
porém, estes obedeceram à ordem do Faraó, embora a ordem do Faraó fosse
insensata.
98. Ele encabeçará o seu povo, no
Dia da Ressurreição, e os fará entrar no fogo infernal. Que infeliz entrada a
sua!
99. E foram perseguidos pela
maldição, neste mundo, tal como o serão no Dia da Ressurreição. Que detestável
presente ser-lhes-á outorgado!
100. Eis aqui alguns dos relatos
da história das cidades que te referimos; algumas ainda de pé, outras já
arrasadas.
101. E não os condenamos, senão
que se condenaram a si próprios. De nada lhes valeram as deidades que invocaram,
em vez de Deus, quando se cumpriu o desígnio do teu Senhor! Não fizeram mais do
que lhes agravar a perdição.
102. E assim é o extermínio
(vindo0 do teu Senhor, que extermina as cidades por sua iniqüidades. O Seu
extermínio é terrível, severíssimo.
103. Nisto há um sinal para quem
teme o castigo da outra vida. Isso acontecerá no dia em que forem congregados
os humanos; aquele será um dia testemunhável,
104. Que só adiamos por um prazo
predeterminado.
105. Quando tal dia chegar,
ninguém falará, senão com a vênia d'Ele, e entre eles haverá desventurados e
venturosos.
106. Quanto aos desventurados,
serão precipitados no fogo, donde exalarão gemidos e gritos,
107. Onde permanecerão
eternamente, enquanto perdurarem os céus e a terra, a menos que teu Senhor disponha
outra sorte, porque dispõe como Lhe apraz.
108. Os venturosos, porém,
morarão eternamente no Paraíso, enquanto perdurarem os céus e a terra, a menos
que teu Senhor disponha doutra sorte. Esta é uma graça ininterrupta.
109. Não tenhas dúvidas sobre o
que esses (incrédulos) adorarão, porque não adorarão senão o que anteriormente
seus pais haviam adorado. Nós lhes pagaremos o que lhes corresponde, sem
diminuí-lo.
110. Havíamos concedido o Livro a
Moisés, acerca do qual houve discórdias; e, se não houvesse sido por uma
palavra predita, por teu Senhor, Este já os teria julgado. Mas continuam em
dúvida inquietante, a tal respeito.
111. Teu Senhor retribuirá a cada
um segundo suas obras, porque Ele está bem inteirado de tudo quando fazem.
112. Sê firme, pois, tal qual te
foi ordenado, juntamente com os arrependidos, e não vos extravieis, porque Ele
bem vê tudo quanto fazeis.
113. E não vos inclineis para os
iníquos, porque o fogo apoderar-se-á de vós; e não tereis, em vez de Deus,
protetores, nem sereis socorridos.
114. E observa a oração em ambas
as extremidades do dia e em certas horas da noite, porque as boas ações anulam
as más. Nisto há mensagem para os que recordam.
115. E persevera, porque Deus não
frustra a recompensa dos benfeitores.
116. Se ao menos houvesse, entre
as gerações que vos precederam, alguns sensatos que proibissem a corrupção na
terra, como o fizeram uns poucos do que havíamos salvo! Mas os iníquos se
entregaram às suas concupiscências e foram pecadores.
117. É inconcebível que teu
Senhor exterminasse as cidades injustamente, caso seus habitantes fossem
conciliadores!
118. Se teu Senhor quisesse,
teria feito dos humanos uma só nação; porém, jamais cessarão de disputar entre
si,
119. Salvo aqueles de quem teu
Senhor Se apiade. Para isso os criou. Assim, cumprir-se-á a palavra do teu
Senhor: Encherei o inferno, tanto de gênios, como de humanos, todos juntos.
120. E tudo o que te relatamos,
da história dos mensageiros, é para se firmar o teu coração. Nesta (surata)
chegou-te a verdade, e a exortação e a mensagem para os fiéis.
121. E dize aos incrédulos: Agi
segundo o vosso critério, que nós agiremos segundo o nosso.
122. E aguardai, que nós
aguardaremos.
123. A Deus pertence o mistério
dos céus e da terra, e a Ele retornarão todas as coisas. Adora-O, pois, e
encomenda-te a Ele, porque teu Senhor não está desatento de tudo quanto fazeis!
[YOUSSIF]"YOUSSIF" (JOSÉ)
Revelada em Makka, 111
versículos, com exceção dos versículos 1 a 3 e 7, que foram revelados em
Madina.
12ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Alef, Lam, Ra. Eis aqui os
versículos do Livro lúcido.
2. Revelamo-lo como um Alcorão
árabe, para que raciocineis.
3. Nós te relatamos a mais
formosa das narrativas, ao inspirar-te este Alcorão, se bem que antes disso
eras um dos desatentos.
4. Recorda-te de quando José
disse a seu pai: Ó pai, vi, em sonho, onze estrelas, o sol e a lua; vi-os
prostrando-se ante mim.
5. Respondeu-lhe: Ó filho meu,
não relates teu sonho aos teus irmãos, para que não conspirem astutamente
contra ti. Fica sabendo que Satanás é inimigo declarado do homem.
6. E assim teu Senhor te elegerá
e ensinar-te-á a interpretação das histórias e te agraciará com a Sua mercê, a
ti e à família de Jacó, como agraciou anteriormente teus avós, Abraão e Isaac,
porque teu Senhor é Sapiente, Prudentíssimo.
7. Na história de José e de seus
irmãos há exemplos para os inquiridores.
8. Eis que (os irmãos de José)
disseram (entre si): José e seu irmão (Benjamim) são mais queridos por nosso
pai do que nós, apesar de sermos muitos. Certamente, nosso pai está
(mentalmente) divagante!
9. Matai, pois, José ou, então,
desterrai-o; assim, o carinho de vosso pai se concentrará em vós e, depois
disso, sereis virtuosos.
10. Um deles disse, então: Não
mateis José, mas arrojai-o no fundo de um poço, pois se assim o fizerdes poderá
ser tirado por alguém de alguma caravana.
11. Disseram (depois de
combinarem agastar José do pai): Ó pai, que há contigo? Por que não nos confias
José, apesar de sermos conselheiros dele?
12. Envia-o amanhã conosco, para
que divirta e brinque, que tomaremos conta dele.
13. Respondeu-lhes: Sem dúvida
que me condói que o leveis, porque temo que o devore um lobo, enquanto
estiverdes descuidados.
14. Asseguraram: Se o lobo o
devorar, apesar de sermos muitos, seremos então desventurados.
15. Mas quando o levaram,
resolvidos a arrojá-lo no fundo do poço, revelamos-lhes: Algum dia hás de
inteirá-los desta sua ação, mas eles não te conhecerão.
16. E, ao anoitecer,
apresentaram-se chorando ate seu pai.
17. Disseram: Ó pai, estávamos
apostando corrida e deixamos José junto à nossa bagagem, quando um lobo o
devorou. Porém, tu não irás crer, ainda que estejamos falando a verdade!
18. Então lhe mostraram sua
túnica falsamente ensangüentada; porém, Jacó lhes disse: Qual! Vós mesmo
tramastes cometer semelhante crime! Porém, resignar-me-ei pacientemente, pois
Deus me confortará, em relação ao que me anunciais.
19. Então, aproximou-se do poço
uma caravana, e enviou seu aguadeiro em busca de água; jogou seu balde (no
poço) e disse: Alvíssaras! Eis aqui um adolescente! E o ocultaram entre seus
petrechos, sendo Deus sabedor do que faziam.
20. Venderam-no a ínfimo preço,
ao peso de poucos adarmes, sem lhe dar maior importância.
21. E o egípcio que o adquiriu
disse à sua mulher: Acolhe-o condignamente; pode ser que nos venha a ser útil,
ou poderemos adotá-lo como filho. Assim estabilizamos José na terra, e
ensinamos-lhes a interpretação das histórias. Sabei que Deus possui total
controle sobre os Seus assuntos; porém, a maioria dos humanos o ignora.
22. E quando alcançou a
puberdade, agraciamo-lo com poder e sabedoria; assim recompensamos os
benfeitores.
23. A mulher, em cuja casa se
alojara, tentou seduzi-lo; fechou as portas e lhe disse: Agora vem! Porém, ele
disse: Amparo-me em Deus! Ele (o marido) é meu amo e acolheu-me condignamente.
Em verdade, os iníquos jamais prosperarão.
24. Ela o desejou, e ele a teria
desejado, se não se apercebesse da evidência do seu Senhor. Assim procedemos,
para afastá-lo da traição e da obscenidade, porque era um dos Nossos sinceros
servos.
25. Então correram ambos até à
porta e ela lhes rasgou a túnica por trás, e deram ambos com o senhor dela (o
marido) junto à porta. Ela lhe disse: Que pena merece quem pretende desonrar a
tua família, senão o cárcere ou um doloroso castigo?
26. Disse (José): Foi ela quem
procurou instigar-me ao pecado. Um parente dela declarou, então, dizendo: Se a
túnica dele estiver rasgada na frente, ela é quem diz a verdade e ele é dos
mentirosos.
27. E se a túnica estiver rasgada
por detrás, ela é que mente e ele é dos verazes.
28. E quando viu que a túnica
estava rasgada por detrás, disse (o marido à mulher): Esta é uma de vossas
conspirações, pois que elas são muitas!
29. Ó José, esquece-te disto! E
tu (ó mulher), pede perdão por teu pecado, porque és uma das muitas pecadoras.
30. As mulheres da cidade
comentavam: A esposa do governador prendeu-se apaixonadamente ao seu servo e
tentou seduzi-lo. Certamente, vemo-la em evidente erro.
31. Mas quando ela se inteirou de
tais falatórios, convidou-as à sua casa e lhes preparou um banquete, ocasião em
que deu uma faca a cada uma delas; então disse (a José): Apresenta-te ante
elas! E quando o viram, extasiaram-se, à visão dele, chegando mesmo a ferir
suas próprias mãos. Disseram: Valha-nos Deus! Este não é um ser humano. Não é
senão um anjo nobre.
32. Então ela disse: Eis aquele
por causa do qual me censuráveis e eis que tentei seduzi-lo e ele resistiu.
Porém, se não fizer tudo quanto lhe ordenei, juro que será encarcerado e será
um dos vilipendiados.
33. Disse (José): Ó Senhor meu, é
preferível o cárcere ao que me incitam; porém, se não afastares de mim as suas
conspirações, cederei a elas e serei um dos néscios.
34. E seu Senhor o atendeu e
afastou dele as conspirações delas, porque Ele é o Oniouvinte, o Sapientíssimo.
35. Mas apesar das provas,
houveram por bem encarcerá-lo temporariamente.
36. Dois jovens ingressaram com
ele na prisão. Um deles disse: Sonhei que estava espremendo uvas. E eu - disse
o outro - sonhei que em cima da cabeça levava pão, o qual era picado por
pássaros. Explica-nos a interpretação disso, porque te consideramos entre os
benfeitores.
37. Respondeu-lhes: Antes da
chegada de qualquer alimento destinado a vós, informar-vos-ei sobre a
interpretação. Isto é algo que me ensinou o meu Senhor, porque renunciei ao
credo daqueles que não crêem em Deus e negam a vida futura.
38. E sigo o credo dos meus
antepassados: Abraão, Isaac e Jacó, porque não admitimos parceiros junto a
Deus. Tal é a graça de Deus para conosco, assim como para os humanos; porém, a
maioria dos humanos não Lhe agradece.
39. Ó meus parceiros de prisão,
que é preferível: deidades discrepantes ou o Deus Único, o Irresistível?
40. Não adorais a Ele, mas a
nomes que inventastes, vós e vossos pais, para o que Deus não vos investiu de
autoridade alguma. O juízo somente pertence a Deus, que vos ordenou não
adorásseis senão a Ele. Tal é a verdadeira religião; porém, a maioria dos
humanos o ignora.
41. Ó meus companheiros de
prisão, um de vós servirá vinho ao seu rei e ao outro será crucificado, e os
pássaros picar-lhe-ão a cabeça. Já está resolvido a questão sobre a qual me
consultastes.
42. E disse àquele que ele (José)
sabia estar a salvo daquilo: Recorda-te de mim ante teu rei! Mas Satanás o fez
esquecer-se de mencioná-lo a seu rei permanecendo (José), então, por vários
anos no cárcere.
43. Disse o rei: Sonhei com sete
vacas gordas sendo devoradas por sete magras, e com sete espigas verdes e
outras sete secas. Ó chefes, interpretai o meu sonho, se sois interpretadores
de sonhos.
44. Responderam-lhe: É uma
confusão de sonhos e nós não somos interpretadores de sonhos.
45. E disse aquele dos dois
prisioneiros, o que foi liberto, recordando-se (de José), depois de algum
tempo: Eu vos darei a verdadeira interpretação disso: Enviai-me, portanto, até
José.
46. (Foi enviado e, quando lá
chegou, disse): Ó José, ó veracíssimo, explicai-me o que significam sete vacas
gordas sendo devoradas por sete magras, e sete espigas verdes e outras sete
secas, para que eu possa regressar àquela gente, a fim de que se conscientizem.
47. Respondeu-lhe: Semeareis
durante sete anos, segundo o costume e, do que colherdes, deixai ficar tudo em
suas espigas, exceto o pouco que haveis de consumir.
48. Então virão, depois disso,
sete (anos) estéreis, que consumirão o que tiverdes colhido para isso, menos o
pouco que tiverdes poupado (à parte).
49. Depois disso virá um ano, no
qual as pessoas serão favorecidas com chuvas, em que espremerão (os frutos).
50. Então, disse o rei: Trazei-me
esse homem! Mas quando o mensageiro se apresentou a José, ele lhe disse: Volta
ao teu amo e dize-lhe que se inteire quanto à intenção das mulheres que haviam
ferido as mãos. Meu Senhor é conhecedor das suas conspirações.
51. O rei perguntou (às
mulheres): Que foi que se passou quando tentastes seduzir José? Disseram:
Valha-nos Deus! Não cometeu delito algum que saibamos. A mulher do governador
disse: Agora a verdade se evidenciou. Eu tentei seduzi-lo e ele é, certamente,
um dos verazes.
52. Isto para que (ele) saiba que
não fui falsa durante a sua ausência, porque Deus não dirige as conspirações
dos falsos.
53. Porém, eu não me escuso,
porquanto o ser é propenso ao mal, exceto aqueles de quem o meu Senhor se
apiada, porque o meu Senhor é Indulgente, Misericordiosíssimo.
54. Então o rei disse: Trazei-mo!
Quero que sirva exclusivamente a mim! E quando lhe falou, disse: Doravante
gozarás, entre nós, de estabilidade e de confiança.
55. Pediu-lhes: Confia-me os
armazéns do país que eu serei um bom guardião deles, pois conheço-lhes a
importância.
56. E assim estabelecemos José no
país, para que governasse onde, quando e como quisesse. Agraciamos com a Nossa
misericórdia quem Nos apraz e jamais frustramos a recompensa dos benfeitores.
57. A recompensa da outra vida,
porém, é preferível para os fiéis, que são constantes no temor (a Deus).
58. E chegaram os irmãos de José,
ao qual se apresentaram. Ele os reconheceu, porém ele não o reconheceram.
59. E quando, lhes fornecendo as
provisões, disse-lhes: Trazei-me um vosso irmão, por parte de vosso pai! Não
reparais em que vos cumulo a medida, e que sou o melhor dos anfitriões?
60. Porém, se não mo trouxerdes,
não tereis aqui mais provisões nem podereis acercar-vos de mim!
61. Responderam-lhe: Tentaremos
persuadir seu pai; faremos isso, sem dúvida.
62. Então, disse aos seus servos:
Colocai seus produtos (trazidos para a troca) em seus alforjes para que, quando
regressarem para junto de sua família, os encontrem e talvez voltem.
63. E quando regressaram e se
defrontaram com o pai, disseram: Ó pai, negar-nos-ão as provisões (se não
enviares conosco nosso irmão); se enviares o nosso irmão conosco, tê-las-emos,
e nós tomaremos conta dele.
64. Disse-lhes: Porventura,
deverei confiá-lo a vós, como anteriormente vos confiei seu irmão (José)? Porém,
Deus é o melhor Guardião e é o mais clemente dos misericordiosos.
65. E quando abriram os seus
alforjes constataram que os seus produtos haviam-lhes sido devolvidos. Disseram
então: Ó pai, que mais queremos? Eis que os nossos produtos nos foram devolvidos!
Proveremos a nossa família, cuidaremos do nosso irmão, uma vez que nos darão a
mais a carga de um camelo, a qual não é de pouca monta.
66. Disse-lhe: Não o enviarei,
até que me jureis solenemente por Deus o que trareis a salvo, a manos que
sejais impedidos disso. E quando lhe prometeram isso, disse: Que Deus seja
testemunha de tudo quanto dizemos!
67. Depois disse: Ó filhos meus,
não entreis (na cidade) por uma só porta; outrossim, entrai por portas
distintas; porém, sabei que nada poderei fazer por vós contra os desígnios de
Deus, porque o juízo é só d'Ele. A Ele me encomendo, e que a Ele se encomendem
os que (n'Ele) confiam.
68. E entraram na cidade tal como
seu pai lhes havia recomendado; porém, esta precaução de nada lhes valeria
contra os desígnios de Deus, a não ser atender a um desejo íntimo de Jacó, que
tal lhes pedira. Eis que era sábio pelo que lhe havíamos ensinado; porém, a
maioria dos humanos o ignora.
69. E quando se apresentaram a
José, este hospedou seu irmão e lhes disse: Sou teu irmão; não te aflijas por
tudo quanto tenham cometido.
70. E quando lhes forneceu as
provisões, colocou uma ânfora no alforje do seu irmão; logo um arauto gritou: Ó
caravaneiros, sois uns ladrões!
71. Disseram, acercando-se deles
(o arauto e os servos de José): Que haveis perdido?
72. Responderam-lhes: Perdemos a
ânfora do rei e quem a restituir receberá a carga de um camelo. (E o arauto
disse): E eu garanto isso.
73. Disseram: Amparamo-nos em
Deus! Bem sabeis que não viemos para corromper a terra (egípcia) e que não
somos ladrões!
74. Perguntaram-lhes: Qual será,
então, o castigo, se fordes mentirosos?
75. Responderam: Aquele cujo
alforje se achar a ânfora será retido como escravo; assim castigamos os
iníquos.
76. E começou ele a revistar os
alforjes, deixando o de seu irmão Benjamim por último; depois tirou-a do
alforje deste. Assim inspiramos a José esta argúcia, porque de outra maneira
não teria podido apoderar-se do irmão, seguindo uma lei do rei, exceto se Deus
o quisesse. Nós elevamos as dignidades de quem queremos, e acima de todo o
conhecedor está o Onisciente.
77. Disseram (os irmãos): Se
Benjamim roubou, um irmão seu já havia roubado antes dele! Porém, José
dissimulou aquilo e não se manifestou a eles, e disse para si: Estais em pior
situação; e Deus bem sabe o que inventais.
78. Disseram, então: Ó
excelência, em verdade ele tem um pai ancião respeitável; aceita, pois, em seu
lugar um de nós, porque te consideramos um dos benfeitores.
79. Respondeu-lhes: Deus me
perdoe! Não reteremos senão aquele em cujo poder encontrarmos a nossa ânfora,
porque do contrários seríamos iníquos.
80. E quando desesperaram de
demovê-lo, retiraram-se para deliberar. O chefe, dentre eles, disse: Ignorais,
acaso, que vosso pai recebeu de vós uma solene promessa perante Deus? Recordai
quando vos desvencilhastes de José? Jamais me moverei, pois, desta terra, até
que mo consinta meu pai ou que Deus mo comande, porque é o melhor dos
comandantes.
81. Voltai ao vosso pai e
dizei-lhe: Ó pai, teu filho roubou e não declaramos mais do que sabemos, e não
podemos nos guardar dos juízes.
82. E indaga na cidade em que
estivemos e aos caravaneiros com quem viajamos e comprovarás que somos verazes.
83. (Quando falaram ao seu pai),
este lhes disse: Qual! Vós mesmos deliberastes cometer semelhante crime! Porém,
resignar-me-ei a ser paciente, talvez Deus me devolva ambos, porque Ele é o
Sapiente, o Prudentíssimo.
84. E afastou-se deles, dizendo:
Ai de mim! Quanto sinto por José! E seus olhos ficaram anuviados pela tristeza,
havia muito retida.
85. Disseram-lhe: Por Deus, não
cessarás de recordar-te de José até que adoeças gravemente ou fiques
moribundo!?
86. Ele lhes disse: Só exponho
perante Deus o meu pesar e a minha angústia porque sei de Deus o que vós
ignorais...
87. Ó filhos meus, ide e
informai-vos sobre José e seu irmão e não desespereis quanto à misericórdia de
Deus, porque não desesperam da Sua misericórdia senão os incrédulos.
88. E quando se apresentaram a
ele (José) disseram: Ó excelência, a miséria caiu sobre nós e nossa família;
trazemos pouca mercadoria; cumula-nos, pois, a medida, e faze-nos caridade,
porque Deus retribui os caritativos.
89. Perguntou-lhes: Sabeis,
acaso, o que nesciamente fizerdes a José e ao seu irmão com a vossa ignorância?
90. Disseram-lhe: És tu, acaso,
José? Respondeu-lhes: Sou José e este é meu irmão! Deus nos agraciou com a Sua
mercê, porque quem teme e persevera sabe que Deus jamais frustra a recompensa
dos benfeitores.
91. Disseram-lhe: Por Deus! Ele
te preferiu a nós, e confessamos que fomos culpados.
92. Asseverou-lhes: Hoje não
sereis recriminados! Eis que Deus vos perdoará, porque é o mais clemente dos
misericordiosos.
93. Levai esta minha túnica e
jogai-a sobre o rosto de meu pai, que assim recuperará a visão; em seguida,
trazei-me toda a vossa família.
94. E quando a caravana se
aproximou, seu pai disse: Em verdade, pressinto a presença de José, muito
embora pensais que deliro!
95. Disseram-lhe: Por Deus!
Certamente continuas com a tua velha ilusão.
96. E quando chegou o
alvissareiro, jogou-a (a túnica de José) sobre o seu rosto, que recuperou a
visão. Imediatamente lhes disse: Não vos disse que eu si de Deus o que vós
ignorais?
97. Disseram-lhe: Ó pai, implora
a Deus que nos perdoe porque somos culpados!
98. Disse: Suplicai pelo vosso
perdão ao meu Senhor, porque Ele é o Indulgente, o Misericordiosíssimo.
99. E quando todos se
apresentaram ante José, este acolhes seus pais, dizendo-lhes: Entrai a salvo no
Egito, se é pela vontade de Deus.
100. José honrou seus pais,
sentando-os em seu sólio, e todos se prostraram perante eles; e José disse: Ó
meu pai, esta é a interpretação de um sonho passado que meu Senhor realizou.
Ele me beneficiou ao tirar-me do cárcere e ao trazer-vos do deserto, depois de
Satanás ter semeado a discórdia entre meus irmão e mim. Meu Senhor é
Amabilíssimo com quem Lhe apraz, porque Ele é o Sapiente, o Prudentíssimo.
101. Ó Senhor meu, já me
agraciastes com a soberania e me ensinastes a interpretação das histórias! Ó
Criador dos céus e da terra, Tu és o meu Protetor neste mundo e no outro. Faze
com que eu morra muçulmano, e junta-me aos virtuosos!
102. Esses são alguns relatos do
incognoscível que te revelamos. Tu não estavas presente com eles quando
tramaram astutamente.
103. Porém, a maioria dos
humanos, por mais que anseies, jamais crerá.
104. Tu não lhes pedes por isso
recompensa alguma, pois isto não é mais do que uma mensagem para a humanidade.
105. E quantos sinais há nos céus
e na terra, que eles contemplam desdenhosamente!
106. E sua maioria não crê em
Deus, sem atribuir-Lhe parceiros.
107. Estão, por acaso, certos de
que não os fulminará um evento assolador, como castigo de Deus, ou que a Hora
não os surpreenderá, subitamente, sem que o saibam?
108. Dize: Esta é a minha senda.
Apregôo Deus com lucidez, tanto eu como aqueles que me seguem. Glorificado seja
Deus! E não sou um dos politeístas.
109. Antes de ti, não enviamos
senão homens que habitavam as cidades, aos quais revelamos a verdade. Acaso,
não percorreram a terra para observar qual foi o destino dos seus antecessores?
A morada da outra vida é preferível, para os tementes. Não raciocinais?
110. Quando os mensageiros se
desesperavam e pensavam que seriam desmentidos, chegava-lhes o Nosso socorro; e
salvamos quem Nos aprouve, e o Nosso castigo foi inevitável para os pecadores.
111. Em suas histórias há um
exemplo para os sensatos. É inconcebível que seja uma narrativa forjada, pois é
a corroboração das anteriores, a elucidação de todas as coisas, orientação e
misericórdia para os que crêem.
[AR RA'D]"AR RA'D" (O TROVÃO)
Revelada em Madina; 43
versículos.
13ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Alef, Lam, Mim, Ra. Estes são
os versículos do Livro. O que te foi revelado por teu Senhor é a pura verdade;
porém, a maioria dos humanos não crê nisso.
2. Foi Deus Quem erigiu os céus
sem colunas aparentes; logo assumiu o Trono e submeteu o sol e a lua (à Sua
vontade); cada qual prosseguirá o seu curso, até um término prefixado. Ele rege
os assuntos e elucida os versículos para que fiqueis persuadidos do comparecimento
ante o vosso Senhor.
3. Ele foi Quem dilatou a terra,
na qual dispôs sólidas montanhas e rios, assim como estabeleceu dois gêneros de
todos os frutos. É Ele Quem faz o dia suceder à noite. Nisso há sinais para
aqueles que refletem.
4. E na terra há regiões
fronteiriças (de diversas características); há plantações, videiras,
sementeiras e tamareiras, semelhantes (em espécie) e diferentes (em variedade);
são regadas pela mesma água e distinguimos umas das outras no comer. Nisto há
sinais para os sensatos.
5. E se te deslumbras com algo (ó
Mensageiro),mais deslumbrante é a pergunta que fazem: Quando formos convertidos
em pó, reapareceremos como novas criaturas? São os tais que negam seu Senhor;
são os que levarão cangas em seus pescoços, e serão condenados ao inferno, onde
permanecerão eternamente.
6. Pedem-te que lhes seja
apressado o mal, ao invés do bem, quando antes disso houve castigos exemplares,
embora teu Senhor seja Indulgente para com os humanos, apesar das suas
iniqüidades; porém, teu Senhor é Severíssimo no castigo.
7. E os incrédulos dizem: Por que
não lhe foi revelado um sinal de seu Senhor? Porém, tu és tão-somente um
admoestador, e casa povo tem o seu guia.
8. Deus sabe o que concebe cada
fêmea, bem como o absorvem as suas entranhas e o que nelas aumenta; e com Ele
tudo tem sua medida apropriada.
9. Ele é Conhecedor do
incognoscível e do cognoscível, o Grandioso, o Altíssimo.
10. Para Ele é igual quem de vós
oculta o seu pensamento e quem o divulga, quem se esconde nas travas e quem se
mostra em pleno dia.
11. Cada (de tais pessoas) tem
(anjos) protetores. Escoltam-no em turnos sucessivos, por ordem de Deus. Ele
jamais mudará as condições que concedeu a um povo, a menos que este mude o que
tem em seu íntimo. E quando Deus quer castigar um povo, ninguém pode impedi-Lo
e não tem, em vez d'Ele, protetor algum.
12. Ele é Quem mostra o relâmpago
como temor e esperança, e faz surgir as nuvens saturadas de chuva.
13. O trovão celebra os Seus
louvores e o mesmo fazem os anjos, por temor a Ele, o Qual lança as centelhas,
fulminando, assim, quem Lhe apraz enquanto disputam sobe Deus, apesar de Ele
ser poderosamente Inexorável.
14. Somente a Ele são dirigidas
as súplicas verdadeiras, e os que invocam, em vez d'Ele, em nada os atenderão;
são semelhantes a quem estende a mão até à água, para que a mesma lhe suba à
boca, coisa que jamais acontecerá. Sabei que a súplica dos incrédulos é
improfícua.
15. A Deus se prostram aqueles
que estão nos céus e na terra, de bom ou mau grado, tal como acontece com as
suas sombras, ao amanhece e ao entardecer.
16. Pergunta-lhes: Quem é o
Senhor dos céus e da terra? E afirma-lhes: Deus! E dize-lhes: Adotareis, acaso,
em vez d'Ele, ídolos, que não podem beneficiar-se sem defender-se? Poderão
equiparar-se as trevas e a luz? Atribuem, acaso, a Deus parceiros, que criaram
algo como a Sua criação, de tal modo que a criação lhes pareça similar? Dize:
Deus é o Criador de todas as coisas, porque Ele é o Único, o
Irresistibilíssimo.
17. Ele faz descer a água do céu,
que corre pelos vales, mesuradamente; sua corrente arrasta uma espuma
flutuante. Também (os metais) que os homens fundes com afã, no fogo, para
fabricar utensílios e ornamentos, produzem uma espuma semelhante. Assim Deus
evidencia o verdadeiro e o falso. A espuma desvanece-se rapidamente: o que
beneficia o homem, porém, permanece na terra. Assim Deus exemplifica (os
fatos).
18. Aqueles que atendem ao
chamado do seu Senhor obterão o bem; e aqueles que não atendem, ainda que
possuíssem tudo quanto existe na terra, ou outro tanto, tentariam (em troca do
que possuem) redimir-se com ele. Estes terão pior cômputo e sua morada será o
inferno. Que funesta morada!
19. Acaso, quem está ciente da
verdade que tem sido revelada pelo teu Senhor é comparável àqueles que é cego?
Só o entendem os sensatos,
20. Que cumprem os compromissos
com Deus e não quebram a promessa;
21. Que unem o que Deus ordenou
fosse unido, temem seu Senhor e receiam o terrível ajuste de contas.
22. E que perseveram no anelo de
contemplar o Rosto de seu Senhor, observam a oração e fazem caridade, privativa
ou manifestamente, daquilo com que os agraciamos, e retribuem o mal com o bem;
estes obterão a última morada.
23. São jardins do Éden, nos
quais entrarão com seus pais, seus companheiros e sua prole que tiverem sido
virtuosos; e os anjos entrarão por todas as portas, saudando-os:
24. Que a paz esteja convosco por
vossa perseverança! Que magnífica é a última morada!
25. Em troca, aqueles que violam
o compromisso com Deus, depois de o haverem constituído, que desunem o que Deus
ordenou fosse unido e causam corrupção na terra, sobre eles pesará a maldição e
obterão a pior morada.
26. Deus prodigaliza ou restringe
o Seu sustento a quem Lhe apraz. Eles se regozijam da vida terrena; porém, o
que é a vida terrena, comparada com a outra, senão um prazer transitório?
27. Os incrédulos dizem: Por que
não lhe foi revelado um sinal de seu Senhor? Responde-lhes: Deus deixa que se
desvie a quem Lhe apraz e encaminha até Ele os contritos,
28. Que são fiéis e cujos
corações sossegam com a recordação de Deus. Não é, acaso, certo, que à
recordação de Deus sossegam os corações?
29. Os fiéis que praticam o bem
terão a bem-aventurança e terão feliz retorno.
30. Assim te enviamos a um povo,
ao qual precederam outros, para que lhes recites o que temos revelado, apesar
de negarem o Clemente. Dize-lhes: Ele é o meu Senhor! Não há mais divindade
além d'Ele! A Ele me encomendo e a Ele será o meu retorno!
31. E se houvesse um Alcorão,
mediante o qual movimentar-se-iam as montanhas ou fender-se-ia a erra, e os
mortos falariam (seria este); porém, o comando pertence integralmente a Deus.
Não reparam os fiéis que se Deus quisesse, teria encaminhado todos os humanos?
Porém, a calamidade não cessará de açoitar os incrédulos, pelo que tiverem
cometido, ou então rondará os seus lares, até que se cumpra a promessa de Deus.
Sabei que Deus não falta à Sua promessa.
32. Mensageiros anteriores a ti
foram escarnecidos; porém, tolerei os incrédulos e depois os castiguei. E que
aziago foi o Meu castigo!
33. Portanto, quem é observador
de tudo quanto faz toda a alma? E atribuíram parceiros a Deus! Dize: Nomeia-os!
Porventura podereis inteirá-Lo de algo que Ele não saiba, na terra? Ou isso é
uma maneira de falar? Qual! Porém, sua conspiração alucinou os incrédulos, que foram
afastados da senda reta. Mas quem Deus desviar não terá guia algum.
34. Sofrerão um castigo na vida
terrena; porém, o do outro mundo será mais severo ainda e não terão defensor
algum, ante Deus.
35. Eis a descrição do Paraíso,
prometido aos tementes, abaixo do qual correm os rios; seus frutos são
inesgotáveis, assim como suas sombras. Tal será o destino dos tementes. O
destino dos incrédulos, porém, será o Fogo.
36. Aqueles aos quais concedemos
o Livro enchem-se de júbilio pelo que te foi revelado. Entre os grupos (de
pessoas) há alguns que negam uma parte dele. Dize: Tem-me sido ordenado adorar
a Deus e não Lhe atribuir parceiros; só a Ele imploro, e para Ele será meu
retorno!
37. Deste modo to temos revelado,
para que seja um código de autoridade, em língua árabe. E se te renderes às
suas concupiscências, depois de teres recebido a ciência, não terás protetor,
nem defensor, em Deus.
38. Antes de ti havíamos enviado
mensageiros; e lhes concedemos esposas e descendência, e a nenhum mensageiro
foi possível apresentar sinal algum, senão com a anuência de Deus. A cada época
corresponde um Livro.
39. Deus impugna e confirma o que
Lhe apraz, porque o Livro-matriz está em Seu poder.
40. Quer te mostremos algo do que
lhes temos prometido, quer te acolhamos em Nós, a ti só cabe a proclamação da
mensagem, e a Nós o cômputo.
41. Não reparam em como temos
reduzido as terras, de suas fronteiras remotas? Deus julga, e ninguém pode
revogar a Sua sentença. Ele é destro em ajustar contas.
42. Seus antepassados também
conspiraram; porém, Deus conscientizou-Se de todas as conspirações. Ele bem
sabe o que faz cada ser, e os incrédulos logo saberão a quem pertence a última
morada.
43. Os incrédulos dizem: Tu não
és mensageiro! Responde-lhes: Basta Deus por testemunha, entre vós e mim, e
quem tem a ciência do Livro.
[IBRAHIM]"IBRAHIM" ABRAÃO
Revelada em Makka; 52 versículos,
com exceção dos versículos 28 e 29, que foram revelados em Madina.
14ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Alef, Lam, Ra. Um Livro que te
temos revelado para que retires os humanos das trevas (e os transportes) para a
luz, com a anuência de seu Senhor, e o encaminhes até à senda do Poderoso,
Laudabilíssimo.
2. É de Deus tudo quanto existe
nos céus e na terra. Ai dos incrédulos, no que respeita ao severo castigo!
3. Quanto àqueles que preferem a
vida terrena à outra vida, e desviam os demais da senda de Deus, procurando
fazê-la tortuosa, esses estão em profundo erro.
4. Jamais enviamos mensageiro
algum, senão com a fala de seu povo, para elucidá-lo. Porém, Deus permite que
se desvie quem quer, e encaminha quem Lhe apraz, porque Ele é o Poderoso, o
Prudentíssimo.
5. Enviamos Moisés com os Nossos
sinais, (dizendo-lhe): Transporta o teu povo das trevas para a luz, e
recorda-lhe os dias de Deus! Nisso há sinais para todo o perseverante,
agradecido.
6. Recordai-vos de quando Moisés
disse ao seu povo: Lembrai as graças de Deus para convosco ao libertar-vos do
povo do Faraó, que vos infligia o pior castigo, sacrificando os vossos filhos e
deixando com vida as vossas mulheres. E nisso tivestes uma grande prova do
vosso Senhor!
7. E de quando o vosso Senhor vos
proclamou: Se Me agradecerdes, multiplicar-vos-ei; se Me desagradecerdes, sem
dúvida que o Meu castigo será severíssimo.
8. E de quando Moisés disse: Se
renegardes, tanto vós como os que existem na terra, sabei que Deus é Opulento,
Laudabilíssimo.
9. Ignorais, acaso, as histórias
de vossos antepassados? Do povo de Noé, de Ad, de Tamud e daqueles que os
sucederam? Ninguém, senão Deus, as conhece. Quando os seus mensageiros lhes
apresentar as evidências, levaram as mãos às bocas, e disseram: Negamos a vossa
missão, e estamos em uma dúvida inquietante sobre o que nos predicais.
10. Seus mensageiros retrucaram:
Existe, acaso, alguma dúvida acerca de Deus, Criador dos céus e da terra? É Ele
que vos convoca para perdoar-vos os pecados, e vos tolera até ao término
prefixado! Responderam: Vós não sois senão uns mortais, como nós; quereis
afastar-nos do que adoravam os nossos pais? Apresentai-nos, pois, uma
autoridade evidente!
11. Seus mensageiros lhes
asseveraram: Não somos mais do que mortais como vós; porém, Deus agracia quem
Lhe apraz, dentre Seus servos, e ser-nos-ia impossível apresentar-vos uma
autoridade, a não ser com a anuência de Deus. Que os fiéis se encomendem a
Deus!
12. E que escusa teremos para nos
encomendarmos a Deus, sendo que Ele nos mostrou os caminhos? Nós suportaremos
as vossas injúrias, e que a Deus se encomendem os que n'Ele confiam!
13. E os incrédulos disseram ao
seus mensageiros: Nós vos expulsaremos da nossa terra, a menos que volteis ao
nosso credo! Mas o seu Senhor inspirou-lhes: Exterminaremos os iníquos.
14. E depois disso vos faremos
habitar a terra. Isso, para quem temer o comparecimento perante Mim e temer a
advertência.
15. Então (eles) imploraram a
vitória e a decisão, e eis que fracassou o plano do poderoso opressor
obstinado,
16. Que terá pela frente o
inferno, onde lhe será dado a beber licor;
17. Que sorverá, mas não poderá
tragar. A morte o espreitará por todas as partes, mas ele não morrerá, e terá
pela frente um severíssimo castigo!
18. As obras daqueles que negaram
seu Senhor assemelham-se às cinzas esparramadas em um dia tempestuoso. Não
terão poder por tudo quanto tiveram acumulado. Tal é o profundo erro.
19. Não reparas, acaso, em que,
na verdade, Deus criou os céus e a terra? Se a Ele aprouvesse, far-vos-ia
desaparecer e vos suplantaria por uma nova geração.
20. Porque isso não é uma grande
empresa para Deus.
21. Todos comparecerão ante Deus!
E os fracos dirão aos que se ensoberbeceram: Já que fomos vossos seguidores,
podereis, porventura, livrar-nos do castigo de Deus? Responder-lhes-ão: Seu
Deus nos houvesse encaminhado, o mesmo teríamos feito convosco; quer nos
desesperemos, quer sejamos pacientes, não teremos escapatória.
22. E quando a questão for
decidida, Satanás lhes dirá: Deus vos fez uma verdadeira promessa; assim, eu
também vos prometi; porém, faltei à minha, pois não tive autoridade alguma
sobre vós, a não ser convocar-vos, e vós me atendestes. Não me reproveis, mas
reprovai a vós mesmos. Não sou o vosso salvador, nem vós sois os meus. Renego
(o fato de) que me tenhais associado a Deus, e os iníquos sofrerão um doloroso
castigo!
23. Os fiéis que tiverem
praticado o bem serão introduzidos em jardins, abaixo dos quais correm os rios,
onde morarão eternamente, com o beneplácito do seu Senhor. Ali, a sua saudação
será: Paz!
24. Não reparas em como Deus
exemplifica? Uma boa palavra é como uma árvore nobre, cuja raiz está
profundamente firme, e cujos ramos se elevam até ao céu.
25. Frutifica em todas as
estações com o beneplácito do seu Senhor. Deus fala por parábolas aos humanos
para que se recordem.
26. Por outra, há a parábola de
uma palavra vil, comparada a uma árvore vil, que foi desarraigada da terra e carece
de estabilidade.
27. Deus afirmará os fiéis com a
palavra firme da vida terrena, tão bem como na outra vida; e deixará que os
iníquos se desviem, porque procede como Lhe apraz.
28. Não reparastes naqueles que
permutaram a graça de Deus pela ingratidão e arrastaram o seu povo até à morada
da perdição?
29. É o inferno em que entrarão!
E que detestável paradeiro!
30. E atribuem semelhantes a
Deus, para desviar os demais da Sua senda. Dize-lhes: Deletai-vos (nesta vida),
porque o fogo será o vosso destino.
31. Dize aos Meus servos fiéis
que observem a oração, que façam caridade, privativa ou paladinamente, com
aquilo com que os agraciamos, antes que chegue o dia em que não haverá
transação, nem amparo.
32. Deus foi Quem criou os céus e
a terra e é Quem envia a água do céu, com a qual produz os frutos para o vosso
sustento! Submeteu, para vós, os navios que, com a Sua anuência, singram os
mares, e submeteu, para vós, os rios.
33. Submeteu, para vós, o sol e a
luz, que seguem os seus cursos; submeteu para vós, a noite e o dia.
34. E vos agraciou com tudo
quanto Lhe pedistes. E se contardes as mercês de Deus, não podereis
enumerá-las. Sabei que o homem é iníquo e ingrato por excelência.
35. E recorda-te de quando Abraão
disse: Ó Senhor meu, pacifica esta Metrópole e preserva a mim e aos meus filhos
da adoração dos ídolos!
36. Ó Senhor meu, já se desviaram
muitos humanos. Porém, quem me seguir será dos meus, e quem me
desobedecer...Certamente Tu és Indulgente, Misericordiosíssimo!
37. Ó Senhor nosso, estabeleci parte
da minha descendência em um vale inculto perto da Tua Sagrada Casa para que, ó
Senhor nosso, observem a oração; faze com que os corações de alguns humanos os
apreciem, e agracia-os com os frutos, a fim de que Te agradeçam.
38. Ó Senhor nosso, Tu sabes tudo
quanto ocultamos e tudo quanto manifestamos, porque nada se oculta a Deus,
tanto na terra como no céu.
39. Louvado seja Deus que, na
minha velhice, me agraciou com Ismael e Isaac! Como o meu Senhor é Exorável!
40. Ó Senhor meu, faze-me
observante da oração, assim como à minha prole! Ó Senhor nosso, escuta a minha
súplica!
41. Ó Senhor nosso, perdoa-me a
mim, aos meus pais e aos fiéis, no Dia da prestação de contas!
42. E não creiais que Deus está
desatento a tudo quanto cometem os iníquos. Ele somente os tolera, até ao dia
em que seus olhos ficarão atônitos,
43. Correndo a toda a brida, com
as cabeças hirtas, com os olhares inexpressivos e os corações vazios.
44. Admoesta, pois, os humanos
sobre o dia em que os açoitará o castigo, e os iníquos dirão: ó Senhor nosso,
poupa-nos por mais um pouco. Obedeceremos ao Teu apelo e seguiremos os
mensageiros! (Ser-lhes-á respondido): Mas não jurastes antes que não seríeis
aniquilados?
45. Residistes nos mesmos lugares
daqueles que se condenaram, apesar de terdes presenciado o que lhes aconteceu e
de vos termos dado (tantos) exemplos!
46. E conspiraram; porém, Deus
tem registrado tais conspirações, mesmo que as suas conspirações tenham abalado
as montanhas.
47. Nunca penseis que Deus falte
à promessa feita aos Seus mensageiros, porque Deus é Punidor, Poderosíssimo.
48. No dia em que a terra for
trocada por outra (coisa) que não seja terra, como também os céus, quando os
homens comparecerem ante Deus, Único, Irresistível,
49. Verás os pecadores, nesse
dia, cingidos por correntes.
50. As suas roupas serão de
alcatrão, e o fogo envolverá os seus rostos.
51. Isso, para que Deus puna cada
alma segundo os que tiver merecido. Sabei que Deus é destro em ajustar contas.
52. Esta é uma mensagem para os
humanos, a fim de que com ela sejam admoestados, e saibam que somente Ele é o
Deus Único, e para que os sensatos nela meditem.
[AL HIJR]"AL HIJR"
Revelada em Makka; 99 versículos,
com exceção do versículo 87, que foi revelado em Madina.
15ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Alef, Lam, Ra. Estes são os
versículos do Livro da revelação do Alcorão esclarecedor.
2. Talvez os incrédulos
desejassem ter sido muçulmanos.
3. Deixa-os comerem e
regozijarem-se, e a falsa esperança os alucinar; logo saberão!
4. Jamais aniquilamos cidade
alguma, sem antes lhes termos predestinado o término.
5. Nenhum povo pode antecipar nem
atrasar o seu destino!
6. E disseram: Ó tu, a quem foi
revelada a Mensagem, és, sem dúvida, um energúmeno!
7. Por que não te apresentas a
nós com os anjos, se és um dos verazes?
8. Só enviamos os anjos com a
verdade em última instância e, em tal caso, (os incrédulos) não serão
tolerados.
9. Nós revelamos a Mensagem e
somos o Seu Preservador.
10. Já, antes de ti, tínhamos
enviado mensageiros às seitas primitivas.
11. Porém, jamais se apresentou a
eles algum mensageiro, sem que o escarnecessem.
12. Mesmo assim diligenciamos, no
sentido de infundi-la (a Mensagem) nos corações dos pecadores.
13. Todavia, não crerão nela,
apesar de os haver precedido o exemplo dos povos primitivos.
14. E se abríssemos uma porta
para o céu, pela qual eles ascendesse,
15. Diriam: Nossos olhos foram
ofuscados ou fomos mistificados!
16. Colocamos constelações no
firmamento e o adornamos para os contempladores.
17. E o protegemos de todo o
demônio maldito.
18. E àquele que tentar espreitar
persegui-lo-á um meteoro flamejante.
19. E dilatamos a terra, em que
fixamos firmes montanhas, fazendo germinar tudo, comedidamente.
20. E nela vos proporcionamos
meios de subsistência, tanto para vós como para aqueles por cujo sustento sois
responsáveis.
21. E não existe coisa alguma
cujos tesouros não estejam em Nosso poder, e não vo-la enviamos, senão
proporcionalmente.
22. E enviamos os ventos
fecundantes e, então, fazemos descer água do céu, da qual vos damos de beber e
que não podeis armazenar (por muito tempo).
23. Somos Aquele que dá a vida e
a morte, e somos o Único Herdeiro de tudo.
24. Nos conhecemos os vossos
predecessores, assim como conhecemos os vossos sucessores.
25. Em verdade, teu Senhor (ó
Mohammad) os congregará, porque é Prudente, Sapientíssimo.
26. Criamos o homem de argila, de
barro modelável.
27. Antes dele, havíamos criado
os gênios de fogo puríssimo.
28. Recorda-te de quando o teu
Senhor disse aos anjos: Criarei um ser humano de argila, de barro modelável.
29. E ao tê-lo terminado e
alentado com o Meu Espírito, prostrai-vos ante ele.
30. Todos os anjos se prostraram
unanimemente,
31. Menos Lúcifer, que se negou a
ser um dos prostrados.
32. Então, (Deus) disse: Ó
Lúcifer, que foi que te impediu de seres um dos prostrados?
33. Respondeu: É inadmissível que
me prostre ante um ser que criaste de argila, de barro modelável.
34. Disse-lhe Deus: Vai-te daqui
(do Paraíso), porque és maldito!
35. E a maldição pesará sobre ti
até o Dia do Juízo.
36. Disse: Ó Senhor meu,
tolera-me até ao dia em que forem ressuscitados!
37. Disse-lhe: Serás, pois, dos
tolerados,
38. Até ao dia do término
prefixado.
39. Disse: Ó Senhor meu, por me
teres colocado no erro, juro que os alucinarei na terra e os colocarei, a
todos, no erro;
40. Salvo, dentre eles, os Teus
servos sinceros.
41. Disse-lhes: Eis aqui a senda
rela, que conduzirá a Mim!
42. Tu não terá autoridade alguma
sobre os Meus servos, a não ser sobre aqueles que te seguirem, dentre os seduzíveis.
43. O inferno será o destino de
todos eles.
44. Nele há sete portas e cada
porta está destinada a uma parte deles.
45. Entretanto, os tementes
estarão entre jardins e manaciais.
46. (Ser-lhes-á dito):
Adentrai-os, seguros e em pas!
47. E exitinguiremos todo o
rancor do seus corações; serão como irmãos, descansando sobre coxins,
contemplando-se mutuamente,
48. Onde não serão acometidos de
fadiga e de onde nunca serão retirados.
49. Notifica Meus servos de que
sou o Indulgente, o Misericordiosíssimo.
50. E que Meu castigo será o
dolorosíssimo castigo!
51. Notifica-os da história dos
hóspedes de Abraão,
52. Quando se apresentaram a ele,
dizendo-lhe: Pas! Respondeu-lhes: Sabei que vos tememos (eu e meu povo)!
53. Disseram-lhe: Não temas,
porque viemos alvissarar-te com a vinda de um filho, que será sábio.
54. Perguntou-lhes:
Alvissarar-me-eis a vinda de um filho, sendo que a velhice jah se acercou de
mim? O que me alvissarais, então?
55. Responderam-lhe: O que te
alvissaramos é a verdade. Não sejas, pois, um dos desesperados!
56. Disse-lhes: E quem desespera
a misericórdia do seu Senhor, senão os desviados?
57. E perguntou (mais): Qual é a
vossa missão, ó mensageiros?
58. Responderam-lhe: Fomos
enviados a um povo de pecadores.
59. Com exceção da família de Lot,
a qual salvaremos inteiramente,
60. Exceto sua mulher, que nos
dispusemos a contar entre os deixados para trás.
61. E quando os mensageiros se
apresentaram ante a família de Lot,
62. Este lhes disse: Pareceis
estranhos a mim!
63. Disseram-lhe: Sim! Trazemos-te
aquilo de que os teus concidadãos haviam duvidado.
64. Trazemos-te a verdade, porque
somos verazes.
65. Sai com a tua família no fim
da noite, e segue tu na sua retaguarda, e que nenhum de vós olhe para trás; ide
aonda vos for ordenado!
66. E lhe revelamos a notícia de
que aquela gente seria aniquilada ao amanhecer.
67. Os habitantes da cidade
acudiram, regozijando-se (à casa de Lot),
68. Que lhes disse: Estes são
meus hóspedes; não me desonreis,
69. Temei a Deus e não me
avilteis.
70. Disseram-lhe: Não te havíamos
advertido para não hospedares estranhos?
71. Disse-lhes: Aqui tendes as
minhas filhas, se as quiserdes.
72. Por tua vida (ó Mohammad),
eles vacilam em sua ebriedade!
73. Porém, o estrondo os
fulminou, ao despontar do sol.
74. Reviramo-la (a cidade) e
desencadeamos sobre os seus habitantes uma chuva de pedras de argila
endurecida.
75. Nisto há sinais para os
perspicazes.
76. E (as cidades) constituem um
exemplo à beira da estrada (que permanece indelével até hoje na memória de
todos).
77. Nisto há um exemplo para os
fiéis.
78. E os habitantes da floresta
eram iníquos.
79. Pelo que Nos vingamos deles.
E, em verdade, ambas (as cidades) são ainda elucidativas.
80. Sem dúvida que os habitantes
de Alhijr haviam desmentido os mensageiros,
81. Apesar de lhes termos
apresentado os Nossos versículos; porém, eles os desdenharam,
82. E talharam as suas casas nas
montanhas, crendo-se seguros!
83. Porém, o estrondo os fulminou
ao amanhecer.
84. E de nada lhes valeu tudo
quanto haviam elaborado.
85. E não criamos os céus e a
terra e tudo quanto existe entre ambos, senão com justa finalidade, e sabei que
a Hora é infalível; mas tu (ó Mensageiro) perdoa-os generosamente.
86. Atenta para o fato de que o
Teu Senhor é o Criador, o Sapientíssimo.
87. Em verdade, temos-te
agraciado com os sete versículos reiterativos, assim como com o magnífico
Alcorão.
88. Não cobices tudo aquilo com
que temos agradecido certas classes, nem te aflijas por eles, e abaixa
gentilmente as asas para os fiéis.
89. E dize-lhes: Sou o elucidativo
admoestador.
90. Tal como admoestamos aqueles
que dividiram (as escrituras),
91. E que transformaram o Alcorão
em frangalhos!
92. Por teu Senhor que pediremos
contas a todos.
93. De tudo quanto tenham feito!
94. Proclama, pois, o que te tem
sido ordenado e afasta-te do idólatras.
95. Porque somos-te Suficiente
contra os escarnecedores,
96. Que adoram, com Deus, outra
divindade. Logo saberão!
97. Bem sabemos que o teu coração
se angustia pelo que dizem.
98. Porém, celebra os louvores do
teu Senhor, sê um dos prostrados.
99. E adora ao teu Senhor até que
te chegue a certeza.
[AN NÁHL]"AN NÁHL" (AS ABELHAS)
Revelada em Makka; 128
versículos, com exceção dos versículos 126 a 128, que foram revelados em
Madina.
16ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Os desígnios de Deus são
inexoráveis; não trateis de apressá-los. Glorificado e exaltado seja, pelos
parceiros que Lhe atribuem.
2. Envia, por Sua ordem, os
anjos, com a inspiração, a quem Lhe apraz dentre os Seus servos, dizendo-lhes:
Adverti que não há divindade além de Mim! Temei-me, pois!
3. Ele criou, com justa
finalidade, os céus e a terra. Exaltado seja, pelos parceiros que Lhe atribuem.
4. Criou o homem de uma gota de
sêmen, e o mesmo passou a ser um declarado opositor.
5. E criou o gado, do qual
obtendes vestimentas, alimento e outros benefícios.
6. E tendes nele encanto, quer
quando o conduzis ao apriscos, quer quando, pela manhã, os levais para o pasto.
7. Ainda leva as vossas cargas
até as cidades, às quais jamais chegaríeis, senão à custa de grande esforço.
Sabei que o vosso Senhor é Compassivo, Misericordiosíssimo.
8. E (criou) o cavalo, o mulo e o
asno para serem cavalgados e para o vosso deleite, e cria coisas mais, que
ignorais.
9. A Deus incumbe indicar a
verdadeira senda, da qual tantos se desviam. Porém, se Ele quisesse,
iluminar-vos-ia a todos.
10. Ele é Quem envia a água do
céu, da qual bebeis, e mediante a qual brotam arbustos com que alimentais o
gado.
11. E com ela faz germinar a
plantação, a oliveira, a tamareira, a videira, bem como toda a sorte de frutos.
Nisto há um sinal para os que refletem.
12. E submeteu, para vós, a noite
e o dia; o sol, a lua e as estrelas estão submetidos às Suas ordens. Nisto há
sinais para os sensatos.
13. Bem como em tudo quanto vos
multiplicou na terra, de variegadas cores. Certamente nisto há sinal para os
que meditam.
14. E foi Ele Quem submeteu, para
vós, o mar para que dele comêsseis carne fresca e retirásseis certos ornamentos
com que vos enfeitais. Vedes nele os navios sulcando as águas, à procura de
algo de Sua graça; quiçá sejais agradecidos.
15. E fixou na terra sólidas
montanhas, para que ela não estremeça convosco, bem como rios, e caminhos pelos
quais vos guiais.
16. Assim como os marcos,
constituindo-se das estrelas, pelas quais (os homens) se guiam.
17. Poder-se-á comparar o Criador
com quem nada pode criar? Não meditais?
18. Porém, se pretenderdes contar
as mercês de Deus, jamais podereis enumerá-las. Sabei que Deus é Indulgente,
Misericordiosíssimo.
19. Deus conhece tanto o que
ocultais, como o que manifestais.
20. E os que eles invocam, em vez
de Deus, nada podem criar, posto que eles mesmos são criados.
21. São mortos, sem vida, e
ignoram quando serão ressuscitados.
22. Vosso Deus é um Deus Único!
Porém, quanto àqueles que não crêem na outra vida, os seus corações se negam (a
entendê-lo) e estão ensoberbecidos.
23. Indubitavelmente Deus conhece
tanto o que ocultam, como o que manifestam. Ele não aprecia os ensoberbecidos.
24. E quando lhes é dito: Que é
que o vosso Senhor tem revelado? Dizem: As fábulas dos primitivos.
25. Carregarão com todos os seus
pecados no Dia da Ressurreição, e com parte dos pecados daqueles que,
nesciamente, eles desviaram. Que péssimo é o que carregarão!
26. Seus antepassados haviam
conspirado; porém, Deus fez desmoronar as suas construções até ao alicerce; o
teto ruiu sobre eles e o castigo os açoitou quando menos esperavam.
27. Então, no Dia da
Ressurreição, Ele os aviltará, dizendo-lhes: Onde estão os parceiros pelos
quais disputáveis? Os sábios dirão: O aviltamento e o castigo recairão hoje
sobre os incrédulos,
28. De cujas almas os anjos se
apossam, em estado de iniqüidade. Naquela hora submeter-se-ão e dirão: Nunca
fizemos mal! Qual! Deus é Sabedor de tudo quanto fizestes.
29. Adentrai as portas do
inferno, onde permanecereis eternamente. Que péssima é a morada dos arrogantes!
30. Será dito aos tementes: Que
revelou o vosso Senhor? Dirão: O melhor! Para os benfeitores, neste mundo, há
uma recompensa; porém, a da outra vida é preferível. Que magnífica é a morada
dos tementes!
31. São jardins do Éden em que
entrarão, abaixo dos quais correm os rios, onde terão tudo quanto anelaram.
Assim Deus recompensará os tementes,
32. De cujas almas os anjos se
apossam em estado de pureza, dizendo-lhes: Que a paz esteja convosco! Entrai no
Paraíso, pelo que haveis feito!
33. Esperam os incrédulos, que os
anjos se apresentem a eles ou que os surpreendam os desígnios do teu Senhor?
Assim fizeram os seus antepassados. Deus não os condenou, outrossim eles condenaram
a si próprios.
34. Receberam o castigo pelo que
cometeram e foram envolvidos por aquilo de que escarneciam.
35. Os idólatras dizem: Se Deus
quisesse, a ninguém teríamos adorado em vez d'Ele, nem nós, nem nossos pais,
nem teríamos prescrito proibições que não fossem as d'Ele. Assim falavam os
seus antepassados. Acaso, incumbe aos mensageiros algo além da proclamação da
lúcida Mensagem?
36. Em verdade, enviamos para
cada povo um mensageiro (com a ordem): Adorai a Deus e afastai-vos do sedutor!
Porém, houve entre eles quem Deus encaminhou e houve aqueles que mereceram ser
desviados. Percorrei, pois, a terra, e observai qual foi a sorte dos
desmentidores.
37. Se anseias (ó Mensageiro) por
encaminhá-los, fica sabendo que Deus não ilumina aqueles que se têm extraviado,
e que não terão defensores.
38. E juraram por Deus
solenemente que Ele não ressuscitará os mortos. Qual! Ressuscitá-los-á, mercê
de Sua infalível promessa! Porém, a maioria dos humanos o ignora.
39. Ele o fará, para elucidá-los
na sua divergência, a fim de que os incrédulos reconheçam que eram mentirosos.
40. Sabei que quando desejamos
algo, dizemos: Seja! e é.
41. Quanto àqueles que migraram
pela causa de Deus, depois de terem sido oprimidos, apoiá-los-emos dignamente
neste mundo, e, certamente, a recompensa do outro mundo será maior, se quiserem
saber.
42. São aqueles que perseveram e
se encomendam ao seu Senhor.
43. Antes de ti não enviamos
senão homens, que inspiramos. Perguntai-o, pois, aos adeptos da Mensagem, se o
ignorais!
44. (Enviamo-los) com as
evidências e os Salmos. E a ti revelamos a Mensagem para que elucides os
humanos, a respeito do que foi revelado, para que meditem.
45. Aqueles que urdiram as
maldades estão, acaso, seguros de que Deus não fará com que os trague a terra
ou lhes surpreenda o castigo quando menos o esperam?
46. Ou que os surpreenda, em seu
caminho errante, uma vez que não podem impedi-Lo de fazer isso?
47. Ou que os alcance com um
processo de aniquilamento gradual? Porém, sabei que o vosso Senhor é
Compassivo, Misericordiosíssimo.
48. Não reparam, acaso, em tudo
quanto Deus tem criado, entre as coisas inanimadas, cujas sombras se projetam
ora para a direita ora para esquerda, prostrando-se ante Ele humildemente?
49. Ante Deus se prostra tudo o
que há nos céus e na terra, bem como os anjos, que não se ensoberbecem!
50. Temem ao seu Senhor, que está
acima deles, e executam o que lhes é ordenado.
51. Deus disse: Não adoteis dois
deuses - posto que somos um Único Deus! - Temei, pois, a Mim somente!
52. Seu é tudo quanto existe nos
céus e na terra. Somente a Ele devemos obediência permanente. Temeríeis, acaso,
alguém além de Deus?
53. Todas a mercês de que
desfrutais emanam d'Ele; e quando vos açoita a adversidade, só a Ele rogais.
54. Logo, quando Ele vos livra da
adversidade, eis que alguns de vós atribuem parceiros ao seu Senhor,
55. Para desagradecerem aquilo
com que os temos agraciado. Gozai, pois logo o sabereis!
56. Atribuem a coisas que
desconhecem uma parte daquilo com que os agraciamos. Por Deus que rendereis
contas, a respeito de tudo quanto forjáveis.
57. E atribuem filhas a Deus!
Glorificado seja! E anseiam, para si, somente o que desejam.
58. Quando a algum deles é
anunciado o nascimento de uma filha, o seu semblante se entristece e fica
angustiado.
59. Oculta-se do seu povo, pela
má notícia que lhe foi anunciada: deixá-la-á viver, envergonhado, ou a
enterrará viva? Quem péssimo é o que julgam!
60. Àqueles que não crêem na
outra vida aplica-se a pior similitude. A Deus, aplica-se a mais sublime
similitude, porque Ele é o Poderoso, o Prudentíssimo.
61. Se Deus castigasse os
humanos, por sua iniqüidade, não deixaria criatura alguma sobre a terra; porém,
tolera-os até ao término prefixado. E quando o seu prazo se cumprir, não
poderão atrasá-lo nem adiantá-lo numa só hora.
62. Atribuem a Deus as
vicissitudes, e as línguas mentem, ao dizerem que deles será todo o bem; sem
dúvida o que lhes está reservado é o fogo infernal, e serão negligenciados.
63. Por Deus! Antes de ti
enviamos mensageiros e outros povos; porém, Satanás abrilhantou as próprias
obras (a esse povo) e hoje é o seu amo; mas sofrerão um doloroso castigo!
64. Só te revelamos o Livro, para
que eles elucides as discórdias e para que seja orientação e misericórdia para
os que crêem.
65. Deus envia a água do céus,
mediante a qual faz vivificar a terra, depois de a mesma haver sido árida.
Nisso há sinal para os que escutam.
66. E tendes exemplos nos
animais; damos-vos para beber o que há em suas entranhas; provém da conjunção
de sedimentos e sangue, leite puro e saboroso para aqueles que o bebem.
67. E os frutos das tamareiras e
das videiras, extraís bebida e alimentação. Nisto há sinal para os sensatos.
68. E teu Senhor inspirou as
abelhas, (dizendo): Construí as vossas colmeias nas montanhas, nas árvores e
nas habitações (dos homens).
69. Alimentai-vos de toda a
classe de frutos e segui, humildemente, pelas sendas traçadas por vosso Senhor!
Sai do seu abdômen um líquido de variegadas cores que constitui cura para os
humanos. Nisto há sinal para os que refletem.
70. Deus é Quem vos cria, depois
vos recolhe. Entre vós há quem chegará à senilidade, até ao ponto em que de
nada se lembrará do que tenha sabido. Sabei que Deus é Onipotente,
Sapientíssimo.
71. Deus favoreceu, com a Sua
mercê, uns mais do que outros; porém, os favorecidos não repartem os seus bens
com os seus servos, para que com isso sejam iguais. Desagradecerão, acaso, as
mercês de Deus!
72. Deus vos designou esposas de
vossa espécie, e delas vos concedeu filhos e netos, e vos agraciou com todo o
bem; crêem, porventura, na falsidade e descrêem das mercês de Deus?
73. E adoram, em vez de Deus, os
que noa podem proporcionar-lhes nenhum sustento, nem dos céus, nem da terra,
por não terem poder para isso.
74. Não compareis ninguém a Deus,
porque Ele sabe e vós ignorais.
75. Deus põe em comparação um
escravo subserviente, que nada possui, com um livre, que temos agraciado
prodigamente e que esbanja íntima e manifestamente. Poderão, acaso,
equiparar-se? Louvado seja Deus! Porém, a maioria o ignora.
76. Deus vos propões outra
comparação, a de dois homens: um deles é mudo, incapaz, resultando numa carga
para o seu amo; aonde quer que o envie não lhe traz benefício algum. Poderia,
acaso, equiparar-se com o que ordena a justiça, e marcha pela senda reta?
77. A Deus pertence o mistério
dos céus e da terra. E o advento da Hora não tardará mais do que um pestanejar
de olhos, ou fração menor ainda; sabei que Deus é Onipotente.
78. Deus vos extraiu das
entranhas de vossas mães, desprovidos de entendimento, proporcionou-vos os
ouvidos, as vistas e os corações, para que Lhe agradecêsseis.
79. Não reparam, acaso, nos
pássaros dóceis, que podem voar através do espaço? Ninguém senão Deus é capaz
de sustentá-los ali! Nisto há sinal para os fiéis.
80. Deus vos designou lares, para
morada, e vos proporcionou tendas, feitas de peles de animais, as quais
manejais facilmente no dia de vossa viagem, bem como no dia do vosso
acampamento; e da sua lã, de sua fibra e de seus pelos elaborais alfaias e
artigos que duram por algum tempo.
81. E Deus vos proporcionou
abrigos contra o sul em tudo quanto criou, destinou abrigos nos montes,
concedeu-vos vestimentas para resguardar-vos do calor e do frio e armaduras
para proteger-vos em vossos combates. Assim vos agracia, para que vos
consagreis a Ele.
82. Porém, se se recusarem, sabe
que a ti somente incumbe a proclamação da lúcida Mensagem.
83. Muitos tomam conhecimento da
graça de Deus, e em seguida a negam, porque a sua maioria é iníqua.
84. Recorda-lhes o dia em que
faremos surgir uma testemunha de cada povo; então não será permitido aos
incrédulos escusarem-se, nem receberão qualquer favor.
85. E quando os iníquos virem o
tormento, este em nada lhes será atenuado, nem serão tolerados.
86. E quando os idólatras virem
os seus ídolos, dirão: Ó Senhor nosso, eis os nossos ídolos, aos quais
implorávamos, em vez de a Ti! E os ídolos contestarão: Sois uns mentirosos!
87. Então, submeter-se-ão a Deus,
e tudo quanto tenham forjado desvanecer-se-á.
88. Quanto aos incrédulos, que
desencaminham os demais da senda de Deus, aumentar-lhe-emos o castigo, por sua
corrupção.
89. Recorda-lhes o dia em que
faremos surgir uma testemunha de cada povo para testemunhar contra os seus, e
te apresentaremos por testemunha contra os teus. Temos-te revelado, pois, o
Livro, que é uma explanação de tudo, é orientação, misericórdia e alvíssaras
para os muçulmanos.
90. Deus ordena a justiça, a
caridade, o auxílio aos parentes, e veda a obscenidade, o ilícito e a
iniqüidade. Ele vos exorta a que mediteis.
91. Cumpri o pacto com Deus, se
houverdes feito, e não perjureis, depois de haverdes jurado solenemente, uma
vez que haveis tomado Deus por garantia, porque Deus sabe tudo quanto fazeis.
92. E não imiteis aquela (mulher)
que desfiava sua roca depois de havê-la enrolado profusamente; não façais
juramentos fraudulentos(com segundas intenções), pelo fato de ser a vossa tribo
mais numerosa do que outra. Deus somente vos experimentará e sanará a vossa
divergência no Dia da Ressurreição.
93. Se Deus quisesse, ter-vos-ia
constituído em um só povo; porém, desvia quem quer e encaminha quem Lhe apraz.
Por certo que sereis interrogados sobre tudo quanto tiverdes feito.
94. Não façais juramentos
fraudulentos, porque tropeçareis, depois de haverdes pisado firmemente, e
provareis o infortúnio, por terdes desencaminhado os demais da senda de Deus, e
sofrereis um severo castigo.
95. Não negocieis o pacto com
Deus a vil preço, porque o que está ao lado de Deus é preferível para vós; se o
soubésseis!
96. O que possuís é efêmero; por
outra o que Deus possui é eterno. Em verdade, premiaremos os perseverantes com
uma recompensa, de acordo com a melhor das suas ações.
97. A quem praticar o bem, seja
homem ou mulher, e for fiel, concederemos uma vida agradável e premiaremos com
uma recompensa, de acordo com a melhor das ações.
98. Quando leres o Alcorão,
ampara-te em Deus contra Satanás, o maldito.
99. Porque ele não tem nenhuma
autoridade sobre os fiéis, que confiam em seu Senhor.
100. Sua autoridade só alcança
aqueles que a ele se submetem e aqueles que, por ele, são idólatras.
101. E quando ab-rogamos um
versículo por outro - e Deus bem sabe o que revela - dizem-te: Só tu és dele o
forjador! Porém, a maioria deles é insipiente.
102. Dize que, em verdade, o
Espírito da Santidade tem-no revelado, de teu Senhor, para firmar os fiéis de
orientação e alvíssaras aos muçulmanos.
103. Bem sabemos o que dizem: Foi
um ser humano que lho ensinou (o Alcorão a Mohammad). Porém, o idioma daquele a
quem eludem tê-lo ensinado é o persa, enquanto que a deste (Alcorão) é a elucidativa
língua árabe.
104. Aqueles que não crerem nos
versículos de Deus não serão guiados por Deus e sofrerão um doloroso castigo.
105. Os que forjam mentiras são
aqueles que não crêem nos versículos de Deus. Tais são os mentirosos.
106. Aquele que renegar Deus,
depois de ter crido - salvo quem houver sido obrigado a isso e cujo coração se
mantenha firme na fé - e aquele que abre seu coração à incredulidade, esses
serão abominados por Deus e sofrerão um severo castigo.
107. Isso porque preferiram a
vida terra à outra; e Deus não ilumina o povo incrédulo.
108. São aqueles aos quais Deus
selou os corações, os ouvidos e os olhos; tais são os desatentos.
109. Sem dúvida alguma que serão
os desventurados na outra vida.
110. E o teu Senhor é, para com
aqueles que emigraram (de Makka) e que depois de terem sido torturados,
combateram pela fé e perseveraram, por isso, Indulgente, Misericordiosíssimo.
111. Recorda-lhes o dia em que
cada alma advogará pela própria causa e em que todo o ser será recompensado
segundo o que houver feito e (ambos) não serão defraudados.
112. Deus exemplifica (osso) com
o relato de uma cidade que vivia segura e tranqüila, à qual chegavam, de todas
as partes, provisões em prodigalidade; porém, (seus habitantes) desagradeceram
as mercês de Deus; então Ele lhes fez sofrer fome e terror extremos, pelo que
haviam cometido.
113. Foi quando se apresentou a
eles um mensageiro de sua raça e o desmentiram; porém, o castigo o surpreendeu,
por causa de sua iniqüidade.
114. Desfrutai, pois, de todo o lícito
e bom com que Deus vos tem agraciado, e agradecei as mercês de Deus, se só a
Ele adorais.
115. Ele só vos vedou a carniça,
o sangue, a carne de suíno e tudo o que tenha sido sacrificado com a invocação
de outro nome que não seja o de Deus; porém, quem, sem intenção nem abuso, for
compelido a isso, saiba que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.
116. E não profirais falsidades,
dizendo: Isto é lícito e aquilo é ilícito, para forjardes mentiras acerca de
Deus. Sabei que aqueles que forjam mentiras acerca de Deus jamais prosperarão.
117. Seus prazeres são
transitórios, e sofrerão um severo castigo.
118. Havíamos vedado aos judeus o
que te mencionamos anteriormente. Porém, não os condenamos; sem dúvida
condenaram-se a si mesmos.
119. Quanto àqueles que cometem
uma falta por ignorância e logo se arrependem e se encomendam a Deus, saiba que
teu Senhor, depois disso, será Indulgente, Misericordiosíssimo.
120. Abraão era Imam e
monoteísta, consagrado a Deus, e jamais se contou entre os idólatras.
121. Agradecido pelas Suas
mercês, pois Deus o elegeu e o encaminhou até à senda reta.
122. E lhe concedemos um galardão
neste mundo, e no outro estará entre os virtuosos.
123. E revelamos-te isto, para
que adotes o credo de Abraão, o monoteísta, que jamais se contou entre os
idólatras.
124. O sábado foi instituído para
aqueles que disputaram a seu propósito (os judeus); mas teu Senhor julgará
entre eles, devido às suas divergências, no Dia da Ressurreição.
125. Convoca (os humanos) à senda
do teu Senhor com sabedoria e uma bela exortação; dialoga com eles de maneira
benevolente, porque teu Senhor é o mais conhecedor de quem se desvia da Sua
senda, assim como é o mais conhecedor dos encaminhados.
126. Quando castigardes, fazei-o
do mesmo modo como fostes castigados; porém, se fordes pacientes será
preferível para os que forem pacientes.
127. Sê paciente, que a tua
paciência será levada em conta por Deus; não te condoas deles, nem te angusties
por sua conspirações,
128. Porque Deus está com os
tementes, e com os benfeitores!
[AL ISRÁ]"AL ISRÁ" (A VIAGEM NOTURNA)
Revelada em Makka; 111
versículos, com exceção dos versículos 26, 32, 57 e 73 a 80, que foram
revelados em Madina.
17ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Glorificado seja Aquele que,
durante a noite, transportou o Seu servo, tirando-o da Sagrada Mesquita (em
Makka) e levando-o à Mesquita de Alacsa (em Jerusalém), cujo recinto
bendizemos, para mostrar-lhe alguns dos Nossos sinais. Sabei que Ele é
Oniouvinte, o Onividente.
2. E concedemos o Livro a Moisés,
(Livro esse) que transformamos em orientação para os israelitas,
(dizendo-lhes): Não adoteis, além de Mim, outro guardião!
3. Ó geração daqueles que
embarcamos com Noé! Sabei que ele foi um servo agradecido!
4. E lançamos, no Livro, um vaticínio
aos israelitas: causareis corrupção duas vezes na terra e vos tornareis muito
arrogantes.
5. E quanto se cumpriu a
primeira, enviamos contra eles servos Nossos poderosos, que adentraram seus
lares e foi cumprida a (Nossa) cominação.
6. Logo vos concedemos a vitória
sobre eles, e vos agraciamos com bens e filhos, e vos tornamos mais numerosos.
7. Se praticardes o bem, este
reverte-se-á em vosso próprio benefício; se praticardes o mal, será em prejuízo
vosso. E quando se cumpriu a (Nossa) Segunda cominação, permitimos (aos vossos
inimigos0 afligir-vos e invadir o Templo, tal como haviam invadido da primeira
vez, e arrasar totalmente com tudo quanto havíeis conquistado.
8. Pode ser que o vosso Senhor
tenha misericórdia de vós; porém, se reincidirdes (no erro), Nós reincidiremos
(no castigo) e faremos do inferno um cárcere para os incrédulos.
9. Em verdade, este Alcorão
encaminha à senda mais reta e anuncia aos fiéis benfeitores que obterão uma
grande recompensa.
10. E para aqueles que negam a
outra vida, porém, temos preparado um doloroso castigo.
11. O homem impreca pelo mal, ao
invés de suplicar pelo bem, porque o homem é impaciente.
12. Fizemos da noite e do dia
dois exemplos; enquanto obscurecemos o sinal da noite, fizemos o sinal do dia
para iluminar-vos, para que procurásseis a graça de vosso Senhor, e para que
conhecêsseis o número dos anos e o seu cômputo; e explanamos claramente todas
as coisas.
13. E casa homem lhe penduramos
ao pescoço o seu destino e, no Dia da Ressurreição, apresentar-lhes-emos um
livro, que encontrará aberto.
14. (E lhe diremos): Lê o teu
livro! Hoje bastarás tu mesmo para julgar-te.
15. Quem se encaminha, o faz em
seu benefício; quem se desvia, o faz em seu prejuízo, e nenhum pecador arcará
com a culpa alheia. Jamais castigamos (um povo), sem antes termos enviado um
mensageiro.
16. E se pensamos em destruir uma
cidade, primeiramente enviamos uma ordem aos seus habitantes abastados que
estão nela corromperem os Nossos mandamentos; esta (cidade), então, merecerá o
castigo; aniquilá-la-emos completamente.
17. Quantas gerações temos
exterminado depois de Noé! Porém, basta tão-somente que teu Senhor conheça e
veja os pecados dos Seus servos.
18. A quem quiser as coisas
transitórias (deste mundo), atendê-lo-emos ao inferno, em que entrará
vituperado, rejeitado.
19. Aqueles que anelarem a outra
vida e se esforçarem para obtê-la, e forem fiéis, terão os seus esforços
retribuídos.
20. Tanto a estes como àqueles
agraciamos com as dádivas do teu Senhor; porque as dádivas do teu Senhor jamais
foram negadas a alguém.
21. Repara em como temos
dignificado uns mais do que outros. Porém, na outra vida, há maiores dignidades
e mais distinção.
22. Não tomes, junto com Deus (ó
humano) outra divindade, porque serás vituperado, aviltado.
23. O decreto de teu Senhor é que
não adoreis senão a Ele; que sejais indulgentes com vossos pais, mesmo que a
velhice alcance um deles ou ambos, em vossa companhia; não os reproveis, nem os
rejeiteis; outrossim, dirigi-lhes palavras honrosas.
24. E estende sobre eles a asa da
humildade, e dize: Ó Senhor meu, tem misericórdia de ambos, como eles tiveram
misericórdia de mim, criando-me desde pequenino!
25. Vosso Senhor é mais sabedor
do que ninguém do que há em vossos corações. Se sois virtuosos, sabei que Ele é
Indulgente para com os contritos.
26. Concede a teu parente o que
lhe é devido, bem como ao necessitado e ao viajante, mas não sejas perdulário,
27. Porque os perdulários são
irmãos dos demônios, e o demônio foi ingrato para com o seu Senhor.
28. Porém, se te absténs (ó
Mohammad) de privar com eles com o fim de alcançares a misericórdia de teu
Senhor, a qual almejas, fala-lhes afetuosamente.
29. Não cerres a tua mão
excessivamente, nem a abras completamente, porque te verás censurado,
arruinado.
30. Teu Senhor prodigaliza e
provê, na medida exata, a Sua mercê a quem Lhe apraz, porque está bem inteirado
e é Observador dos Seus servos.
31. Não mateis vossos filhos por
temor à necessidade, pois Nós os sustentaremos, bem como a vós. Sabei que o seu
assassinato é um grave delito.
32. Evitai a fornicação, porque é
uma obscenidade e um péssimo exemplo!
33. Não mateis o ser que Deus
vedou matar, senão legitimamente; mas, quanto a quem é morto injustamente,
facultamos ao seu parente a represália; porém, que não se exceda na vingança,
pois ele está auxiliado (pela lei).
34. Não disponhais do patrimônio
do órfão senão da melhor forma, até que ele chegue à puberdade, e cumpri o
convencionado, porque o convencionado será reivindicado.
35. E quanto instituirdes a
medida, fazei-o corretamente; pesai na balança justa, porque isto é mais
vantajoso e de melhor conseqüência.
36. Não sigas (ó humano) o que
ignoras, porque pelo teu ouvido, pela tua vista, e pelo teu coração, por tudo
isto será responsável!
37. E não te conduzas com
jactância na terra, porque jamais poderás fendê-la, nem te igualar, em altura,
às montanhas.
38. De todas as coisas, a maldade
é a mais detestável, ante o teu Senhor.
39. Eis o que da sabedoria te
inspirou teu Senhor: Não tomes, junto com Deus, outra divindade, porque será
arrojado no inferno, censurado, rejeitado.
40. Porventura, vosso Senhor
designou para vós os varões e escolheu para Si, dentre os anjos, as filhas?
Sabei que proferis uma grande blasfêmia.
41. Temos reiterado os Nossos
conselhos neste Alcorão, para que se persuadam; porém, isso não logra fazer
mais do que aumentar-lhes a aversão.
42. Dize-lhes: Se, como dize,
houvesse, juntamente com Ele, outros deuses, teriam tratado de encontrar um
meio de contrapor-se ao Soberano do Trono.
43. Glorificado e sublimemente
exaltado seja Ele, por tudo quanto blasfemam!
44. Os setes céus, a terra, e
tudo quanto neles existe glorificam-No. Nada existe que não glorifique os Seus
louvores! Porém, não compreendeis as suas glorificações. Sabei que Ele é
Tolerante, Indulgentíssimo.
45. E, quando recitas o Alcorão,
interpomos um véu invisível entre ti e aqueles que não crêem na outra vida.
46. E sigilamos os corações para
que não o compreendessem, e ensurdecemos os seus ouvidos. E, quando, no
Alcorão, mencionas unicamente teu Senhor, voltam-te as costas desdenhosamente.
47. Sabemos, melhor do que
ninguém, quando vêm escutar-te e porque o fazem; e quando se encontram em
confidência, os iníquos dizem: Não seguis senão um homem enfeitiçado!
48. Olha com o que te comparam!
Porém, assim se desviam, e nunca encontrarão senda alguma.
49. Dizem: Quê! Quando estivermos
reduzidos a ossos e pó, seremos, acaso reencarnados em uma nova criação?
50. Dize-lhes: Ainda que fôsseis
pedras ou ferro,
51. Ou qualquer outra criação
inconcebível às vossas mentes (seríeis ressuscitados). Perguntarão, então: Quem
nos ressuscitará? Respondeu-lhes: Quem vos criou da primeira vez! Então,
meneando a cabeça, dirão: Quando ocorrerá isso? Responde-lhes: Talvez seja
logo!
52. Será no dia em que Ele vos
chamar e em que vós O atendereis, glorificando os Seus louvores; e vos parecerá
que não permanecestes ali senão pouco tempo.
53. E dize aos Meus servos que
digam sempre o melhor, porque Satanás causa dissensões entre eles, pois Satanás
é um inimigo declarado do homem.
54. Vosso Senhor vos conhece
melhor do que ninguém. Se Lhe apraz, apiada-Se de vós e, se quer, castiga-vos.
Não te enviamos como guardião deles.
55. Teu Senhor conhece melhor do
que ninguém aqueles que estão nos céus e na terra. Temos preferido a uns
profetas sobre outros, e concedemos os Salmos a Davi.
56. Dize-lhes: Invocai os que
pretendeis em vez d'Ele! Porém não poderão vos livrar das adversidades, nem as
modificar.
57. Aqueles que invocam anseiam
por um meio que os aproxime do seu Senhor e esperam a Sua misericórdia e temem
o Seu castigo, porque o castigo do teu Senhor é temível!
58. Não existe cidade alguma que
não destruiremos antes do Dia da Ressurreição ou que não a castigaremos
severamente; isto está registrado no Livro.
59. E não enviamos os sinais
somente porque os primitivos os desmentiram. Havíamos apresentado ao povo de
Tamud a camela como um sinal evidente, e eles a trataram erradamente; porém,
jamais enviamos sinais, senão para adverti-los.
60. E quanto te dissemos: Teu
Senhor abrange toda a humanidade. A visão que te temos mostrado não foi senão
uma prova para os humanos, o mesmo que a árvore maldita no Alcorão. Nós o
advertimos! Porém, isto não fez mais do que aumentar a sua grande transgressão.
61. E quando dissemos aos anjos:
Prostrai-vos ante Adão!, prostraram-se todos, menos Lúcifer, que disse: Terei
de prostrar-me ante quem criaste do barro?
62. E continuou: Atenta para
este, que preferiste a mim! Juro que se me tolerares até o Dia da Ressurreição,
salvo uns poucos, apossar-me-ei da sua descendência!
63. Disse-lhe (Deus): Vai-te,
(Satanás)! E para aqueles que te seguirem, o inferno será o castigo bem
merecido!
64. Seduze com a tua voz aqueles
que puderes, dentre eles; aturde-os com a tua cavalaria e a tua infantaria;
associa-te a eles nos bens e nos filhos, e faze-lhes promessas! Qual! Satanás
nada lhes promete, além de quimeras.
65. Não terás autoridade alguma
sobre os Meus servos, porque basta o teu Senhor para Guardião.
66. Vosso Senhor é Quem faz
singrar o mar, os navios para que procureis algo da Sua graça, porque Ele é
Misericordioso para convosco.
67. E quando, no mar, vos açoita
a adversidade, aqueles que invocais além d'Ele desvanecem-se; porém, quando vos
salva, conduzindo-vos à terra, negai-Lo, porque é próprio do homem ser ingrato.
68. Estais, acaso, seguros de que
Ele não fará a terra tragar-vos ou de que não desencadeará sobre vós um
furacão, sem que possais encontrar guardião algum?
69. Ou estais, então, seguros de
que não vos devolverá novamente ao mar e de que não desencadeará sobre vós uma
tormenta que vos afogará, por vossa ingratidão, sem que possais encontrar quem
vos aproxime de Nós?
70. Enobrecemos os filhos de Adão
e os conduzimos pela terra e pelo mar; agraciamo-los com todo o bem, e
preferimos enormemente sobre a maior parte de tudo quanto criamos.
71. Um dia convocaremos todos os
seres humanos, com os seus (respectivos) imames. E aqueles a quem forem
entregues os seus livros na destra, lê-los-ão e não serão defraudados no mínimo
que seja.
72. Porém, quem estiver cego
neste mundo estará cego no outro, e mais desencaminhado ainda!
73. Se pudessem, afastar-te-iam
do que te temos inspirado para forjares algo diferente. Então, aceitar-te-iam
por amigo.
74. E se não te tivéssemos
firmado, ter-te-ias inclinado um pouco para eles.
75. Neste caso, ter-te-íamos
duplicado (o castigo) nesta vida e na outra, e não terias encontrado quem te
defendesse de Nós.
76. Conspiraram atemorizar-te na
terra (de Makka), com o fito de te expulsarem dela; porém, não permaneceriam
muito tempo ali, depois de ti.
77. Tal é a lei que havíamos
enviado, antes de ti, aos Nossos mensageiros, e não acharás mudança em Nossa
lei.
78. Observa a oração, desde o
declínio do sol até à chegada da noite, e cumpre a recitação matinal, porque é
sempre testemunhada.
79. E pratica, durante a noite,
orações voluntárias; talvez assim teu Senhor te conceda uma posição louvável.
80. E dize: Ó Senhor meu, faze
com que eu entre com honradez e saia com honradez; concede-me, de Tua parte,
uma autoridade para socorrer(-me).
81. Dize também: Chegou a
Verdade, e a falsidade desvaneceu-se, porque a falsidade é pouco durável.
82. E revelamos, no Alcorão,
aquilo que é bálsamo e misericórdia para os fiéis; porém, isso não fará mais do
que aumentar a perdição dos iníquos.
83. Mas, quando agraciamos o
homem, ele Nos desdenha e se envaidece; em troca, quando o mal o açoita, ei-lo
desesperado.
84. Dize-lhes: Cada qual age a
seu modo; porém, vosso Senhor conhece mais do que ninguém o melhor encaminhado.
85. Perguntar-te-ão sobre o Espírito.
Responde-lhes: O Espírito está sob o comando do meu Senhor, e só vos tem sido
concedida uma ínfima parte do saber.
86. Se quiséssemos, poderíamos
anular tudo quanto te temos inspirado, e não encontrarias, então, defensor
algum, ante Nós;
87. Porém, (tal não foi anulado)
por misericórdia de teu Senhor. Sua graça para contigo é imensa.
88. Dize-lhes: Mesmo que os
humanos e os gênios se tivessem reunido para produzir coisa similar a este
Alcorão, jamais teriam feito algo semelhante, ainda que se ajudassem
mutuamente.
89. Temos exposto neste Alcorão
toda a sorte de exemplos para os humanos, porém, a maioria dos humanos o nega.
90. E dizem: Não creremos em ti,
a menos que nos faças brotar um manancial da terra,
91. Ou que possuas um jardim de
tamareiras e videiras, em meio ao qual faças brotar rios abundantes.
92. Ou que faças cair o céus em
pedaços sobre nós, como disseste (que aconteceria), ou nos apresentes Deus e os
anhos em pessoa,
93. Ou que possuas uma casa
adornada com ouro, ou que escales o céus, pois jamais creremos na tua ascensão,
até que nos apresentes um livro que possamos ler. Dize-lhes: Glorificado seja o
meu Senhor! Sou, porventura, algo mais do que um Mensageiro humano?
94. Que foi que impediu os
humanos de crerem, quando lhes chegou a orientação? Disseram: Acaso, Deus teria
enviado por Mensageiro um mortal?
95. Responde-lhes: Se na terra
houvesse anjos, que caminhassem tranqüilos, Ter-lhes-íamos enviado do céu um
anjo por mensageiro.
96. Dize-lhes: Basta-me Deus por
Testemunha, entre vós e mim, porque Ele está bem inteirado de Seus servos e é
Onividente.
97. Aquele que Deus encaminhar
estará bem encaminhado; e àqueles que deixar que se extraviem, jamais lhes
encontrarás protetor, em vez d'Ele. No Dia da Ressurreição os congregaremos,
prostrados sobre os seus rostos, cegos, surdos e mudos; o inferno será a sua
morada e, toda a vez que se extinguir a sua chama, avivá-la-emos.
98. Isso será o seu castigo,
porque negam os Nosso versículos e dizem: Quê! Quando estivermos reduzidos a
ossos e pó, seremos, acaso, reencarnados em uma nova criação?
99. Não reparam em que Deus, Que
criou os céus e a terra, é capaz de criar outros seres semelhantes a eles, e
fixar-lhes um destino indubitável? Porém, os iníquos negam tudo.
100. Dize-lhes: Se possuísseis os
tesouros da misericórdia de meu Senhor, vós os mesquinharíeis, por temor de
gastá-los, pois o homem foi sempre avaro.
101. Concedemos a Moisés nove
sinais evidentes - pergunta, pois, aos israelitas, sobre isso -; então o Faraó
lhe disse: Creio, ó Moisés, que estás enfeitiçado!
102. Moisés lhe disse: Tu bem
sabes que ninguém, senão o Senhor dos céus e da terra, revelou estas
evidências, e por certo, ó Faraó, creio que estás condenado à perdição.
103. E o Faraó quis bani-los da
terra; porém, afogamo-lo, com os que com ele estavam.
104. E depois disso dissemos aos
israelitas: Habitai a Terra, porque, quando chegar a Segunda cominação,
reunir-vos-emos em grupos heterogêneos.
105. E o temos revelado (o
Alcorão) em verdade e, em verdade, revelamo-lo e não te enviamos senão como
alvissareiro e admoestador.
106. É um Alcorão que dividimos
em partes, para que o recites paulatinamente aos humanos, e que revelamos por
etapas.
107. Dize-lhes: Quer creiais nele
ou não, sabei que aqueles que receberam o conhecimento, antes dele, quando lhos
é recitado, caem de bruços, prostrando-se.
108. E dizem: Glorificado seja o
nosso Senhor, porque a Sua promessa foi cumprida!
109. E caem de bruço, chorando, e
isso lhes aumenta a humildade.
110. Dize-lhes: Quer invoqueis a
Deus, quer invoqueis o Clemente, sabei que d'Ele são os mais sublimes
atributos! Não profiras (ó Mohammad) a tua oração em voz muito alta, nem em vos
demasiado baixa, mas procura um tom médio, entre ambas.
111. E dize: Louvado seja Deus,
que jamais teve filho algum, tampouco teve parceiro algum na Soberania, nem
(necessita) de ninguém para protegê-Lo da humilhação, e é exaltado com toda a
magnificência.
[AL CAHF]"AL CAHF" (A CAVERNA)
Revelada em Makka; 110
versículos, com exceção dos versículos 28 e 83 101, que foram revelados em
Madina.
18ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Louvado seja Deus que revelou
o Livro ao Seu servo, no qual não colocou contradição alguma.
2. Fê-lo reto, para admoestar do
Seu castigo e alvissarar aos fiéis que praticam o bem que obterão uma boa
recompensa,
3. Da qual desfrutarão
eternamente,
4. E para admoestar aqueles que
dizem: Deus teve um filho!
5. A despeito de carecerem de
conhecimento a tal respeito; o mesmo tendo acontecido com seus antepassados. É
uma blasfêmia o que proferem as suas bocas; não dizem senão mentiras!
6. É possível que te mortifiques
de pena por causa deles, se não crerem nesta Mensagem.
7. Tudo quanto existe sobre a
terra, criamo-lo para ornamentá-la, a fim de os experimentarmos e vermos aqueles,
dentre eles, que melhor se comportam.
8. Em verdade, tudo quanto existe
sobre ela, reduzi-lo-emos a cinza e solo seco.
9. Pensas, acaso, que os
ocupantes da caverna e da inscrição forma algo extraordinário entre os Nossos
sinais?
10. Recorda de quando um grupo de
jovens se refugiou na caverna, dizendo: Ó Senhor nosso, concede-nos Tua
misericórdia, e reserva-nos um bom êxito em nossa empresa!
11. Adormecemo-los na caverna
durante anos.
12. Então despertamo-los, para
assegurar-Nos de qual dos dois grupos sabia calcular melhor o tempo que haviam
permanecido ali.
13. Narramos-te a sua verdadeira
história: Eram jovens, que acreditavam em seu Senhor, pelo que os aumentamos em
orientação.
14. E robustecemos os seus
corações; e quando se ergueram, dizendo: Nosso Senhor é o Senhor dos céus e da
terra e nunca invocaremos nenhuma outra divindade em vez d'Ele; porque, com
isso, proferiríamos extravagâncias.
15. Estes povos adoram outras
divindades, em vez d'Ele, embora não lhes tenha sido concedida autoridade
evidente alguma para tal. Haverá alguém mais iníquo do que quem forja mentiras
acerca de Deus?
16. Quando vos afastardes dele,
com tudo quanto adoram, além de Deus, refugiai-vos na caverna; então, vosso
Senhor vos agraciará com a Sua misericórdia e vos reservará um feliz êxito em
vosso empreendimento.
17. E verias o sol, quando se
elevava, resvalar a caverna pela direita e, quando se punha, deslizar pela
esquerda, enquanto eles ficavam no seu espaço aberto. Este é um dos sinais de
Deus. Aquele que Deus encaminhar estará bem encaminhado; por outra, àquele que
desviar, jamais poderás achar-lhe protetor que o guie.
18. (Se os houvesses visto),
terias acreditado que estavam despertos, apesar de estarem dormindo, pois Nós
os virávamos, ora para a direita, ora para a esquerda, enquanto o seu cão
dormia, com as patas estendidas, na entrada da caverna. Sim, se os tivesses
visto, terias retrocedido e fugido, transido de espanto!
19. E eis que os despertamos para
que se interrogassem entre si. Um deles disse: Quanto tempo permanecestes aqui?
Responderam: Estivemos um dia, ou parte dele! Outros disseram: Nosso Senhor
sabe melhor do que ninguém o quanto permanecestes. Enviai à cidade alguns de
vós com este dinheiro; que procure o melhor alimento e vos traga uma parte; que
seja afável e não inteire ninguém a vosso respeito,
20. Porque, se vos descobrirem,
apedrejar-vos-ão ou vos coagirão a abraçar seu credo e, então, jamais
prosperareis.
21. Assim revelamos o seu caso às
pessoas, para que se persuadissem de que a promessa de Deus é verídica e de que
a Hora é indubitável. E quando estes discutiram entre si a questão, disseram:
Erigi um edifício, por cima deles; seu Senhor é o mais sabedor disso. Aqueles,
cujas opiniões prevalecia, disseram: Erigi um templo, por cima da caverna!
22. Alguns diziam: Eram três, e o
cão deles perfazia um total de quatro. Outros diziam: Eram cinco, e o cão
totalizava seis, tentando, sem dúvida, adivinhar o desconhecido. E outros,
ainda, diziam: Eram sete, oito com o cão. Dize: Meu Senhor conhece melhor do que
ninguém o seu número e só poucos o desconhece! Não discutais, pois, a respeito
disto, a menos que seja de um modo claro e não inquiras, sobre eles, ninguém
23. Jamais digas: Deixai, que
farei isto amanhã,
24. A menos que adiciones: Se
Deus quiser! Recorda teu Senhor quando esqueceres, e dize: É possível que meu
Senhor me encaminhe para o que está mais próximo da verdade.
25. Eis que permaneceram na
caverna trezentos e nove anos.
26. Dize-lhes: Deus sabe melhor
do que ninguém o quanto permaneceram, porque é Seu o mistério dos céus e da
terra. Quão Vidente e quão Ouvinte é! Eles têm, em vez d'Ele, protetor algum, e
Ele não divide com ninguém o seu comando.
27. Recita, pois, o que te foi
revelado do Livro de teu Senhor, cujas palavras são imutáveis; nunca acharás
amparo fora d'Ele.
28. Sê paciente, juntamente com
aqueles que pela manhã e à noite invocam seu Senhor, anelando contemplar Seu
Rosto. Não negligencies os fiéis, desejando o encanto da vida terrena e não
escutes aquele cujo coração permitimos negligenciar o ato de se lembrar de Nós,
e que se entregou aos seus próprios desejos, excedendo-se em suas ações.
29. Dize-lhes: A verdade emana do
vosso Senhor; assim, pois, que creia quem desejar, e descreia quem quiser.
Preparamos para os iníquos o fogo, cuja labareda os envolverá. Quando
implorarem por água, ser-lhes-á dada a beber água semelhante a metal em fusão,
que lhes assará os rostos. Que péssima bebida! Que péssimo repouso!
30. Em troca, os fiéis, que
praticam o bem - certamente que não frustraremos a recompensa do benfeitor -,
31. Obterão os jardins do Éden,
abaixo dos quais correm os rios, onde usarão braceletes de ouro, vestirão
roupas verdes de tafetá e brocado, e repousarão sobre tronos elevados. Que
ótima recompensa e que feliz repouso!
32. Expõe-lhes o exemplo de dois
homens: a um deles concedemos dois parreirais, que rodeamos de tamareiras e,
entre ambos, dispusemos plantações.
33. Ambos os parreirais
frutificaram, sem em nada falharem, e no meio deles fizemos brotar um rio.
34. E abundante era a sua
produção. Ele disse ao seu vizinho: Sou mais rico do que tu e tenho mais
poderio.
35. Entrou em seu parreiral num
estado (mental) injusto para com a sua alma. Disse: Não creio que (este
parreiral) jamais pereça,
36. Como tampouco creio que a
Hora chegue! Porém, se retornar ao meu Senhor, serei recompensado com outra
dádiva melhor do que esta.
37. Seu vizinho lhe disse,
argumentando: Porventura negas Quem te criou, primeiro do pó, e depois de
esperma e logo te moldou como homem?
38. Quanto a mim, Deus é meu
Senhor e jamais associarei ninguém ao meu Senhor.
39. Por que quando entrastes em
teu parreiral não dissestes: Seja o que Deus quiser; não existe poder senão de
Deus! Mesmo que eu seja inferior a ti em bens e filhos,
40. É possível que meu Senhor me conceda
algo melhor do que o teu parreiral e que, do céu, desencadeie sobre o teu uma
centelha, que o converta em um terreno de areia movediça.
41. Ou que a água seja totalmente
absorvida e nunca mais possa recuperá-la.
42. E foram arrasadas as suas
propriedades; e ( o incrédulo, arrependido) retorcia, então, as mãos, pelo que
nelas havia investido, e, vendo-as revolvidas, dizia: Oxalá não tivesse
associado ninguém ao meu Senhor!
43. E não houve ajuda que o
defendesse de Deus, nem pôde salvar-se.
44. Assim, a proteção só incumbe
ao Verdadeiro Deus, porque Ele é o melhor Recompensador e o melhor Destino.
45. Expõe-lhes o exemplo da vida
terrena, que se assemelha à água, que enviamos do céu, a qual se mescla com as
plantas da terra, as quais se convertem em feno, que os ventos disseminam.
Sabei que Deus prevalece sobre todas as coisas.
46. Os bens e os filhos são o
encanto da vida terrena; por outra, as boas ações, perduráveis, ao mais
meritórias e mais esperançosas, aos olhos do teu Senhor.
47. E recorda-lhes o dia em que
moveremos as montanhas, quando então verás a terra arrasada, e os
congregaremos, sem se omitir nenhum deles.
48. Então serão apresentados em
filas, ante o seu Senhor, que lhes dirá: Agora compareceis ante Nós, tal como
vos criamos pela primeira vez, embora pretendêsseis que jamais vos fixaríamos
este comparecimento.
49. O Livro-registro será
exposto. Verás os pecadores atemorizados por seu conteúdo, e dirão: Ai de nós!
Que significa este Livro? Não omite nem pequena, nem grande falta, senão que as
enumera! E encontrarão registrado tudo quanto tiverem feito. Teu Senhor não
defraudará ninguém.
50. E (lembra-te) de quando
dissemos aos anjos: Prostrai-vos ante Adão! Prostraram-se todos, menos Lúcifer,
que era um dos gênios, e que se rebelou contra a ordem do seu Senhor.
Tomá-los-íeis, pois, juntamente com a sua prole, por protetores, em vez de Mim,
apesar de serem vossos inimigos? Que péssima troca a dos iníquos!
51. Não os tomei por testemunhas
na criação dos céus e da terra, nem na sua própria criação, porque jamais tomei
por assistentes os sedutores.
52. E no dia em que Ele disser
(aos idólatras): Chamais os Meus pretendido parceiros!, chamá-los-ão; porém,
estes não atenderão a eles, pois lhes teremos imposto um abismo.
53. Os pecadores divisarão o
fogo, estarão cientes de que cairão nele, porém não acharão escapatória.
54. Temos reiterado, neste
Alcorão, toda a classe de exemplos para os humanos; porém, o homem é o
litigioso mais recalcitrante (que existe).
55. E o que impediu os humanos de
crerem, quando lhes chegou a orientação, de implorarem o perdão do seu Senhor?
Desejam, acaso, que os surpreenda o escarmento dos primitivos ou lhes
sobrevenha abertamente o castigo?
56. Jamais enviamos mensageiros,
a não ser como alvissareiros e admoestadores; porém, os incrédulos disputam com
vãos argumentos a falsidade, para com ela refutarem a verdade; e tomam os Meus
versículos e as Minhas advertências como objeto de escárnio.
57. E haverá alguém mais iníquo
do que quem, ao ser exortado com os versículos do seu Senhor, logo os desdenha,
esquecendo-se de tudo quanto tenha cometido? Em verdade, sigilamos as suas
mentes para que não os compreendessem, e ensurdecemos os seus ouvidos; e ainda
que os convides à orientação, jamais se encaminharão.
58. Porém, teu Senhor é
Indulgente, Misericordiosíssimo. Se ele os punisse pelo que cometeram,
acelerar-lhes-ia o castigo; porém, terão um prazo, depois do qual jamais terão
escapatória.
59. Tais eram as cidades que,
pela iniqüidade dos seus habitantes, exterminamos, e prefixamos um término para
isso.
60. Moisés disse ao seu ajudante:
Não descansarei até alcançar a confluência dos dois mares, ainda que para isso
tenha de andar anos e anos.
61. Mas quando ambos se
aproximaram da confluência dos dois mares, haviam esquecido o seu peixe, o qual
seguira, serpeando, seu rumo até ao mar.
62. E quando a alcançaram, Moisés
disse ao seu servo: Providencia nosso alimento, pois sofremos fadigas durante a
nossa viagem.
63. Respondeu-lhe: Lembras-te de
quando nos refugiamos junto à rocha? Eu me esqueci do peixe - e ninguém, senão
Satanás, me fez esquecer de me recordar! - Creio que ele tomou milagrosamente o
rumo do mar.
64. Disse-lhe: Eis o que
procurávamos! E voltaram pelo mesmo caminho.
65. E encontraram-se comum dos
Nossos servos, que havíamos agraciado com a Nosso misericórdia e iluminado com
a Nossa ciência.
66. E Moisés lhe disse: Posso
seguir-te, para que me ensines a verdade que te foi revelada?
67. Respondeu-lhe: Tu não serias
capaz de ser paciente para estares comigo.
68. Como poderias ser paciente em
relação ao que não compreendes?
69. Moisés disse: Se Deus quiser,
achar-me-á paciente e não desobedecerei às tuas ordens.
70. Respondeu-lhe: Então segue-me
e não me perguntes nada, até que eu te faça menção disso.
71. Então, ambos se puseram a
andar, até embarcarem em um barco, que o desconhecido perfurou. Moisés lhe
disse: perfuraste-o para afogar seus ocupantes? Sem dúvida que cometeste um ato
insólito!
72. Retrucou-lhe: Não te disse
que és demasiado impaciente para estares comigo?
73. Disse-lhe: Desculpa-me por me
ter esquecido, mas não me imponhas uma condição demasiado difícil.
74. E ambos se puseram a andar,
até que encontraram um jovem, o qual (o companheiro de Moisés) matou. Disse-lhe
então Moisés: Acabas de matar um inocente, sem que tenha causado morte a
ninguém! Eis que cometeste uma ação inusitada.
75. Retrucou-lhe: Não te disse
que não poderás ser paciente comigo?
76. Moisés lhe disse: Se da
próxima vez voltar a perguntar algo, então não permitas que te acompanhe, e me
desculpa.
77. E ambos se puseram a andar,
até que chegaram a uma cidade, onde pediram pousada aos seus moradores, os
quais se negaram a hospedá-los. Nela, acharam um muro que estava a ponto de
desmoronar e o desconhecido o restaurou. Moisés lhe disse então: Se quisesses,
poderia exigir, recompensa por isso.
78. Disse-lhe: Aqui nós nos
separamos; porém, antes, inteirar-te-ei da interpretação, porque tu és
demasiado impaciente para isso:
79. Quanto ao barco, pertencia
aos pobres pescadores do mar e achamos por bem avariá-lo, porque atrás dele
vinha um rei que se apossava, pela força, de todas as embarcações.
80. Quanto ao jovem, seus pais
eram fiéis e temíamos que os induzisse à transgressão e à incredulidade.
81. Quisemos que o seu Senhor os
agraciasse, em troca, com outro puro e mais afetuoso.
82. E quanto ao muro, pertencia a
dois jovens órfãos da cidade, debaixo do qual havia um tesouro seu. Seu pai era
virtuoso e teu Senhor tencinou que alcançassem a puberdade, para que pudessem
tirar o seu tesouro. Isso é do beneplácito de teu Senhor. Não o fiz por minha
própria vontade. Eis a explicação daquilo em relação ao qual não foste
paciente.
83. Interrogar-te-ão a respeito
de Zul-Carnain. Dize-lhes: Relatar-vos-ei algo de sua história:
84. Consolidamos o seu poder na
terra e lhe proporcionamos o meio de tudo.
85. E seguiu um rumo,
86. Até que, chegando ao poente
do sol, viu-o pôr-se numa fonte fervente, perto da qual encontrou um povo.
Dissemos-lhe: Ó Zul Carnain, tens autoridade para castigá-los ou tratá-los com
benevolência.
87. Disse: Castigaremos o iníquo;
logo retornará ao seu Senhor, que o castigará severamente.
88. Quanto ao crente que praticar
o bem, obterá por recompensa a bem-aventurança, e o trataremos com brandura.
89. Então, seguiu (outro) rumo.
90. Até que, chegando ao nascente
do sol, viu que este saía sobre um povo contra o qual noa havíamos provido
nenhum abrigo.
91. Assim foi, porque temos pleno
conhecimento de tudo sobre ele.
92. Então, seguiu (outro) rumo.
93. Até que chegou a um lugar
entre duas montanhas, onde encontrou um povo que mal podia compreender uma
palavra.
94. Disseram-lhe: Ó Zul Carnain,
Gog e Magog são devastadores na terra. Queres que te paguemos um tributo, para
que levantes uma barreira entre nós e eles?
95. Respondeu-lhes: Aquilo com
que o meu Senhor me tem agraciado é preferível. Secundai-me, pois, com denodo,
e levantarei uma muralha intransponível, entre vós e eles.
96. Trazei-me blocos de ferro,
até cobrir o espaço entre as duas montanhas. Disse aos trabalhadores: Assoprai
(com vossos foles), até que fiquem vermelhas como fogo. Disse mais: Trazei-me
chumbo fundido, que jogarei por cima.
97. E assim a muralha foi feita e
(Gog e Magog) não puderam escalá-la, nem perfurá-la.
98. Disse (depois): Esta muralha
é uma misericórdia de meu Senhor. Porém, quando chegar a Sua promessa, Ele a
reduzirá a pó, porque a promessa de meu Senhor é infalível.
99. Nesse dia, deixaremos alguns
deles insurgirem-se contra os outros e a trombeta será soada. E os
congregaremos a todos.
100. Nesse dia, apresentaremos
abertamente, aos incrédulos, o inferno,
101. Bem como àqueles cujos olhos
estavam velados para se lembrarem de Mim, e que não foram capazes de escutar.
102. Pensaram, acaso, os
incrédulos tomar Meus servos por protetores, em vez de Mim? temos destinado o
inferno, por morada, aos incrédulos.
103. Dize-lhes: Quereis que vos
inteire de quem são os mais desmerecedores, por suas obras?
104. São aqueles cujos esforços
se desvaneceram na vida terrena, não obstante crerem haver praticado o bem.
105. Estes são os que renegaram
os versículos de seu Senhor e o comparecimento ate Ele; porém, suas obras
tornaram-se sem efeito e não lhes reconheceremos mérito algum, no Dia da
Ressurreição.
106. Sua morada será o inferno,
por sua incredulidade, e por terem escarnecido os Meus versículos e os Meus
mensageiros.
107. Por outra, os fiéis, que
praticarem o bem, terão por abrigo os jardins do Paraíso,
108. Onde morarão eternamente e
não ansiarão por mudar de sorte.
109. Dize-lhes: Se o oceano se
transformasse em tinta, com que se escrevessem as palavras de meu Senhor,
esgotar-se-ia antes de se esgotarem as Suas palavras, ainda que para isso se
empregasse outro tanto de tinta.
110. Dize: Sou tão-somente um
mortal como vós, a quem tem sido revelado que o vosso Deus é um Deus único. Por
conseguinte, quem espera o comparecimento ante seu Senhor que pratique o bem e
não associe ninguém ao culto d'Ele.
[MÁRIAM]"MÁRIAM" (MARIA)
Revelada em Makka; 98 versículos,
com exceção dos versículos 58 e 71, que foram revelados em Madina.
19ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Caf, Ha, Yá, Ain, Sad.
2. Eis o relato da misericórdia
de teu Senhor para com o Seu servo, Zacarias.
3. Ao invocar, intimamente, seu
Senhor,
4. Dizendo: Ó Senhor meu, os meus
ossos estão debilitados, o meu cabelo embranqueceu; mas nunca fui desventurado
em minhas súplicas a Ti, ó Senhor meu!
5. Em verdade, temo pelo que
farão os meus parentes, depois da minha morte, visto que minha mulher é
estéril. Agracia-me, de tua parte, com um sucessor!
6. Que represente a mim e à
família de Jacó; e faze, ó meu Senhor, com que esse seja complacente!
7. Ó Zacarias, alvissaramos-te o
nascimento de uma criança, cujo nome será Yahia (João). Nunca denominamos,
assim, ninguém antes dele.
8. Disse (Zacarias): Ó Senhor
meu, como poderei ter um filho, uma vez que minha mulher é estéril e eu cheguei
à senilidade?
9. Respondeu-lhe: Assim será!
Disse teu Senhor: Isso Me é fácil, visto que te criei antes mesmo de nada
seres.
10. Suplicou: Ó Senhor meu,
faze-me um sinal! Disse-lhe: Teu sinal consistirá em que não poderás falar com
ninguém durante três noites.
11. Saiu do templo e,
dirigindo-se ao seu povo, indicou-lhes, por sinais, que glorificassem Deus, de
manhã e à tarde.
12. (Foi dito): Ó Yahia, observa
fervorosamente o Livro! E o agraciamos, na infância, com a sabedoria,
13. assim como com as Nossas
clemência e pureza, e foi devoto,
14. e piedoso para com seus pais,
e jamais foi arrogante ou rebelde.
15. A paz esteve com ele desde o
dia em que nasceu, no cia em que morreu e estará no dia em que foi
ressuscitado.
16. E menciona Maria, no Livro, a
qual se separou de sua família, indo para um local que dava para o leste.
17. E colocou uma cortina para
ocultar-se dela (da família), e lhe enviamos o Nosso Espírito, que lhe apareceu
personificado, como um homem perfeito.
18. Disse-lhe ela: Guardo-me de
ti no Clemente, se é que temes a Deus.
19. Explicou-lhe: Sou tão-somente
o mensageiro do teu Senhor, para agraciar-te com um filho imaculado.
20. Disse-lhe: Como poderei ter
um filho, se nenhum homem me tocou e jamais deixei de ser casta?
21. Disse-lhe: Assim será, porque
teu Senhor disse: Isso Me é fácil! E faremos disso um sinal para os homens, e
será uma prova de Nossa misericórdia. E foi uma ordem inexorável.
22. E quando concebeu,
retirou-se, com um rebento a um lugar afastado.
23. As dores do parto a
constrangeram a refugiar-se junto a uma tamareira. Disse: Oxalá eu tivesse
morrido antes disto, ficando completamente esquecida.
24. Porém, chamou-a uma voz,
junto a ela: Não te atormentes, porque teu Senhor fez correr um riacho a teus
pés!
25. E sacode o tronco da
tamareira, de onde cairão sobre ti tâmaras madura e frescas.
26. Come, pois, bebe e
consola-te; e se vires algum humano, faze-o saber que fizeste um voto de jejum
ao Clemente, e que hoje não poderás falar com pessoa alguma.
27. Regressou ao seu povo
levando-o (o filho) nos braços. E lhes disseram: Ó Maria, eis que fizeste algo
extraordinário!
28. Ó irmão de Aarão, teu pai
jamais foi um homem do mal, nem tua mãe uma (mulher) sem castidade!
29. Então ela lhes indicou que
interrogassem o menino. Disseram: Como falaremos a uma criança que ainda está
no berço?
30. Ele lhes disse: Sou o servo
de Deus, o Qual me concedeu o Livro e me designou como profeta.
31. Fez-me abençoado, onde quer
que eu esteja, e me encomendou a oração e (a paga do) zakat enquanto eu viver.
32. E me fez piedoso para com a
minha mãe, não permitindo que eu seja arrogante ou rebelde.
33. A paz está comigo, desde o
dia em que nasci; estará comigo no dia em que eu morrer, bem como no dia em que
eu for ressuscitado.
34. Este é Jesus, filho de Maria;
é a pura verdade, da qual duvidam.
35. É inadmissível que Deus tenha
tido um filho. Glorificado seja! quando decide uma coisa, basta-lhe dizer:
Seja!, e é.
36. E Deus é o meu Senhor e
vosso. Adorai-O, pois! Esta é a senda reta.
37. Porém, as seita discordaram a
seu respeito. Ai daqueles que não crêem no comparecimento ao grande dia!
38. Quão ouvintes e quão videntes
serão, no dia em que comparecerem ante Nós! Porém, os iníquos estão, hoje, em
um evidente erro.
39. E admoesta-os sobre o dia do
lamento, quando a sentença for cumprida, enquanto estão negligentes e não
crêem.
40. Em verdade, Nós herdaremos a
terra com todos os que nela estão e a Nós retornarão todos.
41. E menciona, no Livro, (a
história de) Abraão; ele foi um homem de verdade, e um profeta.
42. Ele disse ao seu pai: Ó meu
pai, por que adoras quem não ouve, nem vê, ou que em nada pode valer-te?
43. Ó meu pai, tenho recebido
algo da ciência, que tu não recebeste. Segue-me, pois, que eu te conduzirei
pela senda reta!
44. Ó meu pai, não adores
Satanás, porque Satanás foi rebelde para com o Clemente!
45. Ó meu pai, em verdade, temo
que te açoite um castigo do Clemente, tornando-te, assim, amigo de Satanás.
46. Disse-lhe: Ó Abraão,
porventura detestas as minhas divindades? Se não desistires, apedrejar-te-ei.
Afasta-te de mim!
47. Disse-lhe: Que a paz esteja
contigo! Implorarei, para ti, o perdão do meu Senhor, porque é Agraciante para
comigo.
48. Abandonar-vos-ei, então, com
tudo quanto adorais, em vez de Deus. Só invocarei o meu Senhor; espero, com a
invocação de meu Senhor, não ser desventurado.
49. E quando os abandonou com
tudo quanto adoravam, em vez de Deus, agraciamo-lo com Isaac e Jacó, e
designamos ambos como profetas.
50. E os recompensamos com a
Nossa misericórdia, e lhes garantimos honra e a língua veraz.
51. E menciona Moisés, no Livro,
porque foi leal e foi um mensageiro e um profeta.
52. Chamamo-lo à escarpa direita
do Monte e fizemos com que se aproximasse, para uma confidência.
53. E o agraciamos com a Nossa
misericórdia, com seu irmão Aarão, outro profeta.
54. E menciona, no Livro, ( a
história real) de Ismael, porque foi leal às suas promessas e foi um mensageiro
e profeta.
55. Encomendava aos seus a oração
e a paga do zakat, e foi dos mais aceitáveis aos olhos de seu Senhor.
56. E menciona, no Livro, (a
história de) Idris, porque foi (um homem) de verdade e, um profeta.
57. Que elevamos a um estado de
graça.
58. Eis aqueles que Deus
agraciou, dentre os profetas, da descendência de Adão, os que embarcamos com
Noé, da descendência de Abraão e de Israel, que encaminhamos e preferimos sobre
os outros, os quais, quando lhes são recitados os versículos do Clemente,
prostram-se, contritos, em prantos.
59. Sucedeu-lhes, depois, uma
descendência, que abandonou a oração e se entregou às concupiscências. Porém,
logo terão o seu merecido castigo,
60. Salvo aqueles que se
arrependerem, crerem e praticarem o bem; esses entrarão no Paraíso, e não serão
injustiçados.
61. (Repousarão nos) Jardins do
Éden, que o Clemente prometeu aos Seus servos por meio de revelação,
incognoscivelmente, e Sua promessa é infalível.
62. Ali não escutarão
futilidades, mas palavras de saudações, e receberão o seu sustento de manhã e à
tarde.
63. Tal é o Paraíso, que
deixaremos como herança a quem, dentre os Nossos servos, for devoto.
64. E (os anjos) dirão: Não nos
locomovemos de um local para o outro sem a anuência de teu Senhor, a Quem
pertencem o nosso passado, o nosso presente e nosso futuro, porque o teu Senhor
jamais esquece.
65. É o Senhor dos céus e da
terra, e de tudo quanto existe entre ambos. Adora-O, pois, e sê perseverante em
Sua adoração! Conheces-Lhe algum parceiro?
66. Porém, o homem diz: Quê!
Porventura, depois de morto serei ressuscitado?
67. Por que não recorda o homem
que o criamos quando nada era?
68. Por teu Senhor, que os
congregaremos com os demônios, e de pronto os faremos comparecer, de joelhos, à
beira do inferno!
69. Depois arrancaremos, de cada
grupo, aquele que tiver sido mais rebelde para com o Clemente.
70. Certamente, sabemos melhor do
que ninguém quem são os merecedores de ser ali queimados.
71. E não haverá nenhum de vós
que não tenha por ele, porque é um decreto irrevogável do teu Senhor.
72. Logo salvaremos os devotos e
deixaremos ali, genuflexos, os iníquos.
73. Quando lhes são recitados os
Nosso lúcidos versículos, os incrédulos dizem aos fiéis: Qual dos dois
partidos, o nosso ou o vosso, ocupa melhor posição e está em melhores
condições?
74. Quantas gerações, anteriores
a eles aniquilamos! São eles mais opulentos e de melhor aspecto?
75. Dize-lhes: Quem quer que seja
que estiver no erro, o Clemente o tolerará deliberadamente até que veja o que
lhe foi prometido, quer seja o castigo terreno, quer seja o da Hora (do Juízo
final); então, saberão quem estará em pior situação, e terá os prosélitos mais
débeis.
76. E Deus aumentará os
orientados na orientação. As boas ações, as perduráveis, são mais meritórias e
mais apreciáveis aos olhos do teu Senhor.
77. Não reparaste naquele que
negava os Nossos versículos e dizia: Ser-me-ão dados bens e filhos?
78. Está, porventura, de posse do
incognoscível? Estabeleceu, acaso, um pacto com o Clemente?
79. Qual! Registramos tudo o
quanto disser, e lhe adicionaremos mais e mais o castigo!
80. E a nós retornará tudo que
disser, e comparecerá, solitário, ante Nós.
81. Adotam divindades, em vez de
Deus, para lhes dar poder.
82. Qual! Tais divindades
renegarão a adoração e serão os seus adversários!
83. Não reparas em que concedemos
o predomínio dos demônios sobre os incrédulos para que os seduzissem
profundamente?
84. Não lhes apresses, pios, seu
castigo (ó Mohammad), porque computamos estritamente os seus dias.
85. Recorda-lhes o dia em que o
congregaremos, em grupos, os devotos, ante o Clemente.
86. E arrastaremos os pecadores,
sequiosos, para o inferno.
87. Não lograrão intercessão,
senão aqueles que tiverem recebido a promessa do Clemente.
88. Afirmam: O Clemente teve um
filho!
89. Sem dúvida que haveis
proferido uma heresia.
90. Por isso, pouco faltou para
que os céus se fundissem, a terra se fendesse e as montanhas, desmoronassem.
91. Isso, por terem atribuído um
filho ao Clemente,
92. Quando é inadmissível que o
Clemente houvesse tido um filho.
93. Sabei que tudo quanto existe
nos céus e na terra comparecerá, como servo, ante o Clemente.
94. Ele já os destacou e os
enumerou com exatidão.
95. Cada um deles comparecerá,
solitário, ante Ele, no Dia da Ressurreição.
96. Quanto aos crentes que
praticarem o bem, o Clemente lhes concederá afeto perene.
97. Só to facilitamos (o
Alcorão), na tua língua para que, com ele, exortes os devotos e admoestes os
impugnadores.
98. Quantas gerações anteriores a
eles aniquilamos! Vês, acaso, algum deles ou ouves algum murmúrio deles?
[TAHA]"TAHA"
Revelada em Makka; 135
versículos, com exceção dos versículos 130 e 131, que foram revelados em
Madina.
20ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Taha.
2. Não te revelamos o Alcorão
para que te mortifiques.
3. Mas sim como exortação aos
tementes.
4. É a revelação de Quem criou a
terra e os altos céus,
5. Do Clemente, Que assumiu o
Trono.
6. Seu é tudo o que existe nos
céus, o que há na terra, o que há entre ambos, bem como o que existe sob a
terra.
7. Não é necessário que o homem
levante a voz, porque Ele conhece o que é secreto e ainda o mais oculto.
8. Deus! Não há mais divindade
além d'Ele! Seus são os mais sublimes atributos.
9. Chegou-te, porventura, a
história de Moisés?
10. Quando viu o fogo, disse à
sua família: Permanecei aqui, porque lobriguei o fogo; quiçá vos traga dele uma
áscua ou, por outra, ache ao redor do fogo alguma orientação.
11. Porém, quando chegou a ele,
foi chamado: Ó Moisés,
12. Sou teu Senhor! Tira as tuas
sandálias, porque estás no vale sagrado de Tôua.
13. Eu te escolhi. Escuta, pois,
o que te será inspirado:
14. Sou Deus. Não há divindade
além de Mim! Adora-Me, pois, e observa a oração, para celebrar o Meu nome,
15. Porque a hora se aproxima -
desejo conservá-la oculta, a fim de que toda a alma seja recompensada segundo o
seu merecimento.
16. Que não te seduza por aquele
que não crê nela (a Hora) e se entrega à concupiscência, porque perecerás!
17. Que levas em tua mão destra,
ó Moisés?
18. Respondeu-Lhe: É o meu
cajado, sobre o qual me apoio, e com o qual quebro a folhagem para o meu
rebanho; e, ademais, serve-me para outros usos.
19. Ele lhe ordenou: Arroja-o, ó
Moisés!
20. E o arrojou, e eis que se
converteu em uma serpente, que se pôs a rastejar.
21. Ordenou-lhe ainda: Agarra-a
sem temor, porque a reverteremos ao seu primitivo estado.
22. Junta a mão ao te flanco e,
quando a retirares, estará branca, imaculada; constitui-se-á isso em outro
sinal,
23. Para que te demonstremos
alguns dos Nossos maiores portentos.
24. Vai ao Faraó, porque ele se
extraviou.
25. Suplicou-lhes: Ó Senhor meu,
dilata-me o peito;
26. Facilita-me a tarefa;
27. E desata o nó de minha
língua,
28. Para que compreendam a minha
fala.
29. E concede-me um vizir dentre
os meus,
30. Meu irmão Aarão,
31. Que poderá me fortalecer.
32. E associa-o à minha missão,
33. Para que Te glorifiquemos
intensamente.
34. E para mencionar-Te
constantemente.
35. Porque só Tu és o nosso
Velador.
36. Disse-lhe: Teu pedido foi
atendido, ó Moisés!
37. Já te havíamos agraciado
outra vez,
38. Quando inspiramos a tua mãe o
que lhe foi inspirado:
39. Põe (teu filho) em um cesto e
lança-o ao rio, para que este leve à orla, donde o recolherá um inimigo Meu,
que é também dele. Depois, Eu lhes infundi amor para contigo, para que fosses
criado sob a Minha vigilância.
40. Foi quando tua irmã apareceu
e disse: Quereis que vos indique quem se encarregará dele? Então,
restituímos-te à tua mãe, para que se consolasse e não se condoesse. E mataste
um homem; porém, libertamos-te da represália e te provamos de várias maneiras.
Permaneceste anos entre o povo de Madian; então (aqui) compareceste, como te
foi ordenado, ó Moisés!
41. E te preparei para Mim.
42. Vai com teu irmão, portando
os Meus sinais, e não descures do Meu nome.
43. Ide ambos ao Faraó, porque
ele se transgrediu.
44. Porém, falai-lhe afavelmente,
a fim de que fique ciente ou tema.
45. Disseram: Ó Senhor nosso,
tememos que ele nos imponha um castigo ou que transgrida (a lei)!
46. Deus lhes disse: Não temais,
porque estarei convosco; ouvirei e verei (tudo).
47. Ide, pois, a ele, e
dizei-lhe: Em verdade, somos os mensageiros do teu Senhor; deixa sair conosco
os israelitas e não os atormentes, pois trouxemos-te um sinal do teu Senhor.
Que a paz esteja com quem segue a orientação!
48. Foi-nos revelado que o
castigo recairá sobre quem nos desmentir e nos desdenhar.
49. Perguntou (o Faraó): E quem é
o vosso Senhor, ó Moisés?
50. Respondeu-lhe: Nosso Senhor
foi Quem deu a cada coisa sua natureza; logo a seguir, encaminhou-a com
retidão!
51. Inquiriu (o Faraó): E que
aconteceu às gerações passadas?
52. Respondeu-lhes: Tal
conhecimento está em poder do meu Senhor, registrado no Livro. Meu Senhor
jamais Se equivoca, nem Se esquece de coisa alguma.
53. Foi Ele Quem vos destinou a
terra por leito, traçou-vos caminhos por ela, e envia água do céu, com a qual
faz germinar distintos pares de plantas.
54. Comei e apascentai o vosso
gado! Em verdade, nisto há sinais para os sensatos.
55. Dela vos criamos, a ela
retornareis, e dela vos faremos surgir outra vez.
56. E eis que lhe mostramos todos
os Nossos sinais; porém (o Faraó) os desmentiu e os negou,
57. Dizendo: Ó Moisés, vens,
acaso, para nos expulsar das nossas terras com a tua magia?
58. Em verdade,
apresentar-te-emos uma magia semelhante. Fixemos, pois, um encontro em um lugar
eqüidistante (deste), ao qual nem tu, nem nós faltaremos.
59. Disse-lhe (Moisés): Que a
reunião se celebre no Dia do Festival, em que o povo é congregado, em plena luz
da manhã.
60. Então o Faraó se retirou,
preparou a sua conspiração e depois retornou.
61. Moisés lhes disse: Ai de vós!
Não forjeis mentiras acerca de Deus! Ele vos exterminará com um severo castigo;
sabei que quem forjar (mentiras) estará frustrado.
62. Eles discutiram o assunto
entre si e deliberaram confidentemente.
63. Disseram: Estes são dois
magos que, com a sua magia, querem expulsar-vos da vossa terra e acabar com os
vosso método exemplar.
64. Concertai o vosso plano;
apresentai-vos, então, em fila, porque quem vencer, hoje, será venturoso.
65. Perguntaram: Ó Moisés,
arrojarás tu ou seremos nós os primeiros a arrojar?
66. Respondeu-lhes Moisés:
Arrojai vós! E eis que lhe pareceu que suas cordas e cajados se moviam, em
virtude da sua magia.
67. Moisés experimentou certo
temor.
68. Asseguramos-lhes: Não temas,
porque tu és superior.
69. Arroja o que levam em tua mão
direita, que devorará tudo quanto simularam, porque tudo o que fizerem não é
mais do que uma conspiração de magia, e jamais triunfará o mago, onde quer que
se apresente.
70. Assim os magos se prostraram,
dizendo: Cremos no Senhor de Aarão e de Moisés!
71. Disse (o Faraó): Credes n'Ele
sem que eu vo-lo permita? Certamente ele é o vosso líder e vos ensinou a magia.
Juro que vos amputarei a mão e o pé de lados opostos e vos crucificarei em
troncos de tamareiras; assim, sabereis quem é mais severo e mais persistente no
castigo.
72. Disseram-lhe: Por Quem nos
criou, jamais te preferiremos às evidências que nos chegaram! Faze o que te
aprouver, tu somente podes condenar-nos nesta vida terrena.
73. Nós cremos em nosso Senhor,
Que talvez perdoe os nossos pecados, bem como a magia que nos obrigastes a
fazer, porque Deus é preferível e mais persistente.
74. E quem comparecer como
pecador, ante seu Senhor, merecerá o inferno, onde não poderá morrer nem viver.
75. E aqueles que comparecerem
ante Ele, sendo fiéis e tendo praticado o bem, obterão as mais elevadas
dignidades;
76. Jardins do Éden, abaixo dos
quais correm rios, onde morarão eternamente. Tal será a retribuição de quem se
purifica.
77. Revelamos a Moisés: Parte à
noite, com os Meus servos, e abre-lhes um caminho seco, por entre o mar! Não
receies ser alcançado, nem tampouco experimentes temor!
78. O Faraó os perseguiu com os
soldados; porém, a água os tragou a todos!
79. E assim, o Faraó desviou o
seu povo, em vez de encaminhá-lo.
80. Ó israelitas, Nós vos
salvamos do vosso inimigo e vos fizemos uma promessa do lado direito do Monte
(Sinai), e vos enviamos o maná e as condornizes,
81. (Dizendo-vos): Desfrutai de
todo o lícito com que vos agraciamos, mas não abuseis disso, porque a Minha
abominação recairá sobre vós; aquele sobre quem recair a Minha abominação,
estará verdadeiramente perdido.
82. Somos Indulgentíssimo para
com o fiel, arrependido, que pratica o bem e se encaminha.
83. Que fez com que te
apressasses em abandonar o teu povo, ó Moisés?
84. Respondeu: Eles estão a
seguir os meus passos; por isso, apressei-me até Ti, ó Senhor, para comprazer a
ti.
85. Disse-lhe (Deus): Em verdade,
em tua ausência, quisemos tentar o teu povo, e o samaritano logrou desviá-los.
86. Moisés, encolerizado e penalizado,
retornou ao seu povo, dizendo: Ó povo meu, acaso vosso Senhor não vos fez uma
digna promessa? Porventura o tempo vos pareceu demasiado longo? Ou quisestes
que vos açoitasse a abominação do vosso Senhor, e por isso quebrastes a
promessa que me fizestes?
87. Responderam: Não quebramos a
promessa que te fizemos por nossa vontade, mas fomos obrigados a carregar os
ornamentos pesados do povo, e os lançamos ao fogo, tal qual o samaritano
sugeriu.
88. Este forjou-lhes o corpo de
um bezerro que mugia, e disseram: Eis aqui o vosso deus, o deus que Moisés
esqueceu!
89. Porém, não reparavam que
aquele bezerro não podia responder-lhes, nem possuía poder para prejudicá-los
nem beneficiá-los?
90. Aarão já lhes havia dito: Ó
povo meu, com isto vós somente fostes tentados; sabei que vosso Senhor é o
Clemente. Segui-me, pois, e obedecei a minha ordem!
91. Responderam: Não o
abandonaremos e nem cessaremos de adorá-lo, até que Moisés volte a nós!
92. Disse (Moisés): Ó Aarão, que
te impediu de fazê0los voltar atrás, quando viste que se extraviavam?
93. Não me segues? Desobedeceste
a minha ordem?
94. Suplicou-lhe (Aarão): Ó filho
de minha mãe, não me puxes pela barba nem pela cabeça. Temi que me dissesses:
Criaste divergências entre os israelitas e não cumpriste a minha ordem!
95. Disse (Moisés): Ó samaritano,
qual é a tua intenção?
96. Respondeu: Eu vi o que eles
não viram; por isso, tomei um punhado (de terra) das pegadas do Mensageiro e o
joguei (sobre o bezerro), porque assim me ditou a minha vontade.
97. Disse-lhe: Vai-te, pois!
Estás condenado a dizer (isso) por toda vida: Não me toqueis! E terás um
destino do qual nunca poderás fugir. Olha para o teu deus, ao qual estás
entregue; prontamente o incineraremos e então lançaremos as suas cinzas ao mar.
98. Somente o vosso Deus é Deus.
Não há mais divindades além d'Ele! Sua sapiência abrange tudo!
99. Assim te citamos alguns dos
acontecimentos passados; ademais, de Nós, concedemos-te a Mensagem.
100. Aqueles que desdenharem
isto, carregarão um pesado fardo no Dia da Ressurreição,
101. Que suportarão eternamente.
Que péssima carga será a sua no Dia da Ressurreição!
102. Dia em que a trombeta será
soada e em que congregaremos, atônitos, os pecadores.
103. Murmurarão entre si: Não
permanecestes muito mais do que dez (dias)!
104. Nós bem sabemos o que dirão
quando os mais sensatos, dentre eles, exclamarem: Não permanecestes muito mais
do que um dia!
105. E perguntar-te-ão acerca das
montanhas. Dize-lhes: Meu Senhor as desintegrará,
106. E as deixará como um plano e
estéril,
107. Em que não verás saliências,
nem reentrâncias.
108. Nesse dia seguirão um
arauto, do qual não poderão afastar-se. As vozes humilhar-se-ão ante o
Clemente, e tu não ouvirás mais do que sussurros.
109. Nesse dia de nada valerá a
intercessão de quem quer que seja, salvo a de quem o Clemente permitir e cuja
palavra lhe for grata.
110. Ele lhes conhece tanto o
passado como o futuro, não obstante eles não logrem conhecê-Lo.
111. As frontes se humilharão
ante o Vivente, o Subsistente. Quem tiver cometido iniqüidade estará
desesperado.
112. E quem tiver praticado o bem
e for, ademais, fiel, não terá a temer injustiça, nem frustração.
113. Assim Nós to revelamos, um
Alcorão em língua árabe, no qual reiteraremos as combinações, a fim de que Nos
temam e lhes seja renovada a lembrança.
114. Exaltado seja Deus, o
Verdadeiro Rei! Não te apresses com o Alcorão antes que sua inspiração te seja
concluída. Outrossim, dize: Ó Senhor meu, aumenta-te em sabedoria!
115. Havíamos firmado o pacto com
Adão, porém, te esqueceu-se dele; e não vimos nele firme resolução.
116. E quando dissemos aos anjos:
Prostrai-vos ante Adão! Todos se prostraram menos Lúcifer, que se negou.
117. E então dissemos: Ó Adão, em
verdade, este é tanto teu inimigo como de tua companheira! Que não cause a vossa
expulsão do Paraíso, porque serás desventurado.
118. Em verdade, nele não
sofrerás fome, nem estarás afeito à nudez.
119. E não padecerás de sede ou
calor.
120. Porém, Satanás
sussurrou-lhe, dizendo: Ó Adão, queres que te indique a árvore da prosperidade
e do reino eterno?
121. E ambos comeram (os frutos)
da árvore, e suas vergonhas foram-lhes manifestadas, e puseram-se a cobrir os
seus corpos com folhas de plantas do Paraíso. Adão desobedeceu ao seu Senhor e
foi seduzido.
122. Mas logo o seu Senhor o elegeu,
absolvendo-o e encaminhando-o.
123. Disse: Descei ambos do
Paraíso! Sereis inimigos uns dos outros. Porém, logo vos chegará a Minha
orientação e quem seguir a Minha orientação, jamais se desviará, nem será
desventurado.
124. Em troca, quem desdenhar a
Minha Mensagem, levará uma mísera vida, e, cego, congregá-lo-emos no Dia da
Ressurreição.
125. Dirá: Ó Senhor meu, por que
me congregastes cego, quando eu tinha antes uma boa visão?
126. E (Deus lhe) dirá: Isto é
porque te chegaram os Nossos versículos e tu os esqueceste; a mesma maneira,
serás hoje esquecido!
127. E assim castigaremos quem se
exceder e não crer nos versículos do seu Senhor. Sabei que o castigo da outra
vida será mais rigoroso, e mais persistente ainda.
128. Não lhes mostramos, acaso,
quantas gerações, anteriores a eles, exterminamos, apesar de viverem nos mesmos
lugares que eles? Nisso há exemplos para os sensatos.
129. Porém, se não houvesse sido
pela sentença proferida por teu Senhor e pelo término prefixado, o castigo
teria sido inevitável.
130. Tolera, pois (ó Mensageiro),
o que dizem os incrédulos, e celebra os louvores do teu Senhor antes do nascer
do sol, antes do seu ocaso durante certas horas da noite; glorifica teu Senhor
nos dois extremos do dia, para que sejas comprazido.
131. E não cobices tudo aquilo
com que temos agraciado certas classes, com o gozo da vida terrena - a fim de,
com isso, prová-las - posto que a mercê do teu Senhor é preferível e mais
persistente.
132. E recomenda aos teus a
oração e sê constante, tu também. Não te impomos ganhares o teu sustento, pois
Nós te proveremos. A recompensa é dos devotos.
133. Dizem (entre si): Por que
não vos apresenta ele um sinal de seu Senhor? Não lhes chegou, por acaso, a
evidência mencionada nos primeiros livros?
134. Mas, se os houvéssemos
fulminado com um castigo, antes disso, teriam dito: Ó Senhor nosso, por que não
nos enviaste um mensageiro, a fim de seguirmos os Teus versículos, entes de nos
humilharmos e nos aviltarmos?
135. Dize-lhes: Cada um (de nós)
está esperando; esperai, pois! Logo sabereis quem está na senda reta e quem são
os orientados!
[AL ANBIYÁ]"AL ANBIYÁ" (OS
PROFETAS)
Revelada em Makka; 112
versículos.
21ª SURATA
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso.
1. Aproxima-se a prestação de
contas dos homens que, apesar disso, estão desdenhosamente desatentos.
2. Nunca lhes chegou uma nova
mensagem de seu Senhor, que não escutassem, senão com o fito de escarnecê-la,
3. Com os seus corações entregues
à divagação. Os iníquos dizem, confidencialmente: Acaso, este não é um homem
como vós? Assistir-lhe-eis à magia conscientemente?
4. Dize: Meu Senhor conhece tudo
quanto é dito nos céus e na terra, porque Ele é Oniouvinte, o Onisciente.
5. Porém, afirmam: É uma
miscelânea de sonhos! Ele os forjou! Qual! É um poeta! Que nos apresente,
então, algum sinal, como os enviados aos primeiros (mensageiros)!
6. Nenhum dos habitantes das
cidades que exterminamos, anteriormente a eles, acreditou. Crerão eles?
7. Antes de ti não enviamos nada
além de homens, que inspiramos. Perguntai-o, pois, aos adeptos da Mensagem, se
o ignorais!
8. Não os dotamos de corpos que
pudessem prescindir de alimentos, nem tampouco foram imorais.
9. Então, cumprimos a Nossa
promessa para com eles e os salvamos, juntamente com os que quisemos, e
exterminamos os transgressores.
10. Enviamos-vos o Livro, que
encerra uma Mensagem para vós; não raciocinais?
11. Quantas populações de cidades
exterminamos, por sua iniqüidade, e suplantamos por outras?
12. Porém, quando se deram conta
do Nosso castigo, eis que tentaram fugir dele precipitadamente.
13. Não fujais! Voltai ao que vos
foi concedido e às vossas moradas, a fim de que sejas interrogados!
14. Disseram: Ai de nós! Em
verdade, fomos iníquos!
15. E não cessou esta sua
lamentação, até que os deixamos inertes, tal qual plantas segadas.
16. Não riamos os céus e a terra
e tudo quanto existe entre ambos por mero passatempo.
17. E se quiséssemos diversão,
tê-la-íamos encontrado entre as coisas próximas de Nós, se fizéssemos (tal
coisa).
18. Qual! Arremessamos a verdade
sobre a falsidade, o que a anula. Ei-la desvanecida. Ai de vós, pela falsidade
que (Nos) descreveis!
19. Seu é tudo o que existe nos
céus e na terra; e todos quanto se acham em Sua Presença, não se ensoberbecem
em adorá-Lo, nem se enfadam disso.
20. Glorificam-No noite e dia, e
não ficam exaustos.
21. Ou (será que) adotaram
divindades da terra, que podem ressuscitar os mortos?
22. Se houvesse nos céus e na
terra outras divindades além de Deus, (ambos) já se teriam desordenado.
Glorificado seja Deus, Senhor do Trono, de tudo quanto Lhe atribuem!
23. Ele não poderá ser
questionado quanto ao que faz; eles sim, serão interpelados.
24. Adotarão, porventura, outras
divindades além d'Ele? Dize-lhes: Apresentai vossa prova! Eis aqui a Mensagem
daqueles que estão comigo e a Mensagem daqueles que me precederam. Porém, a
maioria deles não conhece a verdade, e a desdenha.
25. Jamais enviamos mensageiro
algum antes de ti, sem que lhe tivéssemos revelado que: Não há outra divindade
além de Mim. Adora-Me, e serve-Me!
26. E dizem: O Clemente teve um
filho! Glorificado seja! Qual! São apenas servos veneráveis, esses a quem
chamam de filhos,
27. Que jamais se antecipam a Ele
no falar, e que agem sob o Seu comando.
28. Ele conhece tanto o que há
antes deles como o que há depois deles, e não podem interceder em favor de
ninguém, salvo de quem a Ele aprouver, são, ante seu temor, a Ele reverentes.
29. E quem quer que seja, entre
eles, que disser: Em verdade eu sou deus, junto a Ele! condená-lo-emos ao
inferno. Assim castigamos os iníquos.
30. Não vêem, acaso, os
incrédulos, que os céus e a terra eram uma só massa, que desagregamos, e que
criamos todos os seres vivos da água? Não crêem ainda?
31. E produzimos firmes montanhas
na terra, para que esta não oscilasse com eles, e traçamos, entre aqueles,
desfiladeiros como caminhos, para que se orientassem.
32. E fizemos o céu como abóbada
bem protegida; e, apesar disso, desdenham os seus sinais!
33. Ele foi Quem criou a noite e
o dia, o sol e a lua; cada qual (dos corpos celestes) gravita em sua respectiva
órbita.
34. Jamais concedemos a
imortalidade a ser humano algum, anterior a ti. Porventura, se tu morresses,
seriam eles imortais?
35. Toda a alma provará o gosto
da morte, e vos provaremos com o mal e com o bem, e a Nós retornareis.
36. E, quando os incrédulos te
vêem, não te tratam senão com zombarias, dizendo: É este que fala sobre os
vossos deuses? E blasfemam, à menção do Clemente.
37. O homem é, por natureza,
impaciente. Não vos apresseis, pois logo vos mostrarei os Meus sinais!
38. E perguntaram: quanto se
cumprirá esta promessa, se estais certos?
39. Ah, se os incrédulos
conhecessem o momento em que não poderão evitar o fogo sobre seus rostos e suas
espáduas, nem tampouco ser socorridos!
40. Pelo contrário,
surpreendê-los-á (o fogo) inopinadamente e os aniquilará. Não poderão
desviá-lo, nem serão tolerados.
41. Mensageiros anteriores a ti
foram escarnecidos; porém, os escarnecedores envolveram-se naquilo de que
escarneciam.
42. Dize: Quem poderá
proteger-vos, à noite e de dia, (do seu castigo) do Clemente? Sem dúvida, eles
desdenham a menção do seu Senhor.
43. Ou têm, acaso, divindades que
os defendem de Nós? Não podem sequer socorrer a si mesmos, nem estarão a salvo
e Nós!
44. Contudo, agraciamo-los, tanto
eles como seus pais, e até lhes prolongamos a vida. Porém, não reparam, acaso,
em que temos assolado a terra, reduzindo-a em suas bordas? São eles,
porventura, os vencedores?
45. Dize-lhes: Só vos admoesto
com a revelação; no entanto, os surdos não ouvem a predicação, mesmo quando são
admoestados.
46. Mas, quando um resquício do
castigo e o teu Senhor os toca, dizem: Ai de nós! Em verdade, fomos iníquos!
47. E instalaremos as balanças da
justiça para o Dia da Ressurreição. Nenhuma alma será defraudada no mínimo que
seja; mesmo se for do peso de um grão de mostarda, tê-lo-emos em conta.
Bastamos Nós por cômputo.
48. Havíamos concedido a Moisés e
a Aarão o Discernimento, luz e mensagem para os devotos,
49. Que temem intimamente seu
Senhor e são reverentes, quanto à Hora.
50. Esta é a mensagem bendita,
que revelamos. Atrever-vos-eis a negá-la?
51. Anteriormente concedemos a
Abraão a sua integridade, porque o sabíamos digno disso.
52. Ao perguntar ao seu pai e ao
seu povo: Que significam esses ídolos, aos quais vos devotais?
53. Responderam: Encontramos
nossos pais a adorá-los.
54. Disse-lhes (Abraão): Sem
dúvida que vós e os vossos pais estais em evidente erro.
55. Inquiriram-no: Trouxeste-nos
a verdade, ou tu és um dos tantos trocistas?
56. Respondeu-lhes: Não! Vosso
Senhor é o Senhor dos céus e da terra, os quais criou, e eu sou um dos
testemunhadores disso.
57. Por Deus que tenho um plano
para os vossos ídolos, logo que tiverdes partido...